Novas Cartas de Cotovelo – verão de
2022-06
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
UM DOMINGO DE PAZ E SOL
Depois
de uma sexta-feira diferenciada, que trovejou e alagou o primeiro andar da
minha casa, com uma chuva diferente, o que nunca havia acontecido desde que a
construí, Cotovelo (há mais de 30 anos), tudo volta à sua normalidade,
permitindo retomada das atividades quase 100%, embora registrando alguns
pequenos danos em ruas sem calçamento, um início de incêndio numa mercearia em
frente ao Posto de Gasolina que, segundo comentam, teria sido o resultado de um
raio.
No
sábado fui ao vale do Pium (já no território de Nísia Floresta), com Carlinhos
para abastecimento da casa com frutas e legumes – tudo legal.
Eis
que chega o domingo e com ele a Paz e a claridade do Deus Sol, em toda a sua
exuberância. Levantei-me cedo e deixei Carlos Neto hibernando no ar condicionado.
Na
varanda da casa tive a oportunidade de assistir a Missa na Igreja de Santa
Luzia, celebrada pelo Padre Sidney, transmitida pela rádio web Mar e Campo, do
nosso estimado amigo Octávio Lamartine. Em seguida, ainda emocionado com as
mensagens recebidas fiz minhas comunicações, por celular, com o filho e filhas
que momentaneamente não estão nesta querida praia, e o fiz com muita emoção,
porque a religião nos oferece milagres espirituais.
Um
café farto feito por Carlinhos e Valéria, sem faltarem as costumeiras vitaminas
de mamão com abacate, leite vegetal e fibras, depois um cafezinho feito na hora
com fruta-pão e com o olhar pidão de Luma (nossa bulldog francês).
Dando
continuidade às minhas meditações, vislumbrei a minha mesa santuário, com os Santos
da devoção da minha sempre saudosa Therezinha, cujo retrato ornamenta esse
recanto sagrado, que tem em destaque uma pintura de Jesus orando e outra do
Padre Pio e, em minha cadeira de balanço herdada da saudosa companheira, dei
uma vista ao pequeno jardim e logo me deparo com o fiel beija-flor, cuja
descendência há mais de 30 anos faz parte da geografia emocional do lugar e as
cadeiras desarrumadamente dispostas, juntamente com as redes enroladas nos
armadores, algumas bolas dispersas pelo chão e o sentir da brisa que nos premia
neste recanto da casa. Em seguida fui beijar o mar, que estava com sargaço –
coisas da fase da lua.
Lembrei-me,
então, daquela conhecida música – “Minha casa é tão bonita, que dá gosto a gente
ver, tem varanda, tem jardim... minha casa que tem tudo, tanta coisa de valor,
minha casa não tem nada [vivo só sem meu amor]”. Fiz adaptações à letra
original de Minha Casa, de Joubert de Carvalho.
Mas,
domingo é dia de alegria – VIVA A VIDA.
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