20/05/2014

ADEUS A MIGUEL


MIGUEL JOSINO NETO formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Turma de 1987. Ingressou efetivamente na carreira jurídica como Advogado e posteriormente foi aprovado em 1º lugar no concurso público para provimento do cargo de Procurador do Estado do Rio Grande do Norte em 1993.
É especialista em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Ceará (UFC), professor de Direito Constitucional da Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte (Esmarn) e da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte (Farn), hoje UNI-RN.
Josino ensinou na UFRN e na Universidade Potiguar (UnP). É autor de obras jurídicas publicadas em revistas especializadas e co-autor do livro 'Análise das Divergências Jurisprudenciais no STF e STJ', que escreveu em parceria com seu irmão Rodrigo Costa Rodrigues Leite.
Integrou a Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, sendo um dos seus fundadores.
O seu desaparecimento consternou a classe jurídica e a sociedade em geral porquanto, apesar de ter apenas 48 anos, já despontava como grande juristas, mercê das suas atuações no cenário forense, e ações importantes para a comunidade.
Indiscutivelmente é uma grande perda para o Estado do Rio Grande do Norte.





19/05/2014






COMUNICADO,


Lamento comunicar que o nosso confrade "Miguel Josino Neto" teve sua morte confirmada, nesta tarde, pela equipe médica do Hospital do Coração. O velório será na Escola de Governo, localizada no Centro Administrativo do Estado, em Lagoa Nova.
Quaisquer informações novas sobre o velório e sepultamento poderão ser prestadas pelos fones : (84) 3232-2751 / 3232-2890


Adalberto Targino
Presidente




18/05/2014

MORRE UM HOMEM ILUSTRE DO RIO GRANDE DO NORTE
 


Com a idade de 88 anos, faleceu em Natal Hypérides Lamartine, mais conhecido na sociedade potiguar como “Pery Lamartine”.

O Caicoense ilustre, reconhecido pelo seu trabalho em favor da aviação em nosso Estado e pioneiro na área de turismo no agenciamento de viagens, atividade que dividia com a sua indiscutível veia literária, era filho do casal Clóvis Lamartine de Farias e Maria de Lourdes da Nóbrega.

O pranteado escritor deixou várias crônicas e cerca de 17 livros publicados, entre os quais “Velhas Oiticicas”, “Epopéia nos Ares”, “O Aeroplano”, “Personagens Serra-negrenses” e “Coronéis do Seridó”, o que lhe fez galgar uma cadeira na nossa Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.

Pery era um dos ilustres sócios do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e produziu trabalhos de pesquisas utilizando o rico acervo da Casa da Memória.
Um detalhe, a sua morte aconteceu precisamente na ocasião em que estavam em Natal pilotos franceses comemorando o Raid Latécoère, e nas solenidades realizadas o nome de Pery não foi esquecido, ainda sem se ter a notícia de sua morte, aliando-se com a própria história do Aeroclube de Natal, fundado em 1928 por Juvenal Lamartine, seu avô. Perde a sociedade potiguar o seu escritor, jornalista, empresário e piloto Pery Lamartine, que fez história na aviação potiguar e foi um dos responsáveis por elevar o nome do Aeroclube de Natal.

Registra-se que em 1949, foram feitas imagens fotográficas do piloto Augusto Severo Neto mostrando o piloto Pery Lamartine nos comandos da aeronave PT-19 sobrevoando o “aeródromo perdido”, que se configura como um dos maiores mistérios da aviação norte-riograndense, com a localização do primeiro aeródromo da zona Norte de Natal, esquecido desde a década de 40.



17/05/2014

JN




ALUÍZIO MENEZES

Jurandyr Navarro
Do Conselho Estadual de Cultura

Ao saber do falecimento de pessoa grada, do cenário da distante juventude, junto a ela compartilhada, a memória evoca recordações que estavam encobertas pelo manto do tempo.
Refiro-me a Aluízio Menezes de Melo!
Fez ele parte integrante da rapaziada dos anos 40/50, quando a nossa cidade ainda tinha bonde. Nesse passado, repartimos com ele momentos aprazíveis, próprios da idade primaveril. Por esses distantes dias predominavam os esportes: futebol, voleibol, basquete, estes últimos nas poucas quadras existentes. E o futebol no único estadio existente no bairro do Tirol, cujo jogos só se realizavam durante o dia, os refletores chegariam depois.
Além dessas modalidades esportivas havia o remo e a natação, praticados no estuário do Potengi.
Dou essa ênfase ao Esporte em geral, por ter sido uma das preocupações predominantes da vida de Aluízio Menezes.
Em pleno Grande Ponto, centro principal dos encontros dos natalenses, fuincionava a sede do Santa Cruz Futebo Clube, cujo presidente era Euclides Lyra e José Lins, seu grande jogador. Influenciado por Aluízio, tornei-me tricolor, não somente aqui, mas, também, no Rio, torcedor do Fluminense.
À época, fazia-mos parte de um time de voleibol, camepão invencível (que orgulho tínhamos dele!) o “Centro Esportivo Masculino”, para harmonizar com o sexteto das moças do Tirol, componentes do “Centro Esportivo Feminino”.
E Aluízio Menezes começou a frquentar as partidas realizadas na quadra da praça “Pedro Velho”, onde jogáva-mos, e também no “Cobana”, da então Base Naval de Natal. Ele não praticava o voleibol, atuava na parte organizacional e técnica. De sua iniciativa, convencer Olavo João Galvão, conceituado nome da época, para trazer, do Fluminense, do Rio, através de doação, camisas tricolores, sem o escudo, para o nosso time, que tinha as mesmas cores do clube carioca. E conseguiu! Daí por diante, Olavo começou a ser nosso torcedor, acompanhando os nossos prélios noturnos e diurnos.
Algum tempo depois, o pessoal da nossa rua, Treze de Maio, criou um time de futebol e Aluízio deu o nome: “Nero Futebol Clube”. Nesse esporte bretão, os jogos eram efetuados num terreno baldio ao lado da residência do então Interventor Federal, na “Vila Cincinato”, em Petrópolis.
Vezes perdidas, jogáva-mos pelo quadro reserva do Santa Cruz, no “Juvenal Lamartine”, das treze às duas e meia da tarde, “esfriando o sol” para as equipes principais...  
Ele, Aluízio, marcou, também, conosco, o período escolar. Quando formados em Direito abrimos um Escritório de Advocacia, no Edifício “Amaro Mesquita”, no Grande Ponto, juntamente com o amigo comum Welington Xavier. Pouco tempo depois, Aluízio deixou essa Banca Advocatícia. Outros encargos, certamente, impediram-no de permanecer, pois era ele servidor da Estrada de Ferro.
Na gestão do Reitor Genário Fonseca, anos setenta, foi convocado para a UFRN, sendo, de início, Diretor do Departamento de Pessoal, ocupando, depois, outros cargos de relevância, naquela Escola Superior.
Todavia, jamais deixou de atuar no esporte como comentarista. Começou como locutor, irradiando jogos. Acompanhei-o, uma vez, ao Recife, quando transmitiu a refrega futebolística entre o ABC e o Náutico, no estádio dos Aflitos. À saída do jogo, por nós esperava, Wladimir Limeira, também, potiguar e cronista esportivo. Com ele, fomos provar umas iguarias, da noite da Mauricéia.
Recordo-me que Aluízio estreiou no rádio, num programa de Helion, na REN - Rádio Educadora de Natal. Essa apresentação se dava as nove da manhã, aos domingos. Estivemos, juntamente com ele, numa dessas programações.
Fez parte da Fundação da Associação dos Cronistas Eportivos, pelo ideal de melhormente servir à causa do Esporte potiguar.
Na avenida Rio Branco, desta Capital, defronte ao então Cinema “Rex”, no segundo andar de uma loja, funcionou por algum tempo, a sede da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, e nesse espaço, realizávam-se, em datas certas, as sessões do Tribunal de Justiça Desportiva, o TJD. À época, atuamos como Auditor e, em seguida, juiz da mencionada Corte Desportiva. Lembro-me de alguns juízes desse tempo: José Batista Emereciando, Wilson Dantas, José Alfran Galvão, Heriberto Bezerra, e outros. Ticiano Duarte, atuou, também, como Auditor. Aluízio comparecia a todas essas reuniões.
Recordamos que, quase rotineiramente, ao terminar essa sessões, pelas cinco e meia, seis hora da tarde, íamos a uma peixada localizada na praia da Areia Preta. Havia noites, que a mesa era iluminada somente por velas, lembro-me perfeitamente. O pequeno grupo era formado por João Machado, Humberto Nesi, Aluízio Menezes e a minha pessoa. Descíamos ladeira abaixo, e subíamos ladeira acima, no carro do autor do programa esportivo chamado “Corruchiado”, as treze horas da tarde, cujo automóvel era apelidado, salvo engano de “Frango Assado”.
A projeção de Aluízio cresceu ao ponto dele tornar-se conhecido nos principais círculos esportivos do país, a ponto de ser solicitado a tomar parte no intercâmbio de atletas famosos, o que fez, obtendo êxito pleno.
Recebeu ele um abalo psicológico durante a mocidade com a morte súbita do irmão mais velho, Ubaldo, ainda no pleno verdor dos anos. O acontecido foi superado com o passar do tempo.
Honrou-nos, sobremaneira, a mim e à minha esposa Arilda, o convite formulado por ele e sua esposa, Ivanilda, para sermos padrinhos do seu filho dileto, Alexandre.
Houve uma separação da nossa amizade, antes estreita, circunstância da vida conduziram a esse desfecho. Dodavia, a amizade sempre perdurou.
Proporcionou-nos grata satisfação, a sua presença, de surpresa, acompanhado de Ivanilda, na noite da nossa posse, na Academia de Letras, em início de mil novecentos e oitenta, guardamos, ainda, fotos alusivas à ocasião.
Na última vez que com ele estivemos, foi na festa do octogenário natalício do amigo comum, Luiz G. M. Bezerra, festejado, em alto estilo, no aprazível espaço da Nick Doceira, da afável proprietária Inêz Motta Andrade. Nessa noite, o seu semblante expandia contagiante alegria.
O nome de Aluízio Menezes não pode ficar esquecido nos anais do nosso esporte. Que seja ele lembrado por uma homenagem merecida, justa e duradoura.