17/08/2013


 

SOLENIDADE DO ELOGIO DE ARISNETE CÂMARA, À SUA PATRONA NA CADEIRA 25 DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS - SOPHIA LYRA, E DISTRIBUIÇÃO DA PLAQUETE POR UBIRAJARA MACEDO, SOBRE O SEU PATRONO NA AML: JOSÉ MESQUÍADES DE MACEDO.


PRESIDENTE DA ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS
CÍCERO MARTINS, QUE DIRIGIU A SOLENIDADE.


 SHEYLA MARIA RAMALHO BATISTA FAZENDO LEITURA DA BIOGRAFIA DA ORADORA DA NOITE - ARISNETE CÂMARA MORAIS.



ACADÊMICOS: CARLOS GOMES, RUI SANTOS, LÚCIA HELENA, OLIMPIO MACIEL, JORNALISTA PAULINHA FRASSINETE, VALÉRIO MESQUITA (IHG/RN) E LOURDINHA PEREIRA.



MOMENTO DO ELOGIO À PATRONESSE 

SOPHIA LYRA



UBIRAJARA MACEDO CERCADO DO RESPEITO E AFEIÇÃO DA ESPOSA E DOS CONFRADES DA AML,
APÓS A DISTRIBUIÇÃO DA PLAQUETE SOBRE O SEU PATRONO - O SAUDOSO JOSÉ MELQUÍADES DE MACEDO.



LÚCIA HELENA REPRESENTANDO A ACLA, UBIRAJARA MACEDO E ANDERSON TAVARES DA AML.




ARISNETE, CÍCERO MARTINS, LÚCIA HELENA E CARLOS GOMES


FOTOS: CRÉDITO A VERSOS & DIVERSOS

JOCA LEIROS, O PATRIARCA
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Sex, 16 de Agosto de 2013


Valério Mesquita* 
www.valeriomesquita.ubbihp.com.br 

Nem poeta, nem herói. Apenas um simples que soube sonhar o seu sonho. Um mágico que hoje a força evocativa do tempo devolve a sua magia criativa de pioneiro do teatro em Macaíba. João Viterbino Leiros nasceu em Natal mas viveu toda a sua vida praticamente em Macaíba até falecer em 1958. Humano, caridoso, acessível, carismático, escreveu peças teatrais e interpretou outras tantas nos anos vinte, trinta em Macaíba quando viveu o seu apogeu cultural. Arte cênica, duas bandas de música, um piano em cada rua aristocrática, enfim, Macaíba ditava até a moda através de grandes empórios comerciais de roupas, calçados, perfumarias, bijuterias que chegavam ao seu Cais do Porto trazidos por embarcações, antes mesmo de Natal. João Leiros viveu nesse tempo. E nele constituiu com D. Elvira uma prole feliz de oito filhos que se desdobrou em 40 netos, 93 bisnetos e 44 tataranetos, somando 185 descendentes diretos. Que exemplo de vida! Espiritualista, Joca Leiros cultivou a doutrina kardecista onde no sítio Salerno gravava no senso frágil e trágico da brevidade humana, os sinais de sua mensagem. 

Um traço característico e inconfundível dos Leiros, herdado do patriarca foi o gosto pela cultura. Na grande maioria, dos seus descendentes o culto às letras, a música, ao teatro e até ao espiritualismo revelou-se de forma ampla, em todos os segmentos de vida. 

Ao traçar o seu breve perfil, parabenizo a Fundação José Augusto que resgatou o valor e o talento do mestre João Leiros ao denominar o auditório da Casa de Cultura Nair de

Andrade Mesquita, com o seu nome. De parabéns a Fundação José Augusto e o Instituto Pró-Memória de Macaíba que se uniram nesse gesto dignificante para redimensionar a vida cultural da cidade no presente, resgatando do seu passado a figura maior da arte de criar e representar que se encarnou em João Viterbino de Leiros. 

(*) Escritor.

ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES MOSSOROENSE (AFLAM)

Ofício Nº 40/2013                                                     Mossoró/RN, 13 de agosto de 2013 Concessão de Homenagem           



Exmª  Senhora

Lúcia Helena Pereira

Escritora e poetisa

Servimo-nos do presente para comunicar que V.Sª foi escolhida por unanimidade em Assembleia Ordinária, para receber a homenagem da Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroense (AFLAM) com o título de “SÓCIA AMIGA DA AFLAM”, por ocasião do I Encontro Estadual das Academias e Entidades Afins, coroando as festividades celebrativas do seu aniversário de 6 ANOS de existência.

Para tanto, solicitamos de V. Sª o envio do currículo resumido.

Imbuída do propósito de fortalecer o movimento cultural e intelectual da cidade de Mossoró, o evento ocorrerá nos dias 15 e 16 de Agosto, do ano em curso, no Hotel Thermas, sendo uma iniciativa da AFLAM, visando proporcionar uma interação e integração entre as Academias e Entidades; um acontecimento considerado inédita no Rio Grande do Norte, e, ao mesmo tempo, provocador de um grande avanço no universo Lítero-Cultural e das Artes, na região. 

Cordiais saudações,



Maria Conceição Maciel Filgueira

      Presidente da AFLAM

         (84) 9815.3604)

SEXTA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2013






O  INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG 
VOLTA A SE REUNIR
ORMUZ, ANTONIO LUIZ, GEORGE VERAS, ODÚLIO BOTELHO, JOÃO FELIPE, CARLOS GOMES E LUIZ GONZAGA CORTEZ TIVERAM UMA TARDE DE BONS PAPOS E ELABORAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS PARA OS TRABALHOS DA INSTITUIÇÃO.
FIQUEM ATENTOS PARA A PRÓXIMA CONVOCAÇÃO E PREPAREM SEUS TRABALHOS PARA A NOSSA REVISTA NÚMERO DOIS.

16/08/2013


Professora Júlia Alves Barbosa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG

Depois que escrevi o último artigo, que foi postado neste “O Jornal de Hoje”, no dia 6 de agosto de 2013, recebi a notícia, de Dodora Rocha, que seu tio, Leonardo Trindade Cavalcanti, tinha falecido, em Recife, na segunda-feira, dia 5 de agosto. Ele era filho, como vimos nesse artigo, de Dr. Francisco Ivo Cavalcanti e de sua 4ª esposa Marta Trindade.

Quando Francisco Ivo enviuvou da 3ª esposa, Venice Dantas, casou com Marta Trindade. Venice era mãe de meu colega do colégio marista, Francisco Ivo Dantas Cavalcanti, que também mora em Recife.

As histórias de pessoas ilustres ficam mais interessantes quando se conhece os parentes delas. Por isso, fui buscar informações sobre os ascendentes das nossas personagens, em estudo.

A 2ª esposa do Dr. Francisco Ivo era a professora Júlia Alves Barbosa. Seu batismo, conforme o registro, é o que segue: aos oito de fevereiro de mil oitocentos e noventa e nove, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, batizei Júlia, nascida aos dezoito de novembro do ano passado (1899), filha legítima de Pedro Alves Barbosa e D. Júlia Alves Barbosa, sendo padrinhos Juvino Barreto e D. Ignez Barreto. Do que faço e assino este termo. O pároco João Maria Cavalcanti de Brito.

Pelos jornais antigos, encontro que o pai de Júlia era major e foi suplente de intendente da nossa cidade do Natal. Descubro, também, que a mãe de Júlia, que tinha o mesmo nome, faleceu aos 11 de fevereiro de 1907, de eclampsia, com apenas 35 anos de idade, deixando cinco filhos. Nesses mesmos jornais, aparecem os nomes de irmãos de Júlia: Luiz que aniversariava em 24 de setembro e Lucilla, em 2 de agosto. D. Júlia, mãe, aniversariava no dia 14 de outubro; e o major Pedro Alves Barbosa aniversariava no dia 26 de abril.

Pedro Alves Barbosa casou com D. Júlia Alves de Mello, na Capela do Bom Jesus das Dores, aos dez de maio de 1893. Ele, natural de Recife, filho legítimo de José Alves Barbosa e Severiana Alves Barbosa; ela, natural de Goiana de Pernambuco, filha legítima de José Joaquim de Mello e Emília Alves de Mello. Ambos moravam no bairro da Ribeira da cidade do Natal.

O casamento de Francisco Ivo Cavalcanti com Júlia Alves Barbosa foi aos 4 de junho de 1932. O documento de registro, diferentemente de outros que encontrei, é uma tabela, onde nas linhas e colunas são escritas as informações. Embora tenha partes ilegíveis, dá para ler que ele tinha 40 anos e ela 33. As testemunhas parecem ser José Pedro do Monte e Ulisses de Góis. Desse enlace não resultou filhos. Ela faleceu em 17 de novembro de 1942, não havendo no registro informações sobre a causa da morte.

Pela internet vemos que a professora é muito festejada. Foi uma das fundadoras da Associação de Eleitoras Norte-rio-grandense e a segunda eleitora do estado do Rio Grande do Norte. Foi eleita para a Câmara Municipal do Natal, sendo, portanto, a primeira vereadora da Capital (1928). Consta, também, que foi a primeira mulher a lecionar matemática na Escola Normal de Natal.

Sobre Dona Hercília Araújo, 1ª esposa de Francisco Ivo, falaremos em artigo posterior.
Batismo de Júlia

O  INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA - INRG 
VOLTA A SE REUNIR
ORMUZ, ANTONIO LUIZ, GEORGE VERAS, ODÚLIO BOTELHO, JOÃO FELIPE, CARLOS GOMES E LUIZ GONZAGA CORTES TIVERAM UMA TARDE DE BONS PAPOS E ELABORAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS PARA OS TRABALHOS DA INSTITUIÇÃO.
FIQUEM ATENTOS PARA A PRÓXIMA CONVOCAÇÃO E PREPAREM SEUS TRABALHOS PARA A NOSSA REVISTA NÚMERO DOIS.

14/08/2013


Academia Macaibense de Letras - Macaíba

O presidente da Academia Macaibense de Letras, acadêmico Cícero Martins de Macedo Filho, convida V. Ex. e família a participarem da sessão solene de elogio ao patrono da Cadeira nº 25 Sophia Augusta de Lyra Tavares, proferida pela acadêmica professora Drª Maria Arisnete Câmara de Morais. Na mesma ocasião serão lançados o elogio ao patrono pelo acadêmico Raimundo Ubirajara de Macedo e a saudação proferida pelo acadêmico Osair Vasconcelos.

Data: 16 de agosto de 2013 (sexta-feira)

Horário: 19 horas

Local: Academia Norte-Riograndense de Letras

Rua Mipibú, Petrópolis - (Natal/RN)

13/08/2013

Coisas do passado, nota do padre João Manuel

Por João Felipe da Trindade

Da Gazeta de Notícias, datada de 27 de maio de 1877, extraio essa nota do padre João Manuel, onde aparecem as figuras de Luiz Antonio Ferreira Souto e Hermógenes Joaquim Barbosa Tinoco.

A ilustre redação da “Reforma” diz, em sua crônica política de hoje, que eu, deputado honorário do Rio Grande do Norte, apadrinho a pretensão do Sr. Dr. Luiz Antonio Ferreira Souto, que aspira ao cargo de procurador fiscal da Tesouraria da Fazenda daquela província.

A “Reforma” foi mal informada. Não tenho parte alguma no arranjo da nomeação do Sr.Dr. Souto.

Faltaria aos meus deveres de homem público, trairia minha consciência, iludiria indignamente ao governo de que sou amigo e cujos créditos zelo como se fossem meus, se indicasse certos nomes para cargos que só devem ser ocupados por quem possa oferecer garantias de honra e de moralidade.

Sou de opinião que os ministros são os menos culpados nas infelizes nomeações que fazem. Não podendo eles conhecer todo o pessoal deste vasto país, muitas vezes, confiando em informações que lhes são passadas por quem de perto conhece as mazelas e as pústulas, cometem erros gravíssimos e acarretam, inocentemente, com responsabilidade que lhes não pertence.

Se eu tivesse valor e merecimento para com o ilustre Sr. Barão de Cotegipe, lhe diria sob palavra de cavalheiro, a fé de cristão, sobre o túmulo da minha mãe, que essa nomeação seria infelicíssima, e que por si só podia causar o descrédito de um governo a quem em tal caso se pudesse atribuir a ciência e consciência do que fizesse.

Para não se dizer que falo apaixonado, acrescentarei: o Sr. Dr. Hermógenes Joaquim Barbosa Tinoco, além de ser adversário político, é meu inimigo pessoal. Pois bem: esse senhor ocupa há um ano, interinamente, o cargo de Procurador Fiscal.

Não ponho dúvida em declarar solenemente que o Dr. Hermógenes está no caso de ser aproveitado para esse emprego, além de inteligente, é honrado, probo e limpo.

Entre um conservador impuro e um liberal honesto, não hesito na escolha.


Já vê a “Reforma” que foi injusta quando me atribuiu participar em um ato, que espero não se dê, confiando na honra do digno Sr. Ministro da Fazenda, e que condenaria com todas as veras de minha alma, se tivesse o desgosto de vê-lo realizado. Padre João Manuel. Rio, 26 de maio de 1877.



UBE/RN : 54 ANOS EM DEFESA DA CULTURA

Texto: Eduardo Gosson*

Nesta quarta-feira, dia 14 de agosto de 2013  faz 54 anos de fundação da UBE/RN. Cronologicamente, somos a 4ª entidade mais antiga (1ª – IHGRN;2ª -ANL  3ª – ICOP E 4ª - UBE  Vejamos um pouco desta história:
1ª fase. A  idéia partiu do jornalista, escritor e magistrado Edgar Barbosa durante a Semana de Estudos Euclidianos, promovida em Natal/RN, com o apoio de diversas instituições. Na histórica reunião de 14 de agosto  de 1959, às 20h50, no IHGRN com a presença do escritor Umberto Peregrino,  Aldo Fernandes, Edgar Barbosa,  Alvamar Furtado, Grimaldi Ribeiro, Dióscoro Vale, Raimundo Nonato e Manoel  Rodrigues. A diretoria aclamada para a organização da UBE – Secção do  Rio Grande do Norte – ficou assim constituída: Raimundo Nonato – Presidente; Manoel Rodrigues de Melo, Vice-Presidente e Afonso Laurentino – Secretário . Essa Diretoria Provisória preparou o Estatuto e organizou o processo eleitoral em  14.11.1959, três meses depois, sendo eleitos os seguintes escritores para o biênio 1960/1961:
(1ª Diretoria)
Raimundo  Nonato da Silva, Presidente;  Paulo Viveiros, 1º Vice-Presidente; Manoel Rodrigues de Melo, 2º Vice-Presidente; José Saturnino de Brito, 3º Vice-Presidente; Afonso Laurentino Ramos, Secretário  Geral; Berilo Wanderle, 1º Secretário; Leonardo Bezerra, 2º Secretário; Antídio de  Azevedo, 1º Tesoureiro; Jaime dos G. Wanderley, 2º Tesoureiro.
Conselho Fiscal: Câmara Cascudo,Edgar Barbosa , Alvamar Furtado, Esmeraldo Siqueira e Américo de Oliveira Costa.
Vogais: Antônio Soares Filho, Vingt-un-Rosado,  Jurandir Barroso , Zila Mamede e Veríssimo de Melo.
Através de um Comunicado endereçado ao Presidente da UBE nacional , escritor Peregrino  Júnior, datado de 19.11.1959, o presidente da UBE/RN, escritor Raimundo Nonato da Silva  comunica da eleição da 1ª diretoria da entidade, bem como solicita a filiação da UBE/RN à UBE, com sede no Rio de Janeiro.
Em  21.01.1960 foi fundada uma sub-seção da UBE/RN: Jaime Hipólito Dantas, João Batista Rodrigues, Vingt-um Rosado e Manoel  Leonardo Nougueira.
Outra curiosidade: o Estatuto tinha 3 tipos de sócios:1. Sócios Efetivos (fundadores e efetivos). 2. Sócios Honorários e 3.  Sócios Beneméritos.
2º fase. Inicia-se com a vinda de Fagundes de Menezes em 16.11.1984,   no Salão dos Grandes Atos da Fundação José Augusto, na presença de  18 intelectuais. Curioso notar que a escritora Zila Mamede  participou das duas fases, sendo inclusive  Vogal da 1ª Diretoria da UBE (1960/1961) e sócia fundadora na segunda fase. Outra curiosidade: Dom Nivaldo Monte também participou das duas fases.
3ª fase. Inicia-se em 23 de março de 2006 com uma reunião de reorganização, na sede da Academia Norte -Rio-Grandense de Letras, contando com a presença de 8 escritores:   Anna Maria Cascudo Barreto,Carlos Roberto de Miranda Gomes. Eduardo Antonio Gosson, Lívio Oliveira, Pedro Vicente da  Costa Sobrinho, Nelson Patriota,  Manoel  Onofre de Souza Júnior e Racine Santos.
Lívio Oliveira (2006-2007) ficou à frente da entidade por um ano e oito meses quando, por motivo particular, renunciou ao cargo. Por aclamação Eduardo Gosson assumiu a Presidência da Diretoria Provisória consolidando a entidade em definitivo (2008-2009). Após o registro da entidade, foi eleito para presidir a UBE no biênio (2010-2011) e reeleito para o biênio 2012-2013.

(*)Poeta, preside a UBE/RN.

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C O N V I T E

A UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RIO GRANDE DO NORTE fará sessão solene comemorativa do aniversário de sua fundação. Na ocasião será feito o lançamento do livro do confrade JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA em homenagem ao seu pai, o ilustre médico e professor JOAQUIM LUZ.

A PRAÇA 7 DE SETEMBRO.


Gileno Guanabara

Ao início da ladeira, a “Rua Grande” (atual Avenida Câmara Cascudo) teve projeto de urbanização à francesa, com calçadas, escadarias, balaustradas, candelabros fixos de dupla iluminação, pavimentação, relógio público e ficus benjamim. Destacavam-se, pelo lado esquerdo, o fundo do prédio do Atheneu, a Igreja Presbiteriana Batista e a lateral da Prefeitura de Natal. De outro lado, casas residenciais e o conjunto que sediou o Lactário da Saúde Pública, terminando com o prédio que foi o Congresso, depois Tribunal de Justiça do Estado, atual sede da OAB. Era a ligação entre a “Cidade Baixa” e a “Cidade Alta”.
No cume da ladeira, frente ao Palácio do Governo (atual Pinacoteca do Estado), foi edificada a Praça 7 de Setembro, tendo, de um lado, na Rua da Conceição o casario que residiu Nestor dos Santos Lima (atual Assembleia Legislativa). De outro, a residência pertencente a Augusto Leopoldo (atual Tribunal de Justiça). No espaço de 200 metros quadrados, com arborização de fícus benjamim, a Praça descortinava de frente o imponente prédio da Prefeitura de Natal.
O projeto original foi obra do governo de Alberto Maranhão. A Praça recebeu o monumento comemorativo à data de 7 de setembro de 1922, o que de fato ocorreu durante o governo de Dr. Antônio de Souza.
A Praça 7 de Setembro notabilizou-se por ser ponto de encontro e onde se realizavam atos políticos. Em seus bancos, reuniam-se ao final das tardes personagens que viviam a vida pacata e teciam os fuxicos diários da cidade. Trocavam olhares furtivos às mulheres que passavam com seus vestidos rodados. Apreciavam o sol poente, vendo ao fundo a Pedra do Rosário, inspiradora de seus devaneios.
Certa ocasião, um grupo ouviu de “Zé Areia”, um português esperto e desinibido, assíduo frequentador da Praça, a acontecência do “Turco” que fora ao banco e pretendia “trocar um papagaio”. Na confusão do dialeto do “galego”, o débito teria sido objeto da compra e venda de uma barrica de toicinho, na feira do Alecrim. A negociação não se consumara, haja vista o desencontro que ocorreu entre as partes negociantes. O comprador ao chegar à casa do vendedor, para receber a mercadoria, deparou-se com a casa vazia e um papagaio falastrão, que ouvira antes a conversa sobre a condição da mercadoria. O papagaio tagarelou ao “turco” o estado de putrefação do toicinho: ”não compre. O toicinho está podre. Não serve pra nada”.
O devedor desfez o negócio, enquanto o vendedor, ao fim dos interrogatórios, chegou à conclusão que o delator tinha sido o papagaio falador. Por conta da indiscrição, o comerciante lhe aplicou golpes de reio cru, deixando a pobre ave inteiramente despenada. Recolhido ao canto da gaiola, o papagaio indagou ao ver no terreiro uma galinha de pescoço pelado: “Ei, galinha, você também falou ao gringo que o toucinho estava podre ?...”
Aldo Canuto, tempo depois funcionário da Panair do Brasil, também frequentava a Praça 7 de Setembro. Certo dia, “Zé Areia” o convidou para tomarem um cafesinho no “Tabuleiro da Baiana”, na Praça Augusto Severo. No balcão branco de azulejos, tendo por traz as garçonetes vestidas de saia azul, blusa branca e bibico azul preso sobre os cabelos, foram servidos os cafés. “Zé Areia” insistiu que o café fosse quente. Antecipou-se e simulou levar a xícara à boca, reclamando que o café estava frio. Aldo, como se a gozar a desdita do amigo, tomou a xícara, sem antes gabar-se de não se incomodar com o café frio. Bebeu de um só trago. O café escaldante desceu-lhe a garganta, os olhos marejaram, enquanto “Zé Areia” gozava com a sua traquinagem.
Outro frequentador da Praça 7 de Setembro foi “Seu Estevinho”. Ao fim de sua jornada no “A República”, subia a pé a ladeira da Ribeira e fazia ponto com os amigos na Praça, até que os raios do sol fossem consumidos no horizonte. Bem informado e galanteador, não lhe faltavam notícias da política e da imprensa.
“Seu Estevinho” costumava tomar o bonde que passava ao lado da Praça 7 de Setembro, vindo da Ribeira e que contornava a Praça André de Albuquerque. Saltava na Avenida Rio Branco, mais próximo de sua residência. Enquanto viajava, curulchiava as operárias que vinham das fábricas da Ribeira. E desde que a conversa fluísse proveitosa, “Seu Estevinho” exercitava seus dotes românticos e a conquista se tornava o objeto da viagem.
Dado o entusiasmo da prosa, não raro, “Seu Estevinho” esquecia o ponto de saltar. Quando dava por si, o bonde já se encontrava na Praça Ferreira Chaves, no Alecrim, trocando de bancada e de motorneiro. Havia chegado ao fim da linha.