12/01/2018


Para baloiçar, cadeira de balanço


Mobiliário & objetos
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra

Na cena da infância a avó na cadeira de balanço da sala cochilando enquanto a novela corria na tevê. No quarto do bebê, entre o vai e volta vagaroso, a mãe nina a criança que amamenta. No terraço, quatro primos danados riem e gargalham no balanço veloz da cadeira que ora é um barco, uma aeronave ou um carro desgovernado.

Nem só de se sentar, esta vendo, se faz cadeira. Presta-se aos mais corriqueiros e não imaginados usos, nela se assentam o sono, o amor da mãe, a brincadeira dos meninos.  A descoberta dela se usar se revela a surpresa de despretensão da vida. Sentar e começar aquele balanço que se impulsiona com as pernas, lá e cá, lá e cá, e assim ficar numa conversa, olhando a paisagem, ouvindo passarinho ou música. A cadeira de balanço é um convite para o sossego.

Há séculos na história da mobília dizem que foram os ingleses quem primeiro nelas se balançaram. É coisa antiga do século XVIII e como tudo que se inventa e vem de antigamente, passou do fabrico artesanal para produção em fábrica, mas sem perder o seu propósito de ao nela se sentar um pouco se deitar.

São os pés dela que permitem o movimento, formam um arco, que a sustenta pelas laterais onde se fixa a base da cadeira, e assim os antigos nela baloiçaram, leram jornais e revistas, tomaram chá (inglês, por certo, mas que na verdade vem da China) e assim seguiu pelo tempo até ganhar desenho de móvel de grife, assinatura, materiais diversos (para além da madeira).

No Brasil, famosa foram as cadeiras de balanço Cimo da Móveis Cimo de Curitiba, hoje peça de colecionador ou herança bem guardada de família, proprietária de muitos balanços pela vida.

06/01/2018


Dia de Reis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Dia de Reis, segundo a tradição cristã, seria aquele em que Jesus Cristorecém-nascido recebera a visita de "alguns magos do oriente" (Mateus 2:1) que, segundo o hagiológio, foram três Reis Magos, e que ocorrera no dia 6 de janeiro. A noite do dia 5 de janeiro e madrugada do dia 6 é conhecida como "Noite de Reis".

Histórico

A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos MelchiorGaspar e Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se para os católicos os festejos natalícios - sendo o dia em que são desarmados os presépios e por conseguinte são retirados todos os enfeites natalícios.

Tradições

Em Portugal e na Galiza, o bolo-rei ou bolo de Reis possui grande tradição e é confeccionado com um brinde e uma fava. A pessoa que encontra a fava deve trazer o bolo de Reis no ano seguinte. Por todo o país, as pessoas costumam «cantar as janeiras», «cantar os Reis» ou as «reisadas», de porta em porta. São convidadas a entrar para o interior das casas, sendo-lhes oferecidas pequenas refeições como doces, salgados, charcutarias, vinhos, etc. Neste dia eram também muito comuns os autos dos Reis Magos, peças de teatro popular.
No Brasil, geminado culturalmente com Portugal, esta tradição tem muito do que se faz no velho país. A festa é comemorada com doces e comidas típicas das regiões. Há ainda festivais com as Companhias de Reis (grupo de músicos e dançarinos) que cantam músicas referentes ao evento, as conhecidas festas da Folia de Reis.
Galette des Rois
Em alguns países, como Espanha, é estimulada entre as crianças a tradiçãode se deixar sapatos na janela com capim antes de dormir para que os camelos dos Reis Magos possam se alimentar e retomar viagem. Em troca, os Reis magos deixariam doces que as crianças encontram no lugar do capim após acordar. A tradição também consiste em comer o Bolo de Reis.
Na França e em Quebec (no Canadá), come-se o Galette des Rois (Bolo de Reis), que contém um brinde no seu interior. O bolo vem acompanhado de uma coroa de papel e quem encontrar o brinde na sua fatia, será coroado e terá de oferecer o bolo no ano seguinte.

01/01/2018

COMECEMOS 2018 COM EMOÇÕES



SETE ELEGIAS DE UM ANO FINDO

                               1

Vestida de azul levaram a infanta
e a sua casa ficou vazia

                               2

                A Luiz Maranhão Filho, mártir do povo:

Sob o peso da noite
                e do vinho amargo
bati à porta da treva
                e gritei o teu nome

mas nada ouvi senão ecos
                a fulminar
                               a memória

                               3

Dois olhos vazios
                bebem sonolentos
as águas do rio

                entre eles a ponte
recolhe o choro inútil
                da argila molhada

                               4

Noite
                noite fria

o vento traz a lembrança
                da poeira pisada
e do estrume dos currais

                a lua e o vento
brincam na rua deserta
                e o som do chocalho
desmaia
                nas cinzas do passado

                               5

Alguém chora
                mas não há lágrimas

exceto vagalumes
                náufragos aéreos
que à deriva espalham
                luzes
                               do éden perdido

                               6

Há um abismo doce
                nesses beirais que falam
da chuva que veio do mar
                e que esqueceu
a velha paixão do sal
                abandonado
no leito secreto
                dos amores soterrados

                               7

Não voltarão mais
                essas águas que passaram
levando no asfalto
                folhas caídas
das sete colinas de Lisboa
                no último dia do ano findo

mas a passar vejo-as ainda
pois na eternidade nada finda


                                               (Horácio Paiva)

FIM DE ANO

convém a um velho jovem
celebrar
o fim e o começo

convém
preparar o banquete
(e sobretudo o vinho)
do último
e do primeiro instante

convém
celebrar com alegria
a partida
e a chegada

a antiga
e a nova aliança

e no ocaso celebrar
o triunfo da vida

afinal
o velho foi necessário
ao advento do novo


                        (HORÁCIO PAIVA)

PAN Y LUZ
 
con lápiz invisible
describo en la oscuridad
lo que no veo
 
y puesto sobre la mesa
creo haber un pan
a la espera de la luz
 
 
PÃO E LUZ
 
com lápis invisível
descrevo na escuridão
o que não vejo
 
e posto sobre a mesa
creio haver um pão
à espera da luz
 
                                      (Horácio Paiva)




                                                Lisboa, 31/12/2013)

31/12/2017

FELIZ ANO NOVO



FELIZ ANO NOVO, DE VERDADE

PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO



O tempo é um enorme desafio, emoldurando a vida. Não se trata apenas de uma sucessão de dias, revelando a impotência humana para detê-lo. Apesar do progresso da ciência e de suas conquistas, não conseguimos pará-lo. A sua realidade fugaz é uma complexidade, que não se explica por um conceito meramente cronológico. Porém, a humildade, que desnuda o coração humano de toda pretensão, é capaz de criar a possibilidade de não o tornar um aguilhão que aponta diariamente a verdade de cada um. A simplicidade faz-nos aceitar os enganos das escolhas. O tempo passa inexoravelmente. Ninguém é capaz de segurá-lo. E hoje se tem a impressão de que ele é mais veloz. Há avalanches de solicitações, propostas, informações, possibilidades, necessidades criadas etc. que nos assaltam, muitas desprovidas de interioridade. Os mestres da espiritualidade, filósofos e místicos ensinam que o tempo é, antes de tudo, uma questão interior. Se concentrarmos tudo na exterioridade e nas aparências, ele não só passa mais rápido, como também se esvai à nossa revelia. Sem interioridade, adota-se um modo egoísta de existência, sem compromisso com o próximo.
O desejo de um verdadeiro “Feliz Ano Novo” necessita de algo a mais. Urge cultivar a sensibilidade humana e social, desenvolvendo outro estilo de relacionamento humano. O profeta Isaías, para despertar a consciência do povo sobre a novidade do tempo, fala do sentimento e do propósito de Deus a ser assumido por todos. Afirma que o Onipotente, por amor e solidariedade a seu povo, não descansa enquanto “não surgir na sociedade, como um luzeiro, a justiça, e não se acender nela, como uma tocha, a paz” (cfr. Is 62, 1). E isso é o novo para o profeta. Deste modo se desenha o caminho para que se possa trazê-lo, na contramão de interesses egoístas, grupais, partidários e até religiosos, por vezes mesquinhos e alienantes.
Para que haja realmente um Ano Novo, vamos reduzir a insensibilidade, a violência, o pessimismo, o ódio, e regar de ternura nossos sentimentos mais profundos. Não podemos nos mirar totalmente nos outros. A inveja mina a autoestima e fomenta o ressentimento. Em 2018, empenhemo-nos a todo custo por crer em nós mesmos e em nossa criatividade para superar crises e dificuldades, bem como abraçar os desafios. Acreditemos que carregamos dentro de nós a força maior da esperança, do amor e da fé. Esforcemo-nos para estender aos outros as mãos, como pessoas livres e não reféns do egoísmo. Para que o ano seja realmente novo, é necessário cuidar daquilo que falamos. Não pronunciemos difamações e injúrias. O ódio destrói a quem o carrega na alma, não o odiado. Troquemos a maledicência pela benevolência. Comprometamo-nos a expressar alguns elogios por dia, em troca das críticas e condenações.
Para haver novidade e ano novo é preciso não desperdiçar nosso tempo e nossa vida hipnotizados pela televisão. É necessário não navegar irresponsável ou aleatoriamente pela internet, naufragados no turbilhão de imagens e incontáveis informações que não conseguimos absorver e silenciar. Não deixemos que a sedução da mídia anule nossa capacidade de discernir e nos transforme em consumidores compulsivos. A publicidade sugere felicidade e, no entanto, nada oferece, senão prazeres fugazes. Procuremos centrar nossas vidas em valores permanentes, nunca nos efêmeros. Procuremos o silêncio neste mundo ruidoso. Lá encontraremos a nós mesmos e, com certeza, Deus, que quase nunca é escutado. Isso, sim, será sem dúvida Ano Novo.
Tentemos cuidar de nossa saúde, mas sem a obsessão das dietas e a escravidão das balanças e academias. Aceitemos os cabelos brancos e nossas rugas, e não temamos as marcas do tempo em nossos corpos. Elas são sinal de sabedoria e experiência. Usemos revitalizadores de compreensão, generosidade e compaixão. Procuremos não confundir o urgente com o prioritário. Não nos deixemos guiar pelo modismo. Afastemos de nossas mentes preconceitos, sentimentos que discriminam, pensamentos que excluem. A vida é breve e, de definitivo e certo, só conhecemos a morte. Guardemos um espaço em nosso cotidiano para o contato com o Transcendente. Deixemos que Ele habite em nossa subjetividade e aprendamos a fechar os olhos para ver melhor. Assim teremos real e verdadeiramente um Ano Novo!

29/12/2017

A casa do Rio Vermelho


texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra

A casa de Jorge Amado e Zélia Gattai


A casa do Rio Vermelho foi o começo de uma nova vida e de muitas histórias de vida. Jorge e Zélia habitaram e planejaram cada lugar naquela casa comprada em Salvador/BA, no bairro do Rio Vermelho. Projeto do arquiteto Gildebert Chaves e pitacos de amigos, como o próximo Carybé, revelaram a composição final da casa. O que se passou durante toda uma vida de amor e filhos desde a compra, e eram os anos 1960, está sedimentado na casa.

Jorge na varanda escrevendo seus romances, que ganharam o mundo e todas as línguas, cada um com seu sabor. Gabriela veio a cravo e a canela, Dona Flor quituteira de muitos costados, esposa de dois maridos, um vivo, outro morto, um sério, outro Vadinho. E Cacau, e Capitães de Areia. Muitas histórias, tantos personagens, e tanta vida e verdade que todos eles descem e sobem Salvador todos os dias no imaginário do povo, porque é dele que foram feitos.

Uma casa para a vida simples e rica do casal, que ali recebia gente de todo canto e que lá se hospedava sem regalo. Portas estiveram sempre abertas, janelas escancaradas para a vida, porque de outra forma não receberia o espírito do baiano, aquele que nunca hesita e sempre convida, a casa é sua, sempre cheia.

Vinicius de Moraes certa vez cantando para as crianças e inventando canções, Zélia ali calada com o gravador, e assim nasceu o álbum Arca de Noé. Uma casa que também hospedou, mais de uma vez, um poeta conhecido e ovacionado de toda gente, o chileno Pablo Neruda, e sua Matilde.

Dos detalhes: o portão de ferro é desenho de Carybé; os azulejos executados por Udo Knoff; Mário Cravo projetou o lago do jardim; os móveis, desenho do arquiteto Lew Smarchewski; e a porta de entrada é do gravador Hansen Bahia. Jenner Augusto ficou com as outras. Mais, na casa, muita comida e crença baianas, um amor e uma vida a dois, Jorge e Zélia, semeada, vivida, registrada numa casa tão sonhada e realizada, porque feita de nada mais do que muita vida, a casa do Rio Vermelho.

ATINGIMOS OS 140.000 ACESSOS.
OBRIGADO AOS NOSSOS LEITORES.

ESTAMOS EM RECESSO ATÉ 06 DE JANEIRO DE 2018.

FELIZ ANO NOVO.

28/12/2017

CEARÁ-MIRIM PERDE UM FILHO QUERIDO


MINHA PROFUNDA SAUDADE 
Por:  CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

CIRO JOSÉ TAVARES

Flavia Sobral e Ciro Tavares - primos de 3º grau


Ciro José Tavares da Silva, nascido em Natal, a 25 de agosto de 1940, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Recife em 1964. De 1964 a 1980 militou na imprensa, exerceu a advocacia e integrou os quadros funcionais da Esso Brasileira de Petróleo e da Siderúrgica Açonorte, ocupando funções Administrativas. Em 1981, estimulado por seus pais, abandona definitivamente tarefas vinculadas a empresas, viaja à Europa e na volta retoma sua profissão de advogado.
Iniciou-se efetivamente na literatura em 1987, publicando, a convite do jornalista Marcus Prado, dois poemas na coluna do jornal Diário de Pernambuco. Um ano depois, recebe o Prêmio Ladjane Bandeira de Poesia com o livro “Além da Rosa-dos-Ventos”, posteriormente selecionado pela UBE, RJ para o Prêmio Jorge Lima de Poesia. Contudo, sua publicação pela FUNDARPE, uma semana antes da premiação, levou o autor a retirar sua inscrição, porquanto a obra não mais correspondia ao espírito do certame, destinado a estreantes. Paralelamente, na mesma ocasião, seu “As Elpses de Phoenix” credenciara-se para o Prêmio Jorge Fernandes de Poesia, também da UBE-RJ.
A nível regional, recebeu, duas vezes, o Prêmio de Poesia Raymundo de Moraes, do Gremio Cultural Rubem Van Der Linden e da Academia de Letras de Garanhuns (PE). Integrou diversas antologias de poesias no Brasil e no Exterior. Publicou ainda Baladas e Moinhos, seu terceiro livro de poesias, e as biografias À sombra do Tempo, sobre seu pai, o cirurgião José Tavares da Silva, e A Sinfonia do outono, sobre a figura centenária de João Paulo de Souza, um ícone do mundo empresarial do Rio Grande do Norte. Resgatou e organizou o livro Álbum de Versos Antigos, de Adele de Oliveira, sua tia-avó.
Eu conheci Ciro quando fazia contatos em Ceará-Mirim para a publicação do livro de sua tia-avó a poetisa Adelle de Oliveira. Fizemos uma reunião na Biblioteca Municipal e gravamos seu depoimento a respeito dos poemas e jornais deixado pela poetisa.
O escritor é descendente da família Sobral de Ceará-Mirim, e, quando criança, passou muitas férias na residência de Adelle ao lado da linha do trem onde conheceu a história dos engenhos do vale, principalmente, o Engenho Cumbe já em ruínas.
Para homenagear Ceará-Mirim o poeta escreve, em seu livro ANÊMONAS o poema Ode a Ceará-Mirim.
I


Ceará-Mirim, Ceará-Mirim adormecida.
Regresso saudoso e no encontro lamento teu destino, renascida Tróia, na Via Láctea suspensa pelo novelo de Ariadne.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim eterna, submersa no vale, rasgado pelo rio. Vento, sol, neblina, entrelaçados, tecem, no abandono, verdes que alucinam, pelas mãos dos fantasmas nos escombros dos engenhos.
Cidade abençoada, submetida aos sonhos construídos à sombra dos antigos átrios, circulados de colunas jônicas.
O pólen, expirado pelos poros da cana-de-açúcar, viajou no colo da brisa do estio.
Pelas ruínas das venezianas, entregou sua estranha alma aos nossos corpos e, no silêncio das noites, extinguiu as velas de oratórios ancestrais como se nossas vidas apagassem.


II

Ceará-Mirim, Ceará-Mirim, o espírito dos antepassados, a rapidez do tempo substituiu por envelhecidas sombras fixadas na arquitetura.
Apenas a igreja, consagrada à Virgem da Imaculada Conceição, resiste e desafia à decadência.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim das manhãs fugidias nos invernos, claros matizes recolhidos por duendes à caixa de Pandora.
Presos entre salas e alpendres, os meninos brincavam, mas doía-lhes a umidade, emanante do assoalho e das paredes.
Na queda intermitente da água, as biqueiras davam a impressão de pêndulos metálicos que, nos relógios, arrastavam horas preguiçosas.

III

Ceará-Mirim, Ceará-Mirim.
O milagre, no final da invernada, devolução do azul ao céu escampo, lusco-fusco vespertino a conduzir nas chalupas da noite as sombras do ocaso, coaxar de rãs nos charcos, monocórdicos ruídos de grilos e besouros, a efêmera luz dos frágeis vaga-lumes.
Claros das luas espraiados nos telhados, novenas de maio, rosário de dezembro, casais de namorados nas calçadas, terraços elevados, violões harmoniosos, um estudo de Tárrega, uma sonata de Beethoven, débil luz de candeeiros, refulgindo a aguardente nas taças cristalinas.
A fumaça dos cigarros evolando-se, a solidão noturna das ladeiras, o quadro de lembranças concluído.

IV

Nas esquinas vazias, a alma dos avôs, o aroma fresco da alfazema, a lentidão dos passos.
De repente, o sino melancólico, distante, Senhor da vida, escurecendo lâmpada, estrela cadente, vida arrebatada, o caminho da estação do trem das Parcas, o último minuto, lágrimas, adeus.
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim adormecida.
Nada regressará do mistério da viagem.
Somente eu pareço desperto no teu seio, até que a vida me liberte da saudade.
FONTE: Blog Ceará-Mirim Cultura e Arte




CIRO TAVARES FALECEU ONTEM, EM BRASÍLIA.


MINHA ÚLTIMA COMUNICAÇÃO COM CIRO


"NÃO CHORE O QUE SE FOI CELEBRE O NOVO AMANHÃ
Estamos aqui entre as lágrimas de um crepúsculo e as alegrias de uma nova luz que resplandece no horizonte.
Afasto dos meus pensamentos as imagens das calças – curtas de outrora, quando esperávamos que o sono viesse mais depressa e quando o sol empurrasse a noite para frente, a claridade arrastasse-nos dos cálidos colchões para a fantasia das lembranças pousadas nos chinelos.
A realidade, de um ano para outro fez desaparecer o mito e crescidos fomos apresentados à saudade. 

A todos os amigos abraço comovido desejando um belo e Feliz Natal, Ano Novo de muita luz e paz. E faço em nome da família." 


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