Necrológio
proferido pelo acadêmico Odúlio Botelho no dia 08 de maio de 2015, no auditório
Moacyr Duarte, da Procuradoria Geral do Estado do RN, com digitação e revisão
da Dra. Jéssica Medeiros Alff.
Para meditação,
“Jesus
dizia-lhes, O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer
esteja dormindo ou acordado (...) a semente germina e cresce, sem que ele saiba
como.”(Mc. 4,26-27).
“A
memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela
não perde o que merece ser salvo (...)” (Eduardo Galeano, escritor uruguaio,
falecido em 14 de abril de 2015).
“A
vida é muito curta para ser pequena” (advertência de DISRAELI).
“Morte:
Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade
(...)” (Luis Gonzaga Pinheiro – créditos do livro “O Homem que Veio da Sombra”).
“Se
quiser plantar saudade/ Escalde bem a semente/ Plante num lugar bem seco/ Onde
o sol seja bem quente/ Pois se plantar no molhado/ quando crescer mata a gente
(...)” (Antônio Pereira – poeta popular).
“Essa palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade, é lembrança
Saudade só é saudade
Quando se perde a esperança.” (Pinto de Monteiro).
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade, é lembrança
Saudade só é saudade
Quando se perde a esperança.” (Pinto de Monteiro).
Senhor Presidente,
autoridades na Mesa, juízes, procuradores, dirigentes de outras academias,
poetas, seresteiros, músicos, distinta
platéia, minhas senhoras, meus senhores, familiares e amigos do Acadêmico
Joaquim Sílvio Caldas. Aqui estamos menos por uma exigência estatutária ditada
por regra fixa de nossa valiosa ALEJURN – muito mais pela felicidade de falar
sobre o nosso estimado companheiro Joaquim Silvio Caldas, hoje habitando o
glorioso Reino de Deus.
Chico
Buarque de Holanda, esse esplendoroso poeta da Música Popular Brasileira, tirou
do seu gênio estes versos: “O meu pai, era paulista/ Meu avô, pernambucano/ O
meu bisavô, mineiro/ Meu tataravô, baiano/ Vou na estrada há muitos anos/ Sou
um artista brasileiro (...)”.
O
próprio homenageado ao receber o título de CIDADÃO DO RIO GRANDE DO NORTE, em
Sessão Solene da Assembléia Legislativa, discorreu sobre a sua festejada
trajetória, invocando a aquarela: “Rio caminho que anda, (...) / tens a mania
doente/ de olhar só pra frente/ não voltas jamais! (...)”.
Naquela
oportunidade, Sílvio, que era forte e aguerrido, brindou-nos com detalhes
marcantes de sua vida, em tom eivado de emoção, cujo discurso não poderemos
deixar de ler nesta oportunidade:
“RIO
GRANDE DO NORTE – EU, CIDADÃO!
Nasci em Aracaju – Sergipe. O
primeiro rio da minha vida foi o Continguiba. Muito pequeno, contudo, graças ao
ofício do meu pai, nos transferimos para Salvador- Bahia e, logo em seguida,
para Recife, onde conheci meu segundo rio – o velho Capibaribe, aonde, moleque,
quase ia me afogando, coisa de que meus pais morreram sem ter notícia, graças a
Deus.
Adolescente, fui apresentado ao
velho Chico, em Sergipe, de onde guardo muitas e boas recordações, não fora
outra feita em que ia também me afogando, graças a uma trela do meu primo Antônio
Messias, já falecido.
A Recife cheguei menino dos meus
sete anos de idade e lá me criei, me formei, constitui família, até que o
destino me trouxe, já maduro, para meu quarto e último rio. Um rio grande, do
norte, sim senhor! E eu, que já amava mesmo sem antes ter sido apresentado, o
Potengi amado, amei o Rio Grande e o seu povo. Amor à primeira vista, como se
requer de um grande e sincero amor.
Falar da minha vida passada
ser-me-ia muito gratificante, mas, em vida já tão alongada, não fora a teimosia
do meu espírito um tanto jovial, seria por demais enfadonho aqui e agora
rememorar coisas do passado mais distante, por mais prazeroso que fosse para
mim.
Prefiro, portanto, relembrar alguns
bons momentos aqui já vividos, nestes quatro últimos lustros da minha
existência.
Egresso do primeiro concurso para a
magistratura trabalhista da recém-criada 13ª Região, que então englobava
Paraíba e Rio Grande do Norte, preferi de logo aqui permanecer. Talvez uma
forma de homenagear meu saudoso pai, que já havia se transportado para o outro
lado, já que sua primeira namorada, Enedi, residia em Areia Branca, e que fora
o primeiro grande amor de sua vida. Sim, confesso que meu desejo secreto era
conhecer Dona Enedi, de Areia Branca, sem que isso traísse a memória de minha
santa e saudosa mãe.
Esse desejo nunca fui alcançado. Em
compensação aqui encontrei uma boemia que me acolheu com muita cordialidade. E
o finado desembargador Tarcísio Monte logo se encantou quando me ouviu, nos
primeiros dias, executando ao piano a Praieira de Otoniel Menezes.
-Sílvio – indagou-me- como você já
conhece essa música?
-Essa música? Expliquei: era a
música que meu pai cantava a título de encerramento de nossas cantatas
domingueiras, embaixo das castanholas da nossa casa em Recife! Era a música que
ele mais gostava, e que me acostumei a ouvir desde que me entendo gente! Aliás,
outra que ele também cantarolava de vez em quando era Anjo Inocente, cuja letra
era de autoria (vim a saber depois) de Auta de Souza.
Aí, Tarcísio lançou-me o desafio:
agora você vai ter que aprender a tocar nossa valsa mais bonita – Royal Cinema,
de Tonheca Dantas.
Bem, isso é assunto para outra hora.
Comecei minha vida no Rio Grande
como juiz substituto, graças ao que percorri todas as Juntas de Conciliação
daquela época, ao mesmo tempo que participei, na gestão do primeiro presidente
desta Região, doutor José Rocha, da inauguração de outras tantas. Conheço,
portanto, praticamente toda a geografia desse valoroso Estado.
No final do primeiro ano, o acúmulo
de serviço não me permitiu aproveitar as festas de Natal e de passagem de ano
junto aos meus familiares. Recordo-me da solidariedade da colega de concurso, a
hoje desembargadora Perpétuo Wanderley, que teve a delicadeza de me convidar
para participar da ceia do Natal juntamente com sua família.
Embora não sendo maçom, aqui fui
recebido e apoiado com todo o carinho por autoridades maçônicas que acho de bom
alvitre não proclamá-las, mas reconhecer-lhes o gesto. A mim me basta dar esse
testemunho como um verdadeiro preito de gratidão. Aliás, já havia gozado desse
mesmo privilégio em Pernambuco.
Portanto, aqui chegado nos idos de
1987, comecei a ser apresentado a alguns amigos, inicialmente pelo saudoso
desembargador (àquela altura já aposentado) Alvamar Furtado, a quem já conhecia
quando atuávamos na 6ª Região. Naqueles primeiros anos de Natal, caminhávamos
diariamente na praia do Meio. Formávamos uma animada turma, ao que me recorde:
Alvamar, Carlos Lyra, o “barão” José Valdenício, Álvaro Alberto ... Muito devo
a Alvamar Furtado pelos sábios conselhos e orientações sobre minhas graves e
novas funções; a Carlinhos Lyra, por introduzir-me nos caminhos da música
local, eis que ele, então, exímio violonista e homem de invulgar cultura, tendo
inclusive me presenteado com um livro de Câmara Cascudo, de quem fora íntimo.
Depois, novos conhecimentos:
Ministro José Delgado (na época Juiz Federal) e que me deu, logo no início da
minha carreira, um grande apoio e um sábio conselho; comecei também a conhecer
pessoas que têm feito parte, direta ou indiretamente, do meu cotidiano: amigos
como Nei Leandro de Castro, Décio Holanda, Clênio Freire, Genibaldo Barros,
Vicente Serejo, Gilberto Avelino, Eider Furtado, Tarcísio Costa, José Maurício,
Laércio Segundo de Oliveira, Odúlio Botelho, Diógenes da Cunha Lima, Welington
Leiros, Luís Carlos Guimarães, “tio” Nei Marinho, Alcimar Torquato, Jahyr,
Jurandyr e Marcelo Navarro, Arruda Fialho, Silvério e seu querido e já falecido
pai, Raimundo Soares – todos ligados ao mundo jurídico ou a outras atividades,
alguns já de saudosa memória.
Também conheci e conheço grandes
mulheres potiguares, grandes não só pela beleza, como pela inteligência e
elegância. Destacarei algumas delas, pelos mais variados motivos, e em nome das
quais homenageio as demais: senhoras Olindina Freire, Lalinha Barros, Zezé Delgado,
Vilma de Faria, Maria do Perpétuo Socorro, Maria de Lourdes Alves Leite,
Cristina Siminéia, Maria José de Araújo, Noeme de Almeida, Gilvanete Pacheco,
Janete, Lucinha Lyra, Noilde Ramalho e tantas outras.
Aos poucos, fui também conhecendo
figuras ligadas à música ou àquilo que chamo de boemia santa, como os
pandeiristas Leão e Bossa, os violonistas Antonio Sete Cordas, Domício Damásio,
Dominguinhos, José Antônio, o inesquecível Neco, ritmistas como Jobertino
Santana, Jacó, vocalistas como Palmeirinha, Chicola, e até mesmo figuras
popularescas, como o sábio Carrapicho, Dequinha do Azulão e tantos outros.
Sei que estou cometendo um grande
erro em tentar nominar pessoas ou grupos, já que estarei fadado a cometer o
pecado da omissão. Mas não poderia deixar de homenagear, a meu modo, tantos
amigos que aqui conquistei. Os que não citei, não é tanto por falta de
lembrança, é para não esgotar a paciência dos que aqui vieram me prestigiar.
Eles que me perdoem.
Quero ainda, por fim, agradecer aos
parentes e amigos de outros Estados que se deram ao trabalho de aqui virem me
homenagear. De propósito não os nominarei, para não aumentar mais ainda minha
emoção.
Aos desembargadores, juízes e
funcionários do meu querido TRT, que aqui também se encontram, e aos queridos
membros da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, à qual tenho a
honra de pertencer, os meus especiais agradecimentos.
Ao nobre deputado Robinson Faria,
que preside esta Casa do Povo e que dignifica a política potiguar, a quem devo
a honra de haver proposto meu nome a esta máxima distinção que pode almejar
quem, como eu, tanto ama o Estado a que serve com carinho de filho, bem como
aos demais deputados que apoiaram a indicação do meu nome.
À memória de meus pais, a quem devo
o exemplos de honradez, probidade e seriedade no trato da coisa pública.
Aos meus filhos.”
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Temos
satisfação de anunciar que mantivemos com o saudoso acadêmico uma fraternal
amizade: ele entendendo as minhas máculas e eu convivendo harmoniosamente com o
seu temperamento forte, mas leal.
Trabalhamos
juntos no TRT da 21ª Região, onde ele foi Juiz e Desembargador Federal do
Trabalho. Fomos seu cantor e ele, o pianista. Viajamos ao Piauí e ao Recife em
momentos inesquecíveis: em Teresina cantamos e tocamos ao lado de seu filho
Silvinho, que convivia com grandes músicos da terra; no Recife fomos hóspedes
de sua irmã professora Diva e do seu cunhado, o jornalista Bartolomeu Leal, na
sua aprazível casa de campo. Varamos a madrugada, porque o amor de Silvio
Caldas pelo seu piano e por suas composições era tanto, que o tempo se tornava
apenas elemento circunstancial ao seu enlevo e ao seu contentamento.
O nosso
homenageado surpreendia a todos. Cidadão sisudo, um tanto taciturno, de certo,
introspectivo, sabia fazer amizades e conservá-las!
Não era
de elogios fáceis e nem de atitudes hipócritas. Era direta a sua marca registrada: “sim, sim, não, não”. Com essas características Joaquim Silvio
Caldas era um homem solidário, honesto, incapaz de um ato atentatório à
dignidade humana!
Precisamente
em 27 de outubro de 2011, fui incumbido de saudá-lo na ALEJURN, cujo discurso
repito com satisfação:
“Silvio Caldas escreveu e publicou os
seguintes livros: Enquanto Houver uma
Flor; Conselho de Pai; A Construção do Brasil; e Rio Grande do Norte- Eu
Cidadão.
Exmo. Sr. Presidente...
Quando o
nosso Presidente Jurandyr Navarro delegou-me a honraria de saudar o Dr. Sílvio
Caldas, nesta solene reunião da ALEJURN, lembrei-me de antigos refrões
populares, próprio do pensamento sertanejo: “é a faca com o queijo”, ou mesmo,
“é mesmo que dar leite a gato...”, tal a satisfação que tive, ao ser escalado
para apresentar a este c. auditório, o meu particular amigo e maestro JOAQUIM SILVIO CALDAS, companheiro de
várias pugnas literárias e musicais, para se não falar na militância no E.
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª, onde ele exerceu, com a maior dignidade,
a magistratura federal do trabalho, e eu, funções de assessoramento ao longo de
10 anos.
Foi, exatamente, nesse
período, que muito aprendi – pois tive o prazer de conhecer, dentre outras personalidades
da justiça especializada, o Dr. Sílvio Caldas e com ele concretizar uma amizade
que se alonga no tempo e no espaço, para minha inegável alegria.
Após o exercício da
magistratura de primeira instância, foi convocado para compor a 2T. do nosso TRT,
sendo, finalmente, nomeado para o cargo de Desembargador Federal do Trabalho,
quando se aposentou revestido da admiração de seus pares e dos próprios
jurisdicionados. Foi agraciado com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho Djalma
Marinho, no grau de Grande
Oficial.
Afirmou o escritor Jurandyr
Navarro, quando elaborou as orelhas do livro Rio Grande do Norte – Eu Cidadão – Natal/RN -2009 – impresso por:
CCS Gráfica e Editora, de autoria do nosso homenageado: “O nome de Silvio
Caldas, por todas essas virtudes e espirituais qualidades, foi um dos
escolhidos para formar o quadro da novel Academia de Letras Jurídicas do Rio
Grande do Norte, dentre outros dignos nomes, seus ilustres pares, diante do
reconhecimento e inconteste valor da sua marcante personalidade...”.
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Quanto ao cronista, assim se
manifestou Vicente Serejo, ao prefaciar o referido livro: “... o leitor de
Silvio Caldas vai encontrar a reunião dos seus olhares lançados todas as
semanas no Jornal de Hoje. Como se fosse um painel, um mural de fisionomias e
impressões humanas na forma de artigos, confissões, lembranças, poemas, canções
e descobertas. Sensações, inquietações e reflexões do homem diante da paisagem
física e humana de sua nova cidade. Essa Natal que ele escolheu para viver
porque aprendeu a amá-la e, por isso, é um dos nossos...”.
E nós da
ALEJURN, estimado amigo Silvio Caldas, cá dizemos de forma uníssona, que nos
sentimos honrados por tê-lo em nossa confraria e poder desfrutar do seu salutar
convívio e sorver as doses que a sua inteligência irradia. Relembro, nesta
oportunidade, o que escrevi na orelha de um dos seus livros, em junho de 2007:
“ Joaquim Silvio Caldas, é na verdade, um autêntico nordestino. Nasceu em
Aracaju e fez do Recife o seu segundo berço. Ali estudou, cresceu, amou tantos
amores, que nunca mais deixou de amar a vida, o mundo, a música, os amigos, a
magistratura e a justiça.” Portanto, caríssimo presidente e ilustrados
componentes desta Assembléia, afirmamos que o Dr. Sílvio Caldas é de fato e de
direito um de nós, com todas as honras que ele merece. Cabe, finalmente,
transcrever o genial OSCAR WILDE: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A
maioria das pessoas apenas existe...”. Fique certo, caro maestro, que você
existe e vive com muita intensidade, para a felicidade de sua família, dos seus
amigos e, porque não dizer, do próprio Rio Grande do Norte. (Auditório da PGE –
ALEJURN – Natal, 27 de outubro de 2011).”
Não será
por demais lembrar as lições do grande neurocientista português ANTÒNIO DÁMASO,
no sentido de que: “As emoções passam com ondas de ira ou aplauso, mas
sentimentos, quando fixados, são a grande base sobre a qual se ergue o juízo de
valor”.
Na
verdade, o nosso pranteado confrade aprendeu a distinguir e distribuir as suas
emoções. Algumas vezes frementes e austeras ou mesmo irônicas. Em momentos
outros, ternas, humanas e solidárias.
Welligton
Leiros, talvez o melhor amigo de Sílvio Caldas, em inspirado acróstico,
desenhou o maestro com os olhos da admiração: “Sílvio, você, ao piano/ Ilumina o ambiente./Lá
... dó ... mi ... lá ... de repente,/ Vai compondo a melodia./ Inspirado, em sintonia,/O mundo é
seu... seu, somente./ Como
um rei, você se sente, /Ao
dedilhar o teclado. /Leve,
em dueto ou trinado, /Dá
mais sentido à poesia;/ Assim,
com tanta harmonia,/Sua
música é seu reinado.”
Outro Leiros, desta feita, o poeta
espírita Jansen, distingue Sílvio com este olhar: “Dr. Joaquim Sílvio Caldas/ Enxergando de longe as fraldas / do
Nordeste, à poesia;/ Sempre avesso à afazia/ Exímio por Excelência, /jamais
externou clemência / Aos abusos à gramática./ Doutor também em didática, / Amou
a língua do Lácio!/E nela se esmerou./Nisso tudo, era doutor!/Mais ainda nas
sentenças,/nisso tenho eu a crença/ Silvio Caldas não morreu/ Só passou pro
outro lado,/E não ficará calado,/ Onde a “vida” o acolheu!”.
Já
Eduardo Gosson, esse valoroso presidente de honra da UBE/RN, retrata Sílvio
Caldas da seguinte forma: “(...) Sílvio
Caldas como todo ser humano tinha o seu lado ameno: a música e a poesia. Tocava
piano e poetava. O nosso último contato foi através da poesia: Horácio Paiva me
mandou um poema matinal e eu respondi com outro poema que depois teve outro de
Sílvio, fazendo um diálogo poético. Em homenagem ao amigo que parte reproduzo
aqui o seu poema, que está num novo livro meu Poemas e Crônicas (eu não sabia que doía tanto!):
‘Poeta
é homem de Deus/ A luz não lhe faltará/ Pode até faltar o pão/ Mas a fome
passará./ Em cada verso inventado/ O poeta se inventa,/ Em cada rima ele tenta/
Criar um mundo encantado/ Ser poeta é dom de Deus,/ E o pão de cada dia/ Se
transmuda em poesia,/ Daí esses versos meus’. (...)”. (in DO
COTIDIANO EU FAÇO CRÔNICAS-III – SÍLVIO CALDAS E EU).
De sua
vez, o festejado Nei Leandro de Castro descreve assim os seus dotes
vocacionais: “Sílvio Caldas surpreende.
Ele concilia as suas funções de juiz do trabalho com as atividades de cronista,
articulista, músico e poeta. E está sempre exercendo com talento essas suas
habilidades extra-forenses. Fui apresentado aos poucos a esse homem múltiplo.
(...)”.
Receba
saudoso confrade, pelos braços de sua família, os votos de admiração dos que
fazem esta Entidade, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte,
e o respeito do povo potiguar!
Cleanto Wanderley, poeta dos
bons, das terras assuenses, já dizia que: “A vida passa/ passa a alegria/ passa
até mesmo a própria felicidade/ mas a saudade fica/ e fica o amor que é
eterno”.
“Mas sempre ouvi dizer que o amigo bom é que faz
o outro chorar”, conforme pensava
Alcides Carneiro. Não se preocupe não meu maestro Silvio
Caldas, o meu coração é forte e ainda suportará muita saudade.
Sílvio
foi pródigo nas suas atitudes!
Viva Silvio Caldas!