30/05/2015

DOCUMENTOS ARQUIVADOS - UFRN (COMISSÃO DA VERDADE)



 


 



(ESTANTE 51)

COMISSÃO DA VERDADE DA UFRN FAZ ENTREGA PARCIAL DE ACERVO DOCUMENTAL
Por Juan de Assis Almeida, em 27 de maio de 2015.
A Comissão da Verdade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte fez, no dia 25 de maio deste ano, a entrega de parte do seu acervo documental ao Arquivo Geral da UFRN, localizado próximo ao prédio da Editora Universitária.

A transferência dos documentos do prédio da Reitoria da UFRN ao Arquivo se deu por iniciativa do presidente da Comissão, o Prof. Carlos Roberto de Miranda Gomes, em razão do processo de finalização da Comissão da Verdade, que desde dezembro de 2014, encerrou suas atividades de pesquisa, com a elaboração do seu relatório final, que está previsto para lançamento ainda esse ano.

A documentação transmitida não diz respeito a produção em si da Comissão da Verdade, mas traduz o produto das diligências em busca de subsídios e documentos que retratassem o clima de perseguição política refletida nas antigas unidades universitárias.

Grande parte do acervo constitui-se de duas unidades então mantidas pela Fundação José Augusto: a Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza (Doação realizada por meio do Ofício nº. 053/10-DG, de 25 de fevereiro de 2010, do diretor da FJA Joaquim Crispiniano Neto) e da Faculdade de Sociologia e Política (Doação realizada pelo Ofício nº. 147/2013-GE/SECULT/FJA, de 04 de março de 2013, da diretora da FJA Ivanira Machado). O acervo do jornalismo estava sob guarda do Departamento de Administração e Controle Acadêmico (DACA) da PROGRAD e o de Sociologia e Política com a Comissão da Verdade da UFRN, este último, recebido em transação comandada pelo membro Juan de Assis Almeida.
FACULDADES
A Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza foi criada pela Lei Estadual nº. 2.783, de 10 de maio de 1962 pelo então governador do Estado do RN Aluízio Alves. Pela Resolução nº. 18/1973 do Conselho Universitário passou a condição de unidade agregada à UFRN. Já a Faculdade de Sociologia e Política foi criada pelo Decreto Estadual nº. 3.871, de 15 de dezembro de 1961. As referidas unidades foram, finalmente, incorporadas pela UFRN, juntamente com a absorção do seu corpo discente e docente pelas Resoluções nº. 72/1975, 15/1976; 01/1977 e 142/1978, todas emanadas do Conselho Universitário da UFRN.

29/05/2015


DONA NAIR

Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

Peço licença aos conterrâneos para neste dia trinta, homenagear a memória de minha mãe que se viva fosse, completaria 115 anos. Anjo tutelar dos meus dias, heroína simples, exemplo de renúncia, colecionadora de alegrias e tristezas, risos e lágrimas, realidades e sonhos. Nair de Andrade Mesquita, nasceu em Macaíba. Bem cedo perdeu o pai: Dário Jordão de Andrade. Sua mãe, Sofia Cúrcio de Andrade, filha de imigrantes italianos, mulher espartana e lutadora, criou sozinha os filho do casamento: Clóvis, Dario, Nair, Sofia, Nilda e Floriano. Pobre, Sofia possuía uma bodega onde também fabricava fogos. Os filhos estudaram no tradicional Grupo Escolar Auta de Souza que tinha como professores Bartolomeu Fagundes, Paulo Nobre, Arcelina Fernandes, entre tantos mestres seculares. Terminado os seus estudos preparatórios, ela foi trabalhar nos Correios e Telégrafos, ao qual dedicou 37 anos de sua vida ao aposentar-se. Casou com Alfredo Mesquita Filho, o líder político, combativo, firme, resoluto e humano. A ternura de Nair, a calma e a compreensão, vestimentas do amor, atenuaram muitas vezes os momentos de angústia e sofrimento do meu pai, na lide política. Nídia e eu, somos os frutos do seu amor, ao qual procuramos dar em afeto e carinho toda a dimensão do nosso sentimento. Compreendemos que ela na idade bíblica alcançada, mesmo assim, viveu o transitório neste mundo, mas nos legou, a cada instante, lições e marcas de iniludível eternidade. Foi adepta do espiritismo kardecista desde a mocidade, por influência de dois apóstolos de candura e bondade: Elen e Olímpio Jorge Maciel. Mas, Nair de Andrade Mesquita, não se dedicou apenas aos afazeres do lar e de sua vida funcional. Como coadjuvante das atividades políticas do marido, chegou a exercer o mandato de deputado estadual entre 1959 e 1962. Várias vezes, eu a acompanhei às sessões legislativas no antigo prédio da Assembleia situado à rua Getúlio Vargas, em Petrópolis. Política ao velho estilo, visitava os eleitores de casa em casa, fazendo o que chamava de “recenseamento eleitoral” nas campanhas de seu Mesquita. Minha mãe sempre gostou de conversar.
Nas prosas políticas sempre tinha engatilhado um provérbio, que liberava conforme a situação: “Depois da tempestade vem a bonança”. “Nem todo mal é mal, nem todo bem é bem, não há mal que não traga um bem”. “Quando os males de alguém forem velhos, os de outrem serão novos”. Enfim, é a sabedoria milenar, a reflexão espiritualista de um ser simples, sombra e luz, palmilhando afanosos instantes de profundidade vital. Acariciei muito os seus cabelos brancos. Contemplo na memória a sua fisionomia calma, serena, que parece reunir todas as preces, todas as dores humanas, no testemunho de sua própria longevidade, graça especial de Deus. Na casa grande da Rua da Cruz em Macaíba, ela residiu com o seu jardim de margaridas, dálias, jasmins, beneditas, lafranças e a mais sublime recordação na foto do seu Mesquita, ao lado, com o oferecimento eterno: “A Nair, expressão lídima de bondade”. 


(*) Escritor.


A V I S O

O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE realizará na manhã de hoje, à partir das 9 hora, uma sessão especial de sua Diretoria e Conselho Fiscal, para apreciar o Relatório e as contas do Presidente Valério Alfredo Mesquita relativos ao exercício de 2014.
Natal, 29 de maio de 2015
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Secretário-Geral