01/06/2017

DIA 2 - TRIBUTO A NOEL


Tributo a Noel

Noel de Medeiros Rosa, compositor nascido no bairro carioca de Vila Isabel em 11 de dezembro de 1910, saiu da vida em 4 de maio de 1937 para entrar na história da música popular brasileira. A vida, porém, na irredutível complexidade das suas formas, não se retirou, com o tempo, do samba de Noel, que guarda intactos a força original da sua novidade e seu poder de encantamento. Não se pode dizer – e ser – brasileiro quem desconhece a música de Noel Rosa, referência matricial da nossa cultura.

A Cooperativa Cultural vai, portanto, com justa razão, comemorar a vida e a criação poético-musical de Noel Rosa, que há pouco mais de oitenta anos se ausentou da barafunda brasileira. Para isso, convidou Bruna Hetzel (voz) e Everson Ferreira (violão), noelinos de grande talento e sensibilidade. Carlos Braga fará breve apresentação de Noel e dos sambas dele que essa dupla afinadíssima vai interpretar. Tudo no teatro de algibeira da Livraria da Cooperativa, no Centro de Convivência da UFRN.

Local
Cooperativa Cultural
Centro de Convivência Djalma Marinho/Campus central UFRN.

Data e hora
02 de Junho de 2017 às 11h30min (Sexta – Feira).

 

Sejam todos bem-vindos!

 

JARARACA


MOSSORÓ Júri simulado terá julgamento de "Jararaca" 90 anos depois

EM DIA COM A ACADEMIA





QUE PAÍS É ESSE? – Berilo de Castro




Estamos todos destruídos e   esmagados moralmente. Não sabemos mais para onde vamos e nem o que fazer. Na verdade só enxergamos o fundo do poço. Todos  os dias somos atingidos  com  bombas e mais bombas, cada vez  mais agudas e destruidoras.
O desmando e a indignidade política têm nos tirado do sério. Perdemos a vergonha, perdemos o rumo da honestidade e dos valores mínimos da pessoa  humana.
Somos roubados e enganados  diuturnamente dentro de um regime político chamado de democracia, cuja principal função é a proteção dos direitos humanos fundamentais, como as liberdades de expressão, de religião, a proteção legal, e as  oportunidades de participação na vida política, econômica  e cultural da sociedade.
Estamos sendo saqueados por gangues, que utilizam nosso dinheiro ( dinheiro arrecadado dos altos impostos pagos por todos nós) em negociatas espúrias com os nossos representantes políticos. As cifras são alarmantes e milionárias; são  declaradas pelos corruptores delatores na justiça de forma jocosa como se fossem centavos.
Dinheirama que muito bem e utilmente poderia ser utilizada neste triste momento em que a saúde, a educação e a segurança pública estão aos pandarecos e às ruínas.
Quantas vidas sucumbiram por falta de um mínimo e digno atendimento médico nas unidades de saúde pública ? Quantos  doentes graves deixaram de ser medicados por falta de remédios nas unidades de saúde? Quantos doentes dependem de um simples exame complementar para poder se tratar e não conseguem realizá-lo? Quantos doentes dormiram e dormem ainda no chão frio dos corredores dos hospitais públicos, em cima de papelões aguardando uma cirurgia que nunca chega? Quantas  crianças morreram por falta de leitos em  UTIs na rede pública de saúde? Quantos  órgãos deixaram de ser transplantados por falta de um exame de histocompatibilidade na rede pública, por falta de dinheiro? Quantas mães pariram e continuam parindo nos chãos frios dos corredores das maternidades ou das UPAs por falta de leitos?
Quantas crianças estão hoje sem direito à escola por falta de vagas e de professores nos colégios públicos ? Quantas escolas e creches neste país continental estão sem a mínima condição estrutural de funcionamento por falta de verbas?
A população vive assustada com o número cada vez maior de homicídios. A insegurança é alarmante. Não há mais a proteção policial do Estado. Assaltos, roubos de carros, explosões de carros fortes e de caixas eletrônicos são feitos a toda hora do dia e da noite; quantos policiais são mortos e famílias inteiras tristemente penalizadas? Faltam armamentos, falta contingente, enfim, falta dinheiro, que, de maneira vergonhosa e criminosa, é desviado para os corruptos e corruptores que se enchem de mordomias,   de milionários patrimônios e de polpudos saldos bancários fora do país.
É triste, é vergonhoso saber que todos esses bilhões roubados descaradamente por uma combinação maléfica e desumana de corruptos e corruptores poderiam suprir ou amenizar todos esses sofrimentos, todas essas perdas.
Fica a indignação, a tristeza, a maior e a mais terrível vergonha de ser um eleitor neste país tão cruel e severamente saqueado em toda sua história.
Que país é esse?
Berilo de CastroMédico e escritor
A

31/05/2017

H O J E






O BRASIL ESTÁ DESPIDO
PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO

Neste país, chamado Brasil, ninguém mais se espanta com algum novo escândalo de corrupção ativa ou passiva, malversação e tráfico de influência. O tecido de nossa institucionalidade política, social, administrativa, econômica (e até religiosa, consoante alguns) esgarçou, carcomido pelos desmandos, desvios e até pela desfaçatez. Os eleitores – seria ou levianamente – votam. Mas, geralmente é o poder econômico que elege. No ápice da pirâmide da desonra e da improbidade, muitos eleitos se entendem, “compartilham os despojos”, se recompensam e se rejubilam. Provavelmente, riem da ingenuidade e inépcia do povo brasileiro.
No entanto, nem por isso devemos desacreditar na democracia, desde que haja disposição de acabar com a plutocracia e cleptocracia, já denunciadas pelo Padre Vieira, em seu famoso e atualíssimo “Sermão do Bom Ladrão”, proferido na Igreja da Misericórdia (Lisboa), no ano de 1655. Muitos concordam que a operação Lava Jato é, em tese, positiva, não obstante os riscos, as pressões e tentações que a cercam.
Lembrando o livro de Fernando Sabino e a crônica de Andersen, o Brasil está nu, humilhado nacional e internacionalmente. E dois poderes republicanos – legislativo e executivo – estão dependurados no judiciário. Às vezes, tem-se a impressão de ser este último quem governa e preside de fato o país, malgrado suas deficiências. A Imprensa nem sempre cumpre o seu papel imparcial e objetivo de formadora da opinião. E para as redes sociais, de alcance incalculável, parece ser mais fácil e atraente atear lenha na fogueira e se jactarem em pôr à lume escândalos e desgovernos.
Contudo, o Brasil merece retomar o curso normal do processo democrático e, para isso, vários governantes, políticos e homens públicos deveriam renunciar a seus cargos e funções. O Evangelho é claro. Porém, a maior nação católica do mundo não entendeu ainda a frase de Cristo: “Pois todo aquele que se exalta, será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 14, 11). Não é possível tentar costurar “remendo de pano novo em roupa velha” (Mt 9, 16), relembrando outra passagem evangélica. É triste ver o Brasil em queda livre. A população, além de sofrida, está perplexa e atordoada, diante de um mar de acusações, denúncias e delações. Onde fica a Igreja, sacramento de Cristo, “Lumen Gentium” (Luz dos Povos)? Ela não deve aumentar o nosso sofrimento, fazendo crescer a hemorragia do desencanto e da desesperança, acatando posições de pessoas e instituições oportunistas – de intenções eleitoreiras – que usam nossa gente. A Igreja deve servir ao Povo de Deus e não se servir dele. Mais do que nunca, como instituição religiosa e apartidária, deverá neste instante crucial da história brasileira ser isenta, buscando pessoas, acima de qualquer suspeita, sugerindo e apontando caminhos que conduzam ao bem-estar da nação. Não se deve escolher os que poderão ser desalojados, isto é, os suspeitos de corrupção ou por eles indicados.
O Brasil enfrenta uma fase difícil de sua história. Isto exige retidão, audácia e criatividade capazes de promover dinâmicas e encontrar respostas, que tornem a sociedade mais civilizada, com igualdade e respeito à dignidade humana. Nessa direção, devem ser eliminados privilégios que causam exclusão e envergonham o país. Também é hora para se cultivar o sentimento patriótico.
As instituições nacionais são chamadas a procurar o caminho das mudanças. A própria Igreja Católica encerra na sua essência o princípio doutrinário “Ecclesia semper reformanda”, mencionado em documentos eclesiásticos e presente em contextos históricos, levando-a a ser compreendida como passível de revitalizações em sua missão e estrutura. A exigência de transformações é inquestionável, quando se busca oferecer respostas a desafios prementes.
É, portanto, imprescindível estabelecer um amplo diálogo para superar os obstáculos advindos da desonestidade e assim avançar rumo às inadiáveis reformas. É preciso começar a construir uma virada civilizatória e cultural no Brasil. O repto maior é como efetivá-las, diante do momento abissal vivido no país, de debilidade política e moral. Um contexto que exige ainda mais lucidez, sabedoria e sentido de cidadania. O alicerce reside também na fé. “Não ficarão desiludidos os que Nele confiam” (Sl 25, 3). O problema do Brasil é, sim, a fragilidade ética e moral, de cultura e educação, sobretudo, ausência de Deus.

30/05/2017

UMA TRAJETÓRIA DES-VIÁVEL
O PERCURSO PROFISSIONAL DE ARIALDO PINHO
ENTRE NATAL E FORTALEZA
Frederico Augusto Luna Tavares
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE/
CENTRO DE TECNOLOGIA/PPGAU
NATAL/RN
2017

RESUMO
Parte significativa da produção arquitetônica das décadas de 1950 e 1960 está sendo destruída
em Natal, atingindo não somente o acervo edilício, mas levando consigo testemunhos de
reminiscências dessa época, incluindo-se os autores desses projetos, que muitas vezes sequer
foram devidamente mencionados ou reconhecidos pelos estudos acadêmicos. Entre esses
profissionais com distintas formações e procedências, veio à tona, na busca irrequieta pelo
registro do ainda existente, Arialdo Pinho. Nascido no Rio de Janeiro, com o domínio da
técnica laboral e o significativo aporte cultural, à margem da instrução formal, chega a Natal
em 1951 e torna-se importante referência da escola modernista residencial. Em 1958, já em
Fortaleza-CE, dá continuidade ao potencial conquistado à luz de suas funções intelectuais e às
estreitas relações sociais. Ao custear as fendas atinentes a estas circunstâncias, pergunta-se:
como os decursos pessoal, intelectual e profissional de Arialdo Pinho materializado nos
empreendimentos nas duas cidades podem ser apreendidos na construção historiográfica dos
bens culturais edificados? Acredita-se, assim, que o momento fazia-se favorável para a
execução de seus projetos nestas capitais, que vivenciavam a insuficiência de profissionais
com formação de nível superior, e cuja clientela composta pela elite, passava a exigir,
entretanto, uma arquitetura diferenciada. Nesse delinear perceptivo, configura-se como ponto
de partida as trajetórias e as vicissitudes profissionais e o conhecimento e registro da prática
da arquitetura. Pretende-se, então, compreender a distinção dos caminhos traçados pelo
profissional Arialdo Pinho na sua atuação entre Natal e Fortaleza, contribuindo para a
construção de uma ferramenta que condense as informações e ao mesmo tempo estimule e
publicize novas reflexões acerca da história da arquitetura e da cidade. Para abranger essas
nuanças, os aportes teóricos basearam-se nas contribuições concernentes à memória, ao
patrimônio e ao audiovisual. Os acervos estáticos experienciados pelo uso dos dispositivos na
vivência de campo resultaram no encontro com Arialdo Pinho e no desfolhar de sua trajetória.
A experiência empírica manifestou o documentário “Arialdo Pinho: Uma trajetória desviável”
como produto material, em livre criação argumentativa, da tese. Desses caminhos
particulares esquecidos, muitas vezes alijados pela literatura especializada, evidenciou-se um
retrato pouco compreendido e explorado das incursões da prática da arquitetura e, portanto, da
história das cidades..