04/09/2014

ELEIÇÕES NA ALEJURN

ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE - ALEJURN
ELEIÇÃO PARA A DIRETORIA E CONSELHO FISCAL
COMUNICAÇÃO DA ÚNICA CHAPA INSCRITA
A COMISSÃO ELEITORAL designada pela Portaria n° 01/2014-P, de 10 de julho de 2014, da Presidente, em exercício, da Instituição, COMUNICA aos interessados, para os fins de direito, que foi deferido o pedido de inscrição da chapa única “UNIÃO PELA CULTURA JURÍDICA” para os cargos da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE – ALEJURN – biênio 2014-2016, cujo pleito ocorrerá no dia 12 de setembro de 2014, em sua sede provisória sita à Avenida Afonso Pena, 1155, 2° andar – Tirol – Natal/RN (dependências da Procuradoria Geral do Estado do RN), no horário das 8 às 16 horas, para o preenchimento dos diversos cargos da Diretoria e do Conselho Fiscal, composta dos seguintes Acadêmicos pretendentes, registrados para concorrerem aos seguintes cargos: DIRETORIA: Presidente: JOSÉ ADALBERTO TARGINO ARAÚJO, Vice-Presidente: ZÉLIA MADRUGA, Secretário Geral: LÚCIO TEIXEIRA DOS SANTOS; Secretário Geral Adjunto: ARTHÚNIO DA SILVA MAUX; Tesoureiro: JOSÉ DANIEL DINIZ. CONSELHO FISCAL: Três (03) Membros: JOSONIEL FONSECA DA SILVA, LUIZ ANTÔNIO MARINHO e FRANCISCO DED SALES MATOS.
 O edital com as normas editalícias completas está afixado na sede provisória da Instituição, no início indicada.
Natal/RN, 03 de setembro de 2014
A Comissão Eleitoral  
FRANCISCO DE ASSIS CÂMARA
Presidente
 
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Membro
 
ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
Membro

GEORGE VERAS

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H O J E em Mossoró

Joaquim Alves Martins e o rapto de D. Joanna Lins

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
 
Em 1871, quando seu pai foi assassinado, em Rosário, distrito de Assú, Joaquim Alves Martins tinha apenas 11 anos, e sendo já órfão de mãe, foi criado, em Cacimbas do Vianna, pelo seu tio e tutor, Manoel José Martins, e a sua esposa Prudência Maria Teixeira.
No ano de 1876 fez petição dirigida ao Juiz de Órfãos, nos seguintes termos: diz Joaquim Alves Martins, deste termo do Assú, órfão púbere, filho legítimo dos finados José Alves Martins e Dona Francisca Martins de Oliveira, que estando contratado para casar-se com D. Joanna Lins Teixeira de Sousa, e achando-se esta raptada e depositada pelo suplicante em casa do Dr. Ignácio Dias de Lacerda, sendo pessoa de sua igualha, e tendo já o suplicante obtido licença de seu tutor para casar-se com ela, vem impetrar de V. S. a graça de confirmar essa licença dando a sua autorização para o consórcio do suplicante, ouvido o seu tutor e o respectivo Curador Geral dos Órfãos: nestes termos pede  a V. S. lhe defira. Joaquim Alves Martins.
Foram ouvidos, então, o Curador de Órfãos e o tio tutor, que se manifestaram conforme transcrição abaixo.
É de justiça que a petição retro seja favoravelmente deferida, porquanto, além do alegado em relação ao tutor e iguala de que fala o suplicante, para mim tem todo peso de razão, o achar-se raptada a moça e depositada na casa, em que está. Cidade do Assú, 28 de abril de 1876, o Curador Geral dos Órfãos, João Francisco Barbalho Bezerra.
Em reverência do respeitável despacho de V. S. tenho a dizer que é verdade que dei licença de que trata a petição retro, para realizar-se o competente casamento, visto ser o meu sobrinho e tutelado igual a moça e também por que a raptou, depositando-a em casa de pessoa distinta do lugar. Fazenda das Cacimbas, 3 de maio de 1876, o Tutor Manoel José Martins.
Posteriormente, Joaquim Alves Martins dá recibo dos bens que recebeu, apto que estava por conta do casamento, nos seguintes termos: recebi do meu tio tutor, o Snr. Manoel José Martins, meus bens e trastes que tive de herança de meus pais e paguei a ele o alcance de 49.514 réis das contas que prestou em juízo em 7 de março de 1876, assim como recebi meus rendimentos desta data em diante, quando tomei conta de tudo que me pertencia por me ter casado com dezessete anos de idade, e com licença do juiz e do meu tutor, e por estarem recebidos passo este que me assino, Fazenda das Cacimbas, 11 de julho de 1876. Joaquim Alves Martins.
Nos meus registros encontro os batismos, somente, de dois filhos de Joaquim e Joana, ambos de nome Manoel, talvez em homenagem ao tio. Devem ter falecido, pois não aparecem na relação dos herdeiros, quando da morte de D. Joana, como podemos ver adiante. Observe como ficou modificado o nome dela.
Em 1922, dez anos após o falecimento de sua esposa, apresenta o seguinte requerimento: Diz Joaquim Alves Martins, que tendo falecido sua mulher Joanna Teixeira Martins, no dia 9 de abril de 1912, no Sítio Água Branca, deste distrito, onde moravam, sem testamento, deixando herdeiros menores e maiores, quer o suplicante, como meeiro inventariante, cabeça de casal, dar a inventário os bens existentes no monte do casal, e assim requer a V. S. que se digne marcar dia e hora para se proceder ao mesmo inventário, no Sítio Água Branca supracitado, em casa de sua residência, com ciência do doutor Curador Geral de Órfãos. Assú, 11 de novembro de 1922, Joaquim Alves Martins.
No título de herdeiros, foram listadas as seguintes pessoas; o viúvo, Joaquim Alves Martins, inventariante, cabeça de casal; Maria Alves da Câmara, casada, não constando com quem, 42 anos de idade; Rita Alves Martins, já falecida depois da inventariada, solteira; Amélia Alves Martins, já falecida, representada por seus filhos menores, José, Joaquim e Sabina.
Manoel José Martins, tutor e tio de Joaquim Alves Martins, casou com Prudência Maria Teixeira, na Fazenda Cacimbas do Vianna, no dia 28 de novembro de 1850, tendo como testemunhas, o major José Martins Ferreira, seu pai, e João Gomes Carneiro e Mello, de São Gonçalo, mas casado com Anna Joaquina Teixeira de Sousa, de Angicos, e criador na dita Fazenda. Essa Prudência, pode ser a filha de Francisco Antonio Teixeira de Sousa e Marianna Lopes Viegas, que pelo inventário da mãe, tinha 6 anos em 1839. Sendo verdadeiro, ela seria irmã de João Lins Teixeira de Sousa, que foi casado com Izabel Felippina, filha de Antonio Gualberto Lopes Viegas, criador na Fazenda Cacimbas do Vianna. É possível, também, que Joanna Lins, esposa de Joaquim Alves Martins, fosse filha de João Lins e Izabel Felippina, e, portanto, sobrinha de Prudência. Meu tio-bisavô, Miguel Francisco da Costa Machado Junior, foi casado com Maria Izabel, filha de João Lins Teixeira de Souza, e no batizado de Maria filha deles, em 1875, foram padrinhos Joaquim Teixeira de Sousa Pinheiro, irmão do dito João Lins, e Joanna Lins, que nessa época era solteira.
Antonio, filho de João Lins e Izabel, foi batizado em Cacimbas do Vianna, em 1857. Os padrinhos foram Francisco Antonio Teixeira de Sousa, avô, e Anna Joaquina Teixeira de Sousa, esposa de João Gomes Carneiro. Quando Manoel Barbalho, irmão de João Lins, casou em 1856, foram testemunhas Manoel José Martins e João Gomes Carneiro. Mais ainda, Manoel José Martins e Izabel Felippina foram padrinhos, em 1857, de João, filho de Francisco Antonio Teixeira de Sousa, e sua segunda esposa Joaquina Lúcia. Assim, me parece, que a família Alves Martins estava entrelaçada com a família Teixeira de Sousa.
Para conhecimento dos nossos leitores, informo que Joaquim Alves Martins era tio-avô de Diúda e José Gobat.
No documento acima vemos as assinaturas de João Lins Teixeira de Souza e de Manoel José Martins Ferreira, no casamento de escravos de João Gomes Carneiro e de João Teixeira de Souza. Vemos também o Visitador condenando o hábito de usar abreviaturas. Sugere que os assentos sejam como o acima.
Na relação acima dos filhos de José Alves Martins, além de Joaquim Alves Martins, estão: José Alves Martins, João Alves Martins, Francisco Alves Martins, Militão Alves Martins, Josefina Emília Alves Martins, Delfino Alves Martins, Maria e Manoel Alves Martins.

03/09/2014

GG


   A L M I R A N T E   D A   A R M A D A   I M P E R I A L
Por: Gileno Guanabara, sócio efetivo do IHGRN

                        Ao tempo em que foi proclamada a independência do Chile, o Brasil ainda estava às forras com as tropas portuguesas, indispostas com a proclamação da independência, final do ano de 1822. Reconhecido herói da independência chilena, o capitão inglês Lord Cockrane, residia em suas terras, no distrito de Quintera, no Chile. Por ordens de D. Pedro I, José Bonifácio, então Ministro do Interior e das Relações Exteriores do Império, enviou instruções ao cônsul brasileiro, em Buenos Aires, Antônio Manuel Corrêa da Câmara, a fim de transmitir ao capitão o convite do imperador, para vir lutar pela independência do Brasil. O cônsul enviou carta a Lord Cockrane: -Milord, le Brésil puissance du prémier orde, devient um nouvel Empire, une nation independente sons le legitime heritier de la monarchie, Pierre le Grand, son auguste defenseur ... Abandonez vous, Milord, à la reconnaissance Brésilienne; à la munificence du Prince; à la probité sans tache de l’actual Gouvernement; on vous ferá justice, on ne rebaisserá d’um seul point da haute consideration – rang, grade, caractére et avantajes qui vous sont dus, - Consul de L’ Empire du Brésil à Buenos Ayres, 4 de novembro 1822.

                        Diante de tamanha honraria, Cockrane aceitou o convite. Ao chegar ao Rio de Janeiro, foi-lhe confiada a chefia das forças navais do Império. Para isso, criou-se uma graduação militar específica para o Lord: Almirante da Armada Imperial.

                        O afamado capitão trazia consigo os feitos marítimos notáveis de que participara durante as lutas no Chile. Sobressaía a argúcia da inteligência combinada com o uso da força, cujas manobras, em pouco tempo, lhe auferiram o garbo de hábil soldado e bom político, o que serviria para consagrar a unidade de parte das províncias do Império ainda conflagradas, a ponto de quase constituírem Estados independentes. Foi o caso do Norte do Império, ainda sob a ocupação das tropas portuguesas que resistiam à independência do Brasil. Nas batalhas que o bravo marinheiro travou no Maranhão diante da esquadra portuguesa, fazendo aparentar uma superioridade militar que não tinha, em força e calibre de suas canhoneiras, o Lord fustigou, pondo o inimigo ao largo do Oceano Atlântico e obrigando o grosso da tropa a se refugiar em Portugal. Apresou mais de cem navios e cerca de três mil homens foram feitos prisioneiros.

                        Em reconhecimento, Cockrane passou a integrar a fidalgaria do Império. Viu-se agraciado pelos seus serviços com o título de Marquês de Maranhão e lhe foram feitas doações de terra. Por mérito do capitão, fez-se a incorporação na tropa brasileira os ingleses Grenfell, Taylor, Crosbie, W. Jackson, Crewley, Clarence, Monson, Wallace, March, Jannary e Charles Rose, dentre outros, marinheiros que, pelo reconhecimento de suas bravuras, assumiram o posto de oficiais da Armada. Em pouco tempo, seus nomes foram incorporados à nomenclatura civil nacional.

                        O Ministro das Relações Exteriores lhe reservava o maior respeito, em razão das tarefas que foram dirigidas ao Almirante inglês, com o reconhecimento de seu melhor desempenho nas atribuições. Dizia José Bonifácio em carta: - Entretanto, V. Ex., não sendo menos hábil político que guerreiro, e por outro lado gozando da confiança de S. M. o Imperador, está nas circunstâncias de empregar todos os meios que estão ao seu alcance e autorização para aplanar quaesquer difficuldades do momento, que se opponham ao êxito da sua importante commissão... 12 de julho de 1823, Rio de Janeiro.

                        Uma vez consolidada a independência do Brasil, D. Pedro foi responsabilizado por Lord Cockrane de não cumprir os pagamentos devidos, fazendo com que o Almirante regressasse a Inglaterra desgastado com o Brasil, inúmeras foram as missivas dirigidas ao Imperador, cobrando a dívida, sem sucesso. O Norte do Império fora reconquistado, os navios e tropas portuguesas haviam sido tangidas, expulsas para Portugal.

                        Por conta do imbróglio, o título de Marquês do Maranhão foi repudiado pelo agraciado que, ao escrever suas Memórias, já residindo na Inglaterra, chamou o Brasil de país de caloteiros. Por conta dessa desdita, Lord Cockrane teve confiscadas as terras que lhe tinham sido doadas pelo Estado brasileiro. O almirante inglês apenas reclamara o pagamento objeto do contrato que firmara com o governo imperial.

                        Essa pendenga quanto ao pagamento não realizado e a irritação do Almirante da Armada por não receber o que lhe era devido, exatamente conforme o combinado, em sendo o primeiro militar, e ainda mais estrangeiro, que ocupou o posto de Almirante da Armada do Brasil – reconhecidamente o comandante dos feitos que asseguraram a integridade do Norte brasileiro -, fez com que o herói das lutas navais da Independência não constasse do merecido registro no Museu da Marinha no Rio de Janeiro, nem ainda tampouco com destaque o seu reconhecimento nos manuais da Armada. Fazem sentido os termos honrosos, através dos quais, o governo Imperial, na fala de José Bonifácio, se comunicava com o Almirante, nas correspondências trocadas com Lord Cockrane: Tenho presente a carta com que V. Ex. me favoreceu, em data de Maio próximo passado. Nella vejo o detalhe da illustrada conducta de V. Ex., depois da sua sahida deste porto, e as diversas difficuldades que V. Ex. tem encontrado, as quaes, com grande magua, contemplo, e creio dificultosas de vencer, porque se acham, pela maior parte, de tal fórma enlaçadas com a nossa situação política, que só se desvanecerão inteiramente quando o sistema geral do Império estiver de todo concentrado.

                        Justo e acertado, até a consolidação da independência. Depois, o jeitinho brasileiro do devo e reconheço, mas só pago quando puder.

02/09/2014



Saint Exupéry 70 anos

José Eduardo Vilar Cunha

Jornalista e escritor


Ocasionalmente em duas oportunidades me aproximei da história a respeito de Saint Exupéry.  A primeira vez foi quando me dirigia para a famosa praia de Saint Tropez que, nos anos 60 ficou conhecida por ser moradia de Brigitte Bardot e, por causa do horário do le bateau, pernoitei em Saint Raphael, Côte d’Azur que é uma estância balneária da Riviera francesa, inserida numa belíssima enseada repleta de embarcações. Durante o tempo que passeava pela parte antiga da vila fui informado que havia uma exposição da Aéropostale. A segunda vez que aconteceu esta aproximação foi em Vichy, a capital do Estado Francês nos anos 40–44, período este, considerado obscuro na história francesa. Atualmente Vichy é procurada para o uso terapêutico das suas águas termais.

 O jornal “La Montagne” que circula na région de Auvergne, em Jeudi 31 Juillet 2014, informava da comemoração dos 70 anos do seu desaparecimento, visto que, em 31 de julho de 1944, Saint Exupéry, numa missão de reconhecimento fotográfico, desapareceu pilotando P38 Lightning  F-B5 num voo sobre o mediterrâneo, nas proximidades de Marseille.

Na exposição em Saint Raphael pude observar que Pierre-Georges Latécoère fundou em Toulouse - Montaudron a Lignes Latécoère em 1918, que em seguida passou a ser Compagnie Générale d’Entreprises Aéronautiques, C.G.E.A. em 1921, posteriormente, Compagnie Générale Aéropostale em 1927 e por fim, Air France 1933.

A história que lhes conto começa quando Saint Exupéry ingressa como piloto da Aéropostale, justamente com Mermoz e Guillaumet voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar. Nesta mesma época ele publica seu primeiro livro L’Aviateur e os seguintes, Courrier Sud em 1929 e Vol de Nuit, 1931.

Após o armistício de 1940 quando a França e a Alemanha acertaram o cessar fogo, Saint Exupéry viaja para Nova York e em 1943 publica “O Pequeno Príncipe” alcançando sucesso internacional.

Ainda, em 1943, Saint Exupéry retorna ao antigo esquadrão 2/33 da Força Aérea da França Livre, permanecendo em uma base na Córsega. Todavia, é numa das missões de averiguação que o seu avião desaparece, sem deixar vestígios, naquela data fatídica, 31 de julho de 1944.

Muitas hipóteses são aventadas sobre a autenticidade do aparecimento da pulseira encontrada por um pescador com identificação ANTOINE SAINT EXUPÉRY, em 1998. Contudo, em 2000 os destroços do avião P38 Lightning F-B5 foram encontrados ao largo de Riou, Marseille, sendo identificados pelo número de série da aeronave. Segundo consta em relatos as peças restantes encontradas do avião estão no museu do Ar e do Espaço de Bourget.

Um enigma permanece neste sinistro, o corpo de Saint Exupéry nunca foi encontrado.

01/09/2014

8 horas - MISSA - SOLENE EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS 100 ANOS DA ESCOLA DOMÉSTICA;
Em seguida, visita aos túmulos do Doutor Henrique Castriciano e das ex´-Diretoras Noilde Ramalho e Margarida Cabral.
11 horas - Inauguração do Marco Comemorativo do Centenário
11,30 horas- Inauguração da Galeria das Diretoras
19 horas - SESSÃO SOLENE

31/08/2014





O Grande Ponto
Manoel Procópio de Moura Júnior

O Grande Ponto é a denominação de uma parte no centro da cidade, localizada na Rua João Pessoa, precisamente entre a Av. Rio Branco e a Rua Princesa Isabel.
Em 1845, a atual rua João Pessoa era uma pequena artéria compreendida entre a rua Vaz Gondim e a Av. Rio Branco. O Presidente Sarmento (Casimiro de Morais Sarmento) determinou a ampliação da atual rua João Pessoa, derrubando a mata existente até a rua Princesa Isabel. Após esta derrubada, a atual Princesa 
Isabel passou a chamar-se Rua dos Tocos, enquanto a parte ampliada da atual rua João Pessoa, passava a se chamar Rua Sarmento.
Anos depois, quando a Rua Sarmento já atingia a atual Av. Deodoro, recebeu, em 13 de fevereiro de 1888, a denominação Rua Visconde de Inhomerim (Francisco Sales Torres Homem). Este nome se conservou até o início de Século XX, quando passou a
chamar-se Rua Coronel Pedro Soares, para finalmente, já na década de 1930, chamar-se Rua João Pessoa.
O espaço da Rua João Pessoa, compreendido entre a Rua Princesa Isabel e a Av. Rio Branco, ficou conhecido como Grande Ponto, em razão de um Café, com este nome, localizado na esquina da Av. Rio Branco com a João Pessoa, onde hoje está localizado o Edifício Amaro Mesquita.
Era um ponto de encontro dos habitantes da cidade do Natal. Nesta “Universidade” popular, reuniam-se intelectuais, esportistas, políticos, jornalistas, estudantes e um sem número de prisiacas. Era uma fonte inesgotável de comentários, boatos e muita conversa fiada que invadiam a nossa pequena Natal.
Anos depois, a denominação Grande Ponto atingiu toda a extensão da rua João Pessoa. Entretanto, os seus freqüentadores, vestindo camisa sileque (slack), concentravam-se no espaço delimitado pela rua João Pessoa com a rua Princesa Isabel.
Neste ponto, além das prosas e chorumelas dos seus “habituês”, algumas casas comerciais se destacavam como a Confeitaria Helvética e o Bar e Confeitaria Cisne, ambas de Múcio Miranda, com seus garçons Enedino e Zé Américo; o Foto Grevy, de Grevy Germano, depois Real Foto, de Valdemir Germano; o Café Maia, de Rossini Azevedo e a Sorveteria Cruzeiro, de “Seu China”.
No outro lado da rua, estava situado “O Botijinha”, lanchonete sem porta e sem tranca, de Jardelino Lucena, com a Sede do Santa Cruz F.C. no andar superior; a “Casa Vesúvio”, de Francisco Maiorana; a “Loja Seta”, de Nevaldo Rocha; o Caldo de Cana do Raimundo e; a “Casa São Geraldo”, de Dona Dolores, além do “Portão Brasil”, local onde Alcino Augusto Guedes gravava em metais, instantes já esquecidos pela inconstância das almas.
Falar no Grande Ponto é relembrar as festas folclóricas promovidas por Djalma Maranhão, humanista que marcou um “grande ponto” na administração de Natal. É lembrar, também, as ameias de 
observações localizadas no Acácia Bar, na Confeitaria de Aracati, no restaurante Dois Irmãos e no Natal Clube. É lembrar um tempo de tranqüilidade, onde a maior ameaça era o boato.
Lamentamos que o Grande Ponto tenha seguido a mesma destinação dos bondes, cujos trilhos riscavam seu chão. Foi desaparecendo com o tempo, devagar, devagar, até que, sem que ninguém percebesse, encantou-se.
No Grande Ponto, todos os problemas eram resolvidos. Lá, seus assíduos freqüentadores solucionavam suas quizilas. Alguns, já “libertados pela lei da morte”, outros, por pirraça, continuam marcando presença, buscando nos labirintos das lembranças, os bons momentos vividos na Rua João Pessoa, bem ali... no Grande Ponto.



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