A MEMÓRIA RESGATADA – Berilo de Castro
Acompanho na mídia esportiva, ano a
ano, as justas e merecidas festividades dos finais de campeonatos
promovidas pela Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol. A escolha e a
premiação da seleção do ano; o melhor jogador; o
artilheiro do certame e, como não podia faltar, a escolha da musa do
campeonato. Tudo bem. Faz parte do bom jogo.
Não querendo ser, e sendo,
saudosista, me vem a pergunta: Que tal promover e organizar em época
oportuna uma grande e bela festa para homenagear o centenário Estádio
Juvenal Lamartine e os seus parceiros jogadores? —uma
digna e reconhecida homenagem ao palco maior do nosso futebol e aos
seus protagonistas.
Reuniria representantes dos três
maiores clubes, ainda em atividade: ABC, América e Alecrim e, mais
aqueles que não mais existem, como: Santa Cruz ( de Euclides Lira e
Evaldo Maia), Riachuelo,( do Almirante Silveira Lobo
e Tenente Castro), Atlético ( de João Machado e Brígido Ferreira),
Ferroviário ( de João Batista Paiva — Joãozinho ), Aluízio Menezes e
José Pereira), do Força e Luz ( de Vital e Pierre ) e o Globo FC ( do
gringo Imere Frede, fabricante e comerciante de
móveis residenciais), que tanto abrilhantavam as alegres e ricas tardes
de domingo e das quartas-feiras à noite no JL.
Chamaria a veterana imprensa
esportiva; iríamos rever com emoção os nossos decanos: Everaldo Lopes,
os irmãos Roberto e Franklin Machado, Hélio Câmara, José Jorge, Albimar
Furtado, Almeida Filho, José Ari, Zé Lira — o plantão
esportivo Bola de Ouro, — e outros viventes da nossa memorável
radiofonia esportiva.
Seriam convidados os nossos heróis e
sofridos árbitros: Nelson Luzia, Guaraci Picado, César Virgílio, Ailton
Messias, que atuavam sem cartões disciplinares, sem árbitros vigias,
sem os recursos de áudio e da televisão; assim
como, os protagonistas maiores: os jogadores, ídolos incontestáveis,
que praticavam um belo e bom futebol, em gramado inadequado, usando
material de péssima qualidade e ganhando miçanga.
Não esqueceria, por justiça, o
funcionário Manoel, menino criado no JL e que se tornou o seu mais fiel e
dedicado colaborador/funcionário, que dedicou grande parte da sua vida,
prestando inestimáveis serviços: zelador,
cuidador do campo e responsável direto por toda burocracia da
Federação, —conhecia e sabia de tudo — “braço direito” de todos os seus
Presidentes.
Todos seriam agraciados com uma
comenda, que receberia o nome de Jorge Tavares de Morais — Jorginho, uma
justíssima homenagem ao maior ídolo da história do futebol do Ro
Grande do Norte, no JL.
Seria um grande e inesquecível
encontro, que teria como palco, o próprio Estádio, higienizado, pintado e
bem iluminado. Não tenho dúvida, o evento teria uma grande
receptividade de toda a cidade, em especial daqueles que
admiram e ainda vivem com a memória aguçada do futebol praticado no
passado — merecedor da bela e histórica confraternização.
Berilo de Castro – Escritor
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