texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra
A engenharia lhe confere o caráter de ser um instrumento doméstico elétrico, movido a um motor que produz o frio que gera. Conta a história da sua vida que foi graças a necessidade de se gelar cerveja no século XIX, e foi esta a versão pré-histórica e rudimentar.
Nos Estados Unidos, um cônsul francês se viu em maus lençóis quando precisando servir champanhe aos convidados em regabofe no consulado, não havia gelo, coisa do tempo que a geladeira ainda não tinha sido inventada. De maneira que a sua utilidade deve ser sempre festejada.
Nasceu refrigerador e movida à gás, pesada peça de metal, um armário gelado por dentro para conservar a comida à temperatura mais baixa. Com prateleiras e gavetas seu princípio foi o de ser depósito e armário. Evoluiu na tecnologia e nos modelos, só não deixou de ser o que é e para que veio, refrigerar.
Nela cabe tudo organizado com disciplina de quartel, confere o princípio de que para cada mão cabe uma luva, pois bem, há para as frutas e verduras (recomenda-se) a parte mais baixa da geladeira, quase bem pertinho do chão, ali a refrigeração é menos intensa e podem descansar com frescor e permanecerem conservados os alfaces, tomates e pepinos, logo acima as frutas que não devem estar na fruteira para não ser perder.
O conselho é sábio, veio da avó, tudo que quando você adquiriu estava
refrigerado deve ir para o refrigerador, então maças e peras ai vão
elas, daí por diante, nas prateleiras que seguem preencha como quiser,
até chegar a parte mais alta, ali estão os queijos e iogurtes. A porta
também não escapa, nela ficam as garrafas de toda ordem, as latinhas, os
potes de conservas, as geleias e outras miudezas. Está arrumada a
geladeira.