18/04/2014

O que é a Sexta-Feira Santa?


Pergunta: "O que é a Sexta-Feira Santa?"

Resposta:
Sexta-feira Santa é a sexta-feira bem antes do domingo de Páscoa. É comemorada tradicionalmente como o dia em que Jesus foi crucificado. Se você está interessado em um estudo do assunto, consulte o nosso artigo que discute as diferentes posições sobre o dia em que Jesus foi crucificado. Supondo que Jesus foi crucificado e morreu em uma sexta-feira, devem os cristãos lembrar-se da morte de Jesus através da celebração da Sexta-Feira Santa?

A Bíblia não instrui os Cristãos a honrar um determinado dia em memória da morte de Cristo. No entanto, a Bíblia nos dá liberdade a fazer decisões sobre esses assuntos. Romanos 14:5 nos diz: "Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente." Ao invés de lembrar-nos da morte de Cristo em um determinado dia, uma vez por ano, a Bíblia nos ensina a celebrar a morte de Cristo através da Ceia do Senhor. I Coríntios 11:24-26 declara: "... fazei isto em memória de mim ... Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha."

Por que a Sexta-Feira Santa é conhecida como "da Paixão"? O que as autoridades judaicas e romanas fizeram com Jesus definitivamente não foi algo bom (veja Mateus capítulos 26-27). No entanto, os resultados da morte de Cristo são muito bons e demonstram a grande Paixão de Deus por nós! Romanos 5:8 diz: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." I Pedro 3:18 nos diz: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito."

Algumas igrejas Cristãs celebram a Sexta-Feira Santa com alguns eventos especiais, enquanto outras fazem seus cultos mais simples do que o normal através de hinos solenes, orações de agradecimento, mensagens que têm como tema o sofrimento de Cristo por nossa causa e através da observância da Ceia do Senhor. Quer ou não os cristãos escolham "celebrar" a Sexta-Feira Santa, os acontecimentos daquele dia devem estar sempre em nossas mentes porque a morte de Cristo na cruz é o acontecimento fundamental da fé Cristã.

Se você quiser saber mais sobre por que a morte de Jesus na cruz foi "da paixão", leia o seguinte artigo: O que significa aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal?
                     Malhação de Judas: Racismo que virou tradição...
(*) Gutenberg Costa.

Como todo menino ligado ao catolicismo tradicional de meu tempo, a semana ‘Santa’ era para nós um período muito triste, principalmente, diante das tantas recomendações de minha saudosa mãe, dona Estela: “meu filho não coma doces, não fique rindo a toa, não escute músicas, não coma carne, não tome muito banho ou se perfume demais, não use roupas coloridas... nada de alegria ou vaidade, por que o Cristo está sofrendo e é o Judas,quem fica sorrindo e traindo...”. E a alegria mesmo entre a meninada do meu Bairro do Alecrim, era da meia noite da sexta feira ao Sábado de Aleluia: “Aleluia, aleluia, carne no prato – farinha na cuia!”.
Dois divertimentos naquele tempo e que hoje já são raros, são a ‘Serração dos velhos’, que eu só vi quando criança em Pendências/RN. Todo ano, um grupo de rapazes ia à porta do velho tio de minha genitora - tio Maneco. Chegavam a sua casa depois da meia noite da sexta feira, batendo em latas, garrafas vazias e serrando um pedaço de madeira e gritando-os em coro: “Serra, serra, serrador... serra Maneco que Judas mandou...". E o meu tio prevenido, abria a porta de supetão e haja tiros de sua velha espingarda de soca, além de urina já armazenada em seu pinico, em direção dos zombeteiros. Hoje claramente se observa que aquela ‘serração aos velhos’, se tratava de um gesto característico da idade média, costumeiramente feito às caças as bruxas e velhos Judeus. Eram atos oriundos da famigerada inquisição.
E a outra ‘alegria’, era a malhação ou queimação de Judas. Essa eu confesso que participava diretamente. Meu pai Geraldo Costa, doava suas roupas velhas e eu ia atrás de sapatos velhos, gravata e cabeça de coco seco. Enchia-o de capim ou papel e em pouco tempo o tal Judas estava pronto para ser pendurado num poste qualquer da antiga Avenida 1. Agora era só alegria, cuidar para não roubarem meu Judas e dar-lhe umas pauladas, antes de tacar-lhe fogo no corpo, para está vingada a traição e morte de Jesus Cristo. O folclore é uma ciência que antes de tudo é necessário estudar e muito a antropologia cultural e social de um povo. Ele é tradicional e ao mesmo tempo dinâmico, onde se vê hoje muito racismo e preconceito arraigado do viver e pensar dos velhos tempos. A força influenciadora da então Igreja Católica foi preponderante nos costumes, nas crendices e superstições religiosas do nosso povo. Era normal a ‘vingança coletiva’, transportada ao boneco de Judas. Era normal a sua queimação e malhação em fogueiras, árvores, paus e postes. Afinal o próprio Judas havia cometido o suicídio em uma árvore! Ainda presenciei em Pendências, a leitura de ‘testamentos do Judas’, antes de sua queimação: “...Deixo esses sapatos para fulano que só anda de sandálias japonesas... deixo esse chapéu para sicrano que é careca...”.
Câmara Cascudo, em seu ‘Dicionário do Folclore’, 1979, pg. 418, nos dá uma mostra desse preconceito antigo: “ – Judeu – permanece no espirito popular a figura do ‘Judeu’ como símbolo da maldade...”. O folclorista Pereira da Costa, em seu ‘Folclore Pernambucano’, 1909, já deixa-nos uma mostra desse antigo racismo: “Quem cospe em Cristo é Judeu... quem come carne na sexta feira santa é Judeu...”. Inúmeros folcloristas em suas obras, divulgaram o preconceito racial e religioso, visto nas expressões populares de nossos antepassados: “ Judeu errante; Onde o Judas perdeu as botas; Traidor feito Judas; Falso que só Judas;  Mentiroso que só Judas; Beijo falso de Judas; Judiar, Judiação...”. O grande estudioso da cultura do povo, o baiano Edson Carneiro, em seu livro, ‘A Sabedoria Popular’, 1968, discorre com lúcidos questionamentos, essa prática antiga trazida pelos nossos ‘colonizadores’ portugueses, que foi se tornando tradição nas pequenas cidades e vilas do Brasil até os dias atuais: “...orgia selvagem, uma barbaridade impossível de enquadrar-se na doutrina do reformador nazareno...Cristão seria perdoar o traidor, o delator... a necessidade politico-religiosa dessa cerimônia medieval não tem mais razão de ser...”. Outro folclorista e amigo Ático Vilas Boas da Mota, publicou um livro só sobre o assunto, intitulado: ‘Queimação de Judas – Catarismo, Inqusição e Judeus no Folclore Brasileiro’, 1976, onde afirma, com uma visão atualizada e isenta de preconceitos: “...Ao estudioso do folclore, é importante vasculhar os arquivos inquisitoriais... deles retirar material histórico para explicação de muitos fatos que constituem o acervo do folclore... a transfiguração folclórica da Queimação do Judas é uma das provas de que o aparato inquisitorial conseguiu moldar a alma popular, incutindo-lhes, entre ódios e preconceitos, o do Judeu...”.
Caros religiosos e tradicionalistas, hoje não cabe mais a uma folclorista sério a divulgação e o incentivo as práticas que estejam relacionadas ao preconceito e ao ódio. Nem tão pouco as vinganças ás raças e credos. O mundo é ecumênico e múltiplo. Portanto deve ser observado primordialmente à luz da ética e do respeito. E o tradicional folclórico de maneira alguma deve ou pode justificar nenhum tipo de preconceito que ainda permaneça entre nós, embora disfarçado em pleno século XXI. E todo folclorista sabe muito bem que, o ‘racismo’ é antes de tudo um imperdoável - crime cultural!

(*) É presidente da Comissão Norte Rio Grandense de Folclore.

17/04/2014

 
Pergunta: "O que é a Quinta-feira Santa?"

Resposta:
Quinta-feira Santa é a quinta-feira da Semana Santa, um dia antes da Sexta-Feira da Paixão (a quinta-feira antes da Páscoa). Quinta-feira Santa é o nome dado ao dia em que Jesus celebrou a Páscoa judaica com Seus discípulos, esse evento também é conhecido como a Última Ceia. Dois eventos importantes são o foco da Quinta-Feira Santa.

Em primeiro lugar, Jesus celebrou a Última Ceia com Seus discípulos e assim instituiu a Ceia do Senhor, também chamada de Comunhão (Lucas 22:19-20). Algumas igrejas Cristãs celebram um culto de comunhão especial na Quinta-Feira Santa em memória da Última Ceia de Jesus com seus discípulos. Em segundo lugar, Jesus lavou os pés dos discípulos como um ato de humildade e serviço, criando assim um exemplo de que devemos amar e servir um ao outro em humildade (João 13:3-17). Algumas igrejas Cristãs realizam uma cerimônia de lavagem de pés na Quinta-Feira Santa para comemorar Jesus lavando os pés dos Seus discípulos.

A quinta-feira santa também se refere ao comando que Jesus deu aos discípulos na Última Ceia, o de que eles deveriam amar e servir uns aos outros. Devemos celebrar a Quinta-feira Santa? A Bíblia não proíbe nem comanda. É uma coisa boa lembrar-se da Última Ceia e do sacrifício de Jesus a nosso favor. É uma coisa boa lembrar-se do exemplo de humildade do Senhor. No entanto, ao mesmo tempo, devemos evitar os rituais vazios de feriados a menos que sejam verdadeiramente centrados em Deus e no nosso relacionamento com Ele.

1500



           P R E S E N Ç A   A L E M Ã   N O   B R A S I L (1500)

Gileno Guanabara, sócio do IHGRN 

            A par dos interesses comerciais europeus outros que aportaram no Brasil recém descoberto, ocorreram visitas ocasionais de alemães, em cujas andanças por estas terras deixaram anotações e preciosidades.
            Um deles, Heliodoro Eoban, descendente de Helius Eubanus Hessus, historiador alemão. Sua presença ficou registrada em face de sua morte precoce, lutando contra os valentes tamoios e os aliados franceses, estes sob o comando de Villegagnon, ao lado de Estácio de Sá, na baía da Guanabara, nos combates travados quando da fundação dos primeiros núcleos de povoamento da cidade do Rio de Janeiro.
 Outra presença alemã foi a de Ulrico Schmidel, nascido em Straubing, na Alemanha. Foi de sua lavra a “História verdadeira de uma viagem curiosa na América ou Novo Mundo (Brasil e Rio da Prata), desde o ano de 1534 até 1554”.  A primeira edição, em alemão, foi dada a conhecer no ano de 1567. Seguiram-se outras edições, até a edição espanhola do ano de 1836 e desta uma última a tradução para o francês (1837).
Pelas andanças que fez e dada a precisão com que pintou a região do Sul da América, ficou tido como o primeiro historiador do Rio da Prata, reconhecido por Bartolomeu Mitre (Annales del Museu de la Plata). Em razão das invencionices apavorantes que se divulgavam, e eram comuns na época, aterrorizando os que aqui viviam, Schmidel reproduziu essas histórias imaginárias que ouviu falar. Iguais às pantomimas dos relatos, que estão na “História da Província de Santa Cruz” (1570), obra de Pedro Gandavo, com referências as figuras dos “Hypupiaras”, monstros que aterrorizavam os moradores de S. Vicente, visto pelo português Baltazar Ferreira.
            Relatos na “História do Brasil”, de Frei Vicente do Salvador, descrevem coisas fantásticas, mistérios, como a montanha que alhures trovejava enquanto cuspia pedrarias ao seu redor. Ou as amazonas, “mulheres guerreiras que dispensavam o comércio de homens”; ou os “anões que de tão pequenos, pareciam afrontar os homens”. Igualmente o registro de “gigantes de dezesseis palmos de alto”, que viviam nas matas, como anotou Simão de Vasconcelos (Crônica da Companhia de Jesus no Brasil).
             Não é de admirar, pois, que tais invencionices e incertezas tenham-se difundido pelo mundo, com referência ao sertão do Brasil. O próprio Rei de Portugal, D. Manuel I, em carta ao Rei da Espanha, seu sogro (in História da Colonização Portuguêsa no Brasil), fala que Cabral estivera em terra com homens que tinham “... quatro olhos: dois adiante e dois detrás. Eram homens ... que comem os homens com quem têm guerra.” Em ter incluído em sua obra tais lorotas, a crítica atribuiu a Schmidel a tarja de mentiroso.
                        Pelos registros, certeza é que Schmidel chegou ao Rio da Prata, em território paraguaio, soldado e eventualmente historiador, integrante dos navios de Andaluzia, pertencentes a D. Pedro de Mendonza, a Martinez de Irala e a D. Álvaro Nunez Cabeza de Vacca. Participou da captura de índios e, depois, rebelou-se contra as atrocidades cometidas por Cabeça de Vacca. De Assunção, varou os pampas, rios e matas virgens do Sul, até chegar a Santo André da Borda do Campo, povoação fundada por João Ramalho. Seguiu depois para S. Vicente, de onde embarcou para Anvers, na Europa, no ano de 1554, seguindo, afinal, para Straubing, sua terra natal.
            Na então vila de Santo André da Borda do Campo, Schmidel conheceu diversos filhos de João Ramalho, fundador daquele povoamento, que não lhe causaram boa impressão: “... deixando este lugar, rendemos graças ao céu por termos podido sair sãos e salvos.”. O alemão que se deparara com os ferozes tupinambás na viagem ao Rio da Prata; que enfrentara o poder do todo poderoso Cabeza de Vacca, que terminou deposto e preso; que atravessou a pé o Sul do continente, até chegar à Capitania de São Vicente, sentiu-se, finalmente, aliviado do terror que sentiu, tamanha a ferocidade dos seus anfitriões.
Schmidel, que escrevia “S.Vicenda”, se hospedou na casa de um dos filhos de João Ramalho. Reconheceu ser o povoado um covil de ladrões e salteadores: “Havia um João Ramalho, homem, por graves crimes, infame, e atualmente, excomungado”.
Não foi à toa que Gil Vicente, no seu “Auto de Devoção”, recitado perante a corte portuguesa (1518), compunha: “Vêdes outro perrexil e marinheiros sedes vós: ora assim me salve Deus e me livre do Brasil”.
O primeiro colonizador (1532), Martin Afonso, trouxera na tripulação 350 criminosos remissos, retirados das masmorras de Lisboa, e apenas 56 artífices, para povoar as feitorias. Visto assim, era atribulado o relacionamento que se estabeleceu entre os degredados, náufragos e os filhos espúrios que já habitavam aqui, os colonos chegados, sesmeiros e os capitães-do-mato; índios catequisados que chefiavam as bandeiras na captura e contrabando dos demais, enviados do Porto dos Escravos (São Vicente), para morrer nas minas de prata da Bolívia e do Peru, através do porto de Buenos Aires. Por fim, foi agregada a ação dos jesuítas para cá trazidos por Tomé de Souza (1549), que cristianizavam os indígenas e os tinham por incapazes.
 Apesar de tudo, a miscigenação foi maior. Imagine-se a convivência entre mamelucos paulistas, colonos recém chegados, sufocados pelas lendas, recalcitrantes diante das condições adversas, ansiosos de enriquecimento fácil, em busca de ouro e na esperança do regresso, e indígenas hábeis conhecedores dos mistérios do sertão. O crime menos grave praticado foi o da bigamia. Enfim, sobre todos pousava a prepotência do poder da Coroa e o poder eclesiástico local de excomungar. A desordem gerava a própria ordem, a realidade sufocante do inferno deste fim de mundo.

16/04/2014


Pau dos Ferros e os Rocha Pitta

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Nesse final de semana que passou, estivemos em Pau dos Ferros. Não para fazer pesquisas genealógicas, mas para Dona Graça dar treinamento às suas consultoras Mary Kay. Foi uma viagem agradável, onde encontramos muito verde, apesar da falta de água em vários municípios do Rio Grande do Norte.
Fico me perguntando, como e por que alguns pioneiros foram parar em lugar tão distante de tudo, com todas as dificuldades daquela época. Muitos portugueses se embrearam pelo sertão, possivelmente para fugir de alguma perseguição ou condenação, por puro espírito aventureiro ou para criar gado.
Lá em Pau dos Ferros, nos abrigamos no Hotel Jatobá, onde fomos recebidos por Doralice, esposa de Licurgo Quinto.
No escritório dela, nos deparamos com um mapa escolar, político e urbano, do ano de 2006, patrocinado pela Prefeitura. Na sua parte histórica, encontramos o seguinte trecho: “Neste ano de 1763, foi concedida uma sesmaria ao Sr. Luiz da Rocha Pita e Dona Maria Joana, e ao Sr. Simão da Fonseca e seus filhos. Todos esses senhores foram os pioneiros que se estabeleceram e trabalharam duro e juntos construíram um núcleo de um pequeno povoado, alguns anos depois já havia bastante casas de taipas ao redor da pequena fazenda.”
Esse histórico foi encomendado, possivelmente, a um amador, pois contém equívocos que transmitem informações incorretas, principalmente, se atentarmos para o fato de ser um mapa dito escolar.
Já tivemos oportunidade de escrever três artigos, aqui neste jornal, sobre os Rocha Pitta. Mas, vale a pena recordar um pouco da presença deles no Rio Grande do Norte, embora haja ainda algumas informações contraditórias.  Uma carta régia, de 14 de dezembro de 1701, menciona que quarenta vaqueiros enviados por Antonio da Rocha Pitta, pretenderam expulsar os gados existentes na Ribeira do Assú, procedimento que foi sustado pelo capitão general de Pernambuco. Ademais, Antonio da Rocha Pitta recebeu mais sesmarias do que deveria, o que provocou várias contestações.
Por volta de 1733, filhos e herdeiros do coronel Antonio da Rocha Pitta, e de sua mulher Aldonsa de La Penha Deus Dará, requereram e tiveram, posteriormente, confirmação real de duas sesmarias: a de Pau dos Ferros e a de Campo Grande, ambas na Ribeira do Apodi. Esses documentos estão no segundo livro de Sesmaria do Rio Grande do Norte, da Coleção Mossoroense.
A descendência de Antonio da Rocha Pitta não está bem estabelecida, e depende de quem escreveu sobre isso. Em “História de um Engenho do Recôncavo”, de Wanderley Pinho, consta que ele casou duas vezes, a primeira com Maria da Rocha Pitta e, a segunda, com Aldonsa de La Penha Deusdará. Do primeiro casamento, somente um filho, Francisco da Rocha Pitta, que casou duas vezes, sendo um dos seus filhos Cristovão da Rocha Pitta. Do segundo casamento, foram três filhas e dois filhos. Duas filhas casaram com os desembargadores João de Soto Maior e João Homem Freire, e a terceira com um parente deste, que, segundo Borges da Fonseca, foi Manoel Homem Freire de Figueiredo. Já os homens foram o coronel Luiz da Rocha Pitta Deusdará, que morreu solteiro, e Simão da Fonseca Pitta que casou com a prima Antonia da Fonseca Villas Boas, daí nascendo uma única filha Aldonsa de La Penha Deusdará (2ª do nome), que por sua vez casou com Amaro de Sousa Coutinho, e daí nascendo mais um Antonio da Rocha Pitta.
Nesses requerimentos, de sesmarias, o coronel Luiz da Rocha Pitta Deus Dará, Francisco da Rocha Pitta, Simão da Fonseca Pitta e Dona Maria Joanna, todos moradores na Bahia, aparecem como filhos do coronel Antonio da Rocha Pitta e de Aldonsa de La Penha Deusdará. Não consta Francisco da Rocha como sendo filho de Maria da Rocha Pitta, e nem as outras duas filhas, que casaram com os desembargadores, como requerentes.
Nesse período não há noticias da presença desses herdeiros, aqui. Mas, posteriormente, encontramos descendentes em várias regiões do Rio Grande do Norte, principalmente, em Santana do Mattos. Um tetravó meu, Cosme Teixeira de Carvalho, foi casado com Aldonsa da Fonseca Pitta. Ligado a eles, aparece Luiz da Rocha Pitta, com vasta descendência em Santana do Matos. Só que não encontrei o elo que liga esses dois aos sesmeiros. Na região salineira vamos encontrar, como herdeiro, Cristovão da Rocha Pitta, cujas terras eram administradas pelo capitão Manoel Varella Barca.
Todas as prefeituras deveriam rever o histórico de suas cidades, solicitando ajuda dos departamentos de História das universidades.
Em um próximo artigo, postarei uma correspondência de Nestor dos Santos Lima para Wanderley Pinho, que trata das terras desses Rocha Pitta, aqui no Rio Grande do Norte.

Trevas

QUARTA - FEIRA SANTA OU QUARTA-FEIRA DE TREVAS

NA QUARTA -FEIRA SANTA RECORDAMOS A TRAIÇÃO DE JUDAS, DAÍ SER CHAMADA DE QUARTA DAS TREVAS.
"Tenho estado todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim,
mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. "
São Lucas 22,53
Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: 15 Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. 16 E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus ( MT 26, 14-16)
Judas Iscariotes, um dos Doze, foi avistar-se com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. 11 A esta notícia, eles alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele buscava ocasião oportuna para o entregar. ( MC 14,10-11)
Levantai-vos e vamos! Aproxima-se o que me há de entregar. 43 Ainda falava, quando chegou Judas Iscariotes, um dos Doze, e com ele um bando armado de espadas e cacetes, enviado pelos sumos sacerdotes, escribas e anciãos. 44 Ora, o traidor tinha-lhes dado o seguinte sinal: Aquele a quem eu beijar é ele. Prendei-o e levai-o com cuidado. 45 Assim que ele se aproximou de Jesus, disse: Rabi!, e o beijou. 46 Lançaram-lhe as mãos e o prenderam. (MC 14 ,42-46)
Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!... 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava. 23 Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus. 24 Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: Dize-nos, de quem é que ele fala. 25 Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: Senhor, quem é? 26 Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa. 28 Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera. 29 Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: Compra aquilo de que temos necessidade para a festa. Ou: Dá alguma coisa aos pobres. 30 Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite... 31 Logo que Judas saiu, Jesus disse: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.  (JO 13, 21-31)
Depois dessas palavras, Jesus saiu com os seus discípulos para além da torrente de Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com os seus discípulos. 2 Judas, o traidor, conhecia também aquele lugar, porque Jesus ia freqüentemente para lá com os seus discípulos. 3 Tomou então Judas a coorte e os guardas de serviço dos pontífices e dos fariseus, e chegaram ali com lanternas, tochas e armas. 4 Como Jesus soubesse tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? 5 Responderam: A Jesus de Nazaré. Sou eu, disse-lhes. (Também Judas, o traidor, estava com eles.) 6 Quando lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra. (JO 18, 1-6)


NA QUARTA DE TREVAS É TRADIÇÃO REZAR-SE 14 SALMOS LEMBRANDO OS 14 PASSOS DO CALVÁRIO DE CRISTO, TENDO UM CANDELABRO TRIANGULAR DE 15 VELAS ACESO.

 A CADA SALMO APAGA-SE UMA VELA, LEMBRANDO A VIDA DE JESUS QUE SE VAI, SÓ NÃO A DO MEIO DO CANDELABRO. POR FIM, ELA TAMBÉM SE APAGA LEMBRANDO A MORTE DE JESUS. E A IGREJA FICA NA ESCURIDÃO.
EM SEGUIDA, TODOS BATEM OS PÉS E AS CADEIRAS, FAZENDO RUÍDO , LEMBRANDO A RESSURREIÇÃO E A VELA DO MEIO É ACESA DE NOVO. 
ESSE COSTUME JÁ NÃO É MUITO USADO EM TODAS AS IGREJAS. PRINCIPALMENTE, DEPOIS DA REFORMA DO CONCÍLIO VATICANO. POUCAS CONSERVAM ESSA TRADIÇÃO QUE, AO MEU VER, É MUITO BONITA POR TODO O SIMBOLISMO DELA.

"E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más."
 São João 3,19

"Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida."
 São João 8,12

"Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas."
São João 12,46

"E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. "
I São João 1,5
 
"Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai."
São João 12,35
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Fonte: BREVIÁRIO (tirado da internet)

13/04/2014

O que é Domingo de Ramos?
 
 

O Domingo de Ramos abre por excelência a Semana Santa. Relembramos e celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava "Rei dos Judeus", "Hosana ao Filho de Davi", "Salve o Messias"... E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte e morte de cruz.

O povo o aclama cheio de alegria e esperança, pois Jesus como o profeta de Nazaré da Galiléia, o Messias, o Libertador, certamente para eles, iria libertá-los da escravidão política e econômica imposta cruelmente pelos romanos naquela época e, religiosa que massacrava a todos com rigores excessivos e absurdos.

Mas, essa mesma multidão, poucos dias depois, manipulada pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso messias. E incitada pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria de Pôncio Pilatos, governador romano da província, que o condenasse à morte.

Por isso, na celebração do Domingo de Ramos, proclamamos dois evangelhos: o primeiro, que narra a entrada festiva de Jesus em Jerusalém fortemente aclamado pelo povo; depois o Evangelho da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde são relatados os acontecimentos do julgamento de Cristo. Julgamento injusto com testemunhas compradas e com o firme propósito de condená-lo à morte. Antes porém, da sua condenação, Jesus passa por humilhações, cusparadas, bofetadas, é chicoteado impiedosamente por chicotes romanos que produziam no supliciado, profundos cortes com grande perda de sangue. Só depois de tudo isso que, com palavras é impossível descrever o que Jesus passou por amor a nós, é que Ele foi condenado à morte, pregado numa cruz.

O Domingo de Ramos pode ser chamado também de "Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor", nele, a liturgia nos relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da morte. Crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, é crer no mistério central da nossa fé, é crer na vida que vence a morte, é vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com Ele Vivo e Vitorioso viver eternamente. É proclamar, como nos diz São Paulo: '"Jesus Cristo é o Senhor", para a glória de Deus Pai' (Fl 2, 11).
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Fonte: Internet