06/05/2016

H O J E





05/05/2016


RELEMBRANDO FERNANDO ABBOTT GALVÃO

Valério Mesquita*

O Rio Grande do Norte não pode esquecer um dos seus filhos mais ilustres. O embaixador Galvão, como era conhecido nos meios do Itamaraty, exerceu a carreira de forma ativa e permanente, após obter a primeira colocação em sua turma no Instituto Rio Branco em 1953. De família tradicional do estado, logo cedo revelou seus pendores para a vida diplomática. A dignidade pessoal, a seriedade com que enfrentava obstáculos, a fidelidade aos princípios  filosóficos que acreditava e a firmeza como defendia seus pontos de vista, foram os pontos cardeais, de sua vida. Testemunhei mais de perto, quando, por algum tempo, fui alvo com outros amigos da fidalguia com que nos recebia semanalmente em sua casa, no alto da Candelária.
Presenciou fatos que hoje comumente encontramos em livros de história, como o famoso protesto do líder soviético Nikita Krustchev na Assembléia Geral da ONU e a guerra civil em El Salvador. Interagiu com personalidades de reconhecido relevo histórico, como o escritor Guimarães Rosa; os ex-presidentes brasileiros Getúlio Vargas e Café Filho; com o ex-secretário-geral das Nações Unidas Dag Hammarskjöld; e o ex-presidente português Mário Soares. Serviu em representações brasileiras em Nova York (junto às Nações Unidas), Caracas, Lisboa (por duas vezes – uma na embaixada e outra como cônsul-geral), Zurique (como cônsul-geral), São Salvador (como embaixador) e Lagos (como embaixador, à época em que a cidade ainda era capital da Nigéria).
Na fisionomia austera, escondia a bonomia de gostos e de gestos na arte de receber ao lado da companheira por toda vida Sônia Bezerra Galvão. Eram nas tardes de terça-feira – que pontificavam Clemente Galvão (seu devotado irmão), Antomar Ferreira de Souza, Lauro Gonçalves Bezerra, Kleber de Carvalho Bezerra, Jácio Fiúza, José Silveira Pinto e eu (formando a “bancada pessedista), o “bispo de Taipu”, Inácio Magalhães de Sena, José Anchieta e Marcelo Carvalho. A pauta era livre e a bronca também. Da cultura a política, do memorialismo aos usos e costumes. Permeava as discussões um lanche saboroso que apascentava a disposição dos confrades. Ao cair da tarde, quando luzia lá fora a primeira estrela vespertina, anunciando a noite de Natal, voltávamos todos as nossas casas, guardando o aceno e o sorriso do anfitrião.
Recentemente, o mestre Fernando Galvão lançou o livro “O Diário de Jonathas Abbott”, seu trisavô, prefaciado pelo embaixador Rubens Ricúpero, que mereceu destaque de página inteira na revista “Veja” e comentários nos dois jornais de maior circulação do país, a “Folha de São Paulo” e “O Globo”.
A sua família hoje é detentora da maior tradição no Itamaraty, vez que já está na terceira geração de diplomatas. Além do embaixador, seus dois filhos, um sobrinho, seu genro e agora um neto são diplomatas. Seu filho mais velho, Marcos, é embaixador e secretário de assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. O mais novo, Luís Fernando, é cônsul-geral adjunto em Miami. Seu genro é ministro-conselheiro na Missão do Brasil junto às comunidades européias, em Bruxelas. Quanto ao seu neto, este ingressou na carreira diplomática em 2008, revelando, desde já, incontestável vocação.
O seu amor a Natal onde viveu a infância e grande parte da juventude, o fez retornar às raízes para desfrutar da aposentadoria ao lado dos amigos e parentes. Foi um cidadão do mundo mas a Cidade do Sol era o seu universo, até acolhê-lo ao solo para o descanso eterno.


(*) Escritor.

NOSSO CONFRADE JADIR SERÁ CIDADÃO NATALENSE


O Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Natal, Vereador Franklin Capistrano, tem a honra de convidar Vossa Excelência/Senhoria para participal da Sessão Solene de Entrega de Título de Cidadão Natalense ao Advogado e Sociólogo FRANCISCO JADIR DE FARIAS PEREIRA, de propositura do Senhor Vereador Dickson Nasser Jr.

10 de maio de 2016 (terça-feira), às 18h30m
Plenário Érico Hackradt
Palácio Padre Miguelinho
Rua Jundiaí, 546 - Tirol, Natal/RN

Traje: passeio
Confirmação ao cerimonial
Fone: (84) 3232-9027

04/05/2016



           
EM DIA COM A ACADEMIA  Nº 11 – 02-05-2016
Cuidando da Memória Acadêmica.


Aniversariante do mês de MAIO:
Parabéns aos aniversariantes.


JOSÉ AUGUSTO DELGADO   - Cadeira 36 
07/05
ARMANDO NEGREIROS -  Cadeira 14 
09/05
LENINE PINTO - Cadeira 34
12/05
FRANCISCO FAUSTO - Cadeira 15
13/05
ITAMAR DE SOUZA -  Cadeira 29
29/05

  
Dia 5 de maio (quinta-feira)
Lançamento do livro “Escrituras do Brasil profundo e outros sítios”
da Acadêmica Sônia Faustino.
Na Academia de Letras – ANRL
19h


 
  
Dia 6 de maio (sexta-feira)
Salão em Homenagem ao Acadêmico  Dorian Gray
Lançamento do livro “Dom Marcolino Dantas por ele mesmo”,
do Acadêmico Cônego José Mário.
Local Pinacoteca (Palácio Potengi)
Abertura 19 h






Dia 10 de maio (terça-feira)
Na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras – Térreo
Ás 16 horas

Assembleia Geral - Sessão Conjunta com o  Conselho de Cultura.

Homenagem ao Imortal Ticiano Duarte, segundo sucessor da cadeira 35, que tem como Patrono Juvenal Antunes ,  fundador Edinor Avelino , primeiro sucessor Gilberto Avelino

Necrológio Saudação de Louvor ao imortal Ticiano Duarte será proferida pelo Acadêmico Ivan Maciel.

 
AVISO

Estamos aguardando o enviou de sua  FOTOGRAFIA para   
“Álbum com o Desenho  dos Acadêmicos”  
pelo artista plástico, Francisco Iran
(desconsiderar o aviso quem já enviou a foto)


.  Acadêmica  Leide Câmara

Secretária Geral


===============================================================
CNPJ: 08.343.279/0001-18
Rua: Mipibu, 443 – Petrópolis – Natal/RN  CEP 59020-250  -  Telefone: 84- 3221.1143

http://www.anrl.com.br / E-mail: academianrl@gmail.com

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XXI Seminário de Pesquisa do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e do VI Colóquio de Pesquisa em Ciência da Informação. 

Mesa redonda acontecerá como parte dos eventos com discussão sobre o: Políticas de Informação, Cidadania e Justiça Social. Estarão presentes o Prof. Carlos de Miranda Gomes (UFRN), a Profª Drª Maria Guiomar da Cunha Frota (UFMG), Prof. Dr. Marcos Galindo (UFPE) e Profª Drª. Margarida Dias (UFRN).

Entre outros temas será feita exposição sobre a experiência da Comissão da Verdade instituída na UFRN e os aspectos relacionados à Memória que a Comissão traz consigo.

O evento acontecerá nesta quarta-feira às 15:00 no auditório do Núcleo de PRÁTICAS JURÍDICAS (NPJ), ao lado do CCSA.
Coordenador:

Pedro Neto
Doutor em Ciência da Informação
Professor Adjunto do Departamento de Ciência da Informação
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Tel: 084 3215-3515

03/05/2016

COMEÇA HOJE


02/05/2016





NILO PREIRA – O MENINO DO VALE
Lúcia Helena Pereira (*)
Somente as pessoas dotadas de sensibilidade são capazes de transportar suas emoções, seus momentos de ascese e contemplação do seu mundo interior, para o coração de grandes platéias- Nilo Pereira foi mestre nessa arte.
Ele sabia como demonstrar o seu largo saber, sua devotada e humanista visão de fidelidadeao passado, enaltecendo, na maioria de suas palestras e suas obras, o vale verde, seus vultos, paisagens, os engenhos espalhando o odor do melaço emanado dos grandes bueiros pincelando o ar!
Um homem de princípios honestos. Conventual em muitas de suas atitudes, católico praticante e devoto de São Francisco de Assis e N.Sra. da Conceição, padroeira do vale ceara-mirinense.
Orador de valor absoluto, inteligente, culto, estava sempre cheio de sensibilidade intelectual. Levava-nos às melhores emoções com suas palestras, seus livros, suas crônicas, fazendo-nos viajar através dos tempos. Nessas viagens, induzia-nos a fascinantes itinerários, onde podíamos vasculhar o passado, principalmente quando se deleitava em contar sobre o seu amor pelo vale. Amor evocado com a força do coração e da saudade.
Fiel à cidadezinha que o viu nascer e alcançar os primeiros e dourados sóis da adolescência, foi traído pelos mistérios do destino ao enfrentar as intempéries da vida, com heroísmo, junto à sua família. Nasceu, assim, o seu exílio sentimental e voluntário, em Recife-Pernambuco, deixando a sua terra, a gente, a paisagem, o Verde – Nasce. E Nilo Pereira deixou os galgos de louça, primeiros habitantes do solar Guaporé, segundo ele: “Os dois galgos de louça, na entrada do velho solar, pareciam humanos. Tenho certeza de que falavam e, muitas vezes, choravam. Creio que tinham alma”!
Na cidade pernambucana, aos poucos ele foi vencendo os obstáculos, as angústias da saudade, as inseguranças diante da cidade grande, afirmando-se como advogado, intelectual respeitado, político, professor universitário, imortal da Academia da Academia Pernambucana de Letras, sócio da Fundação Gylberto Freyre, do Instituto Histórico e Geográfico do RN, da Academia Norte-Riograndense de Letras e demais congêneres.
Nilo sempre voltava à velha cidadezinha dos canaviais – era o menino em eterna viagem de regresso à sua terra sagrada. E visitava a cidade com os olhos iluminados do verdor dos canaviais, escrevendo, com os lumes da saudade, nos pergaminhos de sua alma luminosa a história da cidade que ele tanto amou. A prova desse amor está nos seus livros: “Imagens do Ceará-Mirim”, Notícias do Invisível”, “A rosa Verde” , “Evocações de Ceará-Mirim”, além da sua obra lapidar: “Manhã da Criação”.
Nilo Pereira recebeu muitos prêmios, entre eles, o “Edgar Barbosa” e o “Machado de Assis”, este último, por conjunto de obras, conferido pela Academia Brasileira de Letras – prêmio que o RN enalteceu e pelo qual Nilo foi louvado e festejado.
Tudo isso provindo da sua ternura humana, da sua teluridade, das visões dos verdes canaviais, do emocionante dobre dos sinos da Matriz, do Solar Antunes, do Guaporé, do Verde-Nasce – sua casa, sua vida, seu grande amor – e tudo o mais que se constitui na sua paisagem emocional e eterna.
Ele foi uma das melhores expressões da terra ceara-mirinense. Sempre contagiou a todos pelo imenso amor devotado ao vale verde, à cidade de Natal e ao Recife – sua terra adotiva . Esse mesmo amor que vai transpondo os degraus da imortalidade e refulgindo em luz e brilho, nos olhos estelares da noite eterna, embalando o menino do Ceará-Mirim, em seu leito de esmeralda!
Neste instante, nesta terra querida, não poderia encerrar este humilde depoimento, sem parafrasear um breve diálogo entre Enélio Petrovich e eu:-”Lúcia Helena, o nosso Nilo Pereira é o próprio Ceará-Mirim. É o saudosismo, o misticismo poético, o alumbramento diante do vale abençoado. O vale que ele tanto amou e engrandeceu, como engrandecido está o Rio Grande do Norte pelas honrosas contribuições que deixou”.
A saudade traz as sinfonias poéticas que o tempo não apaga. Guardo pois, na memória, as palavras de Câmara Cascudo, numa de suas constantes visitas à vovó Madalena Antunes, em meados de abril de 1958, acompanhado de Edgar Barbosa na casa da Hermes da Fonseca. Cascudo vinha eufórico e noticiou com ênfase: “Madá (Madalena), o lançamento do seu livro menina, será uma apoteose. Trago carta do seu sobrinho Nilo Pereira confirmando presença em sua festa dos autógrafos de Oiteiro – Memórias de uma Sinhá-Moça. Não é uma maravilha? Eis o menino que volta para festejar a Sinhá-Moça”.
Por fim, com imensa honra, evocar a poesia de Diógenes da Cunha Lima, dedicada ao Velho Solar – sua mais rica inspiração, quando do discurso de Nilo, diante da restauração do Solar. Nessa hora, Diógenes superou e se desprendeu da matéria, incorporando-se nas dimensões do espírito, ao declamar:
“…No mistério da ausência,
Os pirilampos do vale
São círios da noite escura.
O Guaporé remergulha
Na quietude da morta.
O tempo, velho alquimista
Joga o verde em nossos olhos,
Dá outraq vida ao-que-foi
Na beleza restaurada:
Deus caprichou neste vale,
Na manhã da criação, Em verde, luz, soledade”!
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Comentário de Roberto Pereira

“Chorei com esta página de saudade, sejam pelas fotos, seja, sobretudo pela bela mensagem que você, Lucia Helena, grande poeta, escreveu com a tinta do amor fraternal. Como filho de Nilo estou tocado de elevada emoção. Obrigado, querida prima. Abraços afetivos Roberto Pereira.