04/09/2017

ADRIANO GOMES DA COSTA


Faleceu nesta madrugada o primo ADRIANO, pessoa amena, solidária, com grande círculo de amigos. Foi muito eficiente na solução de pendências entre o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Prefeitura Municipal de Natal, onde prestou seus serviços no Gabinete do Prefeito e por isto foi considerado "Amigo do IHGRN". 
Sempre se fazia presente nas solenidades, lançamentos de livros e eventos de natureza política e esportiva.
Amante da boa música e "peladeiro" dos campinhos do Barro Vermelho, onde residia desde que veio de São José de Campestre. 
Deixa esposa e duas filhas e um grande contingente familiar  e de amigos que muito o estimava.
Condolência à família e, particularmente a Dona Maria de Lourdes Peregrino Costa (Malu), mulher de fibra e grandes dotes de bondade. 
__________
Velório: Morada da Paz - Rua São José (próximo aos Bombeiros)
Sepultamento: 17h

03/09/2017

SOS GUARAPES - RECADOS DE VALÉRIO EM FAVOR DA CULTURA HISTÓRICA



02/09/2017


Carlos D Miranda Gomes

Blog DO MIRANDA GOMES – Natal/RN
SÁBADO, 2 DE SETEMBRO DE 2017
HOMENAGEM A CÍCERO ONOFRE
Hoje o SEBO VERMELHO abre as suas portas para o lançamento de um belo trabalho do escritor MANOEL ONOFRE JÚNIOR, que organizou uma justa homenagem ao seu irmão falecido CÍCERO ONOFRE DE ANDRADE NETO.
Li o trabalho e aqui faço o elogio à feliz ideia de Onofre, pois seu irmão era realmente um personagem da história familiar de maior grandeza. Textos pungentes, cuja simplicidade dá um tom maior à homenagem, a partir do texto lúdico do organizador e os demais depoimentos e registros, denotando um sentimentalismo verdadeiro por quem não teve simples passagem pela vida, mas fincou sementes, que se fizeram raízes e árvores frondosas no campos da decência, do amor e da amizade.
No dia da morte de Cícero também senti o mesmo pesar, demonstrado em singela homenagem que fiz nas redes sociais, compartilhando reportagem do jornal Tribuna do Norte:
Estaremos presente para prestigiar o evento.

FOTOS DO EVENTO


COMPARECERAM MUITOS AMIGOS, PARENTES E COLEGAS DA ANRL.

01/09/2017


DE ORADORES E ASTRÔNOMOS

Valério Mesquita*

01)  Natal nunca perdeu a tradição de possuir uma plêiade de oradores circunstanciais. São as famosas patativas da palavra facultada. Assim foi o advogado José Guará, o comerciante e desportista José Prudêncio (o Pruda do ABC). Lembro-me do ex-comandante da Polícia Militar coronel Marcondes. Certa vez, ia pronunciar um discurso lido num evento social da PM. Mas o coronel Neves resolveu pregar-lhe uma peça, substituindo, sem que ele percebesse, a peça oratória. Na hora de falar, Marcondes discursou com a maior naturalidade e somente tomou conhecimento do ocorrido, quando tudo havia terminado. Em orador que se preza, a emoção suplanta a razão. De outra feita, mesmo sem estar escalado para falar, aproveitou a palavra facultada e tirou do bolso um enorme discurso e detonou: “Tomado de surpresa, nesta hora, levo a minha palavra a todos vocês etc., etc”. O bom orador sempre tem no bolso um discurso certo para as horas incertas.
02)  O saudoso e querido professor Antônio Soares Filho foi um mestre na arte de dissimular e interpretar, tanto na política como no teatro amador, no tempo áureo de sua mocidade. Numa peça teatral sobre o império dos Césares, ele vivia o papel do prefeito de Roma. Ao entrar em cena, esqueceu de repente o diálogo. Sem se perturbar, bateu com a mão na barriga do ator que desempenhava Júlio César e disse: “E aí, tudo bem, César?”.
03)  O doutor Antônio Soares Filho exerceu o mandato de deputado estadual e de chefe do gabinete civil do então governador Dinarte Mariz. Era um político astuto da velha escola pessedista e provedor de soluções políticas para os mais intrincados problemas. Certa vez, algumas discrepâncias afastaram-no do Palácio Potengi. O governador Dinarte não suportou o distanciamento. Encontrou-se com o seu filho doutor Boucinhas e, naquele sotaque caicoense, indagou: “Meu filho, cadê Toinho? Diga a ele que venha me ver. Tô com saudades de suas cavilações”.
04) Outra atividade importante exercida pelo professor e acadêmico Antônio Soares Filho foi a astronomia. Pesquisou e estudou os planetas, os astros e defendeu em livro e seminários uma tese singular: o planeta Terra tinha duas luas. O assunto foi muito discutido, não só em Natal, mas em congressos nacionais e internacionais. Quando o russo Gagarin deu a volta ao redor da terra e nada declarou a respeito da existência de um segundo satélite, logo a imprensa natalense procurou ouvir o astrônomo Antônio Soares, que se saiu com essa defesa: “E por que ele não olhou para trás”.
05) Ainda no pique de suas grandes interpretações teatrais, é atribuída a ele a cena em que a atriz, sozinha no palco, deveria acender um fósforo e queimar um papel. Como esqueceram de deixar a caixinha sobre a mesa, atônita, começou a rasgar o papel. O ator que deveria entrar em cena exclamando sobre o cheiro do papel queimado era Antônio Soares, que de repente, mudou o script: “Mas que cheiro de papel rasgado!”.


(*) Escritor.

25/08/2017

Academia Fluminense de Letras


AFL DIVULGA A "CARTA DE NITERÓI"

Acadêmicos e intelectuais exibem a "Carta de Niterói", divulgada pela Academia Fluminense de Letras

O centenário da Academia Fluminense de Letras, comemorado este ano em uma extensa programação iniciada em janeiro, está deixando como contribuição para a cultura fluminense a "Carta de Niterói", um manifesto redigido durante o Primeiro Congresso Brasileiro de Academias de Letras, realizado no mês passado, no H Hotel Niterói. O documento, elencando uma série de propostas destinadas ao fortalecimento cultural e à reafirmação da identidade do povo brasileiro, foi tornado público nesta terça-feira (15) pelo presidente da AFL, Waldenir de Bragança.

Uma rápida solenidade na sede da academia, em seu prédio histórico, na Praça da República, no Centro de Niterói, marcou simbolicamente o lançamento do manifesto. Entre as propostas estão a valorização da língua portuguesa, através, inclusive, de sua adoção como um dos idiomas oficiais da ONU; a democratização dos meios de comunicação, garantindo a jornais e outras publicações independentes o acesso às verbas de publicidade das esferas governamentais; e o livre acesso da população à leitura.

Para o presidente da Academia Fluminense de Letras, o movimento cultural está ganhando um novo impulso a partir da mobilização desencadeada pelo centenário da AFL. Como exemplo desse processo ele cita a organização pioneira do Congresso Brasileiro de Academias de Letras, lembrando que, em seu pronunciamento durante o evento, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença, afirmou que gostaria de ter feito, pela ABL, um evento desse gênero.

Acompanhe, a seguir, a entrevista concedida por Waldenir de Bragança ao jornal Toda Palavra:
Leia, abaixo, a íntegra da "Carta de Niterói":

I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS

CARTA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ÉTICA DE NITERÓI


Os integrantes do I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS, promovido pela Academia Fluminense de Letras e pela Secretaria de Cultura / Fundação de Arte de Niterói, de 20 a 22 de julho de 2017, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, celebrando o transcurso do Centenário da Academia – 22 de julho – com a parceria da Universidade Federal Fluminense / Pró-Reitoria de Extensão, com a participação de Academias de Letras de várias regiões do Brasil e de municípios do Estado do Rio de Janeiro, além de entidades literárias e culturais congêneres, universidades, autoridades das áreas da Cultura e da Educação, professores, escritores, jornalistas, artistas, estudantes reunidos no Centro de Convenções do H Niterói Hotel para tratar de assuntos relevantes relativos à Cultura, à Educação e à Ética nos territórios fluminense e nacional, com análise e estudos, através de exposições, palestras e mesas redondas sobre os temas: “Educação, Cultura e Ética”, “Contribuição das Academias para Preservação do Patrimônio Cultural”, “Como Melhorar o ENEM e a Base Nacional Comum Curricular”, “Valorização do Idioma Português como Patrimônio Nacional – Campanha para Oficialização na ONU”, “A Relevância da Leitura no Século XXI”, “Entre o Autor e o Leitor – O Editor de Livros na Contemporaneidade”, “O Papel da Imprensa Fluminense”, visando a constante melhoria dos padrões de Educação e de Ética, e o incentivo às iniciativas de preservação da Memória e de difusão da Cultura; DECIDIRAM assinalar neste documento, intitulado CARTA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ÉTICA DE NITERÓI em homenagem à cidade sede do Congresso, pontos fundamentais considerados propostas de equacionamento de alguns problemas debatidos, com sugestões e recomendações a serem levados às instituições públicas e particulares, Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, assim como às pessoas comprometidas em contribuir para um futuro mais ético, justo e responsável, a partir do processo educacional e do movimento
cultural, para melhoria da conduta da sociedade em favor do Bem Comum.

PROPÕEM E RECOMENDAM:

1- Que seja inserido na formação educacional de todos os níveis, desde o fundamental ao superior, o ensino de Ética e Moral, na modalidade mais adequada, para criação de uma consciência ética, essencial na formação da cidadania, nas profissões, negócios e seu desempenho digno na sociedade, como meio de prevenção e combate à corrupção degeneradora do organismo nacional;
2- Que sejam implantadas em todos os estabelecimentos de ensino dos mais variados níveis e modalidades, comissões de Ética, com a participação de professores, alunos, pais, promovendo reuniões periódicas, abertas à comunidade;

3- Que se promovam medidas para aperfeiçoamento da qualidade do Ensino, incluindo no currículo matérias como Educação Moral e Cívica, Educação Artística, Educação Musical e outras;

4- Que o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura seja feito com a visão de que na língua nacional e na sua expressão literária estão as mais altas representatividades da nossa cultura, em permanente contato com as
demais manifestações artísticas;

5- Que seja incluído nas escolas regulares o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais / Libras – reconhecida como Língua Oficial do Brasil pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 – garantindo o aprendizado dos deficientes auditivos, e que as bibliotecas públicas incluam em seus acervos obras em Braille,
destinadas aos deficientes visuais, como forma de disseminação da leitura e Cultura para todos;

6- Que os estabelecimentos de ensino públicos e privados de todos os níveis e as organizações sociais, além das entidades públicas, estimulem o respeito aos símbolos nacionais, contribuindo para levantar os sentimentos de brasilidade e amor à Pátria;
7- Que se elabore e promova estratégia destinada a mais dignificar a figura do Professor – responsável pela Educação e pela Cultura – em sua missão fundamental para o desenvolvimento sociocultural do Brasil, destinando recursos suficientes para condições adequadas de trabalho e uma remuneração condigna valorizadora de suas altas responsabilidades para a comunidade nacional;

8- Que o ENEM, em sua função substitutiva de vestibular, busque constante aperfeiçoamento, levando-se em conta as críticas feitas em razão do conteúdo, tipo de provas e tempo exíguo para ler os textos propostos e interpretados pelos candidatos, e a distorções na formulação das questões, e que sejam incluídos temas sobre Ética nos concursos;

9- Que sejam criados em todos os municípios brasileiros os Conselhos de Educação como instrumento de participação e fiscalização da gestão escolar, respeitando-se em sua composição a paridade de representatividade de órgãos do governo e da sociedade, buscando-se o equilíbrio entre membros da Secretaria de Educação, de entidades particulares, pais e estudantes, com a presidência sendo exercida em forma de rodízio entre os órgãos governamentais e as entidades particulares;

10- Que sejam organizadas bibliotecas nas instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País, dirigidas por profissionais habilitados em Biblioteconomia, sendo cumprida a meta prevista na
Lei nº 12.244/2010 (2020), por serem as mesmas ferramentas fundamentais para a Educação e a Cultura;

11- Que os livros e a leitura sejam incentivados como instrumento insubstituível para a cultura ética, a educação, o saber transformador de vidas, para melhoria da convivência e integração social, através de subsídios governamentais para a edição de livros, sobretudo os voltados para estimular esta ferramenta básica para o desenvolvimento cognitivo infantil e a futura caminhada nos estudos, facilitando o acesso aos livros;

12- Que seja compromisso dos órgãos públicos nos três níveis de Governo estimular, fomentar, apoiar e manter as Academias de Letras nas capitais dos estados e nas cidades a fim de fortalecer o movimento cultural;

13- Que as Academias de Letras, União de Escritores  e outras entidades congêneres se unam em entidades representativas, em âmbito nacional e nos estados brasileiros, como estratégia destinada a fortalecer suas importantes ações em favor do patrimônio cultural, da Educação e da Ética, vencer obstáculos a fim de defender e mais valorizar os sentimentos e as raízes nacionais;

14- Que seja proporcionada maior relevância, por todos os meios ao alcance das instituições, federais, estaduais e municipais, ao Dia Nacional da Cultura e da Língua Portuguesa no Brasil – o 5 de novembro – como
uma das formas de mais valorizar o idioma nacional e ressaltar a importância da Cultura como patrimônio nacional;

15- Que se intensifique a Campanha para que o Idioma Português se torne oficial na Organização das Nações Unidas, congregando entidades socioculturais, organizações públicas e particulares, a fim de evidenciar
o reconhecimento e o valor do 4º idioma mais falado no mundo, presente em todos os continentes, integrador de etnias, culturas, costumes, religiões e posições políticas e ideológicas, e que o Memorial contendo os
fundamentos da proposta, com as assinaturas dos participantes deste Congresso e de outros interessados nesse esforço consensual, seja levado à sede da ONU em Nova York;

16- Que os meios de comunicação em massa, imprensa escrita, radiofônica, televisiva e redes sociais sejam intérpretes dos anseios de respeito à dignidade humana, à defesa da vida desde a concepção, à verdade, à justiça, à melhoria dos padrões de conduta da cidadania e da sociedade, promovendo a compreensão e a tolerância, a resolução de conflitos e a busca da paz;

17- Que os veículos de comunicação das cidades do interior, de grande importância na capilaridade da difusão cultural em todas as regiões do território nacional, sejam também contemplados na seleção de mídia dos
órgãos públicos para fins de veiculação da publicidade oficial, como forma de valorização da imprensa independente e de contribuição para a democratização dos meios de comunicação.

Este documento resultante do I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS, que celebrou o Centenário da Academia Fluminense de Letras, contém contribuições recolhidas durante sua realização, constitui compromisso solidário em defesa da Cultura, da Educação e da Ética, envolvendo o
propósito de múltiplas profissões, atividades culturais, educacionais, científicas e sociais, e deverá ser encaminhado aos poderes públicos, entidades e órgãos cujas atribuições compreendem os assuntos tratados, bem como aos meios de comunicação e à sociedade em geral, como expressão de respeito à Cultura, à Educação e à Ética.

Sala das Sessões
Niterói, 22 de julho de 2017








23/08/2017


NERUDA: “QUEM JÁ ERA”!

Valério Mesquita*

Recebi da advogada conterrânea Euda Fernandes, com escritório no Rio de Janeiro, um belo texto de Pablo Neruda que me fez refletir, mais do que já faço, sobre a vida. Diz o grande poeta chileno que “morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música ou quem não encontra graça em si mesmo”.  E prossegue: “morre lentamente quem evita uma paixão, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos ou quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos”. Neruda é sábio no aconselhamento. São famosas e universais  as suas cartas e as perguntas que um dia, aqui na província, outro poeta, Diógenes da Cunha Lima, ousou responder em livro com cem respostas às cem indagações do mestre de “Conto Geral” e “Odes Elementares”.
Poeta do social e revolucionário, Neruda sempre instigou quem o lê a interpretá-lo ou recriar as suas vibrações líricas e reflexões existenciais, sem jamais perder a atualidade sentimental de um mundo que se renova e se transforma. Daí, poder dizer com o poeta, sem qualquer despautério a sua criação intelectual: que também morre lentamente quem deixa a vida pra depois ou ingressa em holocausto na carbonizada política partidária do Rio Grande do Norte; morre lentamente quem é funcionário público que desde a instituição do plano real não recebe aumento de salários; morre lentamente quem vive do salário mínimo ou depende do SUS ou da rede pública hospitalar para viver; morre lentamente quem é correntista da rede bancária brasileira, submetido aos traumas das taxas e juros extorsivos; morre lentamente quem adotou como profissão a atividade de produtor rural nesse país, sem crédito, sem proteção e sem nenhum incentivo oficial; morre lentamente quem se julga beneficiado pela enganosa qualidade do ensino universitário hoje praticada no Brasil; morre lentamente quem acreditar na eficiência da segurança pública, caso já não tenha sido ceifado de vez; morre lentamente quem acreditar que o Brasil não é um país das maiorias corruptas, praticante da lei da vantagem; morre lentamente quem crê na recuperação do real perante o dólar estratosférico e inflacionário; morre lentamente quem aposta na eficiência do atual gestor público estadual e na transposição das águas do Rio São Francisco. E, por fim, com o perdão do poeta Pablo Neruda, morrem lentamente, as candidaturas dos que fizeram muito barulho para nada; dos que sonharam ou se iludiram com a mais difícil e cada vez mais enganosa atividade pública: a corrupção política. Com a sua permissão poeta, concluo, à maneira romana: saúdo aqueles que vão sucumbir nas eleições de 2018!


 (*) Escritor.