Nelson Patriota e a importância da crítica literária
É mestrando em literatura potiguar contemporânea na UFRN
Há um fenômeno atualmente na literatura local, que não sei identificar se acontece em outros Estados. Nunca se produziu tanta literatura como nos dias atuais no Rio Grande do Norte. Arrisco-me até a dizer que é muito maior o número de escritores do que de leitores (pelo menos em se tratando de livros locais), e embora haja muitos escritores - que, aqui coloco de forma generalizada, sem fazer juízo crítico, sobre as respectivas obras - a crítica literária é quase inexistente no Estado. Porém, a literatura do Rio Grande do Norte pode se orgulhar, de ter um crítico literário que talvez seja o melhor e mais completo em mais de 150 anos de história literária.
Poeta, ficcionista, jornalista e crítico literário, Nelson Patriota publicou um livro assaz importante para manter acesa a chama da crítica em solo potiguar, “Uns Potiguares”, obra que reuniu múltiplos textos sobre obras literárias locais e nacionais, alternando ensaios com características mais analíticas e outros em forma de resenhas/registros literários. Filho de poeta, e sobrinho de um dos maiores intelectuais potiguares, Nelson tem um longo currículo: foi editor do jornal “O Galo” (FJA) por muitos anos e nos anos 1980 editou o segundo caderno na Tribuna do Norte . Também é autor de biografias, traduções, dois livros de contos “Colóquio com um Leitor Kafkiano”,e “Um Equívoco de Gênero e Outros Contos”, além de um livro de poemas denominado, “Livro das Odes”.
Compreendo que a função de “Uns Potiguares”, que é também uma das funções da crítica literária, é buscar a melhor leitura para as obras em foco e, consequentemente, para melhor entendimento do universo humano e literário, e isto Nelson Patriota faz extraordinariamente bem em seus textos críticos , além de ser um escritor consagrado pela obra ficcional e poética que já produziu.
Em “Uns Potiguares” ele dá enfoque e comenta sobretudo construções literárias dentro do universo da literatura potiguar. Além de explorar o uso da capacidade de criação inventiva dos autores, faz uma análise estilística, inclusive sobre influência das escolas e movimentos literários em suas obras, dentre outros aspectos, numa tentativa, querendo ou não, de compor um cânone local.
A palavra crítica origina-se do grego Krinein, que quer dizer quebrar. A ideia da crítica é ‘quebrar’ uma obra em pedaços para se fazer uma espécie de análise. Torna-se necessário conhecer e entender as partes do objeto que será analisado para justamente descrevê-lo. A partir daí, o crítico faz sua própria interpretação de acordo com o contexto em que se encaixam o escritor e sua obra. E é, justamente, essa a operação que a crítica de Nelson efetua ao fragmentar e desalinhar determinada obra literária, reinserindo-a em possíveis contextos, sejam eles históricos, artísticos ou sociais.
O livro “Uns Potiguares” tem papel relevante na dinâmica interna da cultura literária local, e diga-se de passagem, nacional; porque estabelece a relação entre as obras e as características literárias de cada cenário cultural dentro de certo período. Através das críticas melhor se pode avaliar o conteúdo estético numa determinada situação da história literária. Este aspecto histórico faz com que a literatura de modo geral se torne um dos instrumentos mais presentes de que se utiliza uma sociedade para entender as questões sociais e políticas.
Quando Nelson Patriota interpreta um texto literário, age de maneira a reconhecer a construção e a permanência da literatura como expressão de estratos dos conflitos humanos e interage com a obra num diálogo intelectual dinâmico, propiciando a junção da literatura com a crítica, numa representatividade mútua, feita de encontros e desencontros com a verdade de cada uma delas.
A crítica de Nelson Patriota seja ela de caráter jornalístico, ou não, relaciona-se com a literatura, sobretudo com a contemporânea. Na maioria das vezes intentando interpretar e analisar a obra literária, busca justamente valorizá-la através dos elementos específicos de uma obra de arte.
A arte literária em geral sempre foi motivo para reflexões, ou melhor, sempre foi debatida, em diferentes épocas e culturas. Afrânio Coutinho diz que devemos começar nosso estudo sobre a crítica literária por quem começou a estudá-la, os gregos: “Foi entre os dois grandes Platão e Aristóteles que se iniciou, por assim dizer, a concepção da literatura e, consequentemente, a crítica literária”.
Desses nomes, surgiram os grandes críticos, que optaram pela corrente de um ou de outro filósofo, platônica ou aristotélica. Aqui no Rio Grande do Norte, estamos bem representados na atualidade.
Há um fenômeno atualmente na literatura local, que não sei identificar se acontece em outros Estados. Nunca se produziu tanta literatura como nos dias atuais no Rio Grande do Norte. Arrisco-me até a dizer que é muito maior o número de escritores do que de leitores (pelo menos em se tratando de livros locais), e embora haja muitos escritores - que, aqui coloco de forma generalizada, sem fazer juízo crítico, sobre as respectivas obras - a crítica literária é quase inexistente no Estado. Porém, a literatura do Rio Grande do Norte pode se orgulhar, de ter um crítico literário que talvez seja o melhor e mais completo em mais de 150 anos de história literária.
Poeta, ficcionista, jornalista e crítico literário, Nelson Patriota publicou um livro assaz importante para manter acesa a chama da crítica em solo potiguar, “Uns Potiguares”, obra que reuniu múltiplos textos sobre obras literárias locais e nacionais, alternando ensaios com características mais analíticas e outros em forma de resenhas/registros literários. Filho de poeta, e sobrinho de um dos maiores intelectuais potiguares, Nelson tem um longo currículo: foi editor do jornal “O Galo” (FJA) por muitos anos e nos anos 1980 editou o segundo caderno na Tribuna do Norte . Também é autor de biografias, traduções, dois livros de contos “Colóquio com um Leitor Kafkiano”,e “Um Equívoco de Gênero e Outros Contos”, além de um livro de poemas denominado, “Livro das Odes”.
Compreendo que a função de “Uns Potiguares”, que é também uma das funções da crítica literária, é buscar a melhor leitura para as obras em foco e, consequentemente, para melhor entendimento do universo humano e literário, e isto Nelson Patriota faz extraordinariamente bem em seus textos críticos , além de ser um escritor consagrado pela obra ficcional e poética que já produziu.
Em “Uns Potiguares” ele dá enfoque e comenta sobretudo construções literárias dentro do universo da literatura potiguar. Além de explorar o uso da capacidade de criação inventiva dos autores, faz uma análise estilística, inclusive sobre influência das escolas e movimentos literários em suas obras, dentre outros aspectos, numa tentativa, querendo ou não, de compor um cânone local.
A palavra crítica origina-se do grego Krinein, que quer dizer quebrar. A ideia da crítica é ‘quebrar’ uma obra em pedaços para se fazer uma espécie de análise. Torna-se necessário conhecer e entender as partes do objeto que será analisado para justamente descrevê-lo. A partir daí, o crítico faz sua própria interpretação de acordo com o contexto em que se encaixam o escritor e sua obra. E é, justamente, essa a operação que a crítica de Nelson efetua ao fragmentar e desalinhar determinada obra literária, reinserindo-a em possíveis contextos, sejam eles históricos, artísticos ou sociais.
O livro “Uns Potiguares” tem papel relevante na dinâmica interna da cultura literária local, e diga-se de passagem, nacional; porque estabelece a relação entre as obras e as características literárias de cada cenário cultural dentro de certo período. Através das críticas melhor se pode avaliar o conteúdo estético numa determinada situação da história literária. Este aspecto histórico faz com que a literatura de modo geral se torne um dos instrumentos mais presentes de que se utiliza uma sociedade para entender as questões sociais e políticas.
Quando Nelson Patriota interpreta um texto literário, age de maneira a reconhecer a construção e a permanência da literatura como expressão de estratos dos conflitos humanos e interage com a obra num diálogo intelectual dinâmico, propiciando a junção da literatura com a crítica, numa representatividade mútua, feita de encontros e desencontros com a verdade de cada uma delas.
A crítica de Nelson Patriota seja ela de caráter jornalístico, ou não, relaciona-se com a literatura, sobretudo com a contemporânea. Na maioria das vezes intentando interpretar e analisar a obra literária, busca justamente valorizá-la através dos elementos específicos de uma obra de arte.
A arte literária em geral sempre foi motivo para reflexões, ou melhor, sempre foi debatida, em diferentes épocas e culturas. Afrânio Coutinho diz que devemos começar nosso estudo sobre a crítica literária por quem começou a estudá-la, os gregos: “Foi entre os dois grandes Platão e Aristóteles que se iniciou, por assim dizer, a concepção da literatura e, consequentemente, a crítica literária”.
Desses nomes, surgiram os grandes críticos, que optaram pela corrente de um ou de outro filósofo, platônica ou aristotélica. Aqui no Rio Grande do Norte, estamos bem representados na atualidade.