07/07/2015



BOLEÇÃO MEMÓRIAS

À TERRA DISTANTE
JANSEN LEIROS*
DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS;
Da Academia Norte Rio-grandense de Trovas;
Da União Brasileira de Escritores
Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.

Do alto do Mar, se veem paisagens,
No contornar das dunas alvejantes,
No coração se beijam os amantes,
Ao suspirar no jogo das viagens!

E o viajor, se anima nos seus sonhos,
Imaginando  a terra tão querida,
Onde é humano, assim, se dar guarida,
O alimento, o descansar, os banhos!

No seu cismar, o viajor medita,
Sonha voltar para rever os seus,
E subirá até os Pirineus,
Pela vontade que em si habita.


Tem olhos tristes, o viajor sofrido,
Jamais esquece a terra tão distante,
Mesmo que nela não existam amantes
Que polarizem um sonho enternecido.

Sonha vermelho, o pobre viajante;
Sonha distâncias. Sonha suas terras,
Mesmo afastado delas, muitas eras...
Sonha seus sonhos, assim, gratificantes.

Ao amigo Sarro, com apreço.

06/07/2015



 IHGRN
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE


Calendário para o restante do ano, aprovado na sessão do dia 30 de junho do ano corrente:


JULHO:

8 - Evento do Prof. Fábio da UFRN;

14 – Solenidade comemorativa do centenário do América Futebol Clube;

17 - Assembleia Geral Ordinária para apreciação do Relatório de Gestão e Prestação de Contas do IHGRN, exercício de 2014;

23 - expedição de Portaria designando a Comissão Eleitoral.


AGOSTO:

10 – Aprovação das normas eleitorais;

21 – Noite de Autógrafos e lançamento do Edital convocando eleições.


SETEMBRO:

11 - Palestra alusiva à Semana da Pátria e posse dos novos sócios;

14 – Comemoração da fundação da UBE-RN;

30 – Prazo final para registro de chapas para o pleito do IHGRN.


OUTUBRO:

Encontro de escritores.


NOVEMBRO:

10 – Eleição para a nova Diretoria e Conselho Fiscal do IHGRN.


DEZEMBRO:

11 – Confraternização no Largo Vicente de Lemos;

28 – Início do recesso.

DIA 7


05/07/2015

Fordismo, toyotismo e verticalização

Tomislav R. Femenick – Contador e economista

vinheta116

A verticalização da produção é uma ação de uma empresa ou grupo empresarial, que visa à otimização dos recursos que lhe são disponíveis, integrando processos de compra, produção, distribuição e venda de seus produtos. Ao agregar insumos, processos e tecnologia, a empresa ou o grupo estaria reduzindo custos ou ampliando suas vendas; no mesmo setor ou em segmento correlatos.
Há dois tipos básicos de integração da produção; aquela que visa fortalecer a organização assegurando o fornecimento de matérias-primas e outros insumos que lhe são necessários (integração para trás), e a outra que objetiva agregar consumidores (integração para frente); não confundir com diversificação de atividades.
A verticalização da escala produtiva e padronizada foi uma das bases do fordismo, concepção desenvolvida por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, segundo a qual tudo deve pertencer ao mesmo dono e deve ser controlado de maneira centralizada, objetivando manter um ritmo adequado da produção. Por esse motivo, no inicio do século passado foi amplamente utilizado o conceito de integração vertical do processo produtivo (integração para trás), centralizado em um mesmo empreendimento. Na forma de pensar da época, as organizações verticalizadas eram chamadas de “tradicionais” e analisadas de forma desvinculadas de seu mercado consumidor.
Nos anos 1950 teve início o processo de mudança na estratégia das empresas para garantir suprimentos para sua linha de produção. A própria Ford adotou a prática do outsourcing, ou seja, a aquisição de componentes junto a terceiros. Essa política foi adotada com o objetivo de reduzir os custos de produção, já que reduz os investimentos fixos (com edificações, máquinas, equipamentos, por exemplo), bem como os custos de estocagem e gerenciamento de material e outros, além de reduzir os encargos financeiros, visto que a redução de necessidade de ativos produtivos reduz a necessidade de tomada de recursos de terceiros para financiá-los.
O conceito de verticalização da produção mais ou menos que perdurou até os anos 1970, quando houve o surgimento de novos paradigmas técnico-econômicos tais como: a) a produção enxuta; b) a customização – personalização, adaptação, adequação dos produtos – de acordo com o gosto ou necessidade do mercado, e c) os blocos regionais – União Europeia, Mercosul etc.
Então foi o declínio das indústrias do modelo fordistas, ou seja, do sistema de produção baseado na verticalização e o nascimento da produção enxuta, também conhecida como toyotismo (desenvolvido pela montadora japonesa Toyota), modelo que integra o just-in-time, kanban, TQC. O just-in-time é um processo de administração da produção que visa reduzir estoques e os custos decorrentes, evitando comprar, produz ou transportar qualquer insumo ou produto antes da hora exata. O kanban é uma técnica que controla os fluxos de produção. Esse conjunto de novas visões sepultou a integração para trás.
            Essa onda de mudanças também atingiu a integração para frente, onde os processos de distribuição da produção, integração dos produtos como insumos de outros setores e “fechamento” da cadeia produtiva deixaram de ser atrativos por produzirem resultados não satisfatórios, tendo em vista os custos de aquisição de novas tecnologias para essas novas atividades.
Então, o novo paradigma industrial passou a se articular sob três dimensões básicas: a) cooperação entre empresas fornecedoras e compradoras; b) uso intensivo de novas tecnologias nas atividades básicas; c) padrão de organização voltada para melhores resultados nas atividades básicas.

04/07/2015



terça-feira, 25 de novembro de 2008


JANSEN LEIROS FERREIRA – DADOS BIOGRÁFICOS

POR: Wellington de Campos Leiros
advogado, escritor e musicista
Jansen Leiros Ferreira, nasceu em Macaíba, RN, no dia 15 de março de 1937. Primogênito de Aguinaldo Ferreira da Silva e Maria Leiros Ferreira, nascida Maria Leonor de Castro Leiros,
Estudou no Grupo Escolar Auta de Souza, daquela cidade e, depois, no Ginásio 7 de Setembro de Natal, onde concluiu o ginásio e o curso técnico de contabilidade. Simultaneamente, cursou o científico no Ateneu Norte Rio-grandense. Aos dezoito anos, já havia escrito uma plaqueta fruto de pesquisas em sua cidade natal, que chamou Macaíba – seus tipos populares. Após a editoração dessa plaqueta, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cursando o bacharelado em ciências jurídicas e sociais.
Havendo sido nomeado para o Instituto do Açúcar e do Álcool, lotado na Delegacia Regional do Rio Grande do Norte, em 1962 foi transferido para a sede daquele órgão público na cidade do Rio de Janeiro. Por força dessa transferência, concluiu seu curso de bacharelado em ciências jurídicas na Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil.
Ainda em Natal, Jansen estudou piano erudito com o Maestro Waldemar de Almeida, no Instituto de Música do Rio Grande do Norte, ocasião em que participou de algumas audições públicas solando aquele instrumento e participando do Conjunto de Câmera Professor José Monteiro Galvão,
Após a revolução de 1964, face às dificuldades financeiras foi instado a deixar o serviço público federal para exercer a advocacia dando assistência a empresas privadas.
Ainda nos anos sessenta, fez sua primeira viagem ao exterior, visitando o Peru, o Chile e a Argentina. Depois, conheceu a Europa Central e os Estados Unidos.
Retornando à terra natal, foi nomeado para as funções de Assessor Especial da Presidência da Fundação José Augusto, órgão cultural do Governo do Estado.
Em 1991, foi nomeado Assessor Jurídico do Estado, havendo sido lotado na Procuradoria Geral, onde aposentou-se aos setenta anos.
Jansen Leiros, como passou a ser conhecido, editou os seguintes livros: Macaíba e seus tipos populares, Fragmentos de Reflexões, Contos do Entardecer, Apólogos do Nascer do Sol, Prelúdios de um Novo Dia, Relembranças, Macaíba de Cada Um, Sonata do Alvorecer de Aquários, Itinerário de um Sertanejo, Daphne – compromissos e resgates, Garimpando a Luz, No prelo, em 2008, existem três outros títulos, denominados: Acordes da Alma, Aleluia do Homem Novo e Aquarela do Sol Nascente
No campo da música, Jansen Leiros compôz, entre uma vintena de músicas: Sonho de um Cello, Crepúsculo no Solar da Madalena, Alma Nordestina e Balada para Daphne, todos por ele harmonizadas para orquestra de cordas.
Jansen, também, estudou canto lírico, havendo sido aluno de Atenilde Cunha e Nino Crimme e participou de conjuntos corais como o Harmus, do Instituto de Música Waldemar de Almeida, da Fundação José Auguto, de cuja criação foi um dos responsáveis quando compunha o Conselho de Administração daquela casa de cultura. Barítono, como seu avô materno – Maestro João Viterbino de Leiros, era um seresteiro nato e um orador de belas metáforas. Carismático, de simpatia contagiante, era querido pelos que faziam seu entorno.Como advogado, exerceu as funções de Juiz Eleitoral, do Tribunal Eleitoral do Rio Grande do Norte, nomeado pelo Ministério da Justiça e Juiz de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Estado do Rio Grande do Norte.
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Jansen hoje é o Assessor do Presidente Valério Alfredo Mesquita, do IHGRN e membro da Comissão Eleitoral. Tem novas produções poéticas e espiritualistas. Foi fundador e primeiro presidente da Academia Macaibense de Letras
sábado, 20 de novembro de 2010   INSTALAÇÃO DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS
 
 

03/07/2015


PERFIS DAS CINCO BOCAS

Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

01) Napoleão Feitosa, “O Bispo de Braga”, era sapateiro próximo as cinco bocas, centro de Macaíba. Barrigudo, óculos de pernas remendadas, “Napole” como era chamado na bodega de Seu Alfredo Almeida, nunca perdeu o expediente diário de três “lapadas de cana” até os oitenta anos.  Família numerosa, sustentava os filhos com o suor do seu oficio. Morava no Alto do 35, hoje Rua Dom José Joaquim de Almeida. Mas, o fato marcante do “Bispo de Braga” era o seu vocabulário próprio de palavras criadas e disparadas conforme o assunto. Para classificar um individuo que estava embromando ou falando demais, “Napole” sapecava um diagnóstico “essa é uma “pilostenia vagante””. Quando queria justificar uma ausência ou a sua falta a determinado compromisso, aí vinha com a desculpa “foi um crospício vagatório”.
02) O seu vizinho era o famoso Charuto, negro alto, cabelos grisalhos, beiços de escravo angolano que possuía uma pequena bodega com esparsas garrafas nas prateleiras. O lobby de Charuto era cobrar cinqüenta centavos dos curiosos que desejassem vê-lo nu tomando banho na cacimba e como atração de fundo a sua enorme genitália. Charuto em todas as suas exibições nunca foi perturbado pela censura.
03) Próximo, ficava o espaço livre do Bar Gato Preto, povoado por imensa galeria de vultos inesquecíveis que faziam dali o território sentimental da cidade. Era o balcão do cidadão que consagrava e desconsagrava, julgava e punia os que fossem achados em culpa. Na sinuca consagraram-se Perequeté, Banga, Geraldo Alcapone que maravilhavam os “pirus” com jogadas cerebrais. Antonio Assis, Waldemar Diógenes Peixoto, Né Macena, Paulo Marinho e Sabino eram freqüentadores que também excursionavam na barbearia do cirurgião Zuca, PHD em escalpo de couro-cabeludo. Havia ainda outras figuras hoje impregnadas nas paredes do Bar e nas esquinas das Cinco Bocas comentando as ocorrências do seu tempo, dos idos de cinqüenta e sessenta como chamas votivas que não se apagam nem que assim queira o apagão do FHC.


      (*) Escritor