23/05/2018
Casa de Vidro de Lina e Pietro Maria Bardi
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra
O que está fora pode estar dentro e o que está dentro pode muito bem estar lá fora. Uma casa de vidro é uma casa que habita o seu entorno e se abre para o tempo. Tudo é fora, como tudo é dentro. A ideia da casa é de uma arquiteta que sonhou fazer da sua casa um jardim cujas paredes fossem o cenário de fora, por isso totalmente de vidro.
Incrustrada no Morumbi, cidade de São Paulo/SP, se esbalda por todo um terreno de sete mil metros quadrados de pura Mata Atlântica, e que virou instituto que leva o nome do casal. Foi feita e pensada para casa de dona Lina e de seu marido Pietro, ambos italianos de nascimento e brasileiros por adoção, quando do navio aportaram na Baía da Guanabara e foram a São Paulo fazer arquitetura e arte e, assim, a obra-prima do Masp.
Pronta em 1951, para a casa de vidro, Lina fez de tudo, da planta aos móveis. Encontra-se totalmente suspensa, flutuando na paisagem, que começa pela escadaria, um mirante para a contemplação de tudo. A casa abraça uma árvore a que contorna e envolve e assim, mesmo suspensa, conserva uma raiz na terra. A sala é desenhada como espaço onde a vida se descortina; ali a arquiteta e o marchand recebiam amigos, conversavam.
É uma casa para se viver, com cadeiras, poltronas, mesinhas, objetos, até quadros nas paredes de vidro; tem de tudo que há em uma casa, o desenho é da arquiteta, que acreditava no espaço da casa como vida de quem nela mora, e não na casa como arrumação para composição de vitrine. A casa de Lina é uma casa viva; uma casa de tudo, de uma arquiteta curiosa do morar do brasileiro e do seu artesanato, de alguém que, quando viu a rede, se impressionou, porque um único objeto de design era capaz de ser cama e de ser cadeira.
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20/05/2018
O RIO GRANDE DO NORTE PERDE O SEU MAIOR XERIFE
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
MAURÍLIO PINTO DE MEDEIROS foi um homem de coragem. Trocou a comodidade de uma vida familiar feliz para arriscar diariamente sua vida no combate ao crime e aos criminosos.
Suas ações e sua coragem geraram
incontável número de pessoas gratas, mas não deixou de ter eventuais inimigos, que não compreenderam a sua missão.
Sempre tive por Maurílio o maior respeito. Compreendi toda a sua carreira perigosa e sob sua autoridade a cidade viveu dias de segurança e paz.
Neste momento de dor para a sua família e perda para o Estado, só nos resta rogar a Deus que o receba em sua mansão e faça o exame justo de sua vida.
Reproduzimos homenagem que lhe foi prestada pelo escritor Berilo de Castro, em data de 03 de abril do ano em curso, no site Ponto de Vista:
MAURÍLIO PINTO, A NOSSA GRATIDÃO –
Maurílio Pinto de Medeiros nasceu em Pau dos Ferros/RN, no dia 24 de agosto do ano de 1941, filho do coronel PM Bento Manoel de Medeiros (1910-1961) e de Julieta Pinto Nascimento (1919-2014).
Iniciou sua carreira de policial civil ainda menor de idade, aos 16 anos, como motorista, nas mais variadas e perigosas incursões policiais na região de Patu/RN, acompanhando o seu pai, o disciplinado e eficiente delegado Bento.
Após prestar serviço militar obrigatório por 2 anos na Força Aérea Brasileira ( FAB ), volta à Polícia Civil e é contratado como motorista da Secretaria do Interior e Justiça, no dia 1 de julho do ano de 1964, quando passa a ocupar oficialmente a função de motorista do delegado geral da Polícia Civil, o coronel Bento de Medeiros.
A princípio a ocupação na função policial seria de curta duração, pelo que afirmara o sei pai, o coronel Bento: “ Maurílio, meu filho, olhe, só quero que você fique na Polícia até o momento que eu estiver trabalhando.
Quando me aposentar não quero mais você aqui”. O pai temia pela vida do filho. Sabia da difícil e perigosa missão que o filho teria, caso continuasse.
Maurílio formou-se em Jornalismo, profissão na qual nunca atuou. Diplomou-se em Direito ( Bacharel ) no ano de 1975, quando prestou concurso para delegado da Polícia Civil, sendo aprovado.
Conheci Maurílio no ano de 1972, quando fui contratado no Governo de Cortez Pereira, para prestar serviço médico na Secretaria de Interior e Justiça, na função de clínico geral no Complexo Penitenciário João Chaves.
Homem simples, alheio a vaidades, corajoso, estrategista e de uma dedicação e um empenho em suas missões sem precedentes: sempre executadas com muito zelo e determinação, merecedoras dos mais altos reconhecimentos e aplausos, a ponto de merecidamente receber da Câmara Municipal de Natal o título de “Xerife” e da Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte a Medalha do Mérito Legislativo, sua maior honraria. Tinha e sentia literalmente em suas investidas o verdadeiro “faro”, o “cheiro” e a percepção para a elucidação de crimes de difíceis soluções.
Nunca saia para uma missão sem antes estudá-la minuciosamente; sabia muito bem os riscos que correria. Não se atirava às “cegas”.
Sua brilhante trajetória profissional conta com 47 anos de efetivos e dedicados serviços prestados à Segurança Publica do nosso Estado, onde galgou merecidamente todos os degraus da sua carreira policial: de motorista à Secretario Adjunto da Secretaria de Segurança e Defesa Social, deixando um legado imensurável e inquestionável de ações exemplares, que ficarão registradas e inapagáveis nos anais da história da briosa Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte.
Quem não lhe conhece, não perdeu o direito de conhecer.
Maurílio, a nossa gratidão.
Berilo de Castro – Escritor
18/05/2018
UMA SEMANA MUITO PROVEITOSA
O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE viveu nos últimos 10 dias, um período de grande movimentação e atividades, aqui contados através de fotografias:
ORMUZ e a Diretoria recepciona o escritor Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto, autor da obra 1500 - DE PORTUGAL AO SALIENTE POTIGUAR, que veio se filiar ao IHGRN
Comissão de historiadores designada pelo IHGRN para estudar e emitir parecer sobre o assunto pertinente ao local correto do descobrimento do Brasil. Nas fotos Levy Pareira, João Felipe da Trindade, Ormuz, Cláudio Galvão, Rostand Medeiros e André Furtado.
Folder sobre exposição de fotografias sobre a 2ª Guerra Mundial
O Membro da Diretoria do IHGRN faz visita oficial ao Vice-Reitor da UFRN, Professor JOSÉ DANIEL DINIZ e a Professora MAGNÓLIA ANDRADE, Diretora da Biblioteca "Zila Mamede".
INSTITUTO É HOMENAGEADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL e o Presidente ORMUZ BARBALHO SIMONETTI recebe o título de "Cidadão Natalense"
A solenidade ocorreu neste dia 17 próximo passado, conforme registros em fotografias:
Momento do discurso oficial, registrando-se a presença do escritor Iaperi Araújo,
Presidente do Conselho de Cultura e Acadêmico da ANRL
Vereadores Nina Souza, Joanilson de Paula Rego e Julia Arruda,
com o agraciado Ormuz Simonetti
Betânia Ramalho, Joventina Simões, Ormuz, Nina Souza e Júlia Arruda
Nina, Joanilson, Ormuz e Júlia Arruda
Ormuz, Adilson Gurgel, Nina Souza e Betânia Ramalho
Geiza, Ormuz e Adilson Gurgel
Certificado de cidadania natalense
Presenças ilustres: Comandante Woodson, Betânia, Ormuz, Júlia, Simoni,
Geiza, Lívio Oliveira, Nina, Conceição Maciel e Joventina
Comandante Woodson, Betânia, Nina, Ormuz, Júlia, Simoni e Geiza
Vista dos amigos no momento da recepção
Vista dos amigos no momento da recepção, em maior evidência,
Pedro Simões Neto Segundo
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17/05/2018
Seu Joca
Por Gustavo Sobral
O vale dividia distâncias que só ali se mediam. O verde da cana
imperava absoluto, confundia propriedades. Coisas de herança,
inventários, posses, limites, registros, carimbos e até desavenças. Seu
Joca, tinha por herança. Do partido popular do governador José Augusto,
os jornais lia todos e preferia A República. Paletó sem gravata, relógio
na algibeira e uma pistola de dois tiros, uma bengala e puxava uma
perna. E montava. Barba branca e comprida, escovada todo santo dia.
Feito o imperador Pedro II, nunca aparou. Olhos bem azuis e miúdos,
passados para Manuel, Jacob e Adelaide.
Do tipo calado atravessava uma légua rumando do engenho a
Ceará-Mirim. Não perdia missa de domingo, o cavalo alazão baixeiro todo
não concedia atraso. Levantava quatro horas da madrugada para tratar do
canavial e do gado. Viajou ao Norte para resgatar a irmã, de lá trouxe
manga Mariti para plantar. Lia a Bíblia e aplicava sermão invocando as
parábolas lá escritas. O pai português teve as terras que vão de Ilha
Bela a Timbó. Joca fez engenho e rua de casas que pôs o nome Guarani. No
começo, moagem da cana por obra de umas bestas na almajarra, animais
que criava lá por Baixa Verde junto a um gadinho pouco. Começava a moer
em agosto o açúcar entregue a Tiburtino Bezerra que negociava para a
Inglaterra. O transporte em lombo de animal até Igapó, ali de canoa pelo
Potengi até os armazéns da Ribeira.
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