05/06/2018
31/05/2018
CORPUS CHRISTI
Celebrar “Corpus Christi” é “cristificar” nossos corpos.
É esse o sentido que a festa de “Corpus Christi” nos revela, festa do Corpo histórico e humano de Jesus, amado, rejeitado, crucificado, morto e ressuscitado.
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O corpo de Cristo
Há algo a ser dito por consistência, mas também há algo a ser dito por variedade. Insistir exclusivamente em qualquer delas, em nosso estudo bíblico, levará a resultados desastrosos. Precisamos julgar pelo contexto, se o autor pretendia usar sua linguagem consistentemente ou criativamente.
Assim é com a figura do "corpo", que o Novo Testamento emprega como uma descrição da igreja. Enquanto muitos têm aceito que a figura sempre significa a mesma coisa, sejamos cuidadosos para observar as diferenças em seu uso e aplicação.
Uma relação entre cristãos
Por um lado, parece haver de fato uma consistência em como a imagem da igreja como "corpo" é usada para ilustrar e ressaltar certas características da relação que existe entre o povo de Deus:
Unidade. A figura do corpo é muito útil para descrever a "unidade na diversidade" que existe entre cristãos (Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 10:17; 12:12-31; Efésios 2:16; 4:4; Colossenses 3:15). Assim como o corpo tem diferentes partes, assim também o grupo que pertence a Deus é composto de muitos tipos diferentes de pessoas: diferentes personalidades, capacidades, níveis de maturidade espiritual, formações. Entretanto, estas diferenças são insignificantes à luz da fé comum que partilhamos em Cristo. Nossa diversidade não força esta unidade espiritual nem um pouco, mas é realmente uma bênção, no que os cristãos são capazes de ajudar um ao outro de um modo complementar, em vez de todos serem exatamente idênticos.
Interdependência. A diversidade entre o povo de Deus ajuda a fortalecer o corpo através de seu trabalho complementar, porque todos do povo de Deus estão ligados um ao outro e são dependentes uns dos outros (Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 12:12-31; Efésios 4:11-16; Colossenses 2:19). Como membros de um corpo estão entrelaçados entre si, entretecidos, e juntos em um todo unificado, assim também o povo de Deus é interligado. O funcionamento adequado, saudável, de cada parte é essencial à saúde geral do corpo. Nenhuma parte é insignificante, irrelevante ou dispensável. Os cristãos devem possuir uma consciência de tal dependência e necessidade uns dos outros. Na verdade, devemos ser tão interligados que os cuidados com outras pessoas são os nossos mesmos; choramos com os que choram e nos regozijamos com os que se regozijam.
Crescimento. Toda a unidade e interdependência do povo de Deus é destinada a levar a uma única meta: o crescimento espiritual (Efésios 2:21; 4:11-16; Colossenses 2:19). A figura de um corpo é perfeitamente adequada para salientar que o povo de Deus é um organismo que cresce, e não um objeto sem vida, estático, adormecido. O corpo é para sobreviver e ser saudável pelo labor adequado de cada parte individual, como cada parte faz a sua tarefa. Sendo equipados através do ensino, os santos têm que servir, e assim fazendo o corpo de Cristo é edificado.
Uma relação com Cristo
Por outro lado, há uma variedade na qual a figura do "corpo" é usada para descrever a relação que existe entre o povo de Deus e Cristo:
Cabeça. Há, naturalmente, as passagens familiares nas quais Cristo é chamado a cabeça do corpo, a igreja (Efésios 1:23; 4:16; 5:23; Colossenses 1:18; 2:19). Aqui, o corpo é claramente a parte inferior do todo, composto de tronco e membros, enquanto Cristo é a cabeça. Obviamente, isto significa o papel de Cristo como de autoridade. Ele é aquele que toma as decisões, cuja vontade tem que ser seguida. Mas observe como a imagem do corpo sugere que esta não deve ser uma atividade antagônica. Além do mais, nossos corpos físicos não lutam com a cabeça, não se opõem a sua vontade, nem contradizem suas ordens. As partes do corpo naturalmente agem de acordo com as determinações da cabeça para o bem estar do corpo inteiro. A cabeça é também o que confere uma certa unidade de propósito e direção, de modo que as partes estejam trabalhando em direção à mesma meta, em vez de se esquartejando e indo em direções diferentes.
Espírito. Há passagens, contudo, que usam a figura do corpo, mas que não retratam Cristo como a cabeça do corpo. Observe, por exemplo, que em 1 Coríntios 12, a cabeça é claramente uma das partes do corpo que representa o cristão comum (12:21), como também o são várias partes especificadas da cabeça, tais como o olho e o ouvido (12:16-17). Neste caso, que relação Cristo tem com o corpo, se não é sua cabeça? Bem, assim como um corpo físico, se está vivo, tem um espírito que habita esse corpo, dando-lhe vida e personalidade, assim também Jesus é o Espírito vivo que mora dentro do corpo de seu povo. Este mesmo ponto está implícito em Efésios 2:21, onde as figuras de corpo e edificação estão misturadas, falando de um templo crescente no qual Deus mora. Do mesmo modo, Efésios 4:4 emparelha um corpo e um Espírito, como se indicasse uma ligação particular. Finalmente, a afirmação de Paulo de que somos "um corpo em Cristo" (Romanos 12:5) pode se apoiar sobre esta mesma figura. Como tal, a figura do corpo indica ainda mais intimamente o grau em que devemos ser possuídos por Deus, participantes de sua divina natureza, quando ele mora e vive dentro de nós.
Que coisa maravilhosa é, na verdade, fazer parte do corpo de Cristo!
por Tom Hamilton
30/05/2018
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29/05/2018
GS
Para retratos, porta retratos
Texto Gustavo Sobral e ilustração de Arthur Seabra
São antiquíssimos e dizem que só no último milênio vem perdendo o
prestígio com a tecnologia digital para captura de imagens fotográficas.
Mais antigos que ele, só os retratos a óleo na tela devidamente
emoldurados de reis, rainhas, nobres e papas que hoje preenchem os
museus do velho mundo. Foi a moldura, o primeiro porta retrato, e os
primeiros retratos, pintura para parede.
Sua popularidade advém do uso corriqueiro da fotografia pessoal
impressa. Levava-se o filme para revelar e os retratos corriam as pencas
para preencher os álbuns de retratos. Eram eles lembranças de momentos
da vida, viagens, aniversários, casamentos, nascimentos, celebrações,
tudo que representasse o instante presente da vida.
As bodas de prata dos avôs, a foto da formatura, aquele final de
semana na praia, o natal em família são algumas das fotografias eleitas
para exposição pela casa em porta retratos que se distribuem pelos
cômodos nos aparadores, mesa de cabeceira, prateleiras, estantes, na
parede.
Nos mais diversos materiais, madeira, plástico, vidro, acrílico,
couro, aço, tamanhos e formatos, o porta retrato é uma moldura para a
fotografia da vida.
27/05/2018
A MEMÓRIA RESGATADA
A MEMÓRIA RESGATADA – Berilo de Castro
Acompanho na mídia esportiva, ano a
ano, as justas e merecidas festividades dos finais de campeonatos
promovidas pela Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol. A escolha e a
premiação da seleção do ano; o melhor jogador; o
artilheiro do certame e, como não podia faltar, a escolha da musa do
campeonato. Tudo bem. Faz parte do bom jogo.
Não querendo ser, e sendo,
saudosista, me vem a pergunta: Que tal promover e organizar em época
oportuna uma grande e bela festa para homenagear o centenário Estádio
Juvenal Lamartine e os seus parceiros jogadores? —uma
digna e reconhecida homenagem ao palco maior do nosso futebol e aos
seus protagonistas.
Reuniria representantes dos três
maiores clubes, ainda em atividade: ABC, América e Alecrim e, mais
aqueles que não mais existem, como: Santa Cruz ( de Euclides Lira e
Evaldo Maia), Riachuelo,( do Almirante Silveira Lobo
e Tenente Castro), Atlético ( de João Machado e Brígido Ferreira),
Ferroviário ( de João Batista Paiva — Joãozinho ), Aluízio Menezes e
José Pereira), do Força e Luz ( de Vital e Pierre ) e o Globo FC ( do
gringo Imere Frede, fabricante e comerciante de
móveis residenciais), que tanto abrilhantavam as alegres e ricas tardes
de domingo e das quartas-feiras à noite no JL.
Chamaria a veterana imprensa
esportiva; iríamos rever com emoção os nossos decanos: Everaldo Lopes,
os irmãos Roberto e Franklin Machado, Hélio Câmara, José Jorge, Albimar
Furtado, Almeida Filho, José Ari, Zé Lira — o plantão
esportivo Bola de Ouro, — e outros viventes da nossa memorável
radiofonia esportiva.
Seriam convidados os nossos heróis e
sofridos árbitros: Nelson Luzia, Guaraci Picado, César Virgílio, Ailton
Messias, que atuavam sem cartões disciplinares, sem árbitros vigias,
sem os recursos de áudio e da televisão; assim
como, os protagonistas maiores: os jogadores, ídolos incontestáveis,
que praticavam um belo e bom futebol, em gramado inadequado, usando
material de péssima qualidade e ganhando miçanga.
Não esqueceria, por justiça, o
funcionário Manoel, menino criado no JL e que se tornou o seu mais fiel e
dedicado colaborador/funcionário, que dedicou grande parte da sua vida,
prestando inestimáveis serviços: zelador,
cuidador do campo e responsável direto por toda burocracia da
Federação, —conhecia e sabia de tudo — “braço direito” de todos os seus
Presidentes.
Todos seriam agraciados com uma
comenda, que receberia o nome de Jorge Tavares de Morais — Jorginho, uma
justíssima homenagem ao maior ídolo da história do futebol do Ro
Grande do Norte, no JL.
Seria um grande e inesquecível
encontro, que teria como palco, o próprio Estádio, higienizado, pintado e
bem iluminado. Não tenho dúvida, o evento teria uma grande
receptividade de toda a cidade, em especial daqueles que
admiram e ainda vivem com a memória aguçada do futebol praticado no
passado — merecedor da bela e histórica confraternização.
Berilo de Castro – Escritor
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
23/05/2018
Casa de Vidro de Lina e Pietro Maria Bardi
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra
O que está fora pode estar dentro e o que está dentro pode muito bem estar lá fora. Uma casa de vidro é uma casa que habita o seu entorno e se abre para o tempo. Tudo é fora, como tudo é dentro. A ideia da casa é de uma arquiteta que sonhou fazer da sua casa um jardim cujas paredes fossem o cenário de fora, por isso totalmente de vidro.
Incrustrada no Morumbi, cidade de São Paulo/SP, se esbalda por todo um terreno de sete mil metros quadrados de pura Mata Atlântica, e que virou instituto que leva o nome do casal. Foi feita e pensada para casa de dona Lina e de seu marido Pietro, ambos italianos de nascimento e brasileiros por adoção, quando do navio aportaram na Baía da Guanabara e foram a São Paulo fazer arquitetura e arte e, assim, a obra-prima do Masp.
Pronta em 1951, para a casa de vidro, Lina fez de tudo, da planta aos móveis. Encontra-se totalmente suspensa, flutuando na paisagem, que começa pela escadaria, um mirante para a contemplação de tudo. A casa abraça uma árvore a que contorna e envolve e assim, mesmo suspensa, conserva uma raiz na terra. A sala é desenhada como espaço onde a vida se descortina; ali a arquiteta e o marchand recebiam amigos, conversavam.
É uma casa para se viver, com cadeiras, poltronas, mesinhas, objetos, até quadros nas paredes de vidro; tem de tudo que há em uma casa, o desenho é da arquiteta, que acreditava no espaço da casa como vida de quem nela mora, e não na casa como arrumação para composição de vitrine. A casa de Lina é uma casa viva; uma casa de tudo, de uma arquiteta curiosa do morar do brasileiro e do seu artesanato, de alguém que, quando viu a rede, se impressionou, porque um único objeto de design era capaz de ser cama e de ser cadeira.
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