06/07/2013

“SEU ESTEVINHO”


                       Gileno Guanabara.                   

A Cidade do Natal das primeiras décadas do século passado teve por referência personalidades bafejadas pelo talento, ungidas pelo trabalho, ou agraciadas pelo humor. Por isso ou por aquilo, tornaram-se respeitadas. João Estevam Gomes da Silva, ou “Seu Estevinho”, é uma dessas personalidades. Residiu em seus últimos anos de vida na casa do filho e nora, Ademar Galhardo e Alice, na Rua Gonçalves Ledo, 711. Pelos fundos, na Rua Vaz Gondim, funcionava a Tipografia Santa Therezinha. Em sendo tipógrafo por profissão, dedicou sua vida a compilar e publicar notícias. Fez amizades e via o lado bom da vida. Conheci a sua esposa, Dona Lila, que faleceu paraplégica.

 “Seu Estevinho” é parte da crônica boemia da cidade. Passeava sempre de óculos finos, terno escuro, gravata borboleta preta, lenço na lapela e sapato lustrado, de duas cores. Participou do jornal “A Imprensa”, criado por Cascudinho, no ano de 1918. Conviveu com jornalistas renomados – Pedro Velho; Augusto Severo; Manuel Dantas; Augusto Lira; Augusto Leite. Assistiu a boêmios notívagos, Gotardo Neto, Ferreira Itajubá, Antônio Emerenciano, Ulisses Seabra de Melo, poetas, menestréis e músicos. Criou a Loja Maçônica “Filhos da Fé”. Fundou a entidade, quase secreta, “Os Jandaias”.

“Seu Estevinho” começou nos idos de 1897, como auxiliar, nas oficinas de Elias Souto, que foi depois diretor de “O Diário de Natal”, no palacete de Chiquinha Freire, esquina da Avenida Rio Branco e Rua João Pessoa e, por último, na Rua da Conceição. Tipógrafo, trabalhou na “A República”, tendo por diretor Pedro Velho e por redatores Augusto Severo, Augusto Lira, Pedro Avelino e Antônio de Souza. Tinha especial admiração por Eloy de Souza e Manuel Dantas, que também foram seus diretores. O Chefe das oficinas era Augusto Leite e, paginador, José Pinto. Foi inspetor de aluno no Atheneu Norte-riograndense. O escrivão Salustiano Peregrino da Rocha Fagundes propôs a “Estevinho” trocar o lugar de amanuense no Atheneu pelo de escrivão do Cartório. Relutou, mas aceitou. Logo depois foi exonerado pelo movimento revolucionário de 1930, de que não era simpático. De volta a “A República”, como encadernador, foi eleito Deputado Estadual. Foi aposentado como chefe da revisão de “A República”, ao tempo de Romildo Gurgel.

“Seu Estevinho” pilheriava que flagrou Manoel Dantas comendo banana e farinha com as mãos, sobre a mesa da diretoria. Contava que, durante a Segunda Grande Guerra, chegavam telegramas forjados à redação. Em geral, as notícias eram fixadas num placar, em frente de “A República”. Alberto Roselli, que passava de bonde defronte o jornal, viu a aglomeração e, por curiosidade, quis ver a novidade. Era a notícia dando conta do bombardeio de uma cidade francesa. Dizia haver morrido dez mil pessoas. Roseli esclareceu o engano, pois a cidade bombardeada só possuía duas mil pessoas. Manoel Dantas ordenou: “menino, apague ali no placar dois zeros.”.

Segundo “Seu Estevinho”, o jornal publicava um suplemento, transcrevendo o romance “Crime e Castigo”, de Dotoiewsky. Certo dia, o linotipista perdeu algumas páginas. Na confusão, originou-se uma grande preocupação com a edição do suplemento. Manuel Dantas pediu calma. Redigiu a parte perdida, ordenando que nada fosse dito sobre o sumiço. O jornal circulou e nenhum leitor desconfiou.

“Seu Estevinho” registrava prazeroso que Eloy de Souza ditava dois artigos diferentes a um só tempo. Certo dia, ao escrever um artigo atacando um adversário político, adentrou na sala o Monsenhor João da Mata que, ao ouvir trecho do artigo, assegurou que o tal adversário havia aderido e já era correligionário. Eloy de Souza não titubeou: “...assim dizem seus inimigos. Para nós, entretanto, o Sr. fulano de tal é um cidadão íntegro, etc., etc.”

 “Seu Estevinho” relatava que Manoel Dantas queria descobrir um “espia” que vazava as notícias para o jornal concorrente. Desconfiava de um cidadão que, vez por outra, adentrava na redação. Simulou um telegrama e o entregou a José Pinto, sem antes lamentar de viva voz: “coisa danada, morreu o papa”. O cidadão ouviu e sumiu. No outro dia o Diário de Natal publicou a manchete principal: “Cobre-se a Igreja Católica de luto. Morreu o Papa”. O “espia” fora descoberto. Era Paulo Viveiros.

Enquanto viveu, na Tipografia Santa Therezinha, “Seu Estevinho”, no dia 23 de junho, publicava “Milho Verde”, “Revista Sanjuanesca Ilustrada”, como dizia, desde o ano de 1931. Em suas páginas contribuíram Edgar Barbosa, Newton Navarro, Luiz Maranhão, Segundo Wanderley, Veríssimo Melo, Zé Praxedes, Rodrigues Alves, Antídio Azevedo, Otoniel Meneses, Jorge Fernandes, Fagundes de Meneses, Gotardo Neto, Josué Silva, Esmeraldo Siqueira, e outros intelectuais, políticos e poetas da Cidade do Natal.

04/07/2013

NOTÍCIAS DOS NOSSOS SÓCIOS


RECEBO, MINUTOS ATRÁS, POR EMAIL, DEPOIS VEM POR CORREIO, DIPLOMA DE SÓCIA CORRESPONDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. UM GRANDE PRÊMIO PELO MEU ANIVERSÁRIO. MUITO AGRADEÇO!
PRESENTE PELO MEU ANIVERSÁRIO

MEUS AGRADECIMENTOS
À PROPOSITORA DO MEU NOME
PELO SIGNIFICATIVO TÍTULO
QUE ACABO DE RECEBER-
CONFREIRA DILERCY ARAGÃO
ADLER. COM IGUAL ENTUSIASMO
AGRADEÇO À SRA. PRESIDENTE DA
EGRÉGIA CASA DE MEMÓRIA E
CULTURA DO MARANHÃO,
SRA. TELMA BONIFÁCIO DOS
SANTOS REINALDO E DEMAIS
CONFRADES E CONFREIRAS.
NESSA ALTURA DA VIDA, OS
PRÊMIOS CHEGAM PARA
MINIMIZAR OS ACHAQUES
DA VELHICE E A GARANTIA DE
QUE FAZEMOS UM TRABALHO
DE QUALIDADE.
ESTOU MUITO EMOCIONADA.
OBRIGADA.
(Lúcia Helena Pereira)
_____________________________________
(João Felipe da Trindade)

03/07/2013

O telegrafista extremista


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Naveguei, novamente, nos velhos jornais digitalizados da Biblioteca Nacional. Dessa vez, em busca de novas informações sobre a participação de meu pai no levante de 1935. O que sabia, até então, veio através de Heroíso Pinheiro, João Batista de Melo Pinto, e de Andrade Lima, no seu livro China Gordo. Essa parte está no livro “Notícias genealógicas do Rio Grande do Norte”.

Uma das informações colhidas, agora, dava conta que, em ato de 29 de janeiro de 1936, ele foi transferido da Regional de Pernambuco para a de Mato Grosso. Era nessa época praticante diplomado dos Correios e Telégrafos. Nunca tive notícia disso, pois não constava na sua ficha funcional que obtive do Ministério das Comunicações. Mas, acredito que esse ato não teve consequências, pois, em 18 de fevereiro do dito ano de 1936, viajando no vapor Poconé, procedentes de Recife, Miguel Trindade Filho e Wanderlino Virgínio Nunes foram impedidos de desembarcar em Salvador, acusados de exercício de atividades comunistas. O vapor seguiu viagem até o Rio de Janeiro, e, no dia 21 de fevereiro, os passageiros Miguel e Wanderlino, foram presos, a bordo do Poconé, por investigadores da Polícia Central. Em 14 de março desse mesmo ano, chegavam presos ao Rio de Janeiro, no vapor Manaus, 116 extremistas do norte, incluindo aí, Graciliano Ramos e as mulheres Maria Joana de Oliveira e Leonila Felix.

O “Diário Carioca”, de 26 de junho de 1936, informou que nos Correios e Telégrafos, o Diretor Geral tinha exonerado o praticante diplomado Miguel Trindade Filho, o mensageiro Wanderlino Virgínio Nunes e o diarista rádio Manoel Athanázio de Lima, por exercerem atividades subversivas de ordem política e social, como ficou provado em processo. O Correio Paulistano informou que tal decisão tinha sido determinada pelo Ministro da Viação Marques dos Reis, em 25 de junho do dito ano, pelo que tinham apurados os chefes dos exonerados, em virtude de participarem de atividades contra o regime. Na sua ficha funcional consta que ele, Miguel, tinha se afastado do serviço desde 1 de fevereiro de 1936.

No restante do ano de 1936 e no ano seguinte de 1937, nada sobre Miguel Trindade Filho. Vanderlino  Virgínio Nunes reaparece como jornalista  no Rio de Janeiro. Voltei a encontrar novas notícias somente no ano de 1938.

Em 15 de maio de 1938, o desembargador Barros Barreto, presidente do Tribunal de Segurança Nacional, tinha recebido do chefe de polícia de Pernambuco, Sr. Etelvino Lins, um ofício acompanhado do processo, instaurado em Pernambuco, contra elementos marxistas, presos e recolhidos á cadeia de Recife, naquele ano, acusados de conspirarem para a mudança do regime. Era um processo volumoso que apontava como responsáveis as seguintes pessoas: Hermes Carneiro Maranhão, o jornalista Nelson Firmo de Oliveira, Hélio Soares de Amorim, Antonio Bento Monteiro Tourinho, Felix Pereira de Lyra, pintor Hélio Feijó Ferreira, Casemiro Correia, Miguel Trindade Filho, José Ariston Filho, Raymundo Gurgel Cunha, arquiteto Heitor da Silva Maia Filho, José Pardal Cavalcanti, Anastácio Honório de Mello, Clóvis de Souza Caldeira, Isnard Cantalice e Antonio dos Santos Teixeira.

O inquérito acima tinha sido enviado pelo delegado Edson Moury Fernandes, chefe da Ordem Política e Social de Pernambuco, para o Secretário de Segurança. Esse documento foi amplamente divulgado na imprensa e continha trechos de depoimento de vários comunistas e outras pessoas.
O Diário de Notícias de 23 de setembro de 1938 informou que pelo procurador adjunto Dr. Gilberto Goulart de Andrade, foi apresentada denúncia contra os organizadores da “Frente Nacional Democrática, de Pernambuco, considerada de finalidades subversivas. A denúncia era minuciosa na análise das responsabilidades de cada acusado e continha a classificação de delito e pedido de exclusão de cinco dos que foram processados pela polícia daquele Estado. Dos denunciados, acima, pela “analise de ação dos acusados” o referido promotor requereu a exclusão do processo, dos seguintes indiciados: Hermes Carneiro Maranhão, Miguel Trindade Filho, Anastácio Honório de Mello, Nelson Firmo de Oliveira e Felix Pereira de Lyra.

No Correio da Manhã, de 4 de outubro de 1938, que tratou da sessão do Tribunal de Segurança Nacional, foi publicado que: depois de falar o procurador Campos da Paz, que pediu a agravação da pena para os acusados e condenação para os absolvidos, o presidente do Tribunal de Segurança concedeu a palavra ao advogado Sobral Pinto, seguindo-se-lhe na Tribuna os demais patronos dos réus, os advogados Evaristo de Moraes, Evandro Lins e Silva, Elmano Cruz, Onézimo Coelho, Moesia Rolim, Jamil Feres, Segadas Viana, Gastão Luz do Rego, Medrado Dias, Nelson Lourenço e Bulhões Pereira.

A sessão foi suspensa e, depois que voltaram, o desembargador Barros Barreto passou a ler a sentença proferida pelo Tribunal. Inicialmente, passou a ler as decisões contidas nos processos 636, 637 e 638. No primeiro, foi indeferida a exclusão pedida de Anastácio Honório de Mello e deferidas as exclusões de Hermes Carneiro Maranhão, Miguel Trindade Filho, Felix Pereira de Lyra e Nilson Firmo de Oliveira. Quanto aos processos 637 e 638 votaram pelo arquivamento de ambos.

Etelvino Lins, chefe de polícia de Pernambuco, depois interventor federal e, posteriormente, governador eleito de Pernambuco, foi colega de meu pai nos Correios, entre 1927 e 1929.

Agora, estou localizando o processo 636 no Arquivo Nacional. Quero ver o seu conteúdo.

02/07/2013

NOTÍCIA ALVISSAREIRA


Ação judicial da locomotiva Catita permanece em Natal (RN)

IPHAN alegava competência da Justiça Federal em PE para julgar o caso
O desembargador federal Edilson Pereira Nobre negou pedido liminar ao Instituto do Patrimônio Histórico Cultural (IPHAN), sediado no Recife, que busca impedir a transferência para Natal (RN) da Locomotiva nº 03, também conhecida por Catita. A Locomotiva, reclamada pelos potiguares, encontra-se na Estação Central do Recife, sob a guarda do IPHAN.
O IPHAN agravou ao Tribunal, pedindo a cassação da tutela, para remessa dos autos para a Seção de Pernambuco. O relator do agravo, Edilson Nobre, manteve a decisão da 4ª Vara, com base no artigo 2º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e na desobrigação em relação convênio nº 44/2003.
A HISTÓRIA DE CATITA - A Maria-fumaça integrou um conjunto de máquinas adquiridas pela Rede Ferroviária Nacional SA (REFESA), em 1906, e inaugurou a ponte sobre o Rio Potengi, 10 anos depois, durante o Governo de Walfredo Gurgel. Entre 1966 e 1969 as locomotivas a vapor foram desativadas, sendo substituídas por máquinas a diesel-elétrica, restando por último a Catita, aposentada em 1975.
Após sua desativação, o trem foi enviado para a REFESA, no Recife. O IPHAN assinou, em 2003, o convênio de nº 44 com o Governo do Estado de Pernambuco para a restauração da máquina e seu posterior tombamento.
O Ministério Público Federal, por intermédio da Procuradoria do Rio Grande do Norte, ajuizou, em novembro de 2010, ação civil pública para retomar a posse e guarda de Catita, sob o argumento de que se trata de um bem histórico-cultural do povo norte-rio-grandense.
O Juízo da 4ª Vara Federal (RN) rejeitou a preliminar de incompetência daquele Juízo e deferiu a antecipação da tutela (concedeu o pedido) para determinar ao IPHAN o imediato traslado da relíquia para o Estado do Rio Grande do Norte, onde o Estado e o município de Natal já manifestaram interesse pelo recebimento e a guarda do bem.
AGTR 12015 (RN)
Fonte: Ascom - TRF da 5ª Região

01/07/2013

VERSOS & DIVERSOS

POSTADO POR LÚCIA HELENA PEREIRA

segunda-feira, 1 de julho de 2013


PRESIDENTE DO IHG/RN - VALÉRIO MESQUITA - ARTICULANDO-SE CADA VEZ MAIS, PARA DAR À ENTIDADE, O MELHOR QUE MERECE, SEJA NA APRESENTAÇÃO FÍSICA, NA MELHORIA INTERNA, NA NECESSIDADES HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS, NAS QUESTÕES QUE CARECEM DE SÉRIOS REPAROS, DIGITALIZAÇÃO DO ACERVO, MÃO-DE-OBRA, ENFIM, A PRESIDÊNCIA VAI ABRINDO PERSPECTIVAS PARA GARANTIR BOA ESTRUTURA AO PRÉDIO DA MAIS ANTIGA CASA DE MEMÓRIA E CULTURA DO RN.

VALÉRIO ALFREDO MESQUITA
PRESIDENTE
RECEBIMENTO, NESTA SEGUNDA-FEIRA, 
DA REVISTA DO IHG/RN - NºLXXXIX - 
ANO 2000/2012 - 
COM APOIO DO GOVERNO DO ESTADO
 E FJA, 
DISTRIBUÍDA ENTRE A DIRETORIA DA ENTIDADE, 
A SER LANÇADA BREVEMENTE.
CONTRA-CAPA COM O MARCO DE TOUROS
MEMBROS PRESENTES: 
CARLOS ADEL, 
EDGARD RAMALHO DANTAS, 
JOSÉ ADALBERTO TARGINO, CARLOS 
ROBERTO DE MIRANDA GOMES, 

VALÉRIO MESQUITA, ODÚLIO BOTEHO, 
GEORGE VERAS E ORMUZ BARBALHO 
SIMONETTI, A QUEM O PRESIDENTE 
DELEGA ATIVIDADES
CARLOS ADEL, EDGAR DANTAS, 
ADALBERTO 

TARGINO, 


CARLOS GOMES E VALÉRIO 
MESQUITA.
EDGARD DANTAS, TOMISLAV FEMINICK 
(PARABENIZADO PELA PRESIDÊNCIA 
E DEMAIS 

CONFRADE, POR SUA 


ELEIÇÃO COMO MEMBRO DA ACADEMIA 


BRASILEIRA DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS), 


ADALBERTO TARGINO, LÚCIA HELENA 


PEREIRA, TAMBÉM PARABENIZADA 


POR HA

VER INTEGRADO, COMO SÓCIA 




CORRESPONDENTE DO INHGM), 




CARLOS GOMES, 




CARLOS ADEL, ODÚLIO BOTELHO, 




GEORGE VERAS E ORMUZ SIMONETTI.
MEMBROS DA DIRETORIA
DIRETORIA DO IHG/RN

COM EXTENSA PAUTA, A REUNIÃO DA DIRETORIA DO IHG/RN TRANSCORREU DENTRO DO ESPERADO. COM OS CONFRADES TODOS IMBUÍDOS DOS SEUS RESULTADOS JUNTO À CAERN, PETROBRÁS COM AGENDA PARA O IHG/RN PARA 03-07, QUE RECEBEU SIGNIFICATIVAS VISITAS COMO: TICIANO DUARTE, WODEN MADRUGA E ARISNETE CUNHA.
VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE WALDEMAR FORTUNATO, PAI DO NOSSO FUNCIONÁRIO - ZÉ MARIA. PRATICAMENTE RESOLVIDA A PENDÊNCIA DA RECEITA FEDERAL, QUE TEVE O EFICIENTE TRABALHO DA EQUIPE COMANDADA PELO CONFRADE GEORGE VERAS. AUDIÊNCIA COM OS DIRETORES DO NORDESTÃO, PARA DOAÇÃO DE SPLINT. TERMO DE COMPROMISSO JUNTO À ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RN. VÁRIAS AUDIÊNCIAS COM EMPRESAS E ENTIDADES COMO A PROCURADORIA DO ESTADO.
DISCUTIDA E SUGERIDO O ORÇAMENTO PARA FARDAS DO PESSOAL DE APOIO, CUJOS SALÁRIOS ESTÃO EM DIA. JÁ FOI DELEGADA A EQUIPE PARA O ASSUNTO E DOAÇÃO DO FARDAMENTO POR UMA EMPRESA, O CONFRADE ODÚLIO BOTELHO ASSUMIRÁ ESSA QUESTÃO. TUDO ISSO DELEGADO PELO PRESIDENTE, AOS CONFRADES E BONS COLABORADORES.

SALVEMOS O IHG/RN, CUJA MEMÓRIA HISTÓRICA, CULTURAL E LITERÁRIA ESTÁ LÁ.

27/06/2013

http://tribunadonorte.com.br/noticia/acervo-do-diario-deve-ir-para-a-ufrn/254094

Acervo do Diário deve ir para a UFRN

Publicação: 27 de Junho de 2013 às 00:00
Roberto Lucena - repórter

O acervo do extinto Diário de Natal deverá ser entregue, através de um contrato de comodato, à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A ideia foi apresentada ontem durante reunião que contou com a presença de representantes da universidade, Diários Associados, Ministério Público Estadual (MPE) e Fundação José Augusto (FJA). No entanto, a solução para o destino do montante composto por fotografias, jornais e obras de arte acumulados ao longo de quase 74 anos, esbarra num entrave: a UFRN não tem espaço físico disponível de imediato e o grupo Diários Associados tem menos de um mês para desocupar o prédio localizado na zona Norte da capital.

A discussão em torno da posse e destinação do acervo do extinto jornal começou a ser debatida por diversas entidades ainda no final do ano passado. Porém o pleito foi oficializado no início deste ano quando, em Ação Civil Pública, o MPE afirmou que em virtude de representação formulada pelo Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Rio Grande do Norte (IHGRN), chegou ao seu conhecimento, a situação de gradual dilapidação do arquivo de fotografias, vídeos e publicações do Diário de Natal. O MPE notificou o Diários Associados para apresentar explicações.

Ontem, a superintendente de Projetos Corporativos, núcleo Memória, do Diários Associados, Vânia Caldas, esteve em Natal para participar da reunião. Ela contou que respondeu ao MPE e ficou surpresa com a denúncia do IHGRN. “Não sei de onde tiraram essa informação de que o acervo estava abandonado. Isso não existe. Pelo contrário, está tudo bem conservado e guardado. Nunca iríamos abandonar a nossa história da forma como estava colocada. Agora, de fato, o que não poderíamos fazer, era transformar esse prédio num museu ou local de pesquisa e consulta pelo simples fato de não termos mais funcionários”, colocou. Ao MPE, Caldas apresentou informações preliminares sobre o conteúdo do acervo do Diário de Natal [veja info]. A empresa não sabe a quantidade exata de jornais e fotografias guardados numa sala que mede aproximadamente 200 metros quadrados.

Impasse

Uma pequena parte do material será enviado para o Museu Câmara Cascudo. Todo o restante tem como destino final a UFRN. Porém, não há definição com relação ao prédio que deve abrigar o acervo. Ontem pela manhã, um arquiteto da universidade foi ao antigo prédio do Diário de Natal para fazer medições. Através da assessoria de imprensa, a UFRN informou que não espaço livre disponível. “O arquiteto ainda vai fazer os cálculos para saber qual o espaço necessário, mas sabemos que não há prédio livre agora”, informou a assessoria de imprensa.

Na equação para ser resolvida, há outra variante. O prédio onde funcionava o extinto jornal – e abriga uma emissora de rádio – foi vendido para o sistema Sesi/Senai. O Diários Associados precisa desocupá-lo até o dia 26 de julho. tular da secretaria Extraordinária para Assuntos da Cultura (SEAC), Isaura Rosado, informou que, caso a UFRN não disponibilize o prédio em tempo hábil, o Governo do Estado pode intervir. “Já está claro que o melhor destino é a UFRN e isso será feito. A reitora me garantiu. Se for preciso, o Governo disponibiliza um espaço por um tempo”, informou.

O termo de comodato entre o grupo Diários Associados e a UFRN ainda não foi assinado. O documento está sendo produzido. Na mesma situação, está o termo de doação de objetos para o museu Câmara Cascudo.

26/06/2013

José Felix Alves de Sousa e Cynira de Vasconcelos


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
 
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Dona Maria Ignácia Teixeira do Carmo, que nasceu em 28 de fevereiro de 1846, e casou, em 1864, com José Francisco Alves de Sousa, foi mãe de José Felix Alves de Sousa, em 30 de junho de 1890. Tinha 44 anos.
 
José Felix, que aparece no livro “Poetas do Rio Grande do Norte”, é autor de Coroa de Espinhos. Há, também,  um artigo dele no jornal “Diário do Natal”, de 29 de dezembro de 1909, intitulado “Estadistas Hodiernos”. Sua atuação, diferentemente dos seus irmãos José Anselmo e do capitão José da Penha, se deu mais no sul do país. Trabalhou em vários jornais e em vários órgãos públicos, entre eles o Hospital Central do Exército, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e o Tribunal de Contas da União. Mas, em 1916, veio até Natal, somente para casar. Nos livros da catedral encontramos o registro desse casamento.

Aos cinco de maio de mil novecentos e dezesseis, em oratório privado, nesta cidade, depois de habilitados canonicamente e não constando impedimento algum, presentes as testemunhas Dr. João Gurgel e coronel Alexandre de Vasconcellos, assisti ao recebimento matrimonial dos contraentes José Felix Alves de Sousa e Cynira Lima de Vasconcellos, dando-lhes as bênçãos nupciais extra missam; ele solteiro, com 26 anos de idade, filho legítimo de José Francisco Alves de Sousa, falecido, e Maria Ignácia Alves de Sousa, natural de Angicos, e residente no Rio de Janeiro, ela solteira, com dezenove anos de idade, filha legítima de Cyrineu Joaquim de Vasconcellos e Annita Lima de Vasconcellos, natural e paroquiana desta Freguesia de Natal. Do que para constar, mandei fazer este termo que assino. O vigário, Pe. Celso Cicco. 

O pai da noiva foi personagem de um artigo de Câmara Cascudo, intitulado “O Velho Cirineu”. Diz Cascudo que ele nasceu em Canguaretama, e que escreveu discreta, misteriosa, quase clandestinamente. Diz mais que nasceu oposicionista e oposicionista morreu. Amigo íntimo de Pedro Avelino e do capitão José da Penha, viveu num clima de reação, de inconformismo e rebeldia.

Cynira foi uma das diretoras da Liga Feminina pró-Penha. “A Época”, jornal do Rio de Janeiro, datado de 31 de janeiro de 1916, traz a seguinte notícia: Recebemos e agradecemos a linda Polka intitulada “Travessa” de autoria da inteligente senhorita Cynira de Vasconcellos, do Estado do Rio Grande do Norte.
A vida de Cynira foi interrompida logo cedo. No jornal “O Imparcial”, de 22 de fevereiro de 1917, saiu a seguinte notícia: foi sepultada ontem, no cemitério de São Francisco Xavier, Cynira de Vasconcellos Alves de Souza.

José Felis voltou a casar, somente em 28 de outubro de 1925, conforme o seguinte registro do jornal “O Imparcial”: Realizou-se ontem o casamento do nosso colega de imprensa Dr. José Felix, diretor do Rio-Jornal, com a senhorita Cyrenne Castello Branco, filha da Exma. viúva José Gil Castello Branco. Os atos civil e religioso marcados para 2 e 3 horas da tarde, efetuaram-se à rua Mariz e Barros, 474, em Icarahy (casa da noiva), na vizinha capital fluminense. Foram padrinhos, do noivo no ato religioso, o deputado Georgino Avelino (sobrinho do nubente) e sua Exma. Senhora, D. Maria Astengo Avelino; no civil, o engenheiro Leite Junior e sua Exma. Senhora D. Albertina Avelino Leite (irmã de Georgino). Paraninfaram a noiva, no religioso, o Dr. Fábio Carneiro de Mendonça e Exma. Senhora D. Gilda Carneiro de Mendonça; no civil, o Senhor Antonio Castello Branco e sua progenitora D. Francisca Leite Castello Branco.

 Encontrei notícia do casamento  de Maria Thereza, filha de José Felix e Cyrenne, no jornal “A Noite”, de 8 de janeiro de 1954.

Com a Senhorita Maria Thereza Castello Branco Alves de Sousa, filha do Senhor José Felix Alves de Sousa, casou-se no dia 5, o Senhor Ênio Duarte de Oliveira, filho do Sr. e Sra. João Batista Carvalho de Oliveira. O ato civil foi realizado na residência dos pais da noiva, presidida pelo Juiz da 3ª Circunscrição senhor Ferreira da Cunha, e testemunhado pelo senhor Rubens Castello Branco, e senhora Francisca Leite Castello Branco pela noiva, e pelo Senhor e Senhora Crezo Queiroz, pelo noivo. A cerimônia religiosa, realizada na Igreja Santa Luzia, foi oficiada por monsenhor Benedito Marinho, que fez bela saudação alusiva ao ato. Foram paraninfos da noiva o senador e senhora Georgino Avelino e, do noivo, o pai da noiva senhor José Felix Alves de Sousa e a mãe da noiva senhora João Batista Oliveira de Carvalho (aqui uma inversão no sobrenome).

A viúva José Gil Castello Branco que aparece nos registros acima é a mesma D. Francisca Leite (Pinto) Castello Branco, isto é, Cyrenne era filha de José Gil Castello Branco e D. Francisca Leite Castello Branco. José Gil, natural do Piauí, era filho de Mariano Gil Castello Branco e de Cândida Burlamaqui Castelo Branco (Barão e Baronesa de Castello Branco).

De Laila Vils, divorciada, em 1989,  de José Francisco Castelo Branco Alves de Sousa, outro filho de José Felix e Cyrene, recebo a informação que este casal teve quatro filhos, dos quais três são vivos. Laila e José Francisco têm duas filhas Tatiana Vils Alves de Sousa e Laila Cristina Vils Alves de Sousa.