24/08/2015
23/08/2015
IHGRN
UM LIVRO PUXOU A MANGA DA MINHA CAMISA
Entre Valério Mesquita, à minha direita, e Eider Furtado
* Honório de Medeiros
Em algum lugar defendi a hipótese seguinte: os livros nos procuram; engana-se quem supõe que nós os escolhemos.
Assim foi na noite em que o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o IHGRN promoveu sua Terceira Noite do Livro, sob a liderança do seu Presidente Valério Mesquita, contando com o apoio de nomes consagrados das letras potiguares, tais como o Professor e ex-Presidente da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Norte Carlos de Miranda Gomes, o memorialista e escritor Ormuz Barbalho Simonetti, o ex-Presidente da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte Odúlio Botelho, a Presidente da Academia Cearamirinense de Letras Joventina Simões, dentre outros.
Nas mãos eu conduzia o "História e Acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte", obra especial de Maria Arisnete Câmara de Morais e Caio Flávio Fernandes de Oliveira, e "Audiência de um Tempo Vivido", o primeiro volume das memórias do meu querido Professor Eider Furtado, leitura que recomendo a todos, em direção ao caixa, quando fui puxado pela manga da camisa. A responsável pela organização do evento me perguntou: "conhece este?"
Era o "Patriarcas e Carreiros", de Manoel Rodrigues de Melo. Eu o conhecia, mas não tinha lido, nem o possuía. Resolvi levá-lo, em respeito à hipótese exposta acima. Afinal ele, o livro, me procurara.
Faço, aqui, um interlúdio, para registrar minha alegria em reencontrar o Professor Eider Furtado na sua habitual elegância, acuidade mental e auto-ironia sutil, marca característica sua, carregando como poucos a experiência dos seus noventa e poucos anos. Quando fiz o gesto de lhe entregar seu livro para obter o autógrafo ele me olhou e disse "veio devolver?" Ri e comentei o quanto suas aulas, na minha época de aluno, eram esperadas pela qualidade do conteúdo e de sua verve.
Pois bem, não resisti e folheei "Patriarcas e Carreiros" tão logo cheguei em casa, altas horas. Que "patriarcas" seriam esses, dos quais se ocupou Manoel Rodrigues de Melo? Ele mesmo o diz, incidentalmente, no início da obra: o "(...) patriarca sertanejo (...) varador de sertões, fundador de currais onde mais tarde se levantariam quase todas as cidades nordestinas".
Aí está. Ele, Manoel Rodrigues de Melo, pelo que eu pude perceber ao folhear seu livro, traça perfis, levanta histórias, apresenta fatos, descreve hábitos e costumes do século XVIII e XIX e começo do século XX. E, em o fazendo, coloca à disposição dos estudiosos uma fonte de primeira grandeza para o estudo desse personagem fundamental no entendimento do nosso processo civilizatório nordestino.
A segunda parte do "Patriarca e Carreiros" é dedicada ao estudo do carro-de-boi. Pelo que eu pude entender, escrita em anos anteriores à metade do século XX, o texto é aberto da seguinte forma, dando ideia imediata da importância do estudo do seu objeto: "Nenhuma cidade, vila, povoação, fazenda, sítio, margem ou leito de rio, litoral ou sertão, tabuleiro, caatinga, arisco, subida, descida ou chão-de-serra, várzea ou vale, canavial ou simples roçado de algodão, baixa de arroz, de capim ou de melão, vazante, cercado, qualquer que seja o seu nome, poderá dizer que ignora a existência do carro de boi."
Um clássico, sem dúvida, que me puno por não ter lido antes, mas ao qual sou grato por ter me puxado pela manga da camisa a tempo de corrigir essa desdita.
Assim, aos poucos, o Instituto volta a cumprir seu mister após anos de obscuridade, seja enquanto fruto da obstinação dos seus dirigentes, seja pela imanência que seu passado evoca quando se põe enquanto permanente intermediária entre livros e leitores, idéias e estudiosos, história e pesquisadores. Longa vida ao IHGRN!
Destino que se revela, também, no gesto da sua funcionária ao me alertar, no momento em que me despedia desapercebido, da Terceira Noite do Livro, para o chamado mudo que me fazia "Patriarcas e Carreiros".
22/08/2015
21/08/2015
H O J E - H O J E - H O J E
Convite
A
Diretoria do IHGRN convida V.Sa e Família para participar da TERCEIRA FEIRA DE
LIVROS DO IHGRN, a se realizar no dia 21 de agosto de
2015 em sua sede, na Rua da Conceição n° 622 – Cidade Alta – Natal RN,
com noite de autógrafos depois das 18:00h.
HORÁRIO:
Das 9:00h até 22 horas.
Música ao vivo a partir das 18 horas. Lanches e bebidas no local.
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20/08/2015
LADRÕES ROUBAM OS FIOS DO IHGRN E ESTE FAZ REUNIÃO NA CALÇADA
Pela sexta vez em nossa gestão, mas a segunda em 2015, fomos visitados pelos bandidos. Temos dado parte formal dos acontecimentos, mas nunca foi lá nenhum agente policial. Só resta agora denunciar ao "Bispo". Mas o roubo de hoje foi diferente - cortaram os fios elétricos dos dois prédios do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e tivemos que fazer a nossa reunião na calçada.
As fotos são da responsabilidade de Ormuz Simonetti
Na reunião de hoje estão Odúlio Botelho, Eduardo Gosson, Ormuz, Augusto Leal (Guga), Carlos Gomes, Jurandyr Navarro, Racine Santos e o Presidente Valério Mesquita(estão faltando na foto Vicente Serejo e George Veras). Discutimos assuntos vários e, em particular a insegurança vivida nos dias presentes e tivemos o desabafo do Presidente Valério Mesquita de que não vinha tendo a atenção de nenhuma autoridade governamental e nesse caminhar a crise ficará insustentável, pois o nosso desembolso em favor do IHGRN já faz falta na manutenção das nossas famílias. Decidimos, então, aguardar até o final do mês para ver se alguma coisa positiva acontece, após o que decidiremos sobre novos rumos.
Aproveitamos para renovar o convite para amanhã:
FEIRA DE LIVROS E NOITE DE AUTÓGRAFOS - (Das 9 horas até as 22 horas) no Largo Vicente Lemos. Livros doados para a venda a preços módicos. Música com Tita dos Canaviais e banquinhas para lanches.
COMENTÁRIOS:
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COMEÇA HOJE A EXPOSIÇÃO SOBRE XICO SANTEIRO
UFRN homenageia Xico Santeiro na quinta-feira no Museu Câmara Cascudo
18/Ago/2015 às 17:46
Cartaz
Divulgação
O Museu Câmara Cascudo e o Projeto Vernáculo da UFRN
Serviço
Homenagem a Xico Santeiro no Mês da Cultura Popular
Realização: Museu Câmara Cascudo (MCC) e Projeto Vernáculo da UFRN
Onde: MCC - Avenida Hermes da Fonseca, 1398 – Tirol – Natal/RN
Quando: 20 de maio de 2015 (exposição até 28 de novembro de 2015)
Horário: 19h (exposição de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, das 13h às 17h)
Divulgação
Em agosto, mês em que se comemora a Cultura Popular, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) promove o maior evento já realizado em homenagem a um dos mais importantes ícones da arte popular potiguar e brasileira: Xico Santeiro.
Joaquim Manoel de Oliveira (que assinava suas obras como Xico Santeiro, com “x” mesmo), nasceu em 1898, no município potiguar de Santo Antônio do Salto da Onça. Começou esculpindo imagens religiosas em madeira para Igrejas, capelas e oratórios domésticos, tendo aprendido a profissão com o pai, que também era “imaginário”.
Na década de 1940, fixou residência em Natal e começou a criar para colecionadores e turistas, expandindo o repertório para os temas regionais (Lampião e Maria Bonita, retirantes, carro de boi etc.) e iniciando membros de sua família no ofício da escultura.
Tornou-se, então, um dos primeiros artistas populares reconhecidos e valorizados em todo o Brasil e também no exterior, ao lado de nomes como Mestre Vitalino, ceramista de Pernambuco.
Após sua morte em 1966, a lembrança de Xico Santeiro foi, no entanto, diminuindo gradativamente, a ponto das novas gerações não saberem mais quem ele foi e que importância teve para a cultura potiguar. No intuito de mudar essa situação, a UFRN, Por meio do Museu Câmara Cascudo e do Projeto Vernáculo, organizou uma grande homenagem ao escultor popular, incluindo diferentes atividades.
Uma coleção extraordinária
Nas décadas de 1960 e 1970, o Museu Câmara Cascudo da UFRN (MCC) constituiu um acervo de obras de Xico Santeiro, por meio de compras e doações. Tratava-se de um acervo modesto, se comparado a coleções como a da Escola Doméstica de Natal e do Museu de Arte da Universidade do Ceará, bem mais numerosas.
Em 2013, um fato extraordinário veio reverter esse cenário: a doação da coleção do extinto Diário de Natal ao Museu Câmara Cascudo, que passou, assim, a conservar o maior acervo público de obras do escultor popular e de seus discípulos.
Esse acervo excepcional poderá ser admirado, juntamente com as prestigiosas coleções particulares de Antônio Marques e de Wani Pereira, na exposição Xico Santeiro – Uma escola de arte popular, que fica em cartaz no Museu Câmara Cascudo da UFRN de 20 de agosto a 28 de novembro de 2015.
Com curadoria do historiador da arte Everardo Ramos, professor e pesquisador do Departamento de Artes da UFRN (DEART), a exposição apresenta aproximadamente 170 peças de Xico Santeiro e de seus discípulos, retratando suas vidas e suas obras. A cenografia está a cargo do designer Olavo Bessa, também professor e pesquisador do DEART.
Um Estudo Inovador
Desde que passou a interessar o mundo acadêmico, a arte popular quase sempre foi abordada do ponto de vista do Folclore e da Antropologia. Os estudos consideraram muito mais o homem que o artista, muito mais o documento que a obra de arte. Para alargar as perspectivas e abrir novas pistas de investigação, era preciso abordar o tema do ponto de vista da História da Arte, analisando os processos de criação e as características das obras (técnicas, temas e formas).
O livro Xico Santeiro – Uma escola de arte popular, que será lançado no Museu Câmara Cascudo no dia 20 de agosto de 2015, foi concebido sob essa nova perspectiva. Partindo dos importantes estudos de Veríssimo de Melo, principal biógrafo de Xico Santeiro, Everardo Ramos se detém no trabalho do escultor popular e de seus seguidores, aprofundando a análise sobre suas obras. O resultado é uma visão mais completa do tema, que permite conhecer mais e compreender melhor não só a escola criada por Xico Santeiro, mas a criação dos artistas não acadêmicos em geral.
O livro se destaca também por sua qualidade visual e material. O projeto gráfico é assinado pela designer Helena Rugai, professora e pesquisadora do DEART, que inspirou-se na arte de Xico Santeiro para conceber as características do impresso.
As imagens são das lentes de Alexandre Santos, fotógrafo do Departamento de Comunicação Social da UFRN e colaborador do Projeto Vernáculo, além de artista com exposições no currículo. A apresentação fica a cargo de Antônio Marques, colecionador e grande conhecedor da arte popular potiguar e brasileira.
Xico Santeiro em Música
Em seus escritos, Veríssimo de Melo revela que Xico Santeiro também era músico, tendo participado de bandas e orquestras.
Na homenagem ao artista popular, a música será presente de maneira especial, com a estreia mundial da peça O Santeiro de Tinguijada, de Danilo Guanais, professor e pesquisador da Escola de Música da UFRN.
Conhecido e respeitado por suas criações inspiradas de temas regionais, como a Missa de Alcaçus, o compositor se volta dessa vez para Xico Santeiro, trazendo sua arte e seu imaginário para os instrumentos de corda. A peça será interpretada pelo Café Quarteto da Escola de Música, formado por Anderson Hudson e Malu Sabar (violinos), Geraldo Júnior (viola) e Marcela Graziane (violoncelo).
O Museu Câmara Cascudo e o Projeto Vernáculo da UFRN
Fundado em 1960, inicialmente como Instituto de Antropologia, o Museu Câmara Cascudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte representa, hoje, o maior museu norte-rio-grandense, contanto com um importante acervo de arte popular e de ciências naturais.
Desde 2011, a instituição vem passando por um extenso trabalho de reformas, tanto físicas quanto conceituais, a fim de oferecer à comunidade potiguar um museu moderno, perfeitamente capacitado para inserir-se nos roteiros de turismo cultural da capital e do estado.
Vernáculo é um projeto de extensão e pesquisa que reúne professores, técnicos e estudantes de diferentes departamentos, cursos e unidades da UFRN. Desde 2012, o projeto vem mapeando, documentando e estudando a arte e o artefato vernacular do Rio Grande do Norte a partir de trabalho de campo feito em Natal e nas cidades do interior.
O material pesquisado tem servido de base para estudos e produtos diversos, que levam os resultados do projeto ao grande público, como foi o caso das exposições Santos – Arte popular Prodigiosa, apresentada no Museu Câmara Cascudo em 2012, e Artífices – Criadores populares do Rio Grande do Norte (2014), apresentada na CIIENTEC 2014.
Assim, por meio do Museu Câmara Cascudo e do Projeto Vernáculo, a UFRN vem cumprindo sua missão de produzir e compartilhar conhecimentos novos e inovadores, contribuindo para a preservação, o estudo e a promoção do importante patrimônio material e imaterial potiguar.
Serviço
Homenagem a Xico Santeiro no Mês da Cultura Popular
Realização: Museu Câmara Cascudo (MCC) e Projeto Vernáculo da UFRN
Onde: MCC - Avenida Hermes da Fonseca, 1398 – Tirol – Natal/RN
Quando: 20 de maio de 2015 (exposição até 28 de novembro de 2015)
Horário: 19h (exposição de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, das 13h às 17h)
Entrada: gratuita
Informações: 84 3342-4903.
Informações: 84 3342-4903.
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