17/11/2018


DA SUPERPOPULAÇÃO NASCE O CAOS

Valério Mesquita

O agravamento dos problemas de saúde, segurança e desemprego no mundo e, particularmente, no Brasil, tem a sua raiz na explosão populacional. Não precisa ser cientista social, sociólogo, socialista ou qualquer profissional especializado para chegar às conclusões. Há cinquenta anos as entidades de planejamento familiar no Brasil não foram bem recebidas pela igreja, partidos políticos, governos estaduais e sociedade civil. Velhos tabus se interpuseram e malograram os propósitos da diminuição da natalidade que poderia ter atenuado hoje o crescimento geométrico da população e da demanda de saúde, de alimento, de emprego, de violência e tantas outras mazelas. O homem continua predador do globo terrestre e da sua própria vida quando, a cada dia, gera competitividade a si mesmo.
Observem o continente africano, com uma gama imensa de pobreza e de carências de todo o tipo. Ali a raça humana se acha em processo de extermínio mesmo, pela fome e pela doença. E os países ainda promovem guerras brutais numa verdadeira e escandalosa carnificina. E qual o divertimento dessa superpopulação oprimida e atrasada: o sexo, a procriação, que substituem ilusoriamente a falta de sustento, de assistência, de remédio, todos subjugados ao talante político de golpistas e demagogos corruptos. Mas, as nações do Novo Mundo, de idiomas espanhol e português, enfrentam as mesmas sobrecargas, migrando para a Europa que já fechou, por sua vez, as porteiras alfandegárias e diplomáticas. Para africanos e asiáticos, idem. As razões defensórias são as mesmas: os estrangeiros solapam e rivalizam o acesso à saúde, ao emprego e ao alimento com os nacionais, além de promoverem tumultos pela conquista de direitos sociais iguais.
O Brasil está chegando aos duzentos milhões de habitantes. É uma população que já ultrapassa a grandeza da sua dimensão territorial. Isso, por conta dos bolsões de pobreza, de desemprego, criminalidade e saúde pública (federal e estadual) sucateadas. Outro ponto concorrente reside na migração do homem do campo para as áreas metropolitanas. Aí se instala a desordem social, onde tudo que é excesso se transforma em coisa demasiadamente ruim. Quer um exemplo: a quantidade de veículos motorizados, o número crescente de assaltos, rios poluídos, água potável contaminada, escassez de moradias, e por aí vai. Tudo por quê? Porque existe gente demais. O país ignorante e analfabeto não elegeu uma política educacional de controle da natalidade para um desenvolvimento sustentável.
E daí? Tome improvisação e choque de gestão! Medidas oficiais somente paliativas e projetos megalomaníacos. O brasileiro espera sempre pelo milagre da terra, sem prepará-la, contudo, adequadamente, para produzir alimentos. No Rio Grande do Norte, quem está no campo produzindo? Quem deseja mais manter propriedade rural para ser tomada por bandos organizados e oficializados? A economia mundial sofre a pior crise da sua história, face à concentração de riquezas dos que aplicam dinheiro no arriscado mercado de capitais, em detrimento de bilhões de indivíduos marginalizados. Com efeito, levam os governos ao “salvamento” de bancos e empresas gigantescas, tirando das populações empobrecidas o direito ao pão, à saúde e ao teto. O “crescei e multiplicai-vos” foi levado muito ao pé da letra. Como diria um padre amigo meu, “isso aí é uma alegoria...”. Sou a favor da vida, mas é preciso ensinar o povo que botar gente no mundo sem condições de criar, hoje, é burrice e dor.

(*) Escritor.

15/11/2018

15 DE NOVEMBRO




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Proclamação da República do Brasil Resumo

Resumo sobre a história da Proclamação da República do Brasil, momento em que deixamos de ser império para virar uma república




O movimento republicano no Brasil ganhava força, à medida que o Imperador e seu governo enfraqueciam diante das constantes críticas e agressões de inúmeros setores sociais. E com a abolição da escravatura pela princesa Isabel no ano de 1888, a existência de uma monarquia não se via mais necessária, tendo em vista que os fatores que a mantinham de pé até então não mais existiam, e o país precisava de um governo que acompanhasse e regesse sua nova fase no século XIX.

A proclamação da República

Em 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca reuniu as tropas do Rio de Janeiro num golpe militar e invadiu o Ministério da Guerra. Sua motivação foram os boatos de que Dom Pedro II tinha intenções de reconfigurar a Guarda Nacional. Rumores diziam que Deodoro e suas tropas apenas pretendiam obter um novo Ministro da Guerra, mas sua pressão foi tanta que a corte se dissolveu, dando lugar à República Brasileira. E a despeito das movimentações populares que vinham ocorrendo a favor de um governo republicano, a proclamação da república deu-se por uma monarquia que não mais se sustentava.
A família real seguiu rumo à Europa no dia 18 de novembro. Neste momento após 67 anos regido por um Imperador autoritário e cheio de poderes, o Brasil respirava novos ares como uma nova República, tendo Marechal Deodoro da Fonseca como presidente provisório, que seria supostamente substituído por presidentes eleitos pelo voto direto popular. E assim pode-se dizer que a República foi um consolidador da democracia Brasileira, que segue até os dias de hoje.




O Instituto Histórico e Geográfico do RN - IHGRN realizará, no próximo dia 01/12/2018, em sua sede, o I ENCONTRO DE CULTURA E TURISMO DO RN, uma ótima oportunidade para conhecermos mais sobre a cultura do nosso estado e discutirmos nossas possibilidades turísticas.
Confira a programação e as inscrições no link abaixo!
SÁB, 1 DE DEZ ÀS 07:48 UTC-03

12/11/2018

ELEIÇÃO NO IHGRN para o triênio 2019 - 2021


Primeira urna eleitoral do RN. Eleição de 1936. Pela primeira vez sendo utilizada na eleição do IHGRN.
DIA 12 DE NOVEMBRO DE 2018 foi realizada na sede do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE a eleição da Nova Diretoria e do Conselho Fiscal. O pleito foi realizado num clima de integral harmonia e o resultado alcançou a maioria absoluta dos eleitores aptos a votar, sendo eleitos:
DIRETORIA
1.       Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
2.       Vice-Presidente: JOVENTINA SIMÕES OLIVEIRA.
3.       Secretário-Geral: ROSÉLIA CRISTINA DE OLIVEIRA
4.       Secretário-Adjunto: ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
5.       Diretor Financeiro: MANOEL DE OLIVEIRA CAVALCANTE NETO
6.       Diretor Financeiro Adjunto: AUGUSTO COELHO LEAL
7.       Orador: FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO
8.       Diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu: ANDRÉ FELIPE PIGNATARO FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES

CONSELHO FISCAL

1.       EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, Membro titular
2.       EDGARD RAMALHO DANTAS, Membro titular
3.       TOMISLAV R. FEMENICK, Membro titular
4.       FRANCISCO ALVES GALVÃO NETO, Membro suplente.


 CARLOS GOMES, Secretário da Comissão Eleitoral 
e organizador dos trabalhos.
 ORMUZ BARBALHO SIMONETTI, Presidente atual 
do IHGRN e cabeça da chama eleita
 JURANDYR NAVARRO DA COSTA, 
Presidente da Comissão Eleitoral e ex-Presidente do IHGRN
 Professora BETANIA RAMALHO, CARLOS GOMES
e AUGUSTO COELHO LEAL
 A FORÇA FEMININA DO IHGRN
VALÉRIO ALFREDO MESQUITA, EX-PRESIDENTE DO IHGRN


O escritor ASSIS CÂMARA sufragando o seu voto

O pesquisador CLÁUDIO GALVÃO prestigiando
a Casa da Memória.

Eleitores entusiasmados
















AUGUSTO MARANHÃO, ANTUNES, GERALDO, DALIANA, LALINHA E DIOGENES











09/11/2018

CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM NATAL


Hoje teremos a maratona do CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM NATAL promovido pelo INSTITUTO POTIGUAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO, conforme o folder aqui anexado, onde teremos a oportunidade de aperfeiçoar os conhecimentos sobre este segmento da cultura jurídica e, mais do que tudo, tomar ciência do ponto fundamental do assunto, já referenciado há mais de 30 anos - A REFORMA TRIBUTÁRIA.
Entra e sai governo, faz seus "remendos" pontuais, mas perde o conhecimento do todo e aí a máquina perde a engrenagem e o cidadão continua com o peso exacerbado da obrigação de pagar tributos e, infelizmente, não sentindo a reciprocidade equivalente em serviços e qualidade de vida.
A questão tributária é a mais importante dentre outras reformar apregoadas, pois na tributação estão os indicativos da responsabilidade pela construção de uma receita sustentável e de uma carga aceitável para os encargos dos contribuintes.
Somos vítimas diárias dos abusos, que se espraiam de formas inusitadas e abusivas.
É inadiável encontrar uma solução e os palestrantes do evento representam a linha de frente dos estudos tributários e lá estarão para esclarecerem dúvidas e apontarem caminhos da redenção do binômio Fisco x Contribuinte.
IMPERDÍVEL.



08/11/2018





OS MORTOS NÃO SÃO ESTRANGEIROS

Valério Mesquita*

A vida nunca é longa demais. Dou-me conta de que os mortos vivem mais em nós do que os vivos. É essa a impressão que me fica. No dia de finados revisitei a casa dos meus pais em Macaíba. O jardim pareceu-me rejuvenescido. As roseiras infundiam um viço turbador como se quisesse me convencer que a sua antiga pastora estava li. O velho “dedal de ouro” explodia o seu amarelo vivo. As “espirradeiras” floriam festivamente acompanhadas das “onze horas”, do “boa noite”. O jasmineiro, ao portão, recordava as idas e as vindas de dona Nair e se ofereciam em buquet como dantes. O jardim, afinal, permanecia o mesmo numa suave e terna liturgia de saudade.
Dentro da casa, os objetos inanimados confundiam-me. Passavam-me a impressão desesperada de que ali ainda morava a vida, com  vozes, cuidados, espanadores, vassouras. O óleo de peroba ainda não enxugara de todo. Tudo estava em seu lugar. Nada havia sido mexido. A cadeira de dona Nair, a mesa grande da copa, os sofás das conversas políticas, o alpendre - passarela dos notáveis e mendigos - tudo era ressurreição de ambiente. Os quartos, as salas, a cozinha, nada se modificara nem depois do velho Mesquita nem depois de dona Nair. Dali, fui rever a minha biblioteca. Revirei livros e selecionei alguns. Detive-me nos quadros, passagens da vida, momentos felizes, tudo tão fugaz mas sempre verdadeiro. Lágrimas furtivas regaram alguns instantes pontuais de profundidade vital.
Dia desse, fazia com a minha irmã Nídia um “levantamento” dos bens materiais deixados pelos nossos pais, após longa atividade política. Não tivemos nenhum trabalho. Todo espólio se resumiu na velha residência da rua Francisco da Cruz nº 39, centro. Graças a Deus. Tal declaração, em vez de nos envergonhar, muito nos orgulha. Hoje, lá funciona a Casa da Cultura de Macaíba. A conclusão foi cômica para não dizer trágica: a família ficaria em Macaíba sem nenhuma referência física. Resta, apenas, para o repouso eterno, o túmulo do cemitério São Miguel. Mas, a nós, filhos de Alfredo Mesquita Filho e Nair de Andrade Mesquita, basta-nos o legado de honradez e amor telúrico.
Acompanhado dos meus filhos Isabelle, Rodolfo e Rammon, para a visita protocolar do dia de finados, retomei o fio da meada das minhas relembranças. Eles não chegaram a conhecer o avô. Apenas, a avó. Após caminharem comigo pelos compartimentos da casa, fomos fazer a visita ao túmulo. Procuro transmitir aos filhos a memória dos antepassados.  Sim, os nossos mortos não são estrangeiros. Não se extinguem pela ausência física. Eles vivem em nós porque o passado não morre como querem alguns. Saí de Macaíba em paz comigo mesmo. Contemplei os filhos e refleti que eles são frutos do tempo. Afinal, o tempo é obra de Deus.

(*) Escritor.