14/05/2015

JOAQUIM SILVIO CALDAS – Um Autêntico Nordestino





Foto de Lucia Helena Pereira.
Necrológio proferido pelo acadêmico Odúlio Botelho no dia 08 de maio de 2015, no auditório Moacyr Duarte, da Procuradoria Geral do Estado do RN, com digitação e revisão da Dra. Jéssica Medeiros Alff.

Para meditação,

“Jesus dizia-lhes, O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer esteja dormindo ou acordado (...) a semente germina e cresce, sem que ele saiba como.”(Mc. 4,26-27).

“A memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela não perde o que merece ser salvo (...)” (Eduardo Galeano, escritor uruguaio, falecido em 14 de abril de 2015).

“A vida é muito curta para ser pequena” (advertência de DISRAELI).

“Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade (...)” (Luis Gonzaga Pinheiro – créditos do livro “O Homem que Veio da Sombra”).

“Se quiser plantar saudade/ Escalde bem a semente/ Plante num lugar bem seco/ Onde o sol seja bem quente/ Pois se plantar no molhado/ quando crescer mata a gente (...)” (Antônio Pereira – poeta popular).
“Essa palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade, é lembrança
Saudade só é saudade
Quando se perde a esperança.” (Pinto de Monteiro).

            Senhor Presidente, autoridades na Mesa, juízes, procuradores, dirigentes de outras academias, poetas, seresteiros,  músicos, distinta platéia, minhas senhoras, meus senhores, familiares e amigos do Acadêmico Joaquim Sílvio Caldas. Aqui estamos menos por uma exigência estatutária ditada por regra fixa de nossa valiosa ALEJURN – muito mais pela felicidade de falar sobre o nosso estimado companheiro Joaquim Silvio Caldas, hoje habitando o glorioso Reino de Deus.
            Chico Buarque de Holanda, esse esplendoroso poeta da Música Popular Brasileira, tirou do seu gênio estes versos: “O meu pai, era paulista/ Meu avô, pernambucano/ O meu bisavô, mineiro/ Meu tataravô, baiano/ Vou na estrada há muitos anos/ Sou um artista brasileiro (...)”.
            O próprio homenageado ao receber o título de CIDADÃO DO RIO GRANDE DO NORTE, em Sessão Solene da Assembléia Legislativa, discorreu sobre a sua festejada trajetória, invocando a aquarela: “Rio caminho que anda, (...) / tens a mania doente/ de olhar só pra frente/ não voltas jamais! (...)”.
            Naquela oportunidade, Sílvio, que era forte e aguerrido, brindou-nos com detalhes marcantes de sua vida, em tom eivado de emoção, cujo discurso não poderemos deixar de ler nesta oportunidade:

“RIO GRANDE DO NORTE – EU, CIDADÃO!

            Nasci em Aracaju – Sergipe. O primeiro rio da minha vida foi o Continguiba. Muito pequeno, contudo, graças ao ofício do meu pai, nos transferimos para Salvador- Bahia e, logo em seguida, para Recife, onde conheci meu segundo rio – o velho Capibaribe, aonde, moleque, quase ia me afogando, coisa de que meus pais morreram sem ter notícia, graças a Deus.
            Adolescente, fui apresentado ao velho Chico, em Sergipe, de onde guardo muitas e boas recordações, não fora outra feita em que ia também me afogando, graças a uma trela do meu primo Antônio Messias, já falecido.
            A Recife cheguei menino dos meus sete anos de idade e lá me criei, me formei, constitui família, até que o destino me trouxe, já maduro, para meu quarto e último rio. Um rio grande, do norte, sim senhor! E eu, que já amava mesmo sem antes ter sido apresentado, o Potengi amado, amei o Rio Grande e o seu povo. Amor à primeira vista, como se requer de um grande e sincero amor.
            Falar da minha vida passada ser-me-ia muito gratificante, mas, em vida já tão alongada, não fora a teimosia do meu espírito um tanto jovial, seria por demais enfadonho aqui e agora rememorar coisas do passado mais distante, por mais prazeroso que fosse para mim.
            Prefiro, portanto, relembrar alguns bons momentos aqui já vividos, nestes quatro últimos lustros da minha existência.
            Egresso do primeiro concurso para a magistratura trabalhista da recém-criada 13ª Região, que então englobava Paraíba e Rio Grande do Norte, preferi de logo aqui permanecer. Talvez uma forma de homenagear meu saudoso pai, que já havia se transportado para o outro lado, já que sua primeira namorada, Enedi, residia em Areia Branca, e que fora o primeiro grande amor de sua vida. Sim, confesso que meu desejo secreto era conhecer Dona Enedi, de Areia Branca, sem que isso traísse a memória de minha santa e saudosa mãe.
            Esse desejo nunca fui alcançado. Em compensação aqui encontrei uma boemia que me acolheu com muita cordialidade. E o finado desembargador Tarcísio Monte logo se encantou quando me ouviu, nos primeiros dias, executando ao piano a Praieira de Otoniel Menezes.
            -Sílvio – indagou-me- como você já conhece essa música?
            -Essa música? Expliquei: era a música que meu pai cantava a título de encerramento de nossas cantatas domingueiras, embaixo das castanholas da nossa casa em Recife! Era a música que ele mais gostava, e que me acostumei a ouvir desde que me entendo gente! Aliás, outra que ele também cantarolava de vez em quando era Anjo Inocente, cuja letra era de autoria (vim a saber depois) de Auta de Souza.
            Aí, Tarcísio lançou-me o desafio: agora você vai ter que aprender a tocar nossa valsa mais bonita – Royal Cinema, de Tonheca Dantas.
            Bem, isso é assunto para outra hora.
            Comecei minha vida no Rio Grande como juiz substituto, graças ao que percorri todas as Juntas de Conciliação daquela época, ao mesmo tempo que participei, na gestão do primeiro presidente desta Região, doutor José Rocha, da inauguração de outras tantas. Conheço, portanto, praticamente toda a geografia desse valoroso Estado.
            No final do primeiro ano, o acúmulo de serviço não me permitiu aproveitar as festas de Natal e de passagem de ano junto aos meus familiares. Recordo-me da solidariedade da colega de concurso, a hoje desembargadora Perpétuo Wanderley, que teve a delicadeza de me convidar para participar da ceia do Natal juntamente com sua família.
            Embora não sendo maçom, aqui fui recebido e apoiado com todo o carinho por autoridades maçônicas que acho de bom alvitre não proclamá-las, mas reconhecer-lhes o gesto. A mim me basta dar esse testemunho como um verdadeiro preito de gratidão. Aliás, já havia gozado desse mesmo privilégio em Pernambuco.
            Portanto, aqui chegado nos idos de 1987, comecei a ser apresentado a alguns amigos, inicialmente pelo saudoso desembargador (àquela altura já aposentado) Alvamar Furtado, a quem já conhecia quando atuávamos na 6ª Região. Naqueles primeiros anos de Natal, caminhávamos diariamente na praia do Meio. Formávamos uma animada turma, ao que me recorde: Alvamar, Carlos Lyra, o “barão” José Valdenício, Álvaro Alberto ... Muito devo a Alvamar Furtado pelos sábios conselhos e orientações sobre minhas graves e novas funções; a Carlinhos Lyra, por introduzir-me nos caminhos da música local, eis que ele, então, exímio violonista e homem de invulgar cultura, tendo inclusive me presenteado com um livro de Câmara Cascudo, de quem fora íntimo.
            Depois, novos conhecimentos: Ministro José Delgado (na época Juiz Federal) e que me deu, logo no início da minha carreira, um grande apoio e um sábio conselho; comecei também a conhecer pessoas que têm feito parte, direta ou indiretamente, do meu cotidiano: amigos como Nei Leandro de Castro, Décio Holanda, Clênio Freire, Genibaldo Barros, Vicente Serejo, Gilberto Avelino, Eider Furtado, Tarcísio Costa, José Maurício, Laércio Segundo de Oliveira, Odúlio Botelho, Diógenes da Cunha Lima, Welington Leiros, Luís Carlos Guimarães, “tio” Nei Marinho, Alcimar Torquato, Jahyr, Jurandyr e Marcelo Navarro, Arruda Fialho, Silvério e seu querido e já falecido pai, Raimundo Soares – todos ligados ao mundo jurídico ou a outras atividades, alguns já de saudosa memória.
            Também conheci e conheço grandes mulheres potiguares, grandes não só pela beleza, como pela inteligência e elegância. Destacarei algumas delas, pelos mais variados motivos, e em nome das quais homenageio as demais: senhoras Olindina Freire, Lalinha Barros, Zezé Delgado, Vilma de Faria, Maria do Perpétuo Socorro, Maria de Lourdes Alves Leite, Cristina Siminéia, Maria José de Araújo, Noeme de Almeida, Gilvanete Pacheco, Janete, Lucinha Lyra, Noilde Ramalho e tantas outras.
            Aos poucos, fui também conhecendo figuras ligadas à música ou àquilo que chamo de boemia santa, como os pandeiristas Leão e Bossa, os violonistas Antonio Sete Cordas, Domício Damásio, Dominguinhos, José Antônio, o inesquecível Neco, ritmistas como Jobertino Santana, Jacó, vocalistas como Palmeirinha, Chicola, e até mesmo figuras popularescas, como o sábio Carrapicho, Dequinha do Azulão e tantos outros.
            Sei que estou cometendo um grande erro em tentar nominar pessoas ou grupos, já que estarei fadado a cometer o pecado da omissão. Mas não poderia deixar de homenagear, a meu modo, tantos amigos que aqui conquistei. Os que não citei, não é tanto por falta de lembrança, é para não esgotar a paciência dos que aqui vieram me prestigiar. Eles que me perdoem.
            Quero ainda, por fim, agradecer aos parentes e amigos de outros Estados que se deram ao trabalho de aqui virem me homenagear. De propósito não os nominarei, para não aumentar mais ainda minha emoção.
            Aos desembargadores, juízes e funcionários do meu querido TRT, que aqui também se encontram, e aos queridos membros da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, à qual tenho a honra de pertencer, os meus especiais agradecimentos.
            Ao nobre deputado Robinson Faria, que preside esta Casa do Povo e que dignifica a política potiguar, a quem devo a honra de haver proposto meu nome a esta máxima distinção que pode almejar quem, como eu, tanto ama o Estado a que serve com carinho de filho, bem como aos demais deputados que apoiaram a indicação do meu nome.
            À memória de meus pais, a quem devo o exemplos de honradez, probidade e seriedade no trato da coisa pública.
            Aos meus filhos.”
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            Temos satisfação de anunciar que mantivemos com o saudoso acadêmico uma fraternal amizade: ele entendendo as minhas máculas e eu convivendo harmoniosamente com o seu temperamento forte, mas leal.
            Trabalhamos juntos no TRT da 21ª Região, onde ele foi Juiz e Desembargador Federal do Trabalho. Fomos seu cantor e ele, o pianista. Viajamos ao Piauí e ao Recife em momentos inesquecíveis: em Teresina cantamos e tocamos ao lado de seu filho Silvinho, que convivia com grandes músicos da terra; no Recife fomos hóspedes de sua irmã professora Diva e do seu cunhado, o jornalista Bartolomeu Leal, na sua aprazível casa de campo. Varamos a madrugada, porque o amor de Silvio Caldas pelo seu piano e por suas composições era tanto, que o tempo se tornava apenas elemento circunstancial ao seu enlevo e ao seu contentamento.
            O nosso homenageado surpreendia a todos. Cidadão sisudo, um tanto taciturno, de certo, introspectivo, sabia fazer amizades e conservá-las!
            Não era de elogios fáceis e nem de atitudes hipócritas. Era direta  a sua marca registrada: “sim, sim, não, não”.  Com essas características Joaquim Silvio Caldas era um homem solidário, honesto, incapaz de um ato atentatório à dignidade humana!
            Precisamente em 27 de outubro de 2011, fui incumbido de saudá-lo na ALEJURN, cujo discurso repito com satisfação:

 “Silvio Caldas escreveu e publicou os seguintes livros: Enquanto Houver uma Flor; Conselho de Pai; A Construção do Brasil; e Rio Grande do Norte- Eu Cidadão.
Exmo. Sr. Presidente...
            Quando o nosso Presidente Jurandyr Navarro delegou-me a honraria de saudar o Dr. Sílvio Caldas, nesta solene reunião da ALEJURN, lembrei-me de antigos refrões populares, próprio do pensamento sertanejo: “é a faca com o queijo”, ou mesmo, “é mesmo que dar leite a gato...”, tal a satisfação que tive, ao ser escalado para apresentar a este c. auditório, o meu particular amigo e maestro JOAQUIM SILVIO CALDAS, companheiro de várias pugnas literárias e musicais, para se não falar na militância no E. Tribunal Regional do Trabalho da 21ª, onde ele exerceu, com a maior dignidade, a magistratura federal do trabalho, e eu, funções de assessoramento ao longo de 10 anos.
Foi, exatamente, nesse período, que muito aprendi – pois tive o prazer de conhecer, dentre outras personalidades da justiça especializada, o Dr. Sílvio Caldas e com ele concretizar uma amizade que se alonga no tempo e no espaço, para minha inegável alegria.
Após o exercício da magistratura de primeira instância, foi convocado para compor a 2T. do nosso TRT, sendo, finalmente, nomeado para o cargo de Desembargador Federal do Trabalho, quando se aposentou revestido da admiração de seus pares e dos próprios jurisdicionados. Foi agraciado com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho Djalma Marinho, no grau de Grande Oficial.
Afirmou o escritor Jurandyr Navarro, quando elaborou as orelhas do livro Rio Grande do Norte – Eu Cidadão – Natal/RN -2009 – impresso por: CCS Gráfica e Editora, de autoria do nosso homenageado: “O nome de Silvio Caldas, por todas essas virtudes e espirituais qualidades, foi um dos escolhidos para formar o quadro da novel Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, dentre outros dignos nomes, seus ilustres pares, diante do reconhecimento e inconteste valor da sua marcante personalidade...”.
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Quanto ao cronista, assim se manifestou Vicente Serejo, ao prefaciar o referido livro: “... o leitor de Silvio Caldas vai encontrar a reunião dos seus olhares lançados todas as semanas no Jornal de Hoje. Como se fosse um painel, um mural de fisionomias e impressões humanas na forma de artigos, confissões, lembranças, poemas, canções e descobertas. Sensações, inquietações e reflexões do homem diante da paisagem física e humana de sua nova cidade. Essa Natal que ele escolheu para viver porque aprendeu a amá-la e, por isso, é um dos nossos...”. 
            E nós da ALEJURN, estimado amigo Silvio Caldas, cá dizemos de forma uníssona, que nos sentimos honrados por tê-lo em nossa confraria e poder desfrutar do seu salutar convívio e sorver as doses que a sua inteligência irradia. Relembro, nesta oportunidade, o que escrevi na orelha de um dos seus livros, em junho de 2007: “ Joaquim Silvio Caldas, é na verdade, um autêntico nordestino. Nasceu em Aracaju e fez do Recife o seu segundo berço. Ali estudou, cresceu, amou tantos amores, que nunca mais deixou de amar a vida, o mundo, a música, os amigos, a magistratura e a justiça.” Portanto, caríssimo presidente e ilustrados componentes desta Assembléia, afirmamos que o Dr. Sílvio Caldas é de fato e de direito um de nós, com todas as honras que ele merece. Cabe, finalmente, transcrever o genial OSCAR WILDE: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe...”. Fique certo, caro maestro, que você existe e vive com muita intensidade, para a felicidade de sua família, dos seus amigos e, porque não dizer, do próprio Rio Grande do Norte. (Auditório da PGE – ALEJURN – Natal,  27 de outubro de 2011).”  
            Não será por demais lembrar as lições do grande neurocientista português ANTÒNIO DÁMASO, no sentido de que: “As emoções passam com ondas de ira ou aplauso, mas sentimentos, quando fixados, são a grande base sobre a qual se ergue o juízo de valor”.
            Na verdade, o nosso pranteado confrade aprendeu a distinguir e distribuir as suas emoções. Algumas vezes frementes e austeras ou mesmo irônicas. Em momentos outros, ternas, humanas e solidárias.
            Welligton Leiros, talvez o melhor amigo de Sílvio Caldas, em inspirado acróstico, desenhou o maestro com os olhos da admiração: Sílvio,  você, ao piano/ Ilumina o ambiente./Lá ... dó ... mi ... lá ...  de repente,/ Vai compondo a melodia./ Inspirado, em sintonia,/O mundo é seu... seu, somente./ Como um rei, você se sente, /Ao dedilhar o teclado. /Leve, em dueto ou trinado, /Dá mais sentido à poesia;/ Assim, com tanta harmonia,/Sua música é seu reinado.”
            Outro Leiros, desta feita, o poeta espírita Jansen, distingue Sílvio com este olhar: “Dr. Joaquim Sílvio Caldas/ Enxergando de longe as fraldas / do Nordeste, à poesia;/ Sempre avesso à afazia/ Exímio por Excelência, /jamais externou clemência / Aos abusos à gramática./ Doutor também em didática, / Amou a língua do Lácio!/E nela se esmerou./Nisso tudo, era doutor!/Mais ainda nas sentenças,/nisso tenho eu a crença/ Silvio Caldas não morreu/ Só passou pro outro lado,/E não ficará calado,/ Onde a “vida” o acolheu!”.
            Já Eduardo Gosson, esse valoroso presidente de honra da UBE/RN, retrata Sílvio Caldas da seguinte forma: “(...) Sílvio Caldas como todo ser humano tinha o seu lado ameno: a música e a poesia. Tocava piano e poetava. O nosso último contato foi através da poesia: Horácio Paiva me mandou um poema matinal e eu respondi com outro poema que depois teve outro de Sílvio, fazendo um diálogo poético. Em homenagem ao amigo que parte reproduzo aqui o seu poema, que está num novo livro meu Poemas e Crônicas (eu não sabia que doía tanto!):
‘Poeta é homem de Deus/ A luz não lhe faltará/ Pode até faltar o pão/ Mas a fome passará./ Em cada verso inventado/ O poeta se inventa,/ Em cada rima ele tenta/ Criar um mundo encantado/ Ser poeta é dom de Deus,/ E o pão de cada dia/ Se transmuda em poesia,/ Daí esses versos meus’. (...)”. (in DO COTIDIANO EU FAÇO CRÔNICAS-III – SÍLVIO CALDAS E EU).
            De sua vez, o festejado Nei Leandro de Castro descreve assim os seus dotes vocacionais: “Sílvio Caldas surpreende. Ele concilia as suas funções de juiz do trabalho com as atividades de cronista, articulista, músico e poeta. E está sempre exercendo com talento essas suas habilidades extra-forenses. Fui apresentado aos poucos a esse homem múltiplo. (...)”. 
            Receba saudoso confrade, pelos braços de sua família, os votos de admiração dos que fazem esta Entidade, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, e o respeito do povo potiguar!
Cleanto Wanderley, poeta dos bons, das terras assuenses, já dizia que: “A vida passa/ passa a alegria/ passa até mesmo a própria felicidade/ mas a saudade fica/ e fica o amor que é eterno”.
 Mas sempre ouvi dizer que o amigo bom é que faz o outro chorar”, conforme pensava Alcides Carneiro. Não se preocupe não meu maestro Silvio Caldas, o meu coração é forte e ainda suportará muita saudade.

Sílvio foi pródigo nas suas atitudes!
 Viva Silvio Caldas!

13/05/2015

Lei Áurea

 
 
 
 
Após uma longa batalha do
s abolicionistas para acabar com a escravidão no Brasil no século XIX, no dia 13 de maio de 1888 finalmente é sancionada a Lei Áurea, que tinha por finalidade libertar todos os escravos que dependiam dos senhores de engenho e da elite cafeeira.Até a promulgação definitiva da abolição da escravatura, muitas leis foram criadas no sentido de ‘libertar lentamente’ os trabalhadores forçados. Em setembro de 1871 foi criada a Lei do Ventre Livre, que proibia o trabalho de negros escravizados que não haviam atingido a maioridade; e a Lei dos Sexagenários, favorável aos escravos de mais de 60 anos.
Como regente do Brasil na época, a Princesa Isabel foi a responsável por assinar a Lei Áurea, depois de diversas tentativas empenhadas pelos integrantes da Campanha Abolicionista, que se desenvolvia desde 1870.
Também houve grande envolvimento com a liberdade dos escravos da própria Princesa Isabel. Ela votou a favor à Lei do Ventre Livre como senadora do Parlamento e financiou quilombos e refúgios de escravos com o fim de libertá-los.
O projeto da Lei Áurea foi apresentado pela primeira vez uma semana antes de ser aprovado pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva. Passou pela Câmara e foi rapidamente avançado pelo Senado, para sanção da princesa regente. Foi uma medida estratégica, porque os deputados e alguns senadores queriam que o projeto de lei fosse aprovado de qualquer maneira enquanto o rei D. Pedro II viajava para o exterior.
A aprovação da lei acabou se tornando uma faca de dois gumes para a princesa. Se por um lado ela pretendia alavancar sua carreira política, acabou arruinando todas as possibilidades ao assinar a Lei Áurea. De fato, a sanção foi um enorme passo dado pelos liberais, que um ano mais tarde iriam derrubar o sistema monárquico em favor da Proclamação da República.
Por mais que a libertação dos escravos representasse a vitória de uma árdua batalha contra as elites, os negros não foram absolvidos em sua totalidade. Primeiramente, não houve um projeto efetivo de integração que permitisse que os antigos escravos se sustentassem de forma independente. Assim, muitos continuaram prestando serviços aos seus senhores para garantir moradia e alimentação.
De todos os países do continente americano, o Brasil foi o último a abolir a escravidão. Ainda hoje, mais de um século depois de aprovada a Lei Áurea, o regime escravocrata ainda resiste em lavouras e grandes pedaços de terra.
Fontes:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u65.jhtm
http://www.historiabrasileira.com/escravidao-no-brasil/lei-aurea/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea
 
FONTE:

12/05/2015

O POTIGUAR PIONEIRO DA AVIAÇÃO

AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO

Linha do Tempo:
1864 No dia 11 de janeiro, nasce em Macaíba/RN, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, oitavo dos 14 filhos do pernambucano Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão (1827-896) e da paraibana Feliciana Maria da Silva de Albuquerque Maranhão (1832-893). 
1880 Aos 16 anos, viaja para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e inicia seus estudos de engenharia na Escola Politécnica. 
1881 O inventor paraense Júlio César Ribeiro de Souza apresenta um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro, o que motiva o jovem Augusto Severo a se interessar pelo voo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas. 
1882 Passa a lecionar matemática no Ginásio Norte Riograndense, do seu irmão Pedro Velho Maranhão, acumulando a função de vice-diretor. 
Em 1983, o ginásio fecha e Severo dedica-se ao comércio, primeiro como guarda-livros da empresa Guararapes e, mais tarde, associa-se à firma A. Maranhão & Cia. Importadora e Exportadora. 
1888 Casa-se com a pernambucana Maria Amélia Teixeira de Araújo (1861-1896), com quem tem cinco filhos. No ano seguinte, passa a escrever artigos para o jornal A República, anti-monárquico, do irmão Pedro Velho, e projeta um dirigível que incorporava ideias revolucionárias, o Potyguarania. O projeto, porém, nunca chegaria a sair do papel. 
1892 Abandona de vez a carreira comercial para dedicar-se à política, sendo eleito deputado ao Congresso constituinte que organizou o Estado. Neste mesmo ano, o Governo lhe concede auxílio pecuniário para que mande fazer, na Europa, um aeróstato dirigível de sua invenção. O dirigível recebe o nome de Bartholomeu de Gusmão. 
1893 Em março, o balão chega ao Brasil. A estrutura em treliça é inicialmente projetada para ser executada em alumínio, mas a falta do material faz com que Augusto Severo altere o projeto, construindo a parte rígida do aparelho em bambu. 
1894 Com cerca de 2.000m3 e medindo 60m de comprimento, o Bartholomeu de Gusmão realiza as primeiras ascensões ainda como balão cativo (preso por cordas) e mostra-se estável e equilibrado, demonstrando que a concepção proposta por Augusto Severo era adequada para o voo. Mas, no único voo do dirigível livre das amarras, a estrutura em bambu não suporta os esforços e se parte. 
1896 Em 19 de abril, no Rio de Janeiro, Augusto Severo pede patente para um “turbo-motor com expansões múltiplas e continuadas”, concedida no dia seguinte. Em 20 de outubro, sua mulher morre, após o que Augusto Severo inicia um relacionamento amoroso com Natália de Siqueira Cossini, de origem italiana, com a qual vem a ter dois filhos. 
1899 Em 27 de julho, no Rio de Janeiro, patenteia um novo balão dirigível, o Paz, que posteriormente tem o nome latinizado para Pax. 
1901 Augusto Severo licencia-se da Câmara para se dedicar à construção do Pax, que trazia muitas inovações em relação ao Bartholomeu de Gusmão. 
1902 No dia 12 de maio, tendo como mecânico de bordo o francês Georges Saché, o Pax inicia seu voo às 5h30, saindo da estação de Vaugirard, em Paris, capital da França. O dirigível eleva-se rapidamente, atingindo cerca de 400 metros, e realiza diversas evoluções que mostram aos inúmeros espectadores que as ideias do inventor potiguar Augusto Severo estavam corretas. Cerca de dez minutos após o início do voo, o Pax explode violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Saché morreram na queda. Os restos do dirigível caem na Avenida du Maine, diante de uma grande multidão. 

 1908 A viúva de Augusto Severo, Natália, que presenciou a queda, nunca se recuperou da tragédia. Após retornar ao Brasil, ela se suicida com um tiro no coração, aos 30 anos de idade.

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11/05/2015

RN se esquece do mártir Augusto Severo


Augusto Severo, o mártir a ser lembrado amanhã, e...
O Rio Grande do Norte resolveu mesmo esquecer seus filhos mais ilustres, cujas personalidades deveriam estar sendo sempre apresentadas aos demais conterrâneos como exemplos e modelos a nortear caminhos. A mais recente demonstração deste esforço de perda de cultura é o 113° aniversário de falecimento do aviador Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, um dos mais respeitados mártires da história da aviação.
Ele transcorrerá nesta terça-feira, 12, amanhã, e nos meios de comunicação locais não vê notícia de qualquer preparação de evento para registrá-lo como iniciativa dos poderes constituídos. Quem está organizando um momento em sua homenagem é um grupo de admiradores capitaneado pelo advogado e empresário Augusto Maranhão, historiador que integra a família de Severo e cuja fisionomia, na opinião de amigos, lembra muito a deste.
Por sua iniciativa, alguns natalenses se reunirão às 15h30m de amanhã diante do busto de Severo chantado na praça que recebeu seu nome ainda nos anos quarenta, na Ribeira, para ser substituído há pouco tempo numa iniciativa do prefeito Carlos Eduardo Alves, para quem o local deve oficialmente ser chamado de “Largo Dom Bosco”. No mesmo local, até alguns anos atrás, os poderes públicos promoviam grandes eventos populares para enaltecer a história de Severo.
Três mortes
Na visão de Augusto Maranhão, Augusto Severo é um potiguar que morreu pelo menos duas vezes. A primeira foi na explosão de seu balão, o “Pax”, em Paris, há 113 anos, quando também perdeu a vida seu companheiro de invenções e experiências aéreas, o mecânico de bordo francês Georges Sachet, nome de rua na Ribeira, também em Natal. A segunda foi em 2014, quando a inauguração, em São Gonçalo do Amarante, do aeroporto internacional Aluizio Alves desativou em Parnamirim o Augusto Severo, cenário e testemunha das muitas contribuições que o Rio Grande do Norte emprestou ao avanço da aeronáutica.
Uma terceira morte ocorre em Macaíba, cidade onde Severo nasceu e cuja prefeitura não procura realimentar sua memória entre os munícipes.
Engenharia avançada
Além de aeronauta, Augusto Severo, nascido a 11 de janeiro de 1864, foi jornalista, inventor e político, chegando a representar o Rio Grande do Norte na câmara dos deputados da primeira república. Oitavo dos quatorze filhos do pernambucano Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão (1827-1896) e da paraibana Feliciana Maria da Silva de Albuquerque Maranhão, realizou seus estudos primários em Macaíba e os secundários no Colégio Abílio César Borges, em Salvador, Bahia. Em 1880, viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e iniciou seus estudos de engenharia na Escola Politécnica.
...o dirigível "Pax", no qual perdeu a vida.
Motivado pelos trabalhos em aerostação do inventor paraense Júlio César Ribeiro de Souza, que apresentou um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro em 1881, Severo passou a se interessar pelo vôo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas, uma das quais denominou “Albatroz”. Em 1882, passou a lecionar matemática no Ginásio Norte Riograndense, de propriedade de seu irmão Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, acumulando a função de vice-diretor. No ano seguinte o ginásio foi fechado e Severo dedicou-se ao comércio, primeiro como guarda-livros da empresa Guararapes e mais tarde, seguindo os conselhos de seu irmão Adelino, associou-se à firma A. Maranhão & Cia. Importadora e Exportadora, onde ficou até 1892.
Inventos
Em 1888, casou-se com a pernambucana Maria Amélia Teixeira de Araújo, com quem teve cinco filhos. No ano seguinte passou a escrever artigos para o jornal “A República”, periódico antimonárquico fundado irmão Pedro Velho, e projetou um dirigível que incorporava idéias revolucionárias, o “Potyguarania”, que, porém, nunca chegou a ser construído.
Em outubro de 1892, ouvida a opinião favorável de professores da Escola Politécnica, o Governo concedeu um auxílio pecuniário para que Severo pudesse mandar fazer na Europa um aeróstato dirigível de sua invenção que incorporava as idéias que havia desenvolvido anteriormente. A esse aeróstato deu o nome de Bartholomeu de Gusmão, em homenagem ao inventor brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que apresentou em 1709, diante da corte portuguesa, um pequeno balão de ar quente.
O dirigível “Bartolomeu de Gusmão” introduzia um conceito novo. Era um aparelho semi-rígido, em que o grupo propulsor estava integrado ao invólucro através de uma complexa estrutura trapeizodal em treliça. O invólucro foi encomendado à Casa Lachambre, a principal firma de Paris especializada na construção de balões.
Em 19 de abril de 1896, no Rio de Janeiro, pediu patente para um “turbo-motor com expansões múltiplas e continuadas”, concedida no dia seguinte, às 12h40min (n 2.940). Em 20 de outubro desse ano sua mulher faleceu, após o que Severo iniciou um relacionamento amoroso com Natália de Siqueira Cossini, de origem italiana, com a qual teria dois filhos.
Em 27 de julho de 1899, no Rio de Janeiro, Severo patenteou um novo balão dirigível, o “Paz”, cujo nome foi posteriormente latinizado para “Pax”. Em 23 de julho de 1901, registrou a patente de uma “máquina a vapor rotativa e reversível”, com a qual os navios poderiam atingir velocidades maiores.
Custeou tudo
Em fins de 1901, Severo licenciou-se de seu mandato de Deputado Federal para se dedicar à construção do “Pax”. No novo dirigível, que era um desenvolvimento do “Bartholomeu de Gusmão”, Severo introduziu uma grande quantidade de inovações: abandonou o leme de direção e introduziu ao todo sete hélices: uma na popa, outra na proa, outra na barquinha e quatro laterais. Manteve a sua idéia de fazer uma aeronave integrando a quilha que levava os tripulantes e o grupo motor ao balão.
Augusto Maranhão (de branco): Severo morreu três vezes.
Sem ter conseguido qualquer auxílio externo, Severo teve que assumir toda a despesa para a construção do “Pax”. Pretendia usar motores elétricos, mas a falta de recursos e de tempo fez com que ele optasse por dois motores a petróleo tipo Buchet, um com 24 cv e o outro com 16cv. O invólucro tinha a capacidade de 2.500m3 de hidrogênio, com trinta metros de comprimento e doze no maior diâmetro. O aparelho pesava cerca de duas toneladas. Os ensaios foram realizados nos dias 4 e 7 de maio de 1902 com sucesso.
Morte
No dia 12 de maio de 1902, tendo Sachet e Severo a bordo, o “Pax” iniciou seu voo às 05h30min, saindo da estação de Vaugirard, Paris. Elevou-se rapidamente atingindo cerca de quatrocentos metros de altura. Realizou diversas evoluções que mostraram aos inúmeros espectadores que as idéias de Severo estavam corretas. Cerca de dez minutos após o início do vôo, porém, o “Pax” explodiu violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Sachet morreram na queda. Os restos do dirigível caíram na Avenida du Maine, Paris, diante de uma grande multidão que seguia com interesse a demonstração.
A catástrofe do “Pax” teve um impacto enorme. Natália, que assistiu à queda, não se recuperou e, após retornar ao Brasil, suicidou-se com um tiro no coração em 23 de junho de 1908, aos trinta anos de idade. A tragédia não ofuscou o avanço científico das propostas do pioneiro potiguar: aconfiguração proposta por Severo, de um dirigível semi-rígido, foi revolucionária e influenciou o desenvolvimento dos dirigíveis nas décadas seguintes.
FONTE:
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POR QUÊ?

Valério Mesquita*

A TV Record exibiu que brasileiros ensinam samba e carnaval em Taiwan, nação de povo chinês, disciplinado, organizado e rico. Espero que não aprendam essas coisas para não desmoralizarem os seus rígidos costumes determinantes de sua formação e desenvolvimento. É temeroso para qualquer país imitar os folguedos e o caráter do brasileiro. Entendo aí que a Bíblia, ainda é um livro relevante no mundo complicado de hoje. Cheio de dúvidas, procurei o Antigo Testamento e achei no profeta Jeremias, capitulo 17, versículo 5: “Assim diz o Senhor: maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”. Jeremias tremeria nas bases se morasse em Tenente Laurentino (RN), e municípios similares, assistindo o comportamento eleitoral do povo do norte e do nordeste nessa eleição. Caso ele não queira falar na maldição do homem que confia em mulher, porque antes dele, Eva já havia “pebado” Adão e Dalila traído Sansão, sem falar na mulher de Putifar.
Mas a pergunta que não quer calar é o “por quê?” Por que agora se pensa privatizar o Banco do Brasil para debelar a crise econômica, e não a Petrobras, toda arrebentada, semi-falida, cabide de empregos, covil de afilhados políticos, e ainda perdida no bojo de um vendaval de corrupção, considerado o maior em alcance no mundo ocidental. E o pior: o prejuízo moral do Brasil é superior ao montante do dinheiro desviado. Nem o petróleo é nosso, nem o dinheiro também. Por que nos “protestos sociais” a ira dos baderneiros somente atinge os ônibus – meio de transporte coletivo?  Pode haver resposta para tal burrice, mas nunca suficiente para explicar a eliminação de quase uma centena de policiais em todo Brasil. Alguma Casa do Congresso ou instituição de defesa dos “direitos humanos”, por acaso, já protestaram contra os homicidas, traficantes e ladrões?
E por que quando um policial militar, em legítima defesa da sua vida e de terceiros, mata um fora da lei, logo é punido, execrado e expulso da corporação?
Já em Natal, perigosa e periguete, o por quê se dirige ao festival de multas de trânsito, cujas cifras parecem concorrer com as dos buracos da Petrobras. Se efetivamente, arrecadadas, há de se esperar que sejam pintadas as paredes do prédio da secretaria municipal da tributação, construção histórica, que precisa ser preservada. Nas ruas e nos canteiros das avenidas a pergunta recai nos caminhões tanques que teimam em aguar os jardins centrais sempre no horário de pique, congestionando o trânsito e favorecendo acidentes. Por quê? Outra indagação pertinente, que não se reveste de censura – como nenhuma das outras –, diz respeito ao uso e abuso do estádio de futebol “Arena das Dunas”. Há poucos dias “fabricaram” um embate entre craques do futebol argentino e brasileiro, de mundiais passados. O público natalense acreditou e foi lesado, pois assistiu uma “pelada” com jogadores mediúnicos, de perucas e pileques. Houve alguma providência contra os responsáveis para punir o engodo? Não se sabe. Permito-me sugerir, com toda pompa e circunstância, antes de terminar o ano, um reencontro na “Arena das Dunas” das seleções do Brasil e do Uruguai, que tanto emocionaram o Maracanã em 1950. Já pensou em Natal: Barbosa, Danilo, Friaça, Zizinho, Ademir...
Há muitas outras coisas a perquirir. Por exemplo, quantos meses levarão o Brasil e o Rio Grande do Norte para equilibrarem as contas e os compromissos no exercício de 2015? Por que o atraso no pagamento dos aposentados do Estado? Por que a discriminação? Semana passada a turma da reserva remunerada perdeu o “Black Friday”... Por tudo isso e por outras tantas: Por quê?

(*) Escritor.