04/07/2013
NOTÍCIAS DOS NOSSOS SÓCIOS
RECEBO, MINUTOS ATRÁS, POR EMAIL, DEPOIS VEM POR CORREIO, DIPLOMA DE SÓCIA CORRESPONDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. UM GRANDE PRÊMIO PELO MEU ANIVERSÁRIO. MUITO AGRADEÇO!
03/07/2013
O telegrafista extremista
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Naveguei, novamente, nos velhos jornais digitalizados da Biblioteca Nacional. Dessa vez, em busca de novas informações sobre a participação de meu pai no levante de 1935. O que sabia, até então, veio através de Heroíso Pinheiro, João Batista de Melo Pinto, e de Andrade Lima, no seu livro China Gordo. Essa parte está no livro “Notícias genealógicas do Rio Grande do Norte”.
Uma das informações colhidas, agora, dava conta que, em ato de 29 de janeiro de 1936, ele foi transferido da Regional de Pernambuco para a de Mato Grosso. Era nessa época praticante diplomado dos Correios e Telégrafos. Nunca tive notícia disso, pois não constava na sua ficha funcional que obtive do Ministério das Comunicações. Mas, acredito que esse ato não teve consequências, pois, em 18 de fevereiro do dito ano de 1936, viajando no vapor Poconé, procedentes de Recife, Miguel Trindade Filho e Wanderlino Virgínio Nunes foram impedidos de desembarcar em Salvador, acusados de exercício de atividades comunistas. O vapor seguiu viagem até o Rio de Janeiro, e, no dia 21 de fevereiro, os passageiros Miguel e Wanderlino, foram presos, a bordo do Poconé, por investigadores da Polícia Central. Em 14 de março desse mesmo ano, chegavam presos ao Rio de Janeiro, no vapor Manaus, 116 extremistas do norte, incluindo aí, Graciliano Ramos e as mulheres Maria Joana de Oliveira e Leonila Felix.
O “Diário Carioca”, de 26 de junho de 1936, informou que nos Correios e Telégrafos, o Diretor Geral tinha exonerado o praticante diplomado Miguel Trindade Filho, o mensageiro Wanderlino Virgínio Nunes e o diarista rádio Manoel Athanázio de Lima, por exercerem atividades subversivas de ordem política e social, como ficou provado em processo. O Correio Paulistano informou que tal decisão tinha sido determinada pelo Ministro da Viação Marques dos Reis, em 25 de junho do dito ano, pelo que tinham apurados os chefes dos exonerados, em virtude de participarem de atividades contra o regime. Na sua ficha funcional consta que ele, Miguel, tinha se afastado do serviço desde 1 de fevereiro de 1936.
No restante do ano de 1936 e no ano seguinte de 1937, nada sobre Miguel Trindade Filho. Vanderlino Virgínio Nunes reaparece como jornalista no Rio de Janeiro. Voltei a encontrar novas notícias somente no ano de 1938.
Em 15 de maio de 1938, o desembargador Barros Barreto, presidente do Tribunal de Segurança Nacional, tinha recebido do chefe de polícia de Pernambuco, Sr. Etelvino Lins, um ofício acompanhado do processo, instaurado em Pernambuco, contra elementos marxistas, presos e recolhidos á cadeia de Recife, naquele ano, acusados de conspirarem para a mudança do regime. Era um processo volumoso que apontava como responsáveis as seguintes pessoas: Hermes Carneiro Maranhão, o jornalista Nelson Firmo de Oliveira, Hélio Soares de Amorim, Antonio Bento Monteiro Tourinho, Felix Pereira de Lyra, pintor Hélio Feijó Ferreira, Casemiro Correia, Miguel Trindade Filho, José Ariston Filho, Raymundo Gurgel Cunha, arquiteto Heitor da Silva Maia Filho, José Pardal Cavalcanti, Anastácio Honório de Mello, Clóvis de Souza Caldeira, Isnard Cantalice e Antonio dos Santos Teixeira.
O inquérito acima tinha sido enviado pelo delegado Edson Moury Fernandes, chefe da Ordem Política e Social de Pernambuco, para o Secretário de Segurança. Esse documento foi amplamente divulgado na imprensa e continha trechos de depoimento de vários comunistas e outras pessoas.
O Diário de Notícias de 23 de setembro de 1938 informou que pelo procurador adjunto Dr. Gilberto Goulart de Andrade, foi apresentada denúncia contra os organizadores da “Frente Nacional Democrática, de Pernambuco, considerada de finalidades subversivas. A denúncia era minuciosa na análise das responsabilidades de cada acusado e continha a classificação de delito e pedido de exclusão de cinco dos que foram processados pela polícia daquele Estado. Dos denunciados, acima, pela “analise de ação dos acusados” o referido promotor requereu a exclusão do processo, dos seguintes indiciados: Hermes Carneiro Maranhão, Miguel Trindade Filho, Anastácio Honório de Mello, Nelson Firmo de Oliveira e Felix Pereira de Lyra.
No Correio da Manhã, de 4 de outubro de 1938, que tratou da sessão do Tribunal de Segurança Nacional, foi publicado que: depois de falar o procurador Campos da Paz, que pediu a agravação da pena para os acusados e condenação para os absolvidos, o presidente do Tribunal de Segurança concedeu a palavra ao advogado Sobral Pinto, seguindo-se-lhe na Tribuna os demais patronos dos réus, os advogados Evaristo de Moraes, Evandro Lins e Silva, Elmano Cruz, Onézimo Coelho, Moesia Rolim, Jamil Feres, Segadas Viana, Gastão Luz do Rego, Medrado Dias, Nelson Lourenço e Bulhões Pereira.
A sessão foi suspensa e, depois que voltaram, o desembargador Barros Barreto passou a ler a sentença proferida pelo Tribunal. Inicialmente, passou a ler as decisões contidas nos processos 636, 637 e 638. No primeiro, foi indeferida a exclusão pedida de Anastácio Honório de Mello e deferidas as exclusões de Hermes Carneiro Maranhão, Miguel Trindade Filho, Felix Pereira de Lyra e Nilson Firmo de Oliveira. Quanto aos processos 637 e 638 votaram pelo arquivamento de ambos.
Etelvino Lins, chefe de polícia de Pernambuco, depois interventor federal e, posteriormente, governador eleito de Pernambuco, foi colega de meu pai nos Correios, entre 1927 e 1929.
02/07/2013
NOTÍCIA ALVISSAREIRA
Ação judicial da locomotiva Catita permanece em Natal (RN)
IPHAN alegava competência da Justiça Federal em PE para julgar o caso
O desembargador federal Edilson Pereira Nobre negou pedido liminar ao Instituto do Patrimônio Histórico Cultural (IPHAN), sediado no Recife, que busca impedir a transferência para Natal (RN) da Locomotiva nº 03, também conhecida por Catita. A Locomotiva, reclamada pelos potiguares, encontra-se na Estação Central do Recife, sob a guarda do IPHAN.
O IPHAN agravou ao Tribunal, pedindo a cassação da tutela, para remessa dos autos para a Seção de Pernambuco. O relator do agravo, Edilson Nobre, manteve a decisão da 4ª Vara, com base no artigo 2º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e na desobrigação em relação convênio nº 44/2003.
A HISTÓRIA DE CATITA - A Maria-fumaça integrou um conjunto de máquinas adquiridas pela Rede Ferroviária Nacional SA (REFESA), em 1906, e inaugurou a ponte sobre o Rio Potengi, 10 anos depois, durante o Governo de Walfredo Gurgel. Entre 1966 e 1969 as locomotivas a vapor foram desativadas, sendo substituídas por máquinas a diesel-elétrica, restando por último a Catita, aposentada em 1975.
Após sua desativação, o trem foi enviado para a REFESA, no Recife. O IPHAN assinou, em 2003, o convênio de nº 44 com o Governo do Estado de Pernambuco para a restauração da máquina e seu posterior tombamento.
O Ministério Público Federal, por intermédio da Procuradoria do Rio Grande do Norte, ajuizou, em novembro de 2010, ação civil pública para retomar a posse e guarda de Catita, sob o argumento de que se trata de um bem histórico-cultural do povo norte-rio-grandense.
O Juízo da 4ª Vara Federal (RN) rejeitou a preliminar de incompetência daquele Juízo e deferiu a antecipação da tutela (concedeu o pedido) para determinar ao IPHAN o imediato traslado da relíquia para o Estado do Rio Grande do Norte, onde o Estado e o município de Natal já manifestaram interesse pelo recebimento e a guarda do bem.
AGTR 12015 (RN)
Fonte: Ascom - TRF da 5ª Região
01/07/2013
VERSOS & DIVERSOS
POSTADO POR LÚCIA HELENA PEREIRA
segunda-feira, 1 de julho de 2013
PRESIDENTE DO IHG/RN - VALÉRIO MESQUITA - ARTICULANDO-SE CADA VEZ MAIS, PARA DAR À ENTIDADE, O MELHOR QUE MERECE, SEJA NA APRESENTAÇÃO FÍSICA, NA MELHORIA INTERNA, NA NECESSIDADES HIDRÁULICAS E ELÉTRICAS, NAS QUESTÕES QUE CARECEM DE SÉRIOS REPAROS, DIGITALIZAÇÃO DO ACERVO, MÃO-DE-OBRA, ENFIM, A PRESIDÊNCIA VAI ABRINDO PERSPECTIVAS PARA GARANTIR BOA ESTRUTURA AO PRÉDIO DA MAIS ANTIGA CASA DE MEMÓRIA E CULTURA DO RN.
VALÉRIO ALFREDO MESQUITA
PRESIDENTE
RECEBIMENTO, NESTA SEGUNDA-FEIRA,
DA REVISTA DO IHG/RN - NºLXXXIX -
ANO 2000/2012 -
COM APOIO DO GOVERNO DO ESTADO
E FJA,
DISTRIBUÍDA ENTRE A DIRETORIA DA ENTIDADE,
A SER LANÇADA BREVEMENTE.
CONTRA-CAPA COM O MARCO DE TOUROS
MEMBROS PRESENTES:
CARLOS ADEL,
EDGARD RAMALHO DANTAS,
JOSÉ ADALBERTO TARGINO, CARLOS
ROBERTO DE MIRANDA GOMES,
VALÉRIO MESQUITA, ODÚLIO BOTEHO,
GEORGE VERAS E ORMUZ BARBALHO
SIMONETTI, A QUEM O PRESIDENTE
DELEGA ATIVIDADES
CARLOS ADEL, EDGAR DANTAS,
ADALBERTO
TARGINO,
CARLOS GOMES E VALÉRIO
MESQUITA.
EDGARD DANTAS, TOMISLAV FEMINICK
(PARABENIZADO PELA PRESIDÊNCIA
E DEMAIS
CONFRADE, POR SUA
ELEIÇÃO COMO MEMBRO DA ACADEMIA
BRASILEIRA DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS),
ADALBERTO TARGINO, LÚCIA HELENA
PEREIRA, TAMBÉM PARABENIZADA
POR HA
VER INTEGRADO, COMO SÓCIA
CORRESPONDENTE DO INHGM),
CARLOS GOMES,
CARLOS ADEL, ODÚLIO BOTELHO,
GEORGE VERAS E ORMUZ SIMONETTI.
MEMBROS DA DIRETORIA
DIRETORIA DO IHG/RN
COM EXTENSA PAUTA, A REUNIÃO DA DIRETORIA DO IHG/RN TRANSCORREU DENTRO DO ESPERADO. COM OS CONFRADES TODOS IMBUÍDOS DOS SEUS RESULTADOS JUNTO À CAERN, PETROBRÁS COM AGENDA PARA O IHG/RN PARA 03-07, QUE RECEBEU SIGNIFICATIVAS VISITAS COMO: TICIANO DUARTE, WODEN MADRUGA E ARISNETE CUNHA.
VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE WALDEMAR FORTUNATO, PAI DO NOSSO FUNCIONÁRIO - ZÉ MARIA. PRATICAMENTE RESOLVIDA A PENDÊNCIA DA RECEITA FEDERAL, QUE TEVE O EFICIENTE TRABALHO DA EQUIPE COMANDADA PELO CONFRADE GEORGE VERAS. AUDIÊNCIA COM OS DIRETORES DO NORDESTÃO, PARA DOAÇÃO DE SPLINT. TERMO DE COMPROMISSO JUNTO À ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO RN. VÁRIAS AUDIÊNCIAS COM EMPRESAS E ENTIDADES COMO A PROCURADORIA DO ESTADO.
DISCUTIDA E SUGERIDO O ORÇAMENTO PARA FARDAS DO PESSOAL DE APOIO, CUJOS SALÁRIOS ESTÃO EM DIA. JÁ FOI DELEGADA A EQUIPE PARA O ASSUNTO E DOAÇÃO DO FARDAMENTO POR UMA EMPRESA, O CONFRADE ODÚLIO BOTELHO ASSUMIRÁ ESSA QUESTÃO. TUDO ISSO DELEGADO PELO PRESIDENTE, AOS CONFRADES E BONS COLABORADORES.
SALVEMOS O IHG/RN, CUJA MEMÓRIA HISTÓRICA, CULTURAL E LITERÁRIA ESTÁ LÁ.
DISCUTIDA E SUGERIDO O ORÇAMENTO PARA FARDAS DO PESSOAL DE APOIO, CUJOS SALÁRIOS ESTÃO EM DIA. JÁ FOI DELEGADA A EQUIPE PARA O ASSUNTO E DOAÇÃO DO FARDAMENTO POR UMA EMPRESA, O CONFRADE ODÚLIO BOTELHO ASSUMIRÁ ESSA QUESTÃO. TUDO ISSO DELEGADO PELO PRESIDENTE, AOS CONFRADES E BONS COLABORADORES.
SALVEMOS O IHG/RN, CUJA MEMÓRIA HISTÓRICA, CULTURAL E LITERÁRIA ESTÁ LÁ.
27/06/2013
http://tribunadonorte.com.br/noticia/acervo-do-diario-deve-ir-para-a-ufrn/254094
Acervo do Diário deve ir para a UFRN
Publicação: 27 de Junho de 2013 às 00:00Roberto Lucena - repórter
O acervo do extinto Diário de Natal deverá ser entregue, através de um contrato de comodato, à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A ideia foi apresentada ontem durante reunião que contou com a presença de representantes da universidade, Diários Associados, Ministério Público Estadual (MPE) e Fundação José Augusto (FJA). No entanto, a solução para o destino do montante composto por fotografias, jornais e obras de arte acumulados ao longo de quase 74 anos, esbarra num entrave: a UFRN não tem espaço físico disponível de imediato e o grupo Diários Associados tem menos de um mês para desocupar o prédio localizado na zona Norte da capital.
A discussão em torno da posse e destinação do acervo do extinto jornal começou a ser debatida por diversas entidades ainda no final do ano passado. Porém o pleito foi oficializado no início deste ano quando, em Ação Civil Pública, o MPE afirmou que em virtude de representação formulada pelo Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Rio Grande do Norte (IHGRN), chegou ao seu conhecimento, a situação de gradual dilapidação do arquivo de fotografias, vídeos e publicações do Diário de Natal. O MPE notificou o Diários Associados para apresentar explicações.
Ontem, a superintendente de Projetos Corporativos, núcleo Memória, do Diários Associados, Vânia Caldas, esteve em Natal para participar da reunião. Ela contou que respondeu ao MPE e ficou surpresa com a denúncia do IHGRN. “Não sei de onde tiraram essa informação de que o acervo estava abandonado. Isso não existe. Pelo contrário, está tudo bem conservado e guardado. Nunca iríamos abandonar a nossa história da forma como estava colocada. Agora, de fato, o que não poderíamos fazer, era transformar esse prédio num museu ou local de pesquisa e consulta pelo simples fato de não termos mais funcionários”, colocou. Ao MPE, Caldas apresentou informações preliminares sobre o conteúdo do acervo do Diário de Natal [veja info]. A empresa não sabe a quantidade exata de jornais e fotografias guardados numa sala que mede aproximadamente 200 metros quadrados.
Impasse
Uma pequena parte do material será enviado para o Museu Câmara Cascudo. Todo o restante tem como destino final a UFRN. Porém, não há definição com relação ao prédio que deve abrigar o acervo. Ontem pela manhã, um arquiteto da universidade foi ao antigo prédio do Diário de Natal para fazer medições. Através da assessoria de imprensa, a UFRN informou que não espaço livre disponível. “O arquiteto ainda vai fazer os cálculos para saber qual o espaço necessário, mas sabemos que não há prédio livre agora”, informou a assessoria de imprensa.
Na equação para ser resolvida, há outra variante. O prédio onde funcionava o extinto jornal – e abriga uma emissora de rádio – foi vendido para o sistema Sesi/Senai. O Diários Associados precisa desocupá-lo até o dia 26 de julho. tular da secretaria Extraordinária para Assuntos da Cultura (SEAC), Isaura Rosado, informou que, caso a UFRN não disponibilize o prédio em tempo hábil, o Governo do Estado pode intervir. “Já está claro que o melhor destino é a UFRN e isso será feito. A reitora me garantiu. Se for preciso, o Governo disponibiliza um espaço por um tempo”, informou.
O termo de comodato entre o grupo Diários Associados e a UFRN ainda não foi assinado. O documento está sendo produzido. Na mesma situação, está o termo de doação de objetos para o museu Câmara Cascudo.
26/06/2013
José Felix Alves de Sousa e Cynira de Vasconcelos
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Dona Maria Ignácia Teixeira do Carmo, que nasceu em 28 de fevereiro de 1846, e casou, em 1864, com José Francisco Alves de Sousa, foi mãe de José Felix Alves de Sousa, em 30 de junho de 1890. Tinha 44 anos.
José Felix, que aparece no livro “Poetas do Rio Grande do Norte”, é autor de Coroa de Espinhos. Há, também, um artigo dele no jornal “Diário do Natal”, de 29 de dezembro de 1909, intitulado “Estadistas Hodiernos”. Sua atuação, diferentemente dos seus irmãos José Anselmo e do capitão José da Penha, se deu mais no sul do país. Trabalhou em vários jornais e em vários órgãos públicos, entre eles o Hospital Central do Exército, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e o Tribunal de Contas da União. Mas, em 1916, veio até Natal, somente para casar. Nos livros da catedral encontramos o registro desse casamento.
Aos cinco de maio de mil novecentos e dezesseis, em oratório privado, nesta cidade, depois de habilitados canonicamente e não constando impedimento algum, presentes as testemunhas Dr. João Gurgel e coronel Alexandre de Vasconcellos, assisti ao recebimento matrimonial dos contraentes José Felix Alves de Sousa e Cynira Lima de Vasconcellos, dando-lhes as bênçãos nupciais extra missam; ele solteiro, com 26 anos de idade, filho legítimo de José Francisco Alves de Sousa, falecido, e Maria Ignácia Alves de Sousa, natural de Angicos, e residente no Rio de Janeiro, ela solteira, com dezenove anos de idade, filha legítima de Cyrineu Joaquim de Vasconcellos e Annita Lima de Vasconcellos, natural e paroquiana desta Freguesia de Natal. Do que para constar, mandei fazer este termo que assino. O vigário, Pe. Celso Cicco.
O pai da noiva foi personagem de um artigo de Câmara Cascudo, intitulado “O Velho Cirineu”. Diz Cascudo que ele nasceu em Canguaretama, e que escreveu discreta, misteriosa, quase clandestinamente. Diz mais que nasceu oposicionista e oposicionista morreu. Amigo íntimo de Pedro Avelino e do capitão José da Penha, viveu num clima de reação, de inconformismo e rebeldia.
Cynira foi uma das diretoras da Liga Feminina pró-Penha. “A Época”, jornal do Rio de Janeiro, datado de 31 de janeiro de 1916, traz a seguinte notícia: Recebemos e agradecemos a linda Polka intitulada “Travessa” de autoria da inteligente senhorita Cynira de Vasconcellos, do Estado do Rio Grande do Norte.
A vida de Cynira foi interrompida logo cedo. No jornal “O Imparcial”, de 22 de fevereiro de 1917, saiu a seguinte notícia: foi sepultada ontem, no cemitério de São Francisco Xavier, Cynira de Vasconcellos Alves de Souza.
José Felis voltou a casar, somente em 28 de outubro de 1925, conforme o seguinte registro do jornal “O Imparcial”: Realizou-se ontem o casamento do nosso colega de imprensa Dr. José Felix, diretor do Rio-Jornal, com a senhorita Cyrenne Castello Branco, filha da Exma. viúva José Gil Castello Branco. Os atos civil e religioso marcados para 2 e 3 horas da tarde, efetuaram-se à rua Mariz e Barros, 474, em Icarahy (casa da noiva), na vizinha capital fluminense. Foram padrinhos, do noivo no ato religioso, o deputado Georgino Avelino (sobrinho do nubente) e sua Exma. Senhora, D. Maria Astengo Avelino; no civil, o engenheiro Leite Junior e sua Exma. Senhora D. Albertina Avelino Leite (irmã de Georgino). Paraninfaram a noiva, no religioso, o Dr. Fábio Carneiro de Mendonça e Exma. Senhora D. Gilda Carneiro de Mendonça; no civil, o Senhor Antonio Castello Branco e sua progenitora D. Francisca Leite Castello Branco.
Encontrei notícia do casamento de Maria Thereza, filha de José Felix e Cyrenne, no jornal “A Noite”, de 8 de janeiro de 1954.
Com a Senhorita Maria Thereza Castello Branco Alves de Sousa, filha do Senhor José Felix Alves de Sousa, casou-se no dia 5, o Senhor Ênio Duarte de Oliveira, filho do Sr. e Sra. João Batista Carvalho de Oliveira. O ato civil foi realizado na residência dos pais da noiva, presidida pelo Juiz da 3ª Circunscrição senhor Ferreira da Cunha, e testemunhado pelo senhor Rubens Castello Branco, e senhora Francisca Leite Castello Branco pela noiva, e pelo Senhor e Senhora Crezo Queiroz, pelo noivo. A cerimônia religiosa, realizada na Igreja Santa Luzia, foi oficiada por monsenhor Benedito Marinho, que fez bela saudação alusiva ao ato. Foram paraninfos da noiva o senador e senhora Georgino Avelino e, do noivo, o pai da noiva senhor José Felix Alves de Sousa e a mãe da noiva senhora João Batista Oliveira de Carvalho (aqui uma inversão no sobrenome).
A viúva José Gil Castello Branco que aparece nos registros acima é a mesma D. Francisca Leite (Pinto) Castello Branco, isto é, Cyrenne era filha de José Gil Castello Branco e D. Francisca Leite Castello Branco. José Gil, natural do Piauí, era filho de Mariano Gil Castello Branco e de Cândida Burlamaqui Castelo Branco (Barão e Baronesa de Castello Branco).
De Laila Vils, divorciada, em 1989, de José Francisco Castelo Branco Alves de Sousa, outro filho de José Felix e Cyrene, recebo a informação que este casal teve quatro filhos, dos quais três são vivos. Laila e José Francisco têm duas filhas Tatiana Vils Alves de Sousa e Laila Cristina Vils Alves de Sousa.
19/06/2013
Viva a Hemeroteca da Biblioteca Nacional!
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor de Matemática da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Hoje em dia é mais fácil fazer pesquisas genealógicas, até sem sair de casa, desde que se tenha uma internet. Os mórmons vêm disponibilizando, dia a dia, os seus microfilmes na web, com registros civis, livros de batismos, casamentos e óbitos da Igreja Católica, entre outros documentos, de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. Do Rio Grande do Norte, já podemos encontrar registros do Seridó. Os diversos programas de Genealogia, e os vários trabalhos já publicados ajudam os interessados. Algumas informações complementares sobre alguns dos nossos familiares ou conhecidos podem ser encontrados, também, nos velhos jornais digitalizados pela Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Vamos exemplificar com alguns que encontrei nesses velhos jornais.
No jornal do Rio de Janeiro, A Época, de 26 de setembro de 1912, consta a seguinte notícia: vitimado por uma queda, quando passeava a cavalo, faleceu anteontem, na cidade de Angicos, Rio Grande do Norte, o jovem cirurgião-dentista José Francisco Alves de Sousa. O moço, que por sua inteligência e qualidades do coração era muito estimado no círculo de suas relações, recebeu, a meses, nesta capital, o diploma de cirurgião-dentista e achava-se no Rio Grande do Norte, de onde era natural, em visita a pessoas de sua família. Era irmão do nosso ilustre colaborador, capitão J. da Penha, que tem recebido muitas cartas, cartões e telegramas de pêsames e a quem sentimentamos.
Meu trisavô, Miguel Francisco da Costa Machado, foi nomeado agente dos Correios da Vila de Angicos, província do Rio Grande do Norte, em 1861, conforme Boletim de Expedição do Governo, e, também, no Correio da Tarde; Segundo o jornal Actualidade, de 26 de junho de 1861, ele foi nomeado coronel – comandante superior da Guarda Nacional dos municípios de Angicos e Macau, na província do Rio Grande do Norte; pelo Correio Mercantil, de 30 de setembro de 1867, ele foi reformado no mesmo posto de coronel – comandante superior da Guarda Nacional.
Pelo Jornal da Tarde, de 25 de outubro de 1870, saiu a notícia da concessão de licença, para residir no Rio Grande do Norte, ao 2º cadete 1º sargento reformado, José Avelino Martins Bezerra, devendo ser pago dos seus vencimentos de reforma pela Tesouraria da Fazenda daquela província. No Diário do Rio de Janeiro, de 24 de junho de 1870, consta que ele foi contemplado com uma pensão de 600 réis diários. No relatório do Ministério da Guerra de 1869, ele aparece como um dos feridos. José Avelino Martins Bezerra, meu tio bisavô, era do 36º corpo de voluntário da pátria, na Guerra do Paraguai.
Outro jornal digitalizado pela Hemeroteca é o Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro. Nele há registros, de várias localidades, enviados pelas diversas intendências municipais. Em 1885, encontramos entre outras informações, as seguintes: a Câmara Municipal de Angicos era composta por João Luiz Teixeira Rola, seu presidente, José Avelino Martins Bezerra, seu vice, alferes Antonio Barbosa Xavier de Sousa, capitão José Martins Pedroza da Costa, José Gorgônio de Deus Gonçalves, Francisco Soares de Paiva Rocha e Antonio Pascoal Baylon Bezerra; o secretário era José Vitaliano Teixeira de Sousa, o procurador João Alexandre Alves de Sousa, fiscal o alferes José Bezerra da Silva Grilo, e porteiro Luiz Antonio Cabral.
No mesmo Almanak, encontramos na lista de proprietários e capitalistas: Alferes Antonio Martins Wladislao da Costa, o vigário Felis Alves de Sousa, Firmino José Porcino da Costa, alferes Florêncio Octaviano da Costa Ferreira, tenente João Felippe da Trindade, João Luiz Teixeira Rola, Joaquim Costa Alecrim, Joaquim Teixeira de Sousa Pinheiro e Manoel Rebouças de Oliveira Câmara. Era inspetor do Telégrafo elétrico, Benjamim Lopes Abath.
Foi na Gazeta de Notícias de 1 de dezembro de 1883 que tive notícia dos falecimentos de Luiz José Soares de Macedo e do Major José Martins Ferreira, este último, meu trisavô e um dos fundadores de Macau, proveniente, e, talvez nascido na Ilha de Manoel Gonçalves.
No jornal A Província, de Pernambuco, datado de 16 de janeiro de 1874, encontramos o embarque para o Norte de Maria Martins Ferreira, sua filha Maria Fernandes Moura e Silva, esposa de Balthazar de Moura e Silva e, Ildefonso Moura e Silva, filho do casal; nesse mesmo jornal, datado de 9 de junho de 1874, quem embarcou no navio Pirapama foi Balthazar de Moura e Silva.
Maria Martins Ferreira era minha tia trisavó, pois era irmã de meu trisavô, citado acima, Major José Martins Ferreira. No Jornal do Brasil e no O Paiz, ambos do Rio de Janeiro, encontramos notícias do falecimento de Balthazar de Moura e Silva, no ano de 1882, e o de Maria Martins Ferreira, em 22 de novembro de 1892. Nessa época, ela morava no Rio de Janeiro. Deve ter sido levada para lá pelo filho, Comendador Antonio Barroso Fernandes.
Outra informação, tirada do Correio Mercantil, diz que Joaquim Câmara Machado Rios era tio de Dr. Amaro Bezerra, e que Balthazar da Rocha Bezerra, delegado em São Gonçalo, era cunhado de José Varella de Sousa Barca.
Se alguém quiser conhecer melhor a participação do capitão J. da Penha na luta contra a oligarquia Maranhão e no Ceará, onde morreu, um dos jornais que tem bastante informações é A Época, do Rio de Janeiro.
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