A QUINTA CULTURAL DO IHGRN - SUCESSO TOTAL.
No último dia 16, o INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE viveu um dos seus grandes momentos de cultura histórica, com a excelente exposição do Arquiteto, artista plástico, escultor em madeira e escritor JOÃO MAURÍCIO, da tradicional família MIRANDA HENRIQUES, que encantou aos que compareceram ao evento, lotando o salão nobre da Instituição.
O tema desenvolvido foi por demais sugestivo: "FELIZ É A CIDADE DE ROMA", justificado pela exibição de fotos dos prédios mais importantes da cidade e que sofreram intervenções inadequadas, ou estão sem conservação, em contraste com a cidade de Roma, que preserva o seu patrimônio arquitetônico e dele faz o uso adequado.
Em seguida, apresentamos flagrantes da ilustrativa palestra:
O Presidente ORMUZ abre o evento
Em seguida, o Diretor Orador LÍVIO OLIVEIRA faz a apresentação do palestrante, com a leitura de um texto preparado pelo Assessor da Presidência, primo do palestrante, que por motivo de enfermidade súbita não pôde comparecer, assim deduzido:
QUINTA CULTURAL – IHGRN
– NATAL 16/8/2018
APRESENTAÇÃO DO
PALESTRANTE JOÃO MAURÍCIO
JOÃO MAURÍCIO já seria
suficiente para apresentar um profissional consagrado nas plagas potiguares.
Contudo, a obrigação protocolar exige dizer sobre JOÃO MAURÍCIO FERNANDES DE
MIRANDA, por sinal meu primo, é natalense de quase 85 anos, a completar na próxima
semana (dia 24), posto que nascido em 1933.
Veio ao mundo pelas mãos
da parteira Dona Adelaide Cavalcanti, a mesma que muitas vezes foi requisitada
pela família MIRANDA HENRIQUES, gente de sangue quente e fazedor de gente (até
rimou).
Menino irrequieto,
herdou os predicados da competência, dedicação e honestidade dos seus pais
(meus padrinhos) João Virgílio de Miranda e Dona Lili (Olívia Fernandes de
Miranda), e os conserva até os dias presentes, ainda que relutante combatendo
os moinhos de vento trazidos pela modernidade que se espelha em valores
diferentes – oportunismo, ganância e falta de ética.
João Maurício, por
muitos anos, fez parte da geografia sentimental da Avenida Deodoro, 480, que
recentemente começou a ser demolida, apagando o exercício da minha memória
quando por ali sempre passo.
Começou a ser
alfabetizado no tempo da palmatória, quando eu era preparado para nascer,
depois foi fazer parte da linhagem dos meninos do Marista.
Viveu o clima da 2ª
Grande Guerra, praticou remo no Centro Náutico Potengi (eu também o fiz), viveu
a Natal do após guerra, ressurgindo como a era de ouro e em 1950 entrou na vida
(profissional é claro), quando galgou seu primeiro emprego na Prefeitura de
Natal, ganhando a afortunada remuneração de Cr$ 40,00. Foi para o Rio morar (de
avião e não num Ita, como meu irmão Moacyr) e em lá chegando foi recepcionado
em 14 de abril de 1953, exatamente por aquele primo que já se encontrava na
Cidade Maravilhosa.
Hospedou-se, inicialmente, na pensão de Dona Antonieta, na
Rua Conde de Baependi, quase num porão, pois da janela tinha acesso, apenas, às
belas pernas das cariocas. Ali terminou o científico e o preparatório que o
levou à Escola Nacional de Engenharia.
Chegou a se perder no emaranhado da cidade grande e encontrou
o caminho de volta através da polícia, que deixou o pau de arara no Catete ao
vislumbrar o prédio de sua morada.
Por ironia e sorte encontrou dois natalenses – Debussy e
Ebenezer que lhe ofereceram trabalho como marceneiro, onde começou a aprender a
arte do entalhe com a madeira, que lhe fez artista posteriormente, responsável
por miniaturas de embarcações históricas. Seus ganhos passaram para o patamar
de Cr$ 4.000,00, o bastante para pensar em deixar a Prefeitura, de onde estava
licenciado.
Reminiscências de lado, formou-se em 1961, já casado e pai de
Ana Maria e João Luiz. Regressa a Natal a convite de Aluizio Alves e em 1962
nasce João Henrique. Um pouco antes o mesmo acontecera com o primo Moacyr,
convocado por Dinarte Mariz – que eram políticos em colisão, mas que não
influíram na união dos dois e mais Daniel Holanda para aqui fundarem a PLANARQ.
Muito trabalho, muitos projetos, inúmeras realizações, mesmo
com o entrave de 1964. Em 1965 a empresa perde Moacyr que foi cumprir a sua
sina na construção do Castelão, mas continua firme com Daniel. Acontece o seu
ingresso na UFRN, onde fez uma rica trajetória, sendo autor do Marco e da
Capela do Campus e daí em diante, no dizer de Camões: ...Se mais mundo houvera,
lá chegara...
Sua casa e atelier é na Rua Princesa Isabel, 438, nas
cercanias de sua infância, onde pratica sua arte na construção de embarcações,
em desenhos, pinturas, lendo e escrevendo livros, além da sua missão natural de
projetos arquitetônicos, recebendo ali os seus parentes, amigos, clientes, curtindo
sua esposa e seus netinhos.
Aposentadoria? O que? Arquiteto não se aposenta!
E já falei demais e João Maurício deve estar impaciente. “Ora
direis ouvir a palavra do Grande arquiteto”.
É só, obrigado.
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Honras ao palestrante
Assistência atenta aos detalhes
João Maurício apresenta o cenário do que será abordado
A velha construção da esquina da Rio Branco com a João Pessoa
Primeiro Plano Diretor
O Machadão (demolido)
A M I G O S
P A R A B É N S