MONSENHOR
EXPEDITO MEDEIROS
Jurandyr Navarro
Procurador do Estado, aposentado, e
Presidente
Honorário Vitalício do Instituto Histórico e Geográfico
do RN
"Existe, no Rio Grande do Norte, um trabalho perfeito e
notável de Desenvoívimento de Comunidade, na cidade de São Paulo do Potengi. Trabalho elogiado por órgão técnico da ONU e que conheço de perto, pois lá estive e fiquei maravilhado. Trata-se de um
empreendimento do Mons, Expedito Medeiros, trabalho admirável, realizado sem alarde, em
silêncio,
anonimamente".
A
observação acima, em outras palavras, é do laureado professor Luiz Carlos Mancini, uma das maiores autoridades no
assunto, em cujo setor de atividades era representante do Brasil nas Nações Unidas. Menção feita por ocasião da
aula inaugural, por ele ministrada aos alunos dos cursos populares do M.D.C., de nossa Capital.
Semelhante
apresentação, expressada em público por uma inconteste autoridade na matéria, bastaria para consagrar
em definitivo um nome.
Mesmo
sendo jejuno no assunto, não desconhecia a ímpar realização do conhecido sacerdote, que consumiu a vida numa
cidade afastada, e que só via uma coisa neste mundo: O pobre.
Visitei por várias vezes o "Movimento
de Potengí",
como denominam os jornais europeus ao trabalho desse padre magricela e duro na queda!
Em todas
as viagens empreedidas, notava a sua casa cheia de gente. Sempre cheia . Não para pedir esmolas: Todo indigente exibe na face
a máscara da tristeza e do
sofrimento. E o pessoal que lá se aglomerava trazia
sempre um sorriso nos lábios a iluminar o rosto feliz.
Às
vezes, pelo caminho de volta, ficava a meditar sobre o que havia observado. E
fazia a mim a indagação: Como pode viver feliz aquela gente que vai à casa do Mons. Expedito, quando é notório que
leva uma vida de padecimentos!? E
concluía por
um paradoxo! Por uma contradição!
Mas não era. O padre dera vida espiritual intensa àquela gente humilde. A sua orientação aprumada criara uma nova
mentalidade naquele povo simples e bom,
para enfrentar os rigores da vida árdua do
campo: Bendizer ao seu Deus o que lhe dava, suportando a adversidade com humildade e resignação.
É que Mons. Expedito realizou
obra magnífica
que não
encontra similar na espécie. Tudo idealizado por ele e levado a efeito com
paciência, sacrifício e muita
luta.
Fez parte, também na linha de
frente do Movimento de Natal, liderado por Dom Eugênio Sales, movimento social
abridor de um leque imenso para as obras sociais da Igreja Católica.
Era ele um homem de vasta visão em relaçao, também, à cultura.
Na pesquisa que empreendi sobre a figura do Padre Luiz Monte, ele, seu
contemporâneo, e o Cônego Jorge O’Grady, muito me incentivaram e me cederam
material relativo à psicologia da Dor, no ângulo da arte e do sentimento, assim
como em relação ao espiritismo, temas estudados por aquele sacerdote de saber
múltiplo.
Tive a felicidade de assistir
a algumas missas por ele celebradas, em São Paulo do Potengi. Logo na primeira delas, notei uma coisa estranha no recinto daquela
Igreja surrada pela erosão do tempo. É que vi
muitos homens em volta do altar como se estivessem a proteger aquela magra figura de homem
envolto em paramentos litúrgicos, a oficiar o santo sacrifício.
Logo depois, outra surpresa
agradável:
Todos aqueles homens, rudes na aparência, a cantar com a simplicidade de meninos, e
depois a comungar, como se estivéssemos no dia da Quinta-Feira Grande!
Foi lá que evidenciei ter sido o
primeiro lugar onde a Sagrada Mesa da Eucaristia havia mais homens do que
mulheres!
Daí vi a minha pequenez. Como me tornei um pigmeu
naquele ambiente! Eu só possuía uma migalha de Fé em cotejo com a daquela
gente!
E não pude
evitar chorar. Às vezes, o pranto dispensa o
complemento das lágrimas. É o choro amargo que
experimentou São
Pedro, quando negou a Jesus.
Não sei se foi de vergonha ou de
emoção, diante daquele espetáculo comovente
de contrição e de singeleza, de verdade e
de fé.
2 comentários:
-Dos Pic-nics em Ponta Negra e Pirangi.
-Dos jogos escolares no Silvio Pedroza e Palácio dos Esportes.
Das competições de natação no CAMANA e AEROCLUBE.
-De ir ver os lançamentos de foguetes da Barreira do Inferno, lá na estrada de Piúm.
-Das costumeiras trocas de gibis que acontecia nas calçadas dos cinemas REX, RIO GRANDE, POTY, SÃO PEDRO e São LUIZ.
-Do filme "OS DEZ MANDAMENTOS", que de tão longo tinha o inesquecível intervalo para se fazer "uma boquinha".
-Das aulas do Prof. William (o Bacurau) no Ginásio 7 de Setembro e particular.
-Das quadrilhas de São João da Cirolândia.
-Da "Casa Rubi", "CASA RÉGIO", "CANTINA LETIERE", "LIVRARIA E PAPELARIA WALTER PEREIRA".
-Do Guaraná Dore e do Grapette, comprados na grade direto na fabriga do Sr. Walter Dore.
-Do medo da "Viúva Machado" e da "Tintureira". Quem não tinha????
Ailza, seguidora apaixonada por esse blog.