22/10/2018
DIA DA OAB-RN
OAB-RN – 86 anos depois
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, Membro Honorário Vitalício
O tempo não arrefeceu os ideais surgidos com a criação dos cursos jurídicos no Brasil, em 11 de agosto de 1827, do que resultou o despertar da ideia de criação de uma Corporação profissional dos bacharéis em Direito brasileiros, formados nas Escolas da Europa, em volta com o natural pendor pelo nacionalismo.
Os Institutos dos Advogados foram os precursores, com caráter mais cultural e depois, sob o clamor da Revolução de 1930, eclodem os procedimentos para a criação da Corporação dos Advogados, propriamente ditas - ou seja, a Ordem dos Advogados do Brasil em todos os pontos cardeais do Brasil.
O Rio Grande do Norte não demorou a aderir à ideia e, no tempo de precedência, o nosso Instituto dos Advogados do Brasil, fundado pelo grande jurista provinciano Desembargador aposentado Hemetério Fernandes Raposo de Mello, após a sessão ordinária realizada no dia 05 de março de 1932, na sala de reuniões do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, conclamou os seus pares para iniciar o movimento de criação de uma Secional da OAB, contando com o apoio dos colegas Francisco Ivo Cavalcanti, Paulo Pinheiro de Viveiros, Manoel Varella de Albuquerque, Francisco Bruno Pereira e Manuel Xavier da Cunha Montenegro.
Foi então formada uma diretoria provisória, preenchida com os cargos, respectivamente, de Presidente, Secretário, Tesoureiro e os demais, como vogais, cuja ata inaugurou o Livro próprio de Atas nº 1, constando como primeira decisão, publicar editais convocando os advogados, provisionados e solicitadores, para fazerem suas inscrições na nova Corporação recém-criada.
Recrutados os profissionais da advocacia foi composto o nosso Primeiro Colégio Eleitoral e realizadas as eleições, aprazada a posse para o dia 22 de outubro daquele mesmo ano, reconhecida como data oficial de fundação na 10ª reunião do Conselho da OAB/RN, pelas às 19 horas daquele dia, tendo como integrantes da Primeira Diretoria os seguintes advogados: Presidente – Dr. Francisco Ivo Cavalcanti; 1º Secretário – Dr. Paulo Pinheiro de Viveiros; Tesoureiro – Dr. Manoel Varella de Albuquerque; Vogais – Dr. Pedro d’Alcântara Mattos, que substituiu Dr. Hemetério Fernandes Raposo de Mello, que foi eleito Conselheiro com a maior votação, mas não tomou posse em razão do seu falecimento no dia 30 de agosto (Assembleia dos Advogados em 14 de novembro de 1932) e, por sua vez, substituído em seguida pelo Dr. Alberto Roselli, depois por Phelippe Nery de Brito Guerra e Vicente Farache Netto, tendo como Conselheiro representante junto ao Conselho Federal o advogado João de Brito Dantas.
No correr do tempo a nossa Corporação foi responsável por incontáveis ações relevantes para a histórica política, intelectual e social do Rio Grande do Norte e os seus atuais integrantes guardam fielmente os mesmos fundamentos que fizeram da Ordem dos Advogados do Brasil, uma Entidade que logrou em definitivo, o apoio da sociedade potiguar, que lhe deu o respeito e a reverência devidos.
PARABÉNS a todos os bacharéis filiados à Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Norte, que hoje completa os seus 86 anos de existência.
17/10/2018
O TEMPO E O SENSO
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
Nos dias de hoje, o ânimo
de viver nos torna inconstante e nos empurra para buscas ávidas de expressão, imaginação
e criatividade. O próprio Luís da Câmara Cascudo, no passado, apesar de um ser
simples, foi uma figura numerosa, pois escreveu sobre tudo e sobre todos.
Conheço muitos escritores conterrâneos que detêm idêntica curiosidade inesgotável
e volubilidade inventiva contagiadas pelas ideias, gostos e poder aliciante do
charme da escrita cascudiana. E nesse particular, todos foram largamente
influenciados pelo desejo insofreável de ressurreição do tempo morto, pela
inestimável compreensão da alma coletiva das gerações passadas que se encontram
como que cristalizadas em todos nós.
São as nossas afinidades
eletivas fincadas na íntima, nostálgica página evocativa que romantiza a
realidade ou, às vezes, a fantasia. Daí, não me encantar tanto com os
procedimentos rotulados de culturais pela mídia eletrônica e certos gestores
públicos. Não é a compulsão de recapturar o antigo só por ser antigo. O que
desejamos, penso, é respirar o oxigênio cultural que foi dotado de um poder de
radiação imanente, que se manteve vivo, apesar do efeito paulatino, paradoxal e
destrutivo de uma “cultura de aparências”, fóssil e fútil, atualmente em alto
astral! O crítico Paulo Prado chegou a afirmar no seu livro Retrato do Brasil
que a proliferação desse contraditório “representava a astenia da raça, o vício
de nossas origens mestiças”. Nada mais verdadeiro e impiedoso.
A cultura se transformou
num circo mambembe de vaidades ressentidas, perdida nas suas cismas e
inseguranças, desde o tempo em que o Ministério da Cultura tornou-se
serpentário de figuras exóticas e estereotipadas. No Rio Grande do Norte, por
exemplo, está na hora do futuro governador reunir os órgãos de cultura do
estado: Academia Norte-riograndense de Letras, Conselho de Cultura, Instituto
Histórico e mais ensaístas, poetas, historiadores, sociólogos e críticos
literários para ouvir sugestões dessa atividade tão pluralista e significativa
da sociedade, porém, totalmente esquecida e somente lembrada para eventos
passageiros. Nas vésperas, por exemplo, do governo contrair um vultoso empréstimo
internacional, as entidades culturais não foram ouvidas para discutir e
identificar os seus problemas estruturais.
É com profunda lástima
que vemos as edificações, casarões e monumentos que representam o vasto painel
da dramática criação de uma sociedade civil de cem e de duzentos anos passados
se encontrarem em estado de deterioração. Lembremo-nos que o “passado não
passa”. A beleza plástica dos casarões, o teor emotivo e sentimental que
retrata a abordagem lírica de épocas imemoriais, em qualquer país civilizado,
nunca foram substituídos por folguedos e fanfarras. A preservação do patrimônio
histórico e artístico do Rio Grande do Norte precisa de maior atenção e
acuidade perceptiva dos governos. Como na Trindade Santa, o passado, o presente
e o futuro se entrelaçam na mesma realidade temporal. São três tempos distintos
numa só integridade temporal; amalgamados de ideias e inteiriços. Que esse cabedal
seja intenção e deliberação permanentes dos órgãos de cultura do estado. Vamos
aguardar.
(*) Escritor
16/10/2018
Viajando com a amiga (III)
Agatha Christie (1890-1976) ganhou o mundo. Com suas estórias,
traduzidas para um sem-número de línguas, chegando a todas as partes do
planeta. E, também, para o nosso deleite, em suas estórias. Como já dito
aqui, se sua Miss Marple, mais provinciana, esteve uma vez de férias no
Caribe, o seu Hercule Poirot, com meios e recursos para tanto, andou
muito mais longe: nos Bálcãs, em Istambul, na Mesopotâmia, no Egito e
por aí vai.
Na verdade, a própria vida de Agatha Christie sob
esse aspecto é bastante peculiar. Se hoje, com os preços mais acessíveis
das passagens áreas, estamos acostumados com a ideia de visitarmos
outras culturas, no tempo de Christie, sobretudo nos seus anos de
formação, não era assim. A futura Rainha do Crime, entretanto, desde
cedo, viajou muito. E para bem longe.
Como bem relata Martin
Fido, em “The World of Agatha Christie: the Facts and Fiction behind the
Word’s of Greatest Crime Writer” (Editora SevenOaks, 2010), “a
variedade de experiências de viagem de Agatha Christie era realmente
incompreensível para a sua geração. França, Alemanha, Cairo. Ainda antes
de se casar, ela já tinha viajado aquilo que seus contemporâneos só
teriam alcançado em uma vida inteira. Aos Pirineus com Archie [Archibald
Christie, 1889-1962, seu primeiro marido]. Pelas colônias e pelos
domínios onde o sol nunca se punha com o Major Belcher [1871-1949, líder
do ‘Grand Tour’ realizado para promover a ‘British Empire Exhibition’
nos anos 1920]. A inesquecível viagem no Expresso do Oriente, a partir
da qual o Oriente Médio tornou-se um território familiar. Lua de mel com
Max Mallowan [1904-1978, o grande arqueólogo e seu segundo marido] em
Veneza, na Iugoslávia e na Grécia. Férias na Alemanha, na Áustria, na
Suíça. Visitas à Índia, ao Paquistão e ao Ceilão. No fim da vida, a
muito almejada e tanto adiada viagem às Índias Ocidentais”.
Muitíssimo disso, claro, foi transposto para os seus romances.
De minha parte, de uma variada lista, destaco três títulos nos quais
essas “andanças” da minha amiga por outras culturas nos encantam quase
tanto quanto a trama detetivesca em si: “Murder on the Orient Express”
(“Assassinato no Expresso do Oriente”, 1934), “Murder in Mesopotamia”
(“Morte na Mesopotâmia”, 1936) e “Death on the Nile” (“Morte no Nilo”,
1937). Os três títulos, não coincidentemente, são protagonizados pelo
inconfundível Hercule Poirot. E esses títulos, também não
coincidentemente, estão relacionados, com algumas alusões recíprocas,
como veremos a seguir.
Por exemplo, em “Murder on the Orient
Express” (1934) a estória começa com Poirot na (hoje) triste Alepo, na
Síria, para depois chegarmos à maravilhosa Istambul, na Turquia. É dali –
da outrora Bizâncio e, depois, Constantinopla – que o nosso detetive
toma o famoso Expresso do Oriente. Aliás, nessa jornada, ele está
precisamente voltando da sua aventura em “Murder in Mesopotamia”, muito
embora, curiosamente, esse título só tenha sido publicado
posteriormente, em 1936. O resto da história, como sabemos, se passa na
Europa do leste. O famoso trem, devido a uma nevasca noturna, para no
meio dos Bálcãs. Na manhã seguinte, um dos passageiros é encontrado
morto. O crime, aliás, está relacionado com um sequestro e assassinato
acontecido ainda mais longe, nos EUA. O resto da trama, claro, eu não
vou contar. Mas já dá para ver quão interessantes eram as viagens da
minha amiga.
Já em “Murder in Mesopotamia” (1936), o título já
diz tudo. Mais uma vez com Hercule Poirot no comando, a trama é
ambientada no Iraque, em meio a uma escavação arqueológica. Aqui, os
especialistas não têm dúvida: a inspiração para a ambientação e para as
personagens da trama veio da experiência de Christie na escavação da
necrópole da antiquíssima (e bote antiga nisso) cidade de Ur, no que
hoje é o Iraque. Aliás, foi nessa expedição que a minha amiga conheceu,
em meio a outros arqueólogos britânicos, Sir Max Mallowan, que viria a
ser o seu segundo marido. Bendita escavação, para ela e para nós. Sim,
aqui a trama gira em torno do assassinato da misteriosa (e um tanto
paranoica) Louise Leidner, esposa do arqueólogo chefe da expedição. Já
ia me esquecendo desse “pequeno” detalhe.
Por derradeiro, temos
“Death on the Nile” (1937). O Nilo, não preciso dizer, é o famoso rio
que corre pelas terras dos faraós. E aqui, mais uma vez, temos prova da
relação entre os três títulos citados, quando Poirot afirma haver
aprendido uma das técnicas do seu método de investigação – a remoção de
toda matéria estranha para que se possa enxergar a verdade – em uma
expedição arqueológica na qual esteve profissionalmente (ou seja, em
“Murder in Mesopotamia”). Para mim, “Death on the Nile” é muito mais que
excelente. Aliás, não canso de assistir à versão cinematográfica deste
romance, de 1978, com direção de John Guillermin (1925-2015). O elenco é
simplesmente fantástico: Peter Ustinov, David Niven, Lois Chiles, Jane
Birkin, Maggie Smith, Angela Lansbury, Bette Davis, Mia Farrow, George
Kennedy e Jack Warden, entre outros. Adoro Peter Ustinov (1921-2004) no
papel de Poirot. Não canso de olhar para a beleza bem nascida de Lois
Chiles (1947-) no papel da jovem assassinada, a muito invejada Linnet
Ridgeway. Afinal, ela tinha tudo: juventude, beleza, dinheiro e até
inteligência. Mas talvez isso não seja uma mistura boa. Talvez seja
demais para qualquer pessoa.
Definitivamente, a minha Agatha
Christie não era uma paroquiana. Nem muito menos uma escritora que
“cantou” apenas a sua aldeia. Ela era até uma cosmopolita, muito embora,
como descreve o já citado Martin Fido, “numa forma anglocêntrica de
ser, que hoje é provavelmente apenas encontrada entre aqueles da
carreira diplomática”. Ademais, sem dúvida, suas viagens lhe deram um
razoável cabedal de conhecimento em áreas como arqueologia, geografia,
histórias clássica e contemporânea e por aí vai, que foi, para o nosso
prazer, utilizado em seus inúmeros livros.
Bom, mas como podemos
nos aproveitar das andanças de Agatha Christie? Como podemos viajar,
por tão diferentes culturas, com a Rainha do Crime?
Eu conheço duas formas. E as duas eu explicarei nas nossas próximas conversas.
Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP
SAUDOSA HISTÓRIA DO INSTITUTO BATISTA DO NATAL
Amigos do IHGRN, tenho a particular alegria de postar esta mensagem, em homenagem ao DIA DO PROFESSOR, que envolve um saudoso, mas venturoso tempo de Natal.
Geovanira Galvão de Lima compartilhou uma publicação no grupo Falando do RN.
Prof. Carlos D Miranda Gomes quem sabe, não estamos nessa foto... É do nosso tempo!
Junia Pires Falcão
Hino do Instituto Batista de Natal
(Aonde fiz o curso primário)
Ex alunos (as) quem ainda se lembra?
—
Para frente ò mocidade,
Cheia de fé e bondade.
Avancemos na peleja!
Embora má sorte seja,
Nada nos abaterá.
Cada qual aprenderá
A sofrer com paciência,
De todo mal a inclemência
(Aonde fiz o curso primário)
Ex alunos (as) quem ainda se lembra?
—
Para frente ò mocidade,
Cheia de fé e bondade.
Avancemos na peleja!
Embora má sorte seja,
Nada nos abaterá.
Cada qual aprenderá
A sofrer com paciência,
De todo mal a inclemência
Serás IBN
Eternamente o nosso bem,
Oh! IBN.
Em nossas almas viverás,
Oh! IBN.
Até a morte e além,
Oh! IBN,
Teu nome ficará.
Disciplina, esforço, estudo,
Pela pátria, tudo, tudo.
Morrer pela pátria é glória.
É fazer parte da história!
Ressuscita cedo ou tarde,
Enquanto o homem covarde
Não terá nome alcançado
E nem terá nome exaltado.
Coro
Em prol do bem e contra o vício
Não poupemos sacrifício.
Ser bom, ser justo e forte ser,
Tenhamos sempre por dever.
Seja o céu o nosso abrigo
E o livro, o melhor amigo,
Vem ser nossa diretriz
Para orgulho do país.
______________
Eternamente o nosso bem,
Oh! IBN.
Em nossas almas viverás,
Oh! IBN.
Até a morte e além,
Oh! IBN,
Teu nome ficará.
Disciplina, esforço, estudo,
Pela pátria, tudo, tudo.
Morrer pela pátria é glória.
É fazer parte da história!
Ressuscita cedo ou tarde,
Enquanto o homem covarde
Não terá nome alcançado
E nem terá nome exaltado.
Coro
Em prol do bem e contra o vício
Não poupemos sacrifício.
Ser bom, ser justo e forte ser,
Tenhamos sempre por dever.
Seja o céu o nosso abrigo
E o livro, o melhor amigo,
Vem ser nossa diretriz
Para orgulho do país.
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Esta foto me foi enviada há alguns anos pelo saudoso colega CIRO TAVARES. Foi tirada após nosso desfile numa comemoração do DIA DA INDEPENDÊNCIA - 7 de Setembro dos anos 50. Eu estou aí, Ciro também e mais grande quantidade de amigos: Netinho, Ester, Marta, Soriano, Caetano Damasceno, OS PROFESSORES: Pastor Gabino Brelaz, Dona Arquimínia, Izabel, Mirandolina, Iracema....(perdoem outros que me faltam à memória). Com eles e elas HOMENAGEIO OS MESTRES DE TODOS OS TEMPOS. É uma saudade gostosa essa que nos proporcionaram Geovania e Junia, inclusive com o nosso Hino, o qual ainda sei cantar. O INSTITUTO BATISTA DO NATAL foi construído por missionários da GeórgIa - Estados Unidos, tendo à frente o Dr. TAMBLIN e Dona FRANCISCA.
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