29/09/2018



Osvaldo Carneiro(Piaba)


Piaba, o 4º em pé, da esquerda para a direita




BERILO DE CASTRO

         Convalescente após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), faleceu, na manhã da segunda-feira (24), Osvaldo Carneiro (Piaba-Mossoró, 1938 – Natal, 2018), vigoroso zagueiro central do ABC Futebol Clube da década de 1960.
       Seguirá o caminho misterioso dos mortos e ocupará no campo espiritual a titularidade do time do Senhor. 
Piaba, como outros bons valores do futebol potiguar, teve no Bairro das Rocas o sua pia batismal. Foi cria e tornou-se ídolo do famoso e inesquecível time do Palmeiras na década de 1950.
      A sua chegada ao Estádio Juvenal Lamartine se fez por meio do time do América Futebol Clube, na posição de centroavante. 
   No início da década de 1960, foi contatado pelo ABC Futebol Clube, quando passou a atuar na sua real posição como zagueiro central. 
    No ano de 1961, o conheci quando de uma excursão do ABC FC para disputar alguns jogos em Parnaíba, Teresina/PI, e na cidade do São Luís do Maranhão, emprestado que fui pelo Alecrim Futebol Clube. 
     Depois voltamos a nos encontrar formando o miolo de zaga da seleção do Rio Grande do Norte, no Campeonato Brasileiro, no ano de 1962.  
      Colecionou títulos como jogador, teve ligeira participação como treinador. Ao deixar o campo de jogo, sempre se fez presente como um imbatível e incansável batalhador dos interesses do clube nos momentos difíceis da sua história centenária. Amou  como ninguém o time do seu coração. 
    O futebol potiguar e, em especial, o ABC Futebol Clube, perdem o homem, perdem o jogador altamente dedicado, viril, líder e que não aceitava a derrota, nem mesmo nos momentos recreativos de treinos. 
       Morre Piaba, o futebol potiguar fica órfão do seu viril zagueiro. O vazio se faz e é sentido no miolo da zaga. Não mais escutaremos a seu grito de liderança e não mais vibraremos com suas defensivas arrojadas. 
Adeus, meu bom companheiro de zaga.
Vai, segue. Como escreveu o imortal compositor Lamartine Babo na sua bela canção Serra da Boa Esperança: “Parte levando saudades, saudades deixando”. 

26/09/2018

SÁBADO 29 DE SETEMBRO



 



ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS
EM DIA COM A ACADEMIA Nº 136 DE 24/9/2018
Cuidando da Memória Acadêmica


FATO ACADÊMICO

Lançamento 
Acadêmico Padre João Medeiros Filho – Cadeira 18
Dia 28 de setembro ( sábado) 9 h
Editora Paulus, Rua Coronel Cascudo, 333, Cidade Alta




“Toda a renda do livro reverterá para a causa de beatificação de Padre João Maria. É um estudo pastoral. O editor e o autor fizeram a doação de toda a edição para a postulação.”

 
Lançamento do livro: Natal, RN
Acadêmico Lenine Pinto – Cadeira 34
Dia 28 de setembro ( sábado) 9h - Sebo Vermelho - Cidade Alta

QUINTA CULTURAL - DIA 27 DE SETEMBRO

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN IHGRN <ihgrn.comunicacao2017@gmail.com>



Caro confrade/Confreira,

Informamos que H O J E, quinta-feira, haverá uma palestra sobre a História das Constituições do Rio Grande do Norte, ministrada pelo professor de Direito Constitucional, Paulo Henrique Marques Souto.
A palestra ocorrerá no Salão Nobre, na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, à rua da Conceição, 622, com início às 18 horas.
Aguardamos a sua presença.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

HERIVELTO MARTINS, UMA HISTÓRIA – Berilo de Castro




HERIVELTO MARTINS, UMA HISTÓRIA –
Aqueles que curtiram e que ainda curtem a boa música romântica, com uma  letra  sofrível de   história de amor, dramas e conflitos a dois, jamais irão esquecer do nome de Herivelto Martins (1912-1992), compositor, ator e cantor, estrela de primeira grandeza da Música Popular Brasileira.
Herivelto de Oliveira Martins (Herivelto Martins), nasceu em Rodeio/RJ, em 30 de janeiro de 1912. Filho de Félix Buenos Martins, agente ferroviário, excelente músico e arranjador teatral e Cartola de Oliveira Martins, costureira e doceira. Da  união tiveram quatro filhos: Herivelto, Hedelacy, Hedenir e Holdira.
Herdara do pai a vocação artística, e já com três anos de idade fazia parte como ator nas peças que seu pai organizava e apresentava.
Em 1916, a família mudou-se para Barra de Piraí, onde seu pai criou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra de Piraí, local que organizava bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais, já com a participação do filho menor, Herivelto.
Aos 9 anos de idade, o menino músico compôs a paródia “Quero uma mulher bem nua” e o samba “Nunca mais”, que não chegou a ser gravado.
Com treze anos, conheceu Zeca Lima e Colosso, artistas circenses, com os quais formou um trio, que passou a se apresentar com sucesso pelo interior do estado do Rio de Janeiro. Um fato inusitado aconteceu, em uma de suas apresentações, quando os seus parceiros foram presos pela polícia ( por dívida com a justiça).
Com a promoção funcional de seu Félix, a família foi morar no bairro do Brás/São Paulo, mais precisamente na rua Salão Lobato, onde Herivelto  foi trabalhar em um botequim, passando  a ser conhecido por Carioca.
Aos dezoito anos, deixou a convivência com os pais e foi morar na cidade do Rio de Janeiro, onde passou ocupar múltiplas funções: palhaço  de circo, vendedor, caixa de botequim, ajudante de contabilidade e, aos sábados, ajudando o irmão Hedelacy, como aprendiz de barbeiro.
Criou gosto para o novo ofício, e logo recebeu  um convite para trabalhar em uma barbearia no Morro do São Carlos, onde  conheceu o compositor José Luiz da Costa (o Príncipe Pretinho), e o seu futuro parceiro J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupy, amigo do dono da gravadora RCA Victor.
Compôs a canção “Da cor do meu violão”, que foi apresentada a J.B de Carvalho, que a  gravou no ano de 1932, pela RCA Victor. Nascia  aí o compositor Herivelto Martins.
Em 1932, Herivelto, juntamente com Francisco Sena, que conhecera no Conjunto Tupy, começa a ensaiar algumas canções, entre elas a música “Preto e Branco”. A dupla recebeu convite de Vicente Mazulo para fazer uma apresentação no Cine/Teatro Odeon, quando foi muito elogiada e, de imediato,  contratada, passando a ser chamada “Dupla Preto e Branco”, nomenada  por Vicente Mazulo.
O primeiro disco da dupla foi gravado em 1934 pela Odeon, composto pelos sambas: “Quatro Horas” e “Preto e Branco”; vindo depois a gravar  “A vida é Boa”, “Vamos soltar balão” e   “Como é belo”.
Em 1935, morre Francisco Sena. Herivelto passa a atuar sozinho, voltando a trabalhar como palhaço e caipira com o nome de Zé Catinga. Um ano depois, é apresentado ao cantor e compositor Nilo Chagas, com quem forma novamente a Dupla Preto e Branco, gravando quatro discos.
Em 1937, a dupla gravou com a cantora Dalva de Oliveira (1917-1972) “Batuque de Itaquari” e a marcha “Cecí  e Peri”, de autoria de Príncipe Pretinho, com sucesso. No seu programa na Rádio Mayrink Veiga, o apresentador César Ladeira (1910-1969) mostrou pela primeira vez o Trio: Herivelto, Nilo Chagas e Dalva de Oliveira, o qual batizou  de Trio de Ouro.
A vida de Herivelto foi recheada de casamentos. Em 1930, conheceu Maria Aparecida Pereira de Mello, sua primeira esposa, com quem teve 2 filhos: Hélcio e Hélio. A união durou cinco anos.
Em 1937, oficializou o seu segundo casamento com a sua companheira de Trio, Dalva de Oliveira, em um ritual de umbanda. Tiveram 2 filhos, Pery Ribeiro (cantor) e Ubiratan de Oliveira Martins (produtor de TV). Dez anos depois (1947), veio uma nova separação, depois de muitas brigas, traições e ciúmes. Momento que teve início a uma das maiores batalhas polêmicas musicais, com participação, por um lado, de  Herivelto e David Nasser (1917-1980), seu grande parceiro; jornalista brilhante, compositor polêmico e de carácter duvidoso; do outro lado, famosos compositores amigos de Dalva, entre eles Ataulfo Alves.
Três anos depois (1950), o Trio recebe uma nova formação, com  a participação da cantora Noemi Cavalcanti.
Em 1952, Herivelto casa pela terceira vez com a aeromoça Lurdes Nura Torelli, prima do Barão de Itararé; a união perdurou até o ano de 1990, quando do falecimento de  Lurdes. No mesmo ano (1952), o Trio recebeu uma nova formação com a entrada da cantora Lourdinha Bittencourt (esposa do cantor Nelson Gonçalves), permanecendo juntos e unidos   por 27 anos (1952-1979). O conjunto musical recebeu ainda  sua quarta e última formação com a chegada de Raul Sampaio e Shirley Dom, na década de de 1980.
No ano de 1992, aos 80 anos, no dia 16 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro, faleceu vítima de uma embolia pulmonar, deixando uma vasta e rica discografia, com quase setecentas canções, como:  “A Lapa”, “Caminhemos”, “Atiraste uma Pedra”, “Ave Maria no Morro”, “A Bahia te espera”, o clássico e  imortal tango” Carlos Gardel”, “Camisola do dia”, “Nega Manhosa”, “Pensando em ti”, “Praça Onze” e muitos e muitos outros belos e inesquecíveis sucessos, que ainda são bem audíveis pelos amantes da boa música brasileira.

Berilo de CastroMédico e Escritor –  berilodecastro@hotmail.com.br
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores