24/10/2017
23/10/2017
SAMBA: UMA HISTÓRIA CENTENÁRIA – Berilo de Castro
Publicado por
Ponto de Vista
em
“O samba é o pai do prazer / O samba é o filho da dor” – Caetano Veloso –
Lembrando o nosso imortal cantor,
compositor, bom de samba, o baiano Dorival Caymmi, em um de seus
inesquecíveis e famosos sambas: “Samba da minha terra”: “Quem não gosta
de samba bom sujeito não é / Ou é ruim da cabeça ou doente do pé”. Na
verdade, Caymmi se autodefiniu: um bom sujeito, de boa cabeça e sem
doença no pé.
– Quem não gosta de samba?
O samba surgiu na Bahia (Samba de Roda),
no século XIX, da mistura dos batuques africanos. Chegando ao Rio, por
volta de 1850, trazido pela população de negros e mestiços,
principalmente da Bahia, bem como de ex-soldados da Guerra dos Canudos.
Somente no início dos anos de 1940, no governo do Presidente Getúlio Vargas, passou a ser visto como símbolo nacional.
No Rio de Janeiro, na década de 1920,
sofreu severa perseguição, a ponto de quem ousasse cantar ou dançar o
samba corria seriamente o risco de sambar na cadeia. Era a maldade do
racismo imperando: o negro descriminado e o escravo severamente
castigado. O samba era, na realidade, ligado à cultura negra,
considerado uma das principais manifestações culturais populares
brasileiras.
Muitas baianas descendentes de escravos,
no final do século XIX, se alojaram em bairros cariocas e passaram a
ser conhecidas como as Tias Baianas, exercendo grande influência para a
sedimentação e disseminação do samba. A mais destacada e de admirável
respeito foi Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata – Santo Amaro/BA –
1854 – Rio de Janeiro/RJ – 1924). Conta a história que o samba para ser
bom e fazer sucesso tinha que passar pela casa e o aval da sambista
catimbozeira Tia Ciata.
Na esteira dos importantes nomes do
samba, não se pode esquecer da figura de José Barbosa da Silva
(1888-1930): Sinhô, autointitulado o “rei do samba” que, com outros
pioneiros, como Heitor dos Prazeres e Caninha, criaram os primeiros
fundamentos do gênero musical. Carioca, parceiro de grandes sucessos com
João da Baiana, Pixinguinha e Donga. Há relatos que foram eles os
autores do primeiro samba brasileiro, segundo os registros da Biblioteca
Nacional – “Pelo Telefone” (samba-maxixe), juntamente com a Tia Ciata e
Pixinguinha, mas que foi oficialmente registrado como de autoria de
Donga e Mário de Almeida – em 27 de novembro de 1916 –, comemorado como o
dia nacional do samba; quando completou e foi vivamente comemorado os
seus 100 anos de rica história, em 2016.
O significado da palavra samba recebe
origens bem diversificadas. Em meados do século XIX, a palavra samba
definia diferentes tipos de músicas introduzidas pelos escravos
africanos, principalmente do Congo e de Angola, sobretudo do Quimbundo,
em que: “sam” significa “dar”, e “ba” igual a “receber” ou “coisa que
cai”.
Uma outra versão deriva do termo Zamba
ou Zambra, oriunda da língua árabe, quando da invasão dos mouros à
Península Ibérica no século VIII. Existe, ainda, uma outra versão que
advém de uma corruptela da palavra semba ( dança religiosa para os
angolanos que, levava este nome devido à forma como era dançado com
umbigadas) —é a versão mais aceita no Brasil.
Ao longo dos anos, o samba tem se
apresentado com muitas variações rítmicas, como: o samba-de-breque,
derivado do picote ritmo do samba choro, popularizado pelo famoso
sambista Antônio Moreira da Silva (Moreira da Silva – o Kid Morengueira –
1902/2000 – RJ), nas décadas de 1930 e 1940; samba-maxixe, samba que
foi inserido o piano ou, às vezes, instrumento de sopro como a flauta e o
clarinete; samba-exaltação, samba-enredo, em que a letra do samba conta
uma história que servirá de enredo para o desenvolvimento da escola de
samba; samba-de-terreiro, sambalanço, considerado um subproduto da
Bossa-Nova; samba-de-quadra, sambalada, samba-chulado, samba-quadrado,
samba-raiado, samba-coco, samba-choro, samba-canção, em que destaca
sofrimentos amorosos e surge como fonte de inspiração da Bossa Nova no
final da década de 1950; samba-partido-alto, aquele que mais se aproxima
do batuque angolano e do Congo; samba-rock, samba de gafieira e o samba
joia, ancestral do pagode romântico de São Paulo, que tem, no momento,
Benito di Paula e Luiz Airão como seus representantes, usando em suas
apresentações piano, tomba e chimbal (prato com aparência de chapéu),
elemento básico que juntamente com o bumbo e a caixa compõem a bateria);
samba bambelô, no Rio Grande do Norte.
Em 1927, nasce a primeira escola de
samba, a Deixa Falar, no bairro do Estácio de Sá/RJ, berço e propulsor
do samba carioca, próximo ao bairro boêmio carioca da Lapa, tendo como
fundadores alguns compositores: Ismael Silva, Alcebíades Barcelos,
Armando Marçal e outros sambistas do bairro do Estácio.
A história registra ainda muitos
acontecimentos e relatos sobre o samba e os seus famosos compositores.
Não podemos jamais esquecer ou deixar fugir da lembrança os nossos
grandes representantes da música mais popular do Brasil: Noel Rosa,
Vadico, Ataulfo Alves, Ary Barroso, João de Barro (Braguinha),
Almirante, Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Cartola, Adoniran
Barbosa,Martinho da Vila, Clara Nunes, Beth Carvalho, Roberta Sá, dona
Ivone Lara e tantos outros que engrandeceram e engrandecem esse gostoso e
admirado ritmo de consagração nacional.
No ano de 2004, por apresentação do
então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, o samba foi tombado pela Unesco
com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, na categoria “Bem
Imaterial”, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN). No ano de 2005, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano
foi proclamado também pela Unesco – “Patrimônio da Humanidade na
categoria de “Expressões orais e imateriais”. Em 2007, o IPHAN conferiu
registro oficial no Livro de Formas e Expressões às matrizes do samba do
Rio de Janeiro: samba-de-terreiro, partido-alto e samba-enredo.
Viva o samba, patrimônio cultural da humanidade!
Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN – berilodecastro@hotmail.com.brAs opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
22/10/2017
MENSAGEM DE FÉ
DÍVIDAS
E DÚVIDAS
Valério
Mesquita*
Tudo parte de um questionamento, certa vez, do amigo
jornalista Paulo Tarcísio Cavalcanti, que reflete, com exatidão a dúvida
inquietante de milhões de pessoas no mundo, quer sejam religiosas ou
agnósticas. Suas reflexões constituem um verdadeiro questionário.
A primeira é se o Filho de Deus voltará, como
asseguram as Escrituras. O próprio Jesus foi categórico: “Não vos deixarei órfãos. Eu voltarei para vós” (João 14.18). Não
definiu a forma nem o tempo de sua volta. Está presente cada dia no testemunho
e na fé de cristãos convictos, na energia cósmica de sua palavra. Há uma forma
espiritual, mística e amorosa de sua presença naquele que crer. Jesus
retornando ao mundo hodierno continuará afirmando os mesmos valores eternos e
imperecíveis: justiça, paz, misericórdia, caridade, o perdão e o amor.
Indaga se Jesus escolherá local para residir, como
se a sua vinda fosse biológica ou fisiológica, fato que já se cumpriu no
segundo Testamento por permissão do Pai, segundo inúmeras profecias. “Eis que estarei convosco até a consumação
dos séculos”, disse o próprio Messias. Essa forma de renascer diuturnamente
no coração dos mortais já resume um pressuposto de sua mensagem aos seres
humanos do século 21, porque Ele é Espírito e não carne como o foi para expiar
os pecados da humanidade com a programada morte na cruz. Se o mundo da
informática fala com veemência na presença virtual, nós temos em Cristo a presença
espiritual e mística, ambas poderosas e fortes.
“Quem Jesus escolherá para segui-Lo ou em que
condições procederão os convidados?”. Da primeira vez Ele escolheu doze homens
simples e iletrados, e com essa dúzia construiu o arcabouço de sua doutrina, unificada
pela crença inabalável no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Milhares morreram
pela fé, ao longo do tempo. Se os potentados não o levaram a sério naquele
tempo, posso afirmar que já são bilhões no mundo que pensam de forma diversa.
Ora, o Filho de Deus conclamará todos que tiverem as mãos vazias e o coração
pobre, mas rico do Espírito Santo que inclina o homem para o Bem. Ninguém
precisa ter diploma, como você alude. Diploma é uma formalidade do mundo. E na
atualidade além de pessoas simples, humildes, pobres e de diferentes camadas,
há também doutores em teologia, padres, pastores, obreiros de diversos matizes.
A mensagem do Senhor não é meramente social, mas de palavra e de vida. (“Vim para que todos tenham a vida e vida em
abundância” – João 10.10). Sobre os castigos a Ele impostos, devo dizer que
a lógica de Deus não é a lógica dos homens. Cristo aceitou e enfrentou todas as
felonias e dores humanas para cumprir o que já estava escrito desde os profetas
Jeremias e Isaías. Ele próprio pregou o tempo todo o padecimento e morte que
iria sofrer. Seria enfadonho e não caberia citar as referências dos quatros
evangelhos.
Jesus não anunciou a sua volta nas mesmas condições
que veio ao mundo da primeira vez. Imolou-se em sacrifício, como forma
emblemática, marcante, demarcadora perante a história da humanidade. Não
regressará a terra para se submeter mais a nenhuma paixão. O que aconteceu com
Ele foi um evento divino e não profano. Filme e novela sim, têm reprises.
Aquele sacrifício foi único, indivisível, histórico e individual. Jesus Cristo
nunca sentou no trono de Davi, nem de Salomão, portanto, denominá-lo Rei dos
Judeus constituiu-se mais num deboche do império romano, depois, destruído
pelos bárbaros. Sabemos que na modernidade a violência, a corrupção, a
desobediência, a falta de solidariedade e o desamor ao próximo são as práticas
que ainda o crucificam na cruz, diariamente. Lembre-se que o sacrifício daquele
corpo, do Homem-Deus, foi fazer a vontade de Deus. Ele que era Deus, era a
vida. “Derramou um sangue espiritual,
divino, dando de si Deus em si”, na maravilhosa síntese de Chiara Lubich no
seu livro “O grito”.
(*)
Escritor
21/10/2017
A NOITE DE HUMBERTO HERMENEGILDO
Foi uma noite atípica - problema na energia elétrica deixou a Academia parcialmente às escuras. Contudo, a invocação do lema AD LUCEM VERSUS efetivamente trouxe a luz interior para os numerosos parentes, amigos e intelectuais, que apreciaram duas alocuções de alto estilo - a saudação do Acadêmico VICENTE SEREJO e o discurso de posse do novo imortal.
Abertura dos trabalhos pelo Presidente Diogenes da Cunha Lima, com a presença da Secretária Leide Câmara e o empossando
Alguns dos Acadêmicos presentes
Recebendo as vestes talares
Foto parcial da plateia
Discurso de saudação do Acadêmico Vicente Serejo
Momento do juramento e recebimento do diploma
Discurso do novo Acadêmico, efusivamente aplaudido.
Momento emocional - o abraço da mãe do novo imortal.
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