06/03/2015

Dia Internacional da Mulher

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Dia Internacional da Mulher
Frauentag 1914 Heraus mit dem Frauenwahlrecht.jpg
Poster alemão de 1914 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conclama o direito ao voto feminino.
Outro(s) nome(s)Dia da Mulher
TipoInternacional
Seguido porÁfrica do Sul, Albânia Angola, Argélia, Argentina, Arménia, Azerbaijão, Bangladesh, Bélgica, Bielorrússia, Butão, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Bulgária, Burkina Faso, Camboja, Camarões, Chile, China, Colômbia, Croácia, Cuba, Chipre, Equador, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Dinamarca, Finlândia, Geórgia, Grécia, Holanda, Hungria, Ilha de Formosa, Índia, Itália, Islândia, Israel, Laos, Letónia, Lituânia, Cazaquistão, Kosovo, Quirguistão, Macedónia, Malta, México, Moldávia, Mongólia, Montenegro, Nepal, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia, Suécia, Síria, Tadjiquistão, Turquia, Turquemenistão, Ucrânia, Uzbequistão, Vietname, Zâmbia
Data8 de Março
ObservaçõesRelembra as lutas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. O Dia Internacional das Mulheres e a data de 8 de março são comumente associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemoração. O primeiro deles seria uma manifestação das operárias do setor têxtil novaiorquino ocorrida em 8 de março de 1857 (segundo outras versões em 1908). O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica têxtil ocorrido na mesma data e na mesma cidade. Não existe consenso entre a historiografia para esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que gerou mitos sobre esses acontecimentos.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.
Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender emvocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.[1]

Origem

Hipátia foi uma astrônoma romano-egípcia, coincidentemente assassinada no dia 8 de março de 415
A ideia da existência do dia Internacional da Mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América[2] , em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York[carece de fontes?].
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[3]
Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.[4]
Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[5]
Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.[6]
Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher.
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
Protesto do grupo feminista FEMEN no Dia Internacional da Mulher.
Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977. A data mantém hoje relevância internacional, e a própria ONU continuava a dinamizá-la, como sucedeu em 2008, com o lançamento de uma campanha, “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de género no tratamento de notícias na comunicação social mundial. [7]

 

05/03/2015

ACLA EM FUNCIONAMENTO EXEMPLAR

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Damos conhecimento à população ceará-mirinense que a ACLA está tomando as providências legais, necessárias à preservação do patrimônio cultural do nosso Município. Nesse sentido, apresenta cópia do Ofício Circular que estará protocolando hoje, firmado pelo sr. Presidente Emmanuel Cristóvão de Oliveira Cavalcanti e rubricado por todos os membros da Academia, presentes à AGE realizada ontem (04/03/2...015).

"A Academia Cearamirinense de Letras e Artes “Pedro Simões Neto”-ACLA, em obediência à finalidade preconizada pelo seu Estatuto Social, em respeito à sua posição de Instituição que se preocupa com o desenvolvimento cultural do município, e em atendimento a apelo da sociedade local, vem perante Vossas Excelências para expor e depois requerer o que se segue:
DOS FATOS:
– Que a Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas – conforme se tomou conhecimento através dos muitos depoimento de cidadãos locais, através de fotografias postadas nas redes sociais e ante a simples visão do prédio –, encontra-se atualmente em deplorável estado de conservação, e em total situação abandono, com deterioração do seu acervo, face a precariedade das instalações.
– Que está, atualmente, fechada ao público, sem serventia e sem condições de uso pela população, mormente pelos estudantes locais, que carecem de informações culturais.
– Que o referido estabelecimento, tem vital importância no contexto cultural e educacional do município, além do fato de que é nele que se preserva e difunde as obras que são repositórios da cultura escrita, literatura, história e ciências e como é importante ter um órgão público para essa missão, um espaço reservado para o estudo, a consulta e a pesquisa. É lá que se encontram obras raras para consulta, inclusive de escritores cearamirinenses.
– Que, sem nenhum objetivo político partidário, esta Academia decidiu, por unanimidade de votos dos seus integrantes, tomar a posição de defesa do patrimônio cultural de todos os Cearamirinenses, administrado pelo executivo municipal, sob a supervisão da Fundação Nilo Pereira.
ASSIM SENDO,
Propõe às autoridades competentes, a realização, de uma Audiência Pública, dentro de um prazo máximo de 30 dias, onde a Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim e a Fundação Nilo Pereira (responsáveis diretos pela administração da referida biblioteca), se comprometam, diante da população local, ao cumprimento das seguintes obrigações:
a) Elaboração de um projeto viável, para a recuperação do acervo, já bastante comprometido pelo mofo, pelo cupim e pelo total abandono das instalações físicas;
b) Elaboração de um projeto de recuperação das instalações do prédio e do mobiliário;
c) Refazimento ou substituição dos equipamentos de informática, submetidos à umidade e à chuvas, que os tornaram, via de consequência, praticamente inservíveis;
d) Projeto real para reabertura da Biblioteca ao público, o mais urgente possível, com alocação de retorno do pessoal capacitado, que garanta um atendimento de excelência.
A Academia Cearamirinense de Letras e Artes “Pedro Simões Neto”-ACLA, na condição de guardiã da cultura do Ceará-Mirim, conforme finalidade estatutária, está cobrando, através deste documento, das autoridades competentes, principalmente do Chefe do Executivo Municipal e do presidente da Fundação Nilo Pereira, a lídima responsabilidade pelo bom funcionamento da Biblioteca, cuja importância para a sociedade, é de indiscutível valor.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que solicita as providências necessárias ao objeto pretendido, ao senhor chefe do Executivo Municipal, ao Presidente da Fundação Nilo Pereira, aos Secretários Municipais de Educação e de Cultura, comunica o fato, através deste Ofício Circular, ao Presidente da Câmara dos Vereadores e ao representante municipal do Ministério Público Estadual, no âmbito municipal; ao Secretário Estadual de Educação, ao Secretário Estadual de Cultura e ao Presidente da Fundação José Augusto e ao presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, no âmbito estadual; ao Ministro da Educação e ao Ministro da Cultura, no âmbito federal.
Solicita ainda, uma audiência com o senhor Chefe do Executivo Municipal, em caráter emergencial, cobrando a total recuperação da Biblioteca, com metas definidas em audiência pública – repete-se – a ser realizada dentro do prazo máximo de 30 dias, na sede da Câmara Municipal.
Aguardando as providências cabíveis a serem adotadas para resolver o grave caso de abandono a patrimônio público e depreciação de livros, subscrevemo-nos,

Academia Cearamirinense de Letras e Artes “Pedro Simões Neto”-ACLA

Emmanuel Cristóvão de Oliveira Cavalcanti
Presidente.

Este Ofício-Circular 001/2015 está sendo encaminhado a:
- Prefeito Municipal de Ceará-Mirim
- Secretário Municipal de Cultura
- Secretário Municipal de Educação
- Presidente da Câmara de Vereadores
- Presidente da Fundação Nilo Pereira
- Representante do Ministério Público em Ceará-Mirim
- Secretário de Cultura do Estado do RN
- Secretário de Educação do Estado do RN
- Presidente da Fundação José Augusto
- Instituto Histórico e Geográfico do RN
- Ministério da Educação
- Ministério da Cultura
 

PRAIAS



TIBAU DAS SERENATAS E DO “FORÓ MUSIC”
Tomislav R. Femenick – Da diretoria do IHGRN. Mestre com extensão em Sociologia e História.
  
 E VEIO A ENERGIA
 PRIMEIRAS CASAS DE VERANISTAS
ANTIGOS MORROS DE AREIAS COLORIDAS





No início de 1967, o prefeito de Mossoró, Raimundo Soares, inaugurou o serviço de luz elétrica da praia do Tibau, obra da COMEMSA - Cia. Melhoramentos de Mossoró S/A, realizada com recursos do Ministério de Minas e Energia. Varias casas foram interligadas ao sistema, as ruas foram iluminadas com lâmpadas de alta voltagem e a orla marítima com lâmpadas de vapor de mercúrio. A usina de força instalada contava com dois grupos geradores, com potência total de 100 HP e todo o sistema de distribuição (postes, fiação, transformadores e disjuntores) foi projetado para, no futuro, receber a energia da CHESF - Cia. Hidro Elétrica de São Francisco. Esse foi o começo da grande transformação por que passaria a bela praia potiguar.
            O Município de Tibau está localizado na extremidade setentrional do Rio Grande do Norte e é o ponto extremo do noroeste do Estado, fazendo fronteira com o Ceará. Sua temperatura média gera em torno de 27 graus centígrados e tem uma população fixa de aproximadamente 4.000 habitantes. Segundo os historiadores Luís da Câmara Cascudo e Theodoro Sampaio, Tibau é nome de origem tupi (ti+paú ou ti+paum) e significa lugar entre duas águas; no caso os rios Jaguaribe e Mossoró.
            A primeira referência histórica ao lugar data da época da invasão holandesa. Em 1641, quando Gedion Morris Jonge (Gedeão Morritz ou Gideon Morris de Jorge), o então comandante das tropas holandesas no Ceará, descobriu as salinas naturais localizadas nos estuários dos rios Jaguaribe e Mossoró, chamou a região de “Morro Vermelho”, talvez pela coloração das terras do local. Em julho de 1708 a coroa portuguesa deu uma sesmaria a Gonçalo da Costa Faleiro, que ia “do morro de Tibau até por três léguas terra adentro”.
A povoação de Tibau voltou a aparecer em relatos históricos em 1888, quando a Câmara de Aracati “mandou medir terrenos à margem esquerda do Mossoró” e tentou estender os limites de seu Município, absorvendo terras das localidades de Tibau e Grossos. Seis anos depois, o Estado do Ceará impetrou ação no Supremo Tribunal, alegando “conflito de jurisdição”, que depois se transformou em “ação de limites”. Mesmo com a situação sub judice, isto é, em trâmite judicial, em 1901, o governo cearense aprovou Lei elevando Grossos à condição de Vila. O governador norte-rio-grandense reagiu e os dois Estados mandaram tropas para o local. Entretanto, não houve conflito armado.

UM BELO CARTÃO POSTAL

Tibau sempre foi um belo cartão postal, desde quando o lugar pertencia ao município de Mossoró, quando passou a integrar os municípios de Areia Branca e depois Grossos e agora, com autonomia política e administrativa. O antigo povoado de pescadores e de aventureiros do veraneio situava-se entre um círculo de dunas que tinham cores variadas, repetidas em múltiplos tons e beleza, até perder-se no som selvagem das folhas de centenas de coqueiros que cresciam além do litoral. A luz tropical ainda hoje cai em tom forte como se filtrada por poderosas lentes. Porém à tardinha o calor se amortece pelo soprar do vento “nordeste”, brisa que o atlântico empresta de seus alísios longínquos e brandos. Por essa beleza toda, por essa aparição sempre continuada e renovada de luz, cor e som é que a praia se consagrou como uma paixão dos seus frequentadores.
Até os anos 1950 e início dos anos 1960, Tibau era um lugar bucólico, com vida pacata e ligada à natureza. Suas dunas, seus morros de areias multicoloridas, suas famosas fontes de água naturais (os afamados “pingas”), sua paisagem tipicamente tropical, tudo isso fazia com que fosse a praia escolhida pelos mossoroenses para os seus fins de semana e temporadas de meio e fim de ano. Sombra e água fresca eram o que não faltavam. As casas, mesmos as mais ricas, eram de taipa, sem estilo arquitetônico definido e tinham apenas de bom a comodidade, a falta de pretensão e o cultivo de um ambiente propício para o lazer absoluto. Isso tudo e mais um fundo musical que era regido e orquestrado pelo vento e o marulhar das ondas, onde navegaram as jangadas feitas com o autêntico pau-de-jangada (Apeiba tibourbou).
Nas noites sem lua, os jovens se reunião no “morrinho” em frente da casa do “velho Lauro” (o jornalista Lauro da Escóssia) para cantar, tocar violão e namorar. Quando havia luar era a vez das serenatas, dos bailes nas casas das famílias ricas e das danças no “forró de Pedro Cem”. E havia a peixada de Belisa, com um sabor que somente ela sabia preparar. Tudo isso fazia que se sentisse a presença do dedo de Deus na feitura desse lugar que era único.

E AI VEIO O PROGRESSO 

O cenário mudou em escala crescente com a chegada do progresso. Nos meses de veraneio apareceram os primeiros biquínis, inaugurando um tempo de espanto para os mais conservadores. Jovens cabeludos apagaram o hábito antigo das serenatas, substituindo-o pelo som de guitarra de rock. Atualmente é a vez do axé, da música sertaneja, do baião e do xaxado, estes últimos nas versões brega e music (seja lá o que isso for) e dos paredões de som.
Depois da luz elétrica veio o asfaltamento da estrada Mossoró-Aracati e do ramal que se bifurcava em direção da cidade de Grossos e depois da própria vila. As casas dos veranistas passaram a ser construídas de tijolos (e algumas até com pisos de mármores) e erguidas sobre os morros e as rochas; algumas até fora da orla marítima, que deixou de ser exclusiva. De tanto crescer, a cidade invadiu terras do Estado do Ceará, implantando um distrito do Município de Icapuí, a ela geminado. De repente tudo se valorizou; terrenos, mão de obra e até o peixe aumentaram de preço.
E, grande paradoxo, hoje, na alta temporada, nas ruas estritas já é comum haver engarrafamento de veículos. O sossego, a quietude, o repouso deram lugar ao agito, ao “stress do veraneio”.  

A MORTE DOS MORROS DE AREIAS COLORIDAS

A paisagem dos morros de Tibau, pelos seus variados aspectos e beleza, lembrava cenas de um mundo perdido. Dunas de um vermelho vivo, montes de um marrom brilhoso, outras partes de uma areia preta espelhada e de outras cores. Milhares de fotografias enchiam álbuns de turistas com a beleza das pequenas montanhas, dos canyons e morros de areia coloridas. O souvenir principalmente dos turistas eram as garrafas de areia com desenhos de cores variadas e com motivações diversas; areias dos morros de Tibau.
Porém havia um outro lado da história: os morros da vila valiam muito dinheiro como especulação imobiliária e, também, havia quem dizia, como material estratégico de alto preço. As areias dos morros nada mais seriam do que uma mina de areia monazítica a céu aberto, contendo uma mistura de minerais pesados (alguns atômicos) como fosfato de cério, lantânio, praseodímio, neodímio, óxido de tório, granada, ilmenita, titânio, a própria monazita e significativa quantidade de urânio. São esses minerais que lhe dão esse colorido variado.
Foi por seu valor que as terras dos morros de Tibau foram separadas e demarcadas por cercas e marcos divisório, visando estabelecer direito de posse, para futuros loteamentos urbanísticos ou exploração mineral. Os posseiros não eram forasteiros, porém não eram nativos da vila. Posteriormente, os morros foram nivelados e hoje a cidade invadiu toda a área que anteriormente era das dunas e dos canyons coloridos.

O PREÇO DA EVOLUÇÃO

Nos períodos de férias, quando as pessoas são atraídas pelas belezas remanescentes da praia de Tibau, a população da cidade cresce quase 25 vezes; os quatro mil habitantes se transformam em quase cem mil pessoas.
Como polo de atração turístico, a praia recebe esse imenso contingente de população flutuante e, também, os problemas que advêm com esse gigantismo, esse crescimento excepcional. Por mais aparelhada que a cidade esteja, os problemas rompem as barreiras de proteção e marcam presença.
A praga nacional das drogas e sua companheira inseparável, a violência, movimentam a vida policial da outrora pacata vila de Tibau. Consumo de drogas, furtos, roubo, assassinatos não são acontecimentos ausentes. No início da atual temporada foram registrados casos de arrombamentos a casas de veranistas. No dia 26 de dezembro passado, um empresário da cidade, após consumir cocaína, atirou em uma menor e em seguida se suicidou.  No dia 4 de janeiro, em uma tentativa de assalto, um suspeito foi morto e outro baleado. Quatro dias depois, um corpo não identificado foi encontrado na praia de Manibu, em Icapuí-Ce, Município que faz fronteira com Tibau. Note-se que duas dessas ocorrências aconteceram fora das cercanias da cidade praieira.
Todavia a praia de Tibau continua a ser um dos cartões postais por excelência do turismo potiguar. Ainda restou alguma coisa dos morros de areias coloridas, tem a pedra do chapéu, próxima à fronteira do Estado com o Ceará, e as falésias, com abrupta queda para o mar. Ainda dá para se deitar em uma rede e dormir ao som do marulhar das ondas e do embalo do vento que vem lá do alto mar-atlântico.

04/03/2015

VISITA AO JORNAL "A REPÚBLICA"

      
Ontem, uma comissão do IHGRN, composta do Presidente Valério Mesquita, Secretário-Geral Carlos Gomes, Secretário Adjunto Odúlio Botelho e do Assessor da Presidência Jansen Leiros, visitou o Departamento Estadual de Imprensa, onde voltou a imprimir o jornal "A REPÚBLICA".
Fomos recebidos com a máxima atenção pelo Diretor Geral Paulo Araújo, com quem mantivemos excelentes indicações de uma parceria importante entre as duas Instituições.
     Em seguida nos levou à presença de alguns servidores e às diversas dependências daquele tradicional Casa da Imprensa do Rio Grande do Norte, onde tivemos a alegria de ver rico material de valor histórico inestimável e exemplares de peças e publicações raras. 


Aqui reproduzimos parte do jornal nº 1 editado no dia 1º de julho de 1889.
       No Museu da Imprensa Oficial Eloy de Souza, dirigido pela funcionária Rosane, vimos as velhas máquinas impressoras, uma câmera fotográfica gigante, todos em condições de funcionamento e fotos que recordam os tempos de ouro de A República e um exemplar do Diário Oficial do dia 16 de abril de 1937, onde consta a nomeação do Professor Esmeraldo Homem de Siqueira para ser lente da cadeira de História Natural da Escola Normal de Natal, recentemente homenageado neste blog:
       Ainda, recebemos um exemplar do jornal "A REPÚBLICA" em sua nova fase iniciada no dia 27 de fevereiro do ano em curso:
        Finalmente, ao sairmos, nos foi entregue um cartão de agradecimento pela visita feita ao Museu da História da Imprensa Oficial, prenssado em uma das velhas máquinas:

          Foi uma proveitosa manhã, emocional pelas recordações de um tempo áureo da terra potiguar. Vale a pena visitar nossa histórica Casa da Imprensa, onde tantas figuras notáveis dirigiram ou trabalharam, como Eloy de Souza, Othoniel Menezes, Edgar Barbosa, João Medeiros Filho, Luís da Câmara Cascudo e tantos outros que estão ali registrados em fotos, desenhos e em placas.

 Silvério Martins Ramos e as dúvidas de Lúcia Tolson


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG

Lúcia Tolson mora nos Estados Unidos e, de lá, me enviou um e-mail nos seguintes termos: Eu acabo de topar no nome acima (Silvério Martins de Oliveira) no seu artigo “Cartas da Ilha de Manoel Gonçalves” de 2/3/2011.  Tenho uma suspeita de que ele seja meu ancestral.  Não tenho, porém, os elementos para ligá-lo a meu trisavô Silvério Martins Ramos, além da semelhança de nomes e da proximidade no tempo e no espaço em que viveram.

Silvério Martins de Oliveira parece-me ter sido um dos habitantes da Ilha de Manoel Gonçalves em seus últimos anos, entre as décadas de 1820 e 1830.

Meu trisavô Silvério Martins Ramos morreu muito velho em Curralinho na década de 1930.  Ele era casado com Leonídia de Oliveira e tinha, entre outros filhos, um filho também chamado Silvério Martins Ramos (conhecido em família como Nozinho, que morreu centenário em Pendências no começo deste milênio). 

As únicas informações que tenho sobre os pais de Silvério Martins Ramos são que seu pai ficou viúvo de sua primeira mulher e depois casou-se com Anna, a mãe de Silvério, que morreu centenária em Curralinho na década de 1930.  De ambos casamentos esse senhor teve uma prole imensa, mas hoje não resta sequer lembrança do seu nome na família.  Suspeito que ele também fosse Silvério.

Será que o Senhor teria condições, sem lhe dar demasiado trabalho, de traçar a descendência de Silvério Martins de Oliveira até ela possivelmente bater em Silvério Martins Ramos?  Creio que haja uma ou no máximo duas gerações entre os dois, se eles são de fato parentes como suspeito.

Espero não estar abusando de sua boa vontade, mas é que fico animada demais quando encontro uma possível pista de história familiar nos seus artigos.

Em outro e-mail, pergunta se Francisca Martins de Oliveira, esposa de José Alves Martins, não seria uma das filhas do capitão Silvério Martins de Oliveira.

Para responder aos questionamentos de Lúcia, tenho as seguintes informações: O capitão Sílvério Martins de Oliveira era compadre do meu trisavô major José Martins Ferreira, por ter sido padrinho de meu tio-bisavô Manoel José Martins. Esteve em muitos eventos religiosos, na companhia do meu tetravô, o capitão João Martins Ferreira. Foi o primeiro Administrador da Mesa de Rendas de Macau e, também, foi um dos representantes de Apodi, na eleição para Junta Constitucional, em 1821. Sua esposa, dona Joanna  Nepomucena, era filha de   Anna Josepha Joaquina de Albuquerque (que morou um tempo na Ilha de Manoel Gonçalves) e do capitão Manoel Ignácio de Carvalho.

Sobre a existência de filhos do capitão Silvério não tenho documentação comprobatória, mas apenas suspeitas de que seriam: Antonia Silvéria de Oliveira, natural da Serra de Martins, que foi casada com Eliziário Antonio Cordeiro, natural de Lisboa; Silvéria Martins de Oliveira, Joana Nepomucena, mesmo nome da mãe; e Francisca Martins de Oliveira, citada por Lúcia Tolson.

Sobre o outro Silvério, o que temos é o seguinte: Em 1862, viúvo de Anna Raimunda da Luz, casou na capela de Nossa Senhora do Rosário da Várzea, com Anna Joaquina de Maria, filha de João Baptista do Espírito Santo e Maria Alves Lessa, tendo como testemunhas Manoel Pinto Queiroz e Vicente Barbalho Bezerra. Do seu primeiro casamento com Anna Raimunda, encontramos os seguintes filhos, segundo registros da Igreja: Maria, nascida em 1855, em Macau, tendo como padrinhos Christovão Francisco Gomes e Thomazia Martins Ferreira (irmã do major José Martins Ferreira); Manoel, nascido em 1856, batizado em Curralinho, teve como padrinhos José Alves Martins e Maria Gomes Pinheiro; Higino, nascido em 1858, tendo como padrinhos Marcolino José de Moraes; outra Maria, nascida em 1860, teve como padrinhos João Coelho da Silva e sua irmã Josefa Clementina de Moraes; Ritta Martins dos Passos, que casou com José Alves Barbosa (3º grau de consanguinidade), filho de Manoel Alves Barbosa e Anna Francisca Xavier, no sítio Curralinho, em 1871, na presença de Manoel Alves Barbosa e Vicente Rodrigues Ferreira.

No ano de 1904, faleceu Luis Martins Ramos. Segundo sua inventariante e esposa, Cosma Porcina Lessa, não tiveram filhos. Seus bens foram herdados pela dita Cosma e os irmãos dele: Rita Martins Passos, moradora em Boa Vista, com 50 anos, citada acima; Pedro Martins Ramos, com 55, casado com Alexandrina, moradores em Recife; Manoel Martins Ramos, com 49 anos, morador em Curralinho, citado acima, e casado com Maria Gomes dos Santos; José Martins Ramos, com 46 anos, casado com Maria Silvana de Mello, também morador em Curralinho e, citado acima; e João Martins Ramos, com 57 anos, casado com Damiana Rodrigues Lessa, moradores nas Oficinas.

Do casamento com Ana Joaquina, encontramos, até agora, Silvério, que  nasceu aos 22 de outubro 1863, e foi batizado aos 13 de novembro 1863, na capela das Oficinas, tendo como padrinhos Joaquim José Lessa e Maria dos Prazeres.  Esse Silvério é justamente o trisavô de Lúcia Tolson, que ela diz que casou com Leonídia.

Não encontrei nada que fizesse ligar o capitão Silvério Martins de Oliveira com Silvério, tetravô de Lúcia.

Sobre João Baptista do Espírito Santo e Maria Alves Lessa, pentavós de Lúcia, por parte de Anna Joaquina, encontramos os seguintes filhos: Joanna, nascida em 1843; as gêmeas Damiana e Cosma, nascidas em 1854; Josefa Rodrigues Lessa, que casou, em 1869, com Idalino Tranquilino de Sousa. Essas gêmeas, irmãs de Anna Joaquina, casaram com dois filhos do primeiro casamento de Silvério, pelo que se vê do inventário de Luis Martins Ramos.

03/03/2015


Grande Truman.


ESTOU REPASSANDO...
pouca gente sabe disso...


HARRY TRUMAN foi um tipo diferente como presidente. 
Provavelmente tomou tantas ou mais decisões em relação à história dos EUA como as que tomaram juntos os 42 presidentes que o precederam.
Uma medida da sua grandeza talvez permaneça para sempre: trata-se do que êle fez DEPOIS de deixar a Casa Branca.
A única propriedade que tinha quando faleceu era uma casa, onde morava, que se encontrava na localidade de Independence, Missouri. A sua esposa havia-a herdado de seus pais e, fora os anos em que moraram na Casa Branca, foi onde viveram durante toda a vida.

Quando se retirou da vida oficial, em 1952, todas as suas receitas consistiam numa pensão do Exército de U$13.507 anuais.

Quando o Congresso soube que ele custeava seus próprios selos de correio, outorgou-lhe um complemento e, mais tarde, uma pensão retroativa de $ 25.000 anuais.
Depois da posse do presidente Eisenhower, Truman e sua esposa voltaram a seu lar no Missouri dirigindo seu próprio carro... sem nenhum acompanhamento do Serviço Secreto.

Quando lhe ofereciam postos corporativos com grandes salários, rejeitava-os dizendo:  
“Vocês não querem a mim, o que querem é a figura do Presidente, e essa não me pertence. Pertence ao povo norte-americano e não está a venda...”.
Ainda depois, quando em 6 de Maio de 1971 o Congresso estava se preparando para lhe outorgar a Medalha de Honra em seu 87° aniversário, recusou-se a aceitá-la, escrevendo-lhes: 
“Não considero que tenha feito nada para merecer esse reconhecimento, venha ele do Congresso ou de qualquer outra parte”.
Enquanto Presidente, pagou todos seus gastos de viagens e de comida com seu próprio dinheiro, quando não estava em função oficial.
Este homem singular escreveu: 

“As minhas vocações na vida sempre foram ser pianista numa casa de putas ou ser político.  E para falar a verdade, não existe grande diferença entre as duas!”.











Dalton Mello de Andrade