27/08/2015

AMANHÃ, DIA 28, TEM ELEIÇÃO NA ALEJURN



EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O PRESIDENTE DA ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE – ALEJURN, para os fins de que trata o art. 21, inciso II do seu Regimento Interno, CONVOCA OS ACADÊMICOS da referida entidade para Assembléia Geral Ordinária aprazada para o dia 28 de agosto próximo vindouro, no período das 09h ás 16h, em sua sede provisória (Procuradoria Geral do Estado, sito à Avenida Afonso Pena, 1155, Tirol, nesta Capital), onde ocorrerá a eleição para as vagas das cadeiras nºs  24 e 29, cujo Patrono são os jurista LUIS DA CÂMARA CASCUDO E JOSÉ AUGUSTO B. DE MEDEIROS, e últimos ocupantes os Acadêmicos ANNA MARIA CASCUDO BARRETO E JOAQUIM SILVIO CALDAS , tendo sido deferidas as inscrições dos candidatos inscritos: Walter Nunes da Silva Júnior e Francisco de Barros Dias.
A eleição ocorrerá através do voto presencial ou por correspondência, na conformidade do regramento de que cuida a Resolução nº 02/13, de 03 de julho de 2013 e publicada no DOE nº 12.987, de 09 de julho de 2013, fls.. 26.

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José Adalberto Targino Araújo
Presidente

26/08/2015

CRÔNICAS quase AGUDAS


25/08/2015


CALVÁRIO DAS LETRAS

Valério Mesquita*

Help! De tanto esperar já nem sei mais pedir socorro em português”. Assim falou conhecido intelectual da paróquia que habitamos. Viu ao derredor tudo abandonado, sucateado. Um amigo pedira um catálogo do patrimônio cultural da cidade para um grupo catarinense que visitava Natal. Em João Pessoa, Recife e Fortaleza a agenda dos turistas fora inteiramente cumprida. A expectativa era de que na cidade dos Reis Magos não seria diferente. Alguém do Rio Grande do Norte, numa das capitais antes visitadas, fornecera algumas informações sobre os pontos culturais a serem visitados. Deve ter sido um guia turístico desinformado da realidade em que se encontram os bens culturais móveis e imóveis do Estado.
Apesar dos esforços dos órgãos de promoção cultural no enfrentamento dos problemas, não existem: dinheiro nem vontade política superior. Como explicar a sociedade e aos turistas por que o teatro Alberto Maranhão está interditado? O museu Café Filho saqueado e fechado! A biblioteca Câmara Cascudo bloqueada, palco de tantas exposições de artistas locais, além do rico acervo de coleções de obras de autores nacionais e estaduais completamente entregues às baratas? O Palácio Potengi, sede da pinacoteca precisa de uma urgente restauração, pois é cartão de visita dos que chegam à cidade! O prédio centenário  do antigo Q.G. da praça André de Albuquerque é outro que carece de cuidados e de uma conservação, tombado também pelo Patrimônio Histórico (Museu Câmara Cascudo). O Instituto Histórico e Geográfico – IHGRN, fundado em 1902, guardião de todos os documentos do Rio Grande do Norte colonial, imperial e republicano empenhou ano passado uma dotação de duzentos mil reais, obtida de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa desde o ano passado, mas, em 2015, teve o documento legal cancelado, o que prejudicou seriamente a digitalização do imenso acervo, após a conclusão da restauração do prédio de 1906 com recursos advindos da mesma fonte. Inimaginável, tal coisa!
Para sentar com as autoridades e discutir o assunto, há quatro meses, a diretoria do IHGRN pediu uma audiência através do gabinete civil. O fato é que, até o presente dia não se recebeu nenhuma resposta, o que não condiz com o espírito e as propostas do governante, que tanta sensibilidade revelou quando implantou no Poder Legislativo o  Programa “Assembleia Cultural”, despertando na sociedade a admiração, pois estimulou a música, o folclore, a arte, a pintura e as nossas tradições culturais.
A cultura potiguar está a merecer o surgimento de vozes que despertem e unifiquem o pensamento e a ação da classe, além das entidades públicas e privadas, em defesa do patrimônio histórico, artístico, bibliográfico. Aliás, tudo isso pertence com mais legitimidade ao povo do que as instituições. Aguarda-se, igualmente, que os senhores parlamentares tomem consciência e utilizem as suas prerrogativas de representatividade porque a cultura de um povo é o que fica, quando tudo o mais passar. É do conhecimento de todos a crise econômica e financeira que se abateu também no nosso Estado. Mas, as autoridades administrativas que acolhem todos os seguimentos da sociedade, por que não consideram também dignos do diálogo, os responsáveis pelo contexto cultural? Seria a ação dos órgãos culturais uma atividade inútil e marginal? A cultura é uma atividade para sempre mendicante?

(*) Escritor

SAUDAÇÕES AOS SOLDADOS BRASILEIROS

25 de Agosto – Dia do Soldado

A data é consagrada como Dia do Soldado, exatamente o dia em que em 1803 nasceu de LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA, o "Duque de Caxias", patrono do Exército Brasileiro.

Foi um militar com uma carreira exemplar, natural da então Capitania do Rio de Janeiro, herdeiro de uma família da aristocracia militar portuguesa. 
O seu genitor também foi militar, servindo ao exército português no Brasil, que, à época do nascimento do futuro duque, em 1803, estava na iminência de entrar em estado de guerra contra as forças napoleônicas na Europa, situação que motivou na mudança da família real portuguesa para o Brasil, com a elevação do país à categoria de Reino Unido e a futura independência, em 1822, com a participação de Luís Alves.
No Brasil Imperial, sob a liderança de D. Pedro I, as forças militares também começaram a passar por uma transformação e associaram-se à figura do imperador brasileiro e às novas instituições criadas sob a égide da Constituição Imperial de 1824
No Período Regencial, quando, a partir do ano de 1838, começaram a estourar várias revoltas de teor separatista no Brasil, o Duque de Caxias já era um oficial respeitado e conseguiu uma enorme projeção por comandar exitosamente a dissipação de várias dessas revoltas.
Nesse período, especificamente no ano de 1841, Caxias recebeu seu primeiro título nobiliárquico, o de Barão de Caxias, que faz referência à cidade maranhense de Caxias, onde o exército imperial conseguiu uma de suas mais célebres vitórias. Ao longo do Segundo Reinado, Caxias teve a sua posição de nobre elevada para conde, marquês e, por fim, duque.
Além disso, Caxias foi senador do Império pelo Rio Grande do Sul, província para a qual também foi nomeado por Dom Pedro II comandante-em-chefe do Exército em operações. Nas fronteiras do Sul do país, a partir de 1852, Caxias esteve à frente das represálias contra as investidas de Argentina e Uruguai ao Brasil. 
Ao lado de outros comandantes célebres, como o general Osório, o Duque conseguiu grandes vitórias sobre as tropas do ditador paraguaio Solano Lopez entre os anos de 1866 e 1868, naquela que foi a maior guerra já vista na América do Sul, a Guerra do Paraguai.
Caxias faleceu em 1878 e até hoje sua memória é lembrada não apenas no Dia do Soldado, mas também em vários rituais e cerimônias do Exército Brasileiro, com o uso de uma réplica do seu espadim pelos oficiais formados na Academia Militar das Agulhas Negras.
*Créditos da imagem: Shutterstock e Georgios Kollidas e dados colhidos no site Brasil Escola.



DHNET, COMITÊ ESTADUAL DA VERDADE-RN E A COMISSÃO DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DJALMA MARANHÃO LANÇARAM DVD MULTIMÍDIA ENFOCANDO O UNIVERSO MUSICAL E ARTÍSTICO DA GESTÃO DO EX-PREFEITO DE NATAL.

Ocorreu no dia 22 de Agosto, o lançamento do DVD Multimídia DJALMA MARANHÃO – HINOS E CANÇÕES que registra o universo musical e artístico do contexto cultural da gestão do ex-Prefeito Djalma Maranhão.

O evento segue a continuidade da Coleção Memória das Lutas Populares no RN, sendo o título número 14 de uma série de publicações produzidas pela DHnet-Rede Direitos Humanos e Cultura em parceria com o Comitê Estadual da Memória, Verdade e Justiça do RN e pela Comissão do Centenário de Nascimento de Djalma Maranhão, instituída pela Fundação José Augusto.

O DVD “Djalma Maranhão – Hinos e Canções”, segundo o músico, poeta e compositor Prof. Roberto Lima, um dos participantes do disco, ...contempla o registro de diversas composições musicais surgidas na esteira da legenda “Djalma Maranhão”. São marchas, baiões, sambas, emboladas, frevos-canção, algumas paródias de autores anônimos, outras de compositores que se engajaram na trajetória política do Prefeito Maranhão.  Dosinho, Oscar Siqueira  e Jacira Costa, entre outros, são exemplo dos que participaram bem dessa fase. Dessa fileira, fizeram ainda parte vários cantores, cujas vozes ainda reverberam na memória dos que viveram aqueles anos de liberdade política e efervescência popular pré-64.  Destacaram-se, entre outros, Luíza de Paula, Clóvis Alves e, posteriormente, Fernando Towar que se iniciava com a sua voz fenômeno.
O trajeto histórico de Djalma Maranhão, no entanto, constituiu-se, a posteriori, em  fonte de inspiração para a criação e recriação da nossa arte, fazendo florescer pinturas como as de Dorian Gray, canções e poesias como, por exemplo, Chico Santeiro, poema de Deífilo Gurgel, musicado por Roberto Lima e a Ode ao Prefeito Djalma Maranhão igualmente de autoria deste último.  Vê-se o legado do “prefeito do povo” na evocação dos autos folclóricos da chamada época de Djalma Maranhão, todos resgatados nas diversas manifestações artísticas de gerações de autores.
Deste DVD, participam Fernando Towar, Clóvis Alves e Oscar Siqueira Filho, que canta, além de outras, uma composição do pai;  Ivo Shin com a sua flauta mágica, CATS na percussão e eu com as composições já citadas, voz e violão. Temos todos o mérito não de uma apresentação irretocável, mas o de registrar, com os poucos ensaios que coordenamos, as “Marchas e Canções” de eras memoráveis que povoavam lembranças privilegiadas,  mas que podem agora ser revisitadas e compartilhadas com as nossas novas gerações...”
Esse Lançamento faz parte de uma extensa programação em Homenagem ao Centenário de Nascimento desse importante militante político que terá Memorial Online; Exposição de Fotografias e Banners, presencial e virtual; Rodas de Conversa; Seminários; Sessão Solene; Cortejo Cultural; Show Musical e encerrando com a Entrega do XXI Prêmio Estadual de Direitos Humanos Emmanuel Bezerra onde serão homenageados Professores e Alunos da época da gestão do ex-Prefeito.

Maiores informações:
Contatar Roberto Monte – Tel. 3201-4359 / 3211-5428 / 99977-8702
Aluízio Matias – 98721-7705 / 99890-3861 (Também WathsApp)


23/08/2015

IHGRN

UM LIVRO PUXOU A MANGA DA MINHA CAMISA

Entre Valério Mesquita, à minha direita, e Eider Furtado

Honório de Medeiros

Em algum lugar defendi a hipótese seguinte: os livros nos procuram; engana-se quem supõe que nós os escolhemos.

Assim foi na noite em que o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o IHGRN promoveu sua Terceira Noite do Livro, sob a liderança do seu Presidente Valério Mesquita, contando com o apoio de nomes consagrados das letras potiguares, tais como o Professor e ex-Presidente da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Norte Carlos de Miranda Gomes, o memorialista e escritor Ormuz Barbalho Simonetti, o ex-Presidente da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte Odúlio Botelho, a Presidente da Academia Cearamirinense de Letras Joventina Simões, dentre outros.

Nas mãos eu conduzia o "História e Acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte", obra especial de Maria Arisnete Câmara de Morais e Caio Flávio Fernandes de Oliveira, e "Audiência de um Tempo Vivido", o primeiro volume das memórias do meu querido Professor Eider Furtado, leitura que recomendo a todos, em direção ao caixa, quando fui puxado pela manga da camisa. A responsável pela organização do evento me perguntou: "conhece este?"

Era o "Patriarcas e Carreiros", de Manoel Rodrigues de Melo. Eu o conhecia, mas não tinha lido, nem o possuía. Resolvi levá-lo, em respeito à hipótese exposta acima. Afinal ele, o livro, me procurara.

Faço, aqui, um interlúdio, para registrar minha alegria em reencontrar o Professor Eider Furtado na sua habitual elegância, acuidade mental e auto-ironia sutil, marca característica sua, carregando como poucos a experiência dos seus noventa e poucos anos. Quando fiz o gesto de lhe entregar seu livro para obter o autógrafo ele me olhou e disse "veio devolver?" Ri e comentei o quanto suas aulas, na minha época de aluno, eram esperadas pela qualidade do conteúdo e de sua verve. 

Pois bem, não resisti e folheei "Patriarcas e Carreiros" tão logo cheguei em casa, altas horas. Que "patriarcas" seriam esses, dos quais se ocupou Manoel Rodrigues de Melo? Ele mesmo o diz, incidentalmente, no início da obra: o "(...) patriarca sertanejo (...) varador de sertões, fundador de currais onde mais tarde se levantariam quase todas as cidades nordestinas".

Aí está. Ele, Manoel Rodrigues de Melo, pelo que eu pude perceber ao folhear seu livro, traça perfis, levanta histórias, apresenta fatos, descreve hábitos e costumes do século XVIII e XIX e começo do século XX. E, em o fazendo, coloca à disposição dos estudiosos uma fonte de primeira grandeza para o estudo desse personagem fundamental no entendimento do nosso processo civilizatório nordestino.

A segunda parte do "Patriarca e Carreiros" é dedicada ao estudo do carro-de-boi. Pelo que eu pude entender, escrita em anos anteriores à metade do século XX, o texto é aberto da seguinte forma, dando ideia imediata da importância do estudo do seu objeto: "Nenhuma cidade, vila, povoação, fazenda, sítio, margem ou leito de rio, litoral ou sertão, tabuleiro, caatinga, arisco, subida, descida ou chão-de-serra, várzea ou vale, canavial ou simples roçado de algodão, baixa de arroz, de capim ou de melão, vazante, cercado, qualquer que seja o seu nome, poderá dizer que ignora a existência do carro de boi."

Um clássico, sem dúvida, que me puno por não ter lido antes, mas ao qual sou grato por ter me puxado pela manga da camisa a tempo de corrigir essa desdita. 

Assim, aos poucos, o Instituto volta a cumprir seu mister após anos de obscuridade, seja enquanto fruto da obstinação dos seus dirigentes, seja pela imanência que seu passado evoca quando se põe enquanto permanente intermediária entre livros e leitores, idéias e estudiosos, história e pesquisadores. Longa vida ao IHGRN!

Destino que se revela, também, no gesto da sua funcionária ao me alertar, no momento em que me despedia desapercebido, da Terceira Noite do Livro, para o chamado mudo que me fazia "Patriarcas e Carreiros".