23/04/2015

22 de abril - DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Resumo sobre o Descobrimento do Brasil, primeiros contatos com os índios, contexto histórico, curiosidades


Descobrimento do Brasil (tela de Oscar Pereira da Silva)
Descobrimento do Brasil (tela de Oscar Pereira da Silva)
FONTE: 



Contexto histórico



O Descobrimento do Brasil deve ser entendido dentro do contexto das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI). Portugal e Espanha eram as nações mais poderosas do mundo e se lançaram ao mar em busca de novas terras para explorar. Usavam também o mar como rota para chegar as Índias, grande centro comercial da época, onde compravam especiarias (temperos, tecidos, joias) para revender na Europa com alta lucratividade.

A chegada dos portugueses ao Brasil 

O Descobrimento do Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 1500. Nesta data as caravelas da esquadra portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral, chegou ao litoral sul do atual estado da Bahia. Era um local que havia um monte, que foi batizado de Monte Pascoal.
No dia 24 de abril, dois dias após a chegada, ocorreu o primeiro contato entre os indígenas brasileiros que habitavam a região e os portugueses. De acordo com os relatos da Carta de Pero Vaz de Caminha foi um encontro pacífico e de estranhamento, em função da grande diferença cultural entre estes dois povos.

Primeiros contatos com os indígenas 

Cabral recebeu alguns índios em sua caravela. Logo de cara, os índios apontaram para objetos de prata e ouro. Este fato fez com que os portugueses pesassem que houvesse estes metais preciosos no Brasil. Neste contato os portugueses ofereceram água aos índios que tomaram e cuspiram, pois era água velha com gosto muito diferente da água pura e fresca que os índios tomaram. Os índios também não quiseram vinho e comida oferecidos pelos portugueses. 

Neste contato, que foi um verdadeiro “choque de culturas”, houve estranhamento de ambos os lados. Os portugueses estranharam muito o fato dos índios andarem nus, enquanto os indígenas também estranharam as vestimentas, barbas e as caravelas dos portugueses.

No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil, rezada pelo Frei Henrique de Coimbra. Após a missa, a esquadra rumou em direção as Índias, em busca das especiarias. Como acreditavam que a terra descoberta se tratava de uma ilha, a nomearam de Ilha de Vera Cruz (primeiro nome do Brasil).

Polêmica: Descobrimento ou chegada?

Quando usamos o termo “Descobrimento do Brasil” parece que nossa terra não era habitada e os portugueses foram os primeiros a encontra-la. Desta forma, desconsideramos a presença de mais de cinco milhões de indígenas, divididos em várias nações, que já habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos portugueses. 

Portanto, muitos historiadores preferem falar em “Chegada dos Portugueses ao Brasil”. Desta forma é valorizada a presença dos nativos brasileiros no território. Diante deste contexto, podemos afirmar que os portugueses descobriram o Brasil para os europeus. 

Principal fonte histórica 

A principal fonte histórica sobre o Descobrimento do Brasil é um documento redigido por Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra de Cabral. A "Carta de Pero Vaz de Caminha" a D. Manuel I, rei de Portugal, conta com detalhes aspectos da viagem, a chegada ao litoral brasileiro, os índios que habitavam na região e os primeiros contatos entre os portugueses e os nativos. 

Curiosidade:

- A esquadra de Cabral contou com aproximadamente 1400 homens. Eram marinheiros (maioria), técnicos em navegação, escrivão, cozinheiros, padre, ajudantes entre outros.

21/04/2015

21 de Abril — Dia de Tiradentes

O dia de Tiradentes é celebrado, sob regime de feriado nacional, em 21 de abril desde 1965 como forma de construção da imagem heroica do Patrono da Nação.

 
                            
O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi um dos principais articuladores da Inconfidência Mineira
Desde 1965, aos 21 dias do mês de abril, celebra-se no Brasil o Dia de Tiradentes e, junto à pessoa deste, rememoram-se também os acontecimentos que configuraram a Inconfidência Mineira. Neste texto, procuraremos explicitar os motivos pelos quais Tiradentes passou a ser considerado um herói nacional e Patrono da Nação Brasileira.
Sabe-se que “Tiradentes” era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um alferes (cargo militar da época colonial) que também exerceu a profissão de dentista. Tiradentes participou ativamente de um dos principais movimentos de contestação do poder que a coroa portuguesa exercia sobre o Brasil Colônia: a Inconfidência Mineira. Sabemos que esse movimento articulou-se entre os anos de 1788 e 1789 e foi permeado por ideias provindas do Iluminismo que se alastrou pela Europa, na segunda metade do século XVIII.
Os inconfidentes de Minas Gerais geralmente integravam, com exceção de poucos, a elite cultural e social daquela região (como era o caso do poeta Tomás Antônio Gonzaga) ou então ocupavam postos militares ou exerciam profissões liberais, como era o caso do referido Tiradentes. O que dava unidade ao grupo eram ideias como a de liberdade e igualdade (ideias essas que também fomentaram a Revolução Francesa, em 1789), além do anseio pela emancipação e independência com relação à Coroa Portuguesa, à época governada pela rainha D. Maria, “A louca”.
Os planos de insurgência contra o governo local em Minas, representado pelo Visconde de Barbacena, foram articulados em 1788 e tiveram como estopim a política de cobrança de impostos sobre a produção aurífera e sobre os rendimentos que ganhava cada pessoa que compunha a população de Minas Gerais. Esse último imposto era conhecido sob o nome de “derrama”. Apesar de terem uma organização bem elaborada, os inconfidentes acabaram por ser delatados por Silvério dos Reis, um devedor de tributos que, com a denúncia, acreditava poder sanar suas dívidas com a coroa.
Todos os inconfidentes foram presos. Tiradentes foi apanhado no Rio de Janeiro. O processo estabelecido contra eles e os subsequentes julgamentos e sentenças só terminaram em 1792, no dia 18 de abril. Os principais líderes receberam a pena do banimento, isto é, foram expulsos do país. Tiradentes, ao contrário, foi enforcado no dia 21 de abril ao som de discursos que louvavam a rainha de Portugal. Seu corpo foi esquartejado e sua cabeça exibida na praça principal da cidade de Ouro Preto.
Evidentemente, o dia da morte de Tiradentes por muito tempo foi compreendido como o dia em que um rebelde foi morto, como típico exemplo de retaliação absolutista. Entretanto, após a Independência do Brasil e, principalmente, após a Proclamação da República (época em que o Brasil, já desvinculado de Portugal, procurava construir sua identidade nacional), a imagem de Tiradentes começou a ser recuperada e louvada como um dos heróis da nação ou como um dos que primeiramente lutaram (até a morte) pela liberdade.
Um exemplo dessa imagem foi a instalação, em 1867, do primeiro monumento a Tiradentes na cidade de Ouro Preto. Outro exemplo, o mais notório, foi a confecção, por parte do pintor Pedro Américo, do quadro “Tiradentes Esquartejado” (ver imagem no topo do texto) em 1893, época em que a República, recém-instituída, procurava os mártires e os patronos da “Nação Brasileira”. O Tiradentes de Pedro Américo traduz a imagem idealizada do martírio, que se aproxima do martírio de Cristo.
Essa visão republicana de Tiradentes permaneceu (e, de certo modo, ainda permanece) no imaginário popular dos brasileiros. Em 1965, durante a primeira fase do regime militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, contribuiu para o reforço dessa imagem de Tiradentes, sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

Por Me. Cláudio Fernandes


O SENTIDO DO HUMANO E DO DIVINO

 

Valério Mesquita*


 

Quem leva o ser humano ao sofrimento é o mundo. Essa reflexão me vem à propósito, quando assisto o abandono dos enfermos nos hospitais da rede pública do país. Deus criou todas as maravilhas do mundo: a natureza, o crepúsculo, a aurora, o mar, a vida, o oxigênio e mandou o seu Filho Unigênito morrer por nós para remissão dos nossos pecados. Mas, Ele não exercita o seu sobrenatural e formidável poder sobre o profano, sobre o mundano, como se quisesse repetir o que Jesus falou: “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Daí os erros, os equívocos, os abusos, as omissões dos próprios homens pelos seus semelhantes oprimidos, por não saberem governá-los, protegê-los, curá-los, assisti-los e educá-los.

Deus se permite a está presente mesmo quando não o vemos. E quantas vezes Ele não age, mesmo quando não vislumbramos os seus atos, corrigindo e nos dando livramentos. Alguns imaginam que o Senhor não se importa com os perigos e os traumas malignos da potestade satânica na terra. Os que confiam no Senhor são vitoriosos, mesmo diante de circunstancias desfavoráveis. Deus continua convocando servos fiéis, dispostos a serem poderosamente usados em suas mãos para a própria salvação deles. Na leitura e pesquisa das Antigas Escrituras, observamos o quanto Deus condenou reis e puniu governantes inescrupulosos por conduzirem o povo ao descaminho e a iniqüidade. Com o advento de Jesus Cristo, o Pai legou a humanidade o caráter e o exemplo do Filho como modelo ideal a ser seguido para todos que Nele crer. Jesus passou a ser a luz do mundo deixando-nos o Espírito Santo.

Quero dizer que o padecimento dos humanos decorrem das obras criadas pelo próprio homem, tanto pela desobediência aos postulados da Bíblia quanto pelas suas inversões, consumismos, perversões, modismos, tudo isso, protegido por leis amorais e decadentes. O homem deve sempre olhar para trás e ver que as pegadas que contempla não são suas, mas do Senhor que o carrega em seus braços. Desastres aéreos, quedas de edifícios e de pontes, terremotos, tsunamis, violências urbanas, doenças, concupiscências, guerras, são descaracterizações diabólicas da gerencia espiritual dos humanos que nunca conseguiram vencer o mundo mas por ele foram vencidos. O único que venceu o mundo foi o Cristo que deixou o ensinamento para muitos mas poucos atendem o chamado. Sim, porque somente Jesus Cristo tem o poder do Pai para transformar o caráter e a conduta daqueles que se entregam a sua santidade pelo amor.

E que valores triunfantes do Cristo nós herdamos e deles nos afastamos? Somente através dos frutos do Espírito Santo é que o homem pode ser transformado. Tais frutos são opostos às obras da carne que influenciam muitos administradores a se distanciarem de Deus. E quais os frutos do Espírito Santo que podem corrigir o mundo? O amor, a paz, a caridade, a longanimidade, a benignidade, a mansidão, o perdão, a fidelidade, a temperança, a humildade e a justiça. Gálatas 5.23: “Contra essas coisas não há lei”. Por fim, o cristão deve revestir-se das qualidades santas e justas de seu Mestre. Deus faz tudo perfeito. O diabo põe os defeitos. O homem vil e servil aceita.

 

(*) Escritor.

19/04/2015

UMA OPINIÃO

   
Luciano Ramos
19 de abril às 06:41
 
Poderes Potiguares! Luciano Ramos 
Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do RN 

“Será que nunca faremos, senão confirmar, a incompetência da América católica, que sempre precisará de ridículos tiranos. 

Será que esta minha estúpida retórica terá que soar, terá que se ouvir, por mais zil anos. 

Ou então, cada paisano e cada capataz, com sua burrice, fará jorrar sangue demais, nos pantanais, nas cidades, Caatingas e nos gerais. 

Enquanto os homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais!” (Podres Poderes, Caetano Veloso). 

É inerente à democracia respeitar a diversidade de opiniões, vedado o choque com valores fundamentais, social e juridicamente protegidos que são de manifestações a eles contrapostas – não se pode sair por aí defendo impunemente o Holocausto. 

Excluídas estas situações-limite, o desenvolvimento da sociedade dependerá do equilíbrio entre pontos de vista diversos, até se extrair qual seja o interesse público vigente em determinado momento. 

Contudo, não há uma fita métrica a aferir com exatidão a justa medida a ser adotada, competindo às autoridades legitimadas na nossa democracia representativa decidir muitos dos rumos concretos a serem tomados. 

Estas reflexões conceituais surgem em meio à ebulição atual do Estado do Rio Grande do Norte, premido pelo pandemônio da segurança pública e o dever de decidir onde serão erguidos presídios para suprir déficit de aproximadamente 4.000 vagas no sistema prisional – supostamente, em um modelo com 600 vagas, seriam necessários 6 a 7 presídios; a opção por cadeias públicas requereria um número diversas vezes maior. 

Felizmente, até aqui, não se ouviu insana voz negadora da necessidade de erguer estruturas imprescindíveis para o Estado encarcerar pessoas, sem com isso eliminar outros elementos indispensáveis à sobrevivência humana, como o espaço vital – nem gado é capaz de sobreviver confinado com outros 30 de sua espécie em um cubículo projetado para caber apenas 4 seres vivos.

Mas, se obviamente temos que construir locais adequados para encarceramento, no entanto, o embate surge quando se há de definir onde eles serão erguidos. Eles são vistos como um mal necessário a ser posto o mais longe possível - como os leprosos da antiguidade. 

Entretanto, é impossível construir um presídio distante de todos, muito menos seis deles – nossa tecnologia ainda não evoluiu para erguermos estruturas na lua! 

Com tudo isso, espanta ver quantas barreiras são colocadas aleatoriamente para impedir a construção do primeiro deles, em um festival de bater de cabeça entre vontades políticas. 

Superou-se o que deveria ser o mais difícil em tempos de crise financeira, mas os donos do poder não conseguem chegar a um consenso nem fazer em tempo hábil aquilo que não pode ser adiado – pelas vidas em risco e pelos R$ 14,7 milhões dissolvíveis no ar. 

Em situações como tais, não se pode aguardar jorrar ainda mais sangue. Trata-se de uma decisão de Estado e cada cidade não pode cerrar-se em copas como se fosse uma ilha de soberania. Não há fronteiras internas a serem fechadas – admissível juridicamente até mesmo desapropriação de um bem público municipal pelo Estado. 

Para tanto, não é necessário um tirano. Ao revés, precisa-se de um democrata capaz de tomar decisões amargas, pois, imprescindíveis a toda sociedade. 

De outro modo, não há como compreender porque estamos todos em estado de sítio com o caos na segurança pública do Rio Grande do Norte, enquanto o dinheiro para começar a resolver o problema dorme esquecido em uma conta. 

Em breve, mal tratado desse jeito, ele voará para outros ninhos mais eficientes, se nada for feito com a pressa típica daqueles que tem fome!

18/04/2015

A EXTREMA DIFICULDADE DE FAZER CULTURA


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, entidade cultural constituída como pessoa jurídica sem fins econômicos completou 113 anos de fundação.
A atual DIRETORIA iniciou sua tarefa no dia 15 de março de 2013 e a partir de então se entregou de corpo e alma para retirar os obstáculos que não permitiam o seu funcionamento pleno, apesar do esforço dos Presidentes anteriores Enélio Petrovich e Jurandyr Navarro da Costa.
O exercício de 2013 foi todo para a regularização geral e reordenamento do seu funcionamento, além da aprovação de Plano Estratégico para o restante do mandato que, neste ano de 2015 entra na sua reta final.
O exercício de 2014 foi de grandes realizações, do que foi dada ciência aos associados através de permanentes informações através deste blog (quase 34.000 acessos), nas reuniões de Diretoria e Assembleias Gerais e reiteradas reportagens da nossa imprensa impressa, televisada e da edição da Revista do IHGRN.
Muita coisa foi feita, isso é inegável, mas muitas outras precisam ser realizadas e para isso contamos com a dedicação de várias pessoas: Valério Mesquita, seu Presidente e carro chefe para abrir portas e garantir o excelente relacionamento institucional; Ormuz Barbalho Simonetti, responsável por todas as ações de restauração física e idealizador de programas e projetos; Carlos Roberto de Miranda Gomes e Odúlio Botelho Medeiros, Secretários, que garantem a funcionalidade administrativa e toda a parte de legislação da Casa da Memória em dia; Eduardo Antônio Gosson, que vem dando conta da difícil missão das finanças do Instituto, sempre em estado de carência, exigindo verdadeira mágica, somente superada pela assiduidade, agora reforçada com a experiência de Augusto Coelho Leal (Guga), que vem acompanhando o ritmo das nossas necessidades, louvando-se o trabalho de George Veras, substituído por questões de novas atribuições que assumiu fora da nossa associação; Edgard Ramalho Dantas, responsável pela área da Biblioteca, Arquivo e Museu, supervisionando a ação mais importante deste final de mandato que é o inventário do acervo e sua recuperação, já agora possível através de uma Comissão designada, sob a coordenação do sócio e especialista Francisco Marinho e que passou a contar com dez computadores doados pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região; Adalberto Targino, nosso Diretor Orador, tem sido presente toda vez que seja necessária a sua intervenção. Paralelamente contamos com a fiscalização dos nossos sócios membros do Conselho Fiscal: Eider Furtado de Mendonça e Menezes, Tomislav Rodrigues Femenick e Lúcia Helena Pereira, lamentando o afastamento do companheiro Paulo Pereira por problemas de saúde, mas que até onde foi possível, foi presença diária ao expediente do IHGRN.    Recentemente passamos a ter um assessor da Presidência na pessoa do sócio Jansen Leiros, que muito tem contribuído para a eficiência dos serviços.
Para permitir o bom funcionamento da administração temos um corpo de servidores dedicados e da grande colaboração da Técnica Scilla Gabel e do Contador Jônatas Fernandes, contratados para encargos especializados.
Contamos, ainda, com visitas diárias de muitos sócios, que enriquecem nossa gestão, mais assiduamente Jurandyr Navarro, Carlos Adel, João Felipe, Claudionor Barbalho e Vicente Serejo.
Atualmente estamos desenvolvendo esforço para um RECADASTRAMENTO a fim de apurarmos os motivos dos sócios que não mais pretendam continuar filiados ao Instituto, seja por solicitação expressa ou por omissão de frequência e descumprimento das obrigações estatutárias durante dois anos de ausência e falecimentos, porquanto a manutenção dos mesmos na listagem de sócios vem causando dificuldades nos momentos de apuração de “quorum” para as reuniões de Assembleia.
Uma palavra final aos nossos estimados associados: aqueles que, de alguma forma, não simpatizem com os atuais dirigentes por questões de ordem pessoal, cumpram as suas obrigações estatutárias e se habilitem para concorrerem à futura direção da entidade, pois este ano é de ELEIÇÃO (entre os meses de outubro e novembro vindouros) para o que serão informados das medidas legais de convocação.
Sabemos que este ano de 2015 será de grandes dificuldades financeiras mas acreditamos, que não faltarão a ajuda dos associados, dos amigos e das entidades públicas e privadas com os quais estamos mantendo contatos.

Carecemos de completar os numerários para contrapartidas de convênios e vamos solicitar ajudas extras e realizar uma grande feira de livros para angariar fundos, contando com doações de obras e exemplares da nossa reserva disponível.

17/04/2015

16/04/2015

                          18 anos...

Por: Augusto Coelho Leal, sócio efetivo do IHGRN

O Baile de máscara, festa que abre o carnaval de Natal, foi criação nossa, dos confeitaristas - freqüentadores da Confeitaria Atheheu, há aproximadamente vinte e cinco anos. Era uma festa simples, com uma bandinha –Banda do Siri- comandada pelo amigo Hélio Rocha. Faziam parte dos organizadores, além do próprio Hélio, eu, Ronald Gurgel, Sergio Lima, Hélio Nelson, Airton Bulhões, Moacir Gomes, Odeman Miranda, Adelmo Calafange, Noberto Faria, José Eduardo Luz, Luzenildo Porpino, Adalberto Pereira Pinto e outros.
Lá na Confeitaria, existem uns quadros com fotografias da época, e umas minhas com um par de cifres de boi bem grande na cabeça, chamou a atenção da repórter da TV Cabugi, que me perguntou o porquê daqueles chifres. Respondi que o baile era de máscara e como eu sou muito feio, não precisava usá-las, mas para minha fantasia não ficar muito diferente de alguns confeitaristas, tinha que usar aquele majestoso par de chifres. Ela entendeu e riu.
Antes, ela -a repórter- tinha feito uma entrevista com Odeman Miranda – dono da Confeitaria- e Odeman falou que no tempo dele o carnaval era bem melhor e mais alegre. Ela guardou aquela resposta e se dirigiu a minha pessoa e perguntou se eu concordava com aquilo que Odeman tinha falado, eu respondi que sim.  Ela não conformada, pediu uma explicação. Então eu disse que tínhamos dezoito anos, e tudo nessa idade é mais bonito.
Veio-me agora, a lembrança da juventude, do tempo de criança, tudo era mais bonito. Que bom lembrar artistas eternamente belas, como Gina Lolobrígida, Sophia Loren, Audrey Hepburn, Natalie Wood, Grace Kelly. De artistas como o Gordo e o Magro, Os três patetas, Mario Moreno – Cantiflas, que faziam a gente sorrir nas matinês dos cinemas Rio Grande, Nordeste, Rex e Poty, onde marcávamos encontros com as namoradas.
Lembrar das missas em latim. O padre de costas para os fieis, e as mulheres de véu na cabeça, com um terço e um missal nas mãos. Mesmo de costas para os fieis, o Cônego Luiz Wanderley ainda aplicava sonoros “batidos” nas moças que usavam na Igreja, blusas sem mangas, e saias um pouco acima dos joelhos. Para comungar tínhamos que passar mais de doze horas em “jejum”. Era diferente não era?
Quem não se lembra das nossas mães, costurando em máquinas Singer, Vigorelli ou Leonam, fazendo camisas, vestidos, calças, ou pregando botões com um dedal no dedo?
Ouviam-se discos de 45 ou 78 rpm, long play ou compacto duplo. Lembram-se das radíolas portáteis, que levávamos para os “assustados”, juntamente com esses discos, ao som dos ritmos bossa nova, bolero, rock, mambo, twist ou “cha, cha, cha”.
Tempos diferentes. Tudo era melhor, até mesmos os ladrões, pois batíamos as ruas de Natal, pelas madrugadas fazendo serenatas para as namoradas, sem sermos molestados por ninguém. Podíamos cantar- É tal calma à noite. Realmente eram calmas as noites.
Saímos de casa, com os cabelos penteados com Gumex, ou brilhantina Glostora, tipo Elvis Presley. Como complemento, levávamos um Pente Flamengo, um pequeno espelho redondo, com um escudo de um time de futebol ou um retrato de uma mulher pelada na parte de trás. As meninas usavam um pentinho e um pequeno espelho dentro das bolsas. Até o urinol que tinha o nome de pinico era visto com bons olhos, servia para a moçada colocar e tomar bebidas no carnaval.
Quem não se recorda com carinho, do velho telefone de disco preto, que reinava solenemente na sala de visita, como se fosse uma jóia rara. Até os remédios de gosto ruins, tinham um sabor especial, e os nossos pais nos davam com todo carinho: Óleo de Rícino, Emulsão de Scott ou Biotónico Fontoura, eram os mais usados.
No vestuário masculino, das calças “boca de Sino”, eram festejadas. As mulheres usavam saias rodadas, vestidos longos, ou mesmo saias plissadas ou mini saias, ou blusa “tomara que caia”. Difícil as moças que usavam calças compridas. As fardas dos colégios femininos eram geralmente saias e blusas e a nossa turma ficava concentrada no Grande Ponto ou na Rua Deodoro, a espera da saída desses colégios, e que também surgisse de repente um “vento macho” para fazer a nossa alegria e de olhar de soslaio a calcinha das “desfilantes”.
Quem estudou engenharia ou matemática lembra-se bem da régua de cálculo, tão bem ensinada o seu manuseio, pelo querido professor Gilvan Trigueiro (Besourão) precocemente falecido.
Quanto era diferente aquela época. Novela nos rádios – nos rádios? Sim, parece mentira. O Direito de nascer fez o maior sucesso juntamente com Jerônimo o Herói do Sertão e Aninha a sua namorada. Eita tempo bom. Até a leitura nas revistas O Cruzeiro ou Manchete tinha outro prazer. Era tudo diferente.
 Minha netinha Maria Elisa perguntou-me qual a idade que eu queria ter sempre, respondi – dezoito anos. Ela pensou um pouco e disse – É vovô, você ficaria um rapaz, mas, em compensação não existia Eu, Matheus e Júlia (meus outros netos). Pensei um pouco e vi que tudo tem seu tempo certo. Hoje sou muito feliz vivendo o tempo de ser avô.