06/07/2015



 IHGRN
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE


Calendário para o restante do ano, aprovado na sessão do dia 30 de junho do ano corrente:


JULHO:

8 - Evento do Prof. Fábio da UFRN;

14 – Solenidade comemorativa do centenário do América Futebol Clube;

17 - Assembleia Geral Ordinária para apreciação do Relatório de Gestão e Prestação de Contas do IHGRN, exercício de 2014;

23 - expedição de Portaria designando a Comissão Eleitoral.


AGOSTO:

10 – Aprovação das normas eleitorais;

21 – Noite de Autógrafos e lançamento do Edital convocando eleições.


SETEMBRO:

11 - Palestra alusiva à Semana da Pátria e posse dos novos sócios;

14 – Comemoração da fundação da UBE-RN;

30 – Prazo final para registro de chapas para o pleito do IHGRN.


OUTUBRO:

Encontro de escritores.


NOVEMBRO:

10 – Eleição para a nova Diretoria e Conselho Fiscal do IHGRN.


DEZEMBRO:

11 – Confraternização no Largo Vicente de Lemos;

28 – Início do recesso.

DIA 7


05/07/2015

Fordismo, toyotismo e verticalização

Tomislav R. Femenick – Contador e economista

vinheta116

A verticalização da produção é uma ação de uma empresa ou grupo empresarial, que visa à otimização dos recursos que lhe são disponíveis, integrando processos de compra, produção, distribuição e venda de seus produtos. Ao agregar insumos, processos e tecnologia, a empresa ou o grupo estaria reduzindo custos ou ampliando suas vendas; no mesmo setor ou em segmento correlatos.
Há dois tipos básicos de integração da produção; aquela que visa fortalecer a organização assegurando o fornecimento de matérias-primas e outros insumos que lhe são necessários (integração para trás), e a outra que objetiva agregar consumidores (integração para frente); não confundir com diversificação de atividades.
A verticalização da escala produtiva e padronizada foi uma das bases do fordismo, concepção desenvolvida por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, segundo a qual tudo deve pertencer ao mesmo dono e deve ser controlado de maneira centralizada, objetivando manter um ritmo adequado da produção. Por esse motivo, no inicio do século passado foi amplamente utilizado o conceito de integração vertical do processo produtivo (integração para trás), centralizado em um mesmo empreendimento. Na forma de pensar da época, as organizações verticalizadas eram chamadas de “tradicionais” e analisadas de forma desvinculadas de seu mercado consumidor.
Nos anos 1950 teve início o processo de mudança na estratégia das empresas para garantir suprimentos para sua linha de produção. A própria Ford adotou a prática do outsourcing, ou seja, a aquisição de componentes junto a terceiros. Essa política foi adotada com o objetivo de reduzir os custos de produção, já que reduz os investimentos fixos (com edificações, máquinas, equipamentos, por exemplo), bem como os custos de estocagem e gerenciamento de material e outros, além de reduzir os encargos financeiros, visto que a redução de necessidade de ativos produtivos reduz a necessidade de tomada de recursos de terceiros para financiá-los.
O conceito de verticalização da produção mais ou menos que perdurou até os anos 1970, quando houve o surgimento de novos paradigmas técnico-econômicos tais como: a) a produção enxuta; b) a customização – personalização, adaptação, adequação dos produtos – de acordo com o gosto ou necessidade do mercado, e c) os blocos regionais – União Europeia, Mercosul etc.
Então foi o declínio das indústrias do modelo fordistas, ou seja, do sistema de produção baseado na verticalização e o nascimento da produção enxuta, também conhecida como toyotismo (desenvolvido pela montadora japonesa Toyota), modelo que integra o just-in-time, kanban, TQC. O just-in-time é um processo de administração da produção que visa reduzir estoques e os custos decorrentes, evitando comprar, produz ou transportar qualquer insumo ou produto antes da hora exata. O kanban é uma técnica que controla os fluxos de produção. Esse conjunto de novas visões sepultou a integração para trás.
            Essa onda de mudanças também atingiu a integração para frente, onde os processos de distribuição da produção, integração dos produtos como insumos de outros setores e “fechamento” da cadeia produtiva deixaram de ser atrativos por produzirem resultados não satisfatórios, tendo em vista os custos de aquisição de novas tecnologias para essas novas atividades.
Então, o novo paradigma industrial passou a se articular sob três dimensões básicas: a) cooperação entre empresas fornecedoras e compradoras; b) uso intensivo de novas tecnologias nas atividades básicas; c) padrão de organização voltada para melhores resultados nas atividades básicas.

04/07/2015



terça-feira, 25 de novembro de 2008


JANSEN LEIROS FERREIRA – DADOS BIOGRÁFICOS

POR: Wellington de Campos Leiros
advogado, escritor e musicista
Jansen Leiros Ferreira, nasceu em Macaíba, RN, no dia 15 de março de 1937. Primogênito de Aguinaldo Ferreira da Silva e Maria Leiros Ferreira, nascida Maria Leonor de Castro Leiros,
Estudou no Grupo Escolar Auta de Souza, daquela cidade e, depois, no Ginásio 7 de Setembro de Natal, onde concluiu o ginásio e o curso técnico de contabilidade. Simultaneamente, cursou o científico no Ateneu Norte Rio-grandense. Aos dezoito anos, já havia escrito uma plaqueta fruto de pesquisas em sua cidade natal, que chamou Macaíba – seus tipos populares. Após a editoração dessa plaqueta, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cursando o bacharelado em ciências jurídicas e sociais.
Havendo sido nomeado para o Instituto do Açúcar e do Álcool, lotado na Delegacia Regional do Rio Grande do Norte, em 1962 foi transferido para a sede daquele órgão público na cidade do Rio de Janeiro. Por força dessa transferência, concluiu seu curso de bacharelado em ciências jurídicas na Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil.
Ainda em Natal, Jansen estudou piano erudito com o Maestro Waldemar de Almeida, no Instituto de Música do Rio Grande do Norte, ocasião em que participou de algumas audições públicas solando aquele instrumento e participando do Conjunto de Câmera Professor José Monteiro Galvão,
Após a revolução de 1964, face às dificuldades financeiras foi instado a deixar o serviço público federal para exercer a advocacia dando assistência a empresas privadas.
Ainda nos anos sessenta, fez sua primeira viagem ao exterior, visitando o Peru, o Chile e a Argentina. Depois, conheceu a Europa Central e os Estados Unidos.
Retornando à terra natal, foi nomeado para as funções de Assessor Especial da Presidência da Fundação José Augusto, órgão cultural do Governo do Estado.
Em 1991, foi nomeado Assessor Jurídico do Estado, havendo sido lotado na Procuradoria Geral, onde aposentou-se aos setenta anos.
Jansen Leiros, como passou a ser conhecido, editou os seguintes livros: Macaíba e seus tipos populares, Fragmentos de Reflexões, Contos do Entardecer, Apólogos do Nascer do Sol, Prelúdios de um Novo Dia, Relembranças, Macaíba de Cada Um, Sonata do Alvorecer de Aquários, Itinerário de um Sertanejo, Daphne – compromissos e resgates, Garimpando a Luz, No prelo, em 2008, existem três outros títulos, denominados: Acordes da Alma, Aleluia do Homem Novo e Aquarela do Sol Nascente
No campo da música, Jansen Leiros compôz, entre uma vintena de músicas: Sonho de um Cello, Crepúsculo no Solar da Madalena, Alma Nordestina e Balada para Daphne, todos por ele harmonizadas para orquestra de cordas.
Jansen, também, estudou canto lírico, havendo sido aluno de Atenilde Cunha e Nino Crimme e participou de conjuntos corais como o Harmus, do Instituto de Música Waldemar de Almeida, da Fundação José Auguto, de cuja criação foi um dos responsáveis quando compunha o Conselho de Administração daquela casa de cultura. Barítono, como seu avô materno – Maestro João Viterbino de Leiros, era um seresteiro nato e um orador de belas metáforas. Carismático, de simpatia contagiante, era querido pelos que faziam seu entorno.Como advogado, exerceu as funções de Juiz Eleitoral, do Tribunal Eleitoral do Rio Grande do Norte, nomeado pelo Ministério da Justiça e Juiz de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Estado do Rio Grande do Norte.
___________________________
Jansen hoje é o Assessor do Presidente Valério Alfredo Mesquita, do IHGRN e membro da Comissão Eleitoral. Tem novas produções poéticas e espiritualistas. Foi fundador e primeiro presidente da Academia Macaibense de Letras
sábado, 20 de novembro de 2010   INSTALAÇÃO DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS
 
 

03/07/2015


PERFIS DAS CINCO BOCAS

Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

01) Napoleão Feitosa, “O Bispo de Braga”, era sapateiro próximo as cinco bocas, centro de Macaíba. Barrigudo, óculos de pernas remendadas, “Napole” como era chamado na bodega de Seu Alfredo Almeida, nunca perdeu o expediente diário de três “lapadas de cana” até os oitenta anos.  Família numerosa, sustentava os filhos com o suor do seu oficio. Morava no Alto do 35, hoje Rua Dom José Joaquim de Almeida. Mas, o fato marcante do “Bispo de Braga” era o seu vocabulário próprio de palavras criadas e disparadas conforme o assunto. Para classificar um individuo que estava embromando ou falando demais, “Napole” sapecava um diagnóstico “essa é uma “pilostenia vagante””. Quando queria justificar uma ausência ou a sua falta a determinado compromisso, aí vinha com a desculpa “foi um crospício vagatório”.
02) O seu vizinho era o famoso Charuto, negro alto, cabelos grisalhos, beiços de escravo angolano que possuía uma pequena bodega com esparsas garrafas nas prateleiras. O lobby de Charuto era cobrar cinqüenta centavos dos curiosos que desejassem vê-lo nu tomando banho na cacimba e como atração de fundo a sua enorme genitália. Charuto em todas as suas exibições nunca foi perturbado pela censura.
03) Próximo, ficava o espaço livre do Bar Gato Preto, povoado por imensa galeria de vultos inesquecíveis que faziam dali o território sentimental da cidade. Era o balcão do cidadão que consagrava e desconsagrava, julgava e punia os que fossem achados em culpa. Na sinuca consagraram-se Perequeté, Banga, Geraldo Alcapone que maravilhavam os “pirus” com jogadas cerebrais. Antonio Assis, Waldemar Diógenes Peixoto, Né Macena, Paulo Marinho e Sabino eram freqüentadores que também excursionavam na barbearia do cirurgião Zuca, PHD em escalpo de couro-cabeludo. Havia ainda outras figuras hoje impregnadas nas paredes do Bar e nas esquinas das Cinco Bocas comentando as ocorrências do seu tempo, dos idos de cinqüenta e sessenta como chamas votivas que não se apagam nem que assim queira o apagão do FHC.


      (*) Escritor

01/07/2015

A investigação de Gustavo de Vasconcelos


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
 
Gustavo Maximiano Sieben de Vasconcelos escreveu, via e-mail, para nosso Arquivo Público Estadual, solicitando algumas informações genealógicas.  O APE, reencaminhou para o Prof. Cláudio Galvão, que por sua vez mandou para mim. A solicitação era a seguinte: Boa tarde! Sou de Porto Alegre/RS, e através de pesquisas desenvolvidas junto ao Arquivo Público deste Estado e da Cúria Metropolitana da Capital, descobri que meu trisavô José Pedro de Vasconcellos era natural do Rio Grande do Norte, assim como seus pais Antônio José Seabra de Vasconcellos e Alexandrina Maria de Siqueira. Em vista disso, eu gostaria de saber se é possível o envio ao meu e-mail de quaisquer informações pertinentes a esses antepassados que constem nesse Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Norte. Antecipadamente agradecido, Gustavo de Vasconcelos.

Fui ao meu banco de imagens procurar alguma pista sobre os ascendentes de Gustavo e para facilitar minha resposta, resolvi, como de costume, escrever um artigo sobre o que encontrei.

Comecemos, pois, pelo casamento de José Pedro de Vasconcelos, avô do trisavô de Gustavo: Aos cinco de maio de mil setecentos e quarenta anos, as onze horas do dia, na Capela de Nossa Senhora dos Remédios do Cajupiranga, desta freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações nesta Matriz e na dita Capela e mais, próximas ao lugar onde são moradores os contraentes, na forma do Sagrado Concilio Tridentino, como consta da certidão  dos banhos que em meu poder fica e apresentando-se um mandado do muito Reverendo Senhor Doutor Provisor, e Juiz das Justificações Frei Francisco de Santo São Marcos, pelo qual mandava receber os contraentes, visto ter   os contraentes  dado fiança dos banhos do seu natural, sem se descobrir impedimento, em presença do Reverendo Padre Francisco Xavier de Barros, de licença do Reverendo Coadjutor, o licenciado João Gomes Freire, que fazia vezes de pároco em minha ausência, e sendo presentes por testemunhas  coronel Carlos de Azevedo do Vale, Lourenço Correa de Mello, Joanna Gomes, dona viúva, e Angélica de Azevedo, mulher do capitão Pedro Gonçalves da Nóvoa, pessoas conhecidas, se casaram em face da Igreja, solenemente, por palavras José Pedro de Vasconcellos, filho legítimo de Carlos José de Vasconcellos e de sua mulher D. Michaela de Seabra, moradores na cidade de Lisboa, Freguesia de Nossa Senhora do Alecrim, com Marianna da Costa Travassos, filha legítima do coronel Carlos de Azevedo do Vale, e de sua mulher Izabel de Barros de Oliveira, natural e moradora desta dita Freguesia e Paróquia, e logo lhes deu as bênçãos conforme os ritos e cerimônias da Santa Madre Igreja, do que tudo mandei fazer esta assento pelo que veio do dito Reverendo Padre, que por verdade assinei. Manoel Correa Gomes, vigário.

 Encontro Antônio José, filho do capitão José Pedro de Vasconcellos, que foi padrinho, em 1780, de Manoel, filho da Índia Paula Pereira. Mais adiante, na pesquisa, encontramos o seu batizado, com mais detalhes sobre os pais de José Pedro e Marianna, além da origem do Seabra: Antônio, filho legítimo do capitão José Pedro de Vasconcellos, natural da cidade de Lisboa, e de sua mulher Marianna da Costa, natural de Petimbu, da parte (palavra ilegível) da Freguesia de Nossa Senhora do O’ de Papary e ambos moradores desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, neto por parte paterna de Carlos José de Vasconcellos, natural de Trás dos Montes, e de Michaella Maria de Ciebra, natural da cidade de Lisboa, e pela parte materna de Carlos de Azevedo do Valle, natural de Guimarães, e de Izabel de Barros de Oliveira, natural da Bahia de Todos os Santos, foi batizado com os santos óleos aos vinte de outubro de 1762 anos, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, por mim Vigário encomendado dela, abaixo assinado; foram padrinhos o capitão-mor desta capitania Joaquim Felix de Lima, homem casado.....

 Em seguida, encontramos o batismo de uma irmã de Antônio José: Aos dezessete de dezembro de 1756, de licença do Padre Reverendo, o Doutor Manoel Correa Gomes, na Matriz desta cidade batizou e pôs os santos óleos o Reverendo Padre Theodósio da Rocha Vieira a Anna, filha do capitão José Pedro de Vasconcellos, e de sua mulher Marianna da Costa. Foi padrinho o Reverendo Padre Francisco de Albuquerque e Mello. Marcos Soares de Oliveira, visitador.

Outro irmão de Antônio José era Joaquim: Ao 1 de janeiro de 1755, de licença do Reverendo Vigário o Doutor Manoel Correa Gomes, na Matriz desta cidade, batizou e pôs os santos óleos o Reverendo Padre Francisco de Albuquerque e Mello a Joaquim filho de tenente Joseph Pedro de Vasconcelos e de sua mulher Marianna da Costa. Foram padrinhos o Procurador da Fazenda Real Doutor Dionísio da Costa Soares, e Anna Maria, mulher do sargento-mor Manoel Antonio Pimentel de Mello. Marcos Soares de Oliveira.

Carlos José, outro filho de José Pedro e Marianna casou em 1772, como segue: Aos vinte e sete de fevereiro de mil setecentos e setenta e dois as sete horas da manhã, corridos os banhos juxta tridentino, e sem se descobrir impedimento algum, até a hora de seu recebimento, nesta Matriz, de licença minha em presença do padre Francisco Manoel Maciel, e das testemunhas abaixo assinadas, o capitão Albino Duarte de Oliveira, solteiro, e Luiz José Rodrigues, filho do capitão Francisco Pinheiro Teixeira, moradores nesta cidade, se casaram com palavras de presente, in facie Ecclesiae, Carlos José Pereira de Vasconcellos, filho legítimo do capitão José Pedro de Vasconcellos e de Marianna da Costa, e Josefa Maria da Conceição, filha legítima de Luiz Pinheiro de Oliveira e de Rita Maria da Rosa, ambos os nubentes naturais desta cidade, e logo receberam as santas bênçãos na forma do Ritual Romano, do que mandei lançar este assento em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.

Desse casal acima registramos o batismo de uma de suas filhas, que recebeu o mesmo nome de uma das avós: Rita, filha legítima de Carlos José Pereira e de Josefa Maria da Conceição, todos desta Freguesia, neto por parte paterna de José Pedro de Vasconcellos, natural das partes de Lisboa, e de Marianna da Costa, e por parte materna de Luis Pinheiro, e de Rita Maria da Rosa, todos desta freguesia, nasceu aos 24 de junho de 1786, na capela do Senhor Santo Antonio que serve de Matriz aos quinze de julho do dito ano, com os santos óleos, de licença minha, pelo Reverendo Vigário Francisco Maciel; foram padrinhos Francisco Antonio Casado, e Izabel Francisca mulher de Miguel de Oliveira. Do que mandei fazer este assento em que assino. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.

Rita, mãe de Josefa, era filha de Antonio Batista Espínola e Francisca Antonia (ou Francisca do Rosário). Uma irmã de Rita, que nunca casou, e de nome Maria Francisca da Anunciação, quando fez seu testamento, deixou como sua herdeira, Joana, sua sobrinha neta, filha do Alferes Carlos José Pereira de Vasconcellos. Caso Joanna falecesse, a herança iria para o irmão dela Luiz. Um dos testamenteiros foi o Alferes Carlos José Pereira de Vasconcelos Junior.

Aqui o registro de óbito de Carlos: aos vinte de fevereiro de 1805, faleceu da vida presente, nesta Freguesia o tenente Carlos José Pereira, branco, com idade de cinquenta anos, pouco mais ou menos, casado com Josefa Maria da Conceição, tendo recebido todos os sacramentos da Igreja. Foi sepultado na Igreja Santo Antonio dos Militares desta cidade, envolto na sua farda, depois de ser encomendado pelo padre Simão Judas Tadeu, de minha licença, que por ser nimiamente pobre lhe fez encomendação por esmola. E para constar fiz este termo que assinei. Feliciano José Dornelles, vigário Colado.

José Pedro de Vasconcellos ficou viúvo, aos vinte e um de setembro de mil setecentos e setenta e dois. Dona Marianna, tinha nessa data cinquenta anos, e foi sepultada na Matriz envolta em hábito de São Francisco.

Outro neto de José Pedro e Marianna teve batismo em 1770: José, filho legítimo do cabo de esquadra José Silvestre de Moraes Navarro e de Angélica Maria de Seabra, naturais desta Freguesia, neto por parte paterna de Sutério da Silva de Carvalho, natural desta cidade, e de sua mulher Dona Elenna de Moraes Navarro, natural da cidade de Olinda, e pela materna de José Pedro de Vasconcellos, natural da cidade de Lisboa, e de Marianna da Costa Macedo, desta Freguesia, nasceu aos 23 de dezembro do ano de 1770, e foi batizado com os santos óleos, de licença minha, nesta Matriz, pelo Padre Francisco Manoel Maciel, aos dezessete de janeiro do ano de 1771; foram padrinhos o capitã José Pedro de Vasconcelos e sua filha Anna Francisca. Do que mandei lançar este assento em que me assinei. Pantaleão da Costa de Araújo, vigário do Rio Grande.

José Silvestre casou com Angélica, após ficar viúvo de Escolástica Bezerra de Mesquita.

Nos assentamentos de praça, encontramos outros filhos de José Pedro. Vejamos esses registros que são importantes pela descrição física que faz dos assentados.

José Pedro de S(ilegível), solteiro, filho legítimo do capitão José Pedro de Vasconcellos, morador nesta cidade, de idade que disse ser de dezessete anos pouco mais ou menos, de estatura baixa, grosso de corpo, rosto redondo, com uma (?) no olho direito, cabelo estirado, sem falta algum nos dentes e sem barba, por ainda lhe não sair, assenta praça por sua vontade, de soldado, nesta companhia por despacho do capitão-mor desta capitania Joachim Felis de Lima, e intervenção do vedor geral da gente de guerra, o Doutor Antonio Carneiro de Albuquerque Gondim, como consta da petição a linha.  Hoje, trinta de maio de mil setecentos e sessenta e cinco, vence de soldo, farda e pão como os demais.

Outro filho do capitão José Pedro aparece com dois assentamentos, como segue.
Manoel José de Vasconcelos, solteiro, filho legítimo do capitão José Pedro de Vasconcellos, natural desta capitania, de idade de dezesseis anos, pouco mais ou menos, de estatura baixa, grosso de corpo, rosto redondo, sobrancelhas grossas e olhos presos, sem falta de dentes adiante, senta praça de soldado, nesta companhia por despacho do capitão-mor desta capitania Joaquim Felix de Lima, e intervenção do Vedor Geral, o Doutor Manoel Teixeira de Moraes, em 17 de junho de 1760.

Manoel José de Vasconcellos, solteiro, filho legitimo do capitão José Pedro de Vasconcellos, de idade de vinte e quatro anos, pouco mais ou menos, homem branco, de estatura ordinária, rosto cheio, com bastante barba, cabelo estirado e preso, olhos negros, sem falta de dentes nenhuma, assenta praça de soldado, por sua vontade, nesta companhia por despacho do capitão-mor desta capitania Joaquim Felix de Lima e intervenção do Vedor Geral da Gente de Guerra, o Doutor Antonio Carneiro de Albuquerque Gondim. Hoje seis de outubro de mil setecentos e sessenta e seis, vence soldo, farda como os demais. Fl 13


Essas foram as informações preliminares que consegui encontrar de familiares de Gustavo.