31/08/2018

QUINTA CULTURAL - SUCESSO

Como era esperado, a QUINTA CULTURAL do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, neste dia 30 passado foi indiscutivelmente um sucesso.




"O VIOLÃO - Evolução histórica e musical" foi a palestra proferida pelo Confrade CLÁUDIO GALVÃO e pelo Professor EUGÊNIO LIMA recebendo o entusiasmado aplauso dos que compareceram ao evento, aberto de forma aberta pelo Presidente ORMUZ BARBALHO SIMONETTI.




Alguns momentos da palestra e concerto, com execução virtuose do grande instrumentista/palestrante.
Uma surpresa agradável foi o convite do palestrante para que os diretores CARLOS DE MIRANDA GOMES e ODÚLIO BOTELHO cantasse estrofes da "Serenata do Pescador" (Praieira), de Otoniel Menezes e música de Eduardo Medeiros, na condição de antigos seresteiros e "meninos prodígios", nos idos de 1950 na Rádio Poti.

 

Flagrantes do público que prestigiou o evento.

Pela importância cultural desse tipo de evento, o Presidente do IHGRN vem fazendo veemente apelo aos associados através de mensagem do seguinte teor:

Caro(a) confrade/confreira/diretor,
O programa, que intitulamos de Quinta Cultural, tem grande importância para o IHGRN, eis que se trata de divulgação da nossa história e da nossa cultura, único programa em atividade no momento. Por outro lado, contamos com a colaboração de um palestrante que, de forma espontânea e gratuita, deixa os seus afazeres para colaborar com o Instituto.
Nos dirigimos a cada um de vocês que, na qualidade diretor desta Instituição, é o anfitrião da casa. Assim sendo, necessário se faz a presença de todos, para recepcionar os convidados e prestigiar o palestrante.
Contamos com a sua compreensão e colaboração.
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
PRESIDENTE



















29/08/2018





Marcelo Alves

Um terceiro tipo?

Os especialistas adoram classificar os romances policiais (ou detetivescos) em dois tipos: policiais de enigma e policiais noir, também chamados, respectivamente, de policiais ingleses e policiais americanos, levando em consideração os países de onde esses dois subgêneros de literatura (policial) teriam se originado. 

Da Inglaterra, na categoria de policiais de enigma, vêm, por exemplo, as estórias de Arthur Conan Doyle (1859-1930, escocês de nascença) com o seu Sherlock Holmes e de C.K. Chesterton (1874-1936) com o seu Father Brown. De lá também vem Agatha Christie (1890-1976), com os seus impagáveis Hercule Poirot e Miss Marple, que para muitos representa a quintessência do romance de enigma. Nesses policiais, via de regra, o leitor é “convidado” a desvendar o crime. Ele segue os passos e o raciocínio do detetive através de um jogo de pistas e charadas até o final, em regra, surpreendente. Pode-se dizer que o mistério é, de fato, o mais importante da estória, muito mais que o ambiente em que ela se passa (por exemplo, o ambiente das estórias de Agatha Christie é muito “saudável”, como a alta sociedade londrina, pequenas cidadezinhas inglesas ou o pitoresco oriente próximo). Já dos Estados Unidos da América vêm os clássicos do policial noir, escritos por gente como Raymond Chandler (1888-1959) e Dashiell Hammett (1894-1961), que, considerados os fundadores desse subgênero, são seguidos por outros grandes autores como James M. Cain (1892-1977) e Ross MacDonald (1915-1983). Chandler e Hammett, através dos seus detetives Philip Marlowe e Sam Spade, nos apresentam um mundo estranho – embora muitas vezes verdadeiro – de dinheiro abundante, destruição pelo álcool, casamentos falidos, fêmeas fatais e assassinatos, tudo isso misturado a um aparelho policial e judicial corrupto, enfrentado pelos seus detetives durões. Aqui, a “atmosfera” na qual estão inseridas as personagens, carregada, noir, é tão ou mais importante do que a trama em si. Alguns autores, claro, transitam com igual familiaridade entre o policial de enigma e o policial noir. Georges Simenon (1903-1989), com os seus “Maigrets”, é um exemplo disso. Simenon/Maigret, não resta dúvida, sempre nos “convidam” a desvendar o crime. Seguimos os passos do detetive e as pistas deixadas pelo autor. Mas, para Maigret, o detetive de Simenon, a atmosfera do local do crime e as peculiaridades das condutas e da psicologia dos envolvidos são também fundamentais para desvendar o mistério. 

Sob um ponto de vista bem interessante, um dos que apontam essa dicotomia entre policiais de enigma e policiais noir – e nós, pretensos juristas, adoramos as dicotomias – é o linguista e pensador búlgaro Tzvetan Todorov (1939-2017). Em “Poética da Prosa” (Editora Martins Fontes, 2003), Todorov afirma que, no dito policial de enigma, encontramos uma dualidade. Esse tipo de romance policial “não contém uma, mas sim duas histórias: a história do crime e a história da investigação. Em sua forma mais pura, essas duas histórias não têm nenhum ponto em comum. (…). A primeira história, a do crime, termina antes que a segunda comece. Mas o que acontece na segunda? Poucas coisas. Os personagens dessa segunda história, a história da investigação, não agem, só tomam conhecimento. Nada pode acontecer com eles: uma regra do gênero postula a imunidade do detetive”. Já o dito policial noir é um romance “que funde as duas histórias ou, em outras palavras, suprime a primeira e dá vida à segunda. Não nos relatam mais um crime anterior ao momento da narrativa, a narrativa coincide com a ação. Nenhum romance noir é apresentado sob a forma de memórias: não há um ponto de chegada a partir do qual o narrador abarcaria os acontecimentos passados, não sabemos se ele chegará vivo ao final da história. A prospectiva substitui a retrospectiva”. Se no policial de enigma, os seus personagens principais (o detetive e um amigo “narrador”, quase sempre) estão imunes a quaisquer vicissitudes, a situação “se inverte no romance noir: tudo é possível, e o detetive põe em risco sua saúde e até sua vida”. 

Entretanto, o próprio Tzvetan Todorov especula a existência de um terceiro tipo de romance policial, o “policial de suspense”, que teria surgido da combinação das propriedades do policial de enigma e do policial noir. Assim como no policial de enigma, o policial de suspense tem duas histórias, a do passado e a do presente. Esta, entretanto, como se dá no policial noir, é a mais importante. O leitor quer saber o que se deu antes; mas a sua atenção se volta, sobretudo, para o que vai acontecer na trama em desenvolvimento. Ele (o leitor) quer uma explicação sobre os fatos passados, ponto de partida da estória, mas está ainda mais curioso sobre o que vai acontecer, no decorrer da trama, àqueles personagens principais, que, ao contrário do que se dá no policial de enigma, estão com a vida em jogo o tempo todo. Os exemplos mais típicos desse subtipo são, a meu ver, aquilo que Todorov apelidou de histórias/estórias de “suspeito-detetive”, nas quais o autor prescinde de um detetive profissional (ou mesmo amador) como personagem principal e condutor da investigação, pondo, nessa posição, o próprio suspeito do crime. Como explica Todorov, “nesse caso, um crime é cometido nas primeiras páginas e as suspeitas da polícia recaem sobre determinada pessoa (que é o personagem principal). Para provar sua inocência, essa pessoa tem de encontrar por conta própria o verdadeiro culpado, mesmo se para isso coloca a vida em perigo. Pode-se dizer que, nesse caso, esse personagem é ao mesmo tempo o detetive, o culpado (aos olhos da polícia) e a vítima (potencial, dos verdadeiros assassinos)”. Um exemplo desse tipo de romance que me vem logo à mente é “The Thirty-Nine Steps” (1915), de John Buchan (1875-1940), que foi brilhantemente adaptado para o cinema por Alfred Hitchcock (1899-1980). Até porque sou fã do “Mestre do Suspense”. 

Mas aí é que está o problema: será que estamos mesmo diante de um terceiro tipo de romance policial? Ou seria o caso de um outro gênero de literatura, o dos romances de suspense? 

Sei lá. 

Essa divisão de gênero é sempre muito complicada.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

28/08/2018

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Rachel, cronista
A crônica e a crônica de Rachel de Queiroz, que se considerava essencialmente jornalista.


JORNALISMO E LITERATURA: A CRÔNICA DE RACHEL DE QUEIROZ
Gustavo Leite Sobral; Juliana Bulhões; Alberto Dantas
        Resumo:
Rachel de Queiroz se considerava essencialmente jornalista e, durante toda a vida, escreveu crônicas para jornais e para a revista semanal O Cruzeiro.
  A partir da leitura de seus escritos, é possível identificar na página do jornal diário a crônica como parte de um sistema, resultado de uma comunicação midiática e, portanto, instância de produção de sentido. Nesse contexto, apresentamos uma compilação de temas tratados em suas crônicas (QUEIROZ, 1963, 1976, 1993, 1994, 1995, 1999, 2006)
Palavras - chave: Jornalismo; literatura; crônica; Rachel de Queiroz.
  Abstract:
Rachel de Queiroz considered herself essentially a journalist and,
throughout her life, wrote chronicles for newspapers and for the weekly
magazine O Cruzeiro. From the reading of his writings, it is possible to identify in the page of the daily newspaper the chronicle as part of a system, the result of a mediatic communication and, therefore, instance of production of meaning. In this context, we present a compilation of themes treated in their chronicles (QUEIROZ, 1963, 1976, 1993, 1994, 1995, 1999, 2006).
Keywords: Journalism; literature; chronic; Rachel de Queiroz.
(O TEXTO COMPLETO PROCURAR NA INTERNET).

27/08/2018


 SAUDADES – Berilo de Castro

SAUDADES –
Mãe Alice, aqui estamos ao seu lado. Não, todos como você gostaria que estivessem. Mas aqui estamos para vê-la, abraçá-la e beijá-la.
Hoje, agora e unidos, aqui estamos nesse ambiente frio, à beira de um leito hospitalar. Você não está nos vendo, talvez nem nos escutando, mas o seu coração ainda bate forte, assim como pulsam vivamente suas artérias. Você, com certeza, nos enxerga e nos escuta de um outro jeito que é só seu, com muito amor e muito carinho, porque foi sempre assim que você nos viu e nos criou.
Hoje, é o dia do seu aniversário, terça-feira, 25 de agosto de 2015. Você completa 101 anos. Uma glória, uma bela e rica lição de vida. Uma história de muita simplicidade e humildade perene, uma alegria irradiante, horizontal e imortal.
Estamos, sim, sentindo falta da sua companhia, do seu sorriso contagiante, acolhedor e iluminado que tanto nos fez bem e que tanto nos fez vencedores.
Quantas vezes você sofreu por nós e com nós, porém todos envolvidos e protegidos pelo seu manto materno e glorificado de humildade e simplicidade.
Quantas vezes você foi nossa médica, nossa enfermeira, nossa  professora, nossa companheira, nossa conselheira, nossa confidente, nossa  guardiã e continuará sendo sempre. Você será em todo o  tempo o nosso referencial do bem e do amor.
Quantas vezes choramos juntos e demos boas risadas.
Quantas vezes você, com o terço na mão, rezava e pedia a Deus pela nossa proteção. E sempre foi ouvida (coisa de Santa).
Quantas vezes as suas mãos milagrosas curaram nossas feridas e alimentaram ricamente a nossa fome.
Quantas vezes, nos momentos de grandes dificuldades, você chegava e, com um gesto divino e de amor materno, nos enriquecia com palavras de humildade e de sabedoria.
Estamos aqui, mãe Alice, juntos, muito juntos, muito unidos ao seu lado, todos lhe abraçando e desejando melhoras.
Parabéns. Parabéns pelos seus 101 anos de vida exemplar e glorificada.
 Terça-feira, madrugada fria do dia 1º de setembro de 2015, uma semana após seu aniversário, naquele ambiente impiedoso hospitalar, no apartamento 313, chegava a sua hora final. Perdíamos naquele momento o seu convívio, o seu conforto  carinhoso e humano. Partiu não sei para onde.
“Seguirá caminhos de mil noites, por onde lágrimas descerão e formarão rios subterrâneos”, do poema Tua Face, do seu filho, o poeta Nei Leandro de Castro.
Saudades!
Berilo de CastroMédico e Escritor –  berilodecastro@hotmail.com.br
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

QUINTA CULTURAL

O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE dando continuidade à sua missão de divulgar as pesquisas históricas e geográficas do Estado, realizou no último dia 23, em seu salão nobre, uma excepcional palestra proferida pelo Professor JORGE LINS, tendo por tema "O ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO".

Aqui vemos a abertura do evento com a presença do Presidente do IHGRN ORMUZ BARBALHO SIMONETTI, ao lado do palestrante.

 
A apresentação do ilustre palestrante esteve a cargo do Diretor da Entidade, Professor GRACO AURÉLIO

 
Nesta foto o Professor JORGE LINS expõe os seus conhecimentos sobre o tema, sob o interesse da assistência que, ao final, travou proveitoso diálogo, elucidando dúvidas e obtendo esclarecimentos adicionais.

Registro de parte dos participantes do evento, em particular, membros da Diretoria.