22/09/2020
21/09/2020
A 5ª DIMENSÃO DO ESTRESSE
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
18/09/2020
A 5ª DIMENSÃO DO ESTRESSE
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
15/09/2020
Os Monomotapas
Tomislav
R. Femenick - Historiador
O e-mail era lacônico: “O que
sabe do gd Zimbábue?”. Respondi sucinto: “É assunto do meu livro Os Escravos”. Recebi de volta: “Então escreva um artigo”. Aqui está ele:
Entre os anos 300 e 850 d.C. povos chonas (shonas), vindos de terras
próximas ao lago Taganica, chegaram à região onde hoje se localizam as repúblicas
de Zimbábue, Zâmbia e Malaui. Anos depois, iniciaram as primeiras edificações
de pedra que integram um dos mais intrigantes monumentos da história da raça
negra e uma das maiores e mais notáveis construções da Idade do Ferro: o “Grande Zimbábue”. Os primeiros prédios
teriam sido erigidos por volta do ano 1100 e as grandes muralhas entre os anos
1350 e 1400. Esse conjunto (e outros de menor grandeza) localiza-se entre os
rios Zambeze e Limpopo, em um platô com altitude que vai de mil a dois mil
metros.
Hoje o Grande Zimbábue é reconhecidamente
um dos mais importantes sítios arqueológicos da África Negra. Acredita-se que tenha sido a corte real e um
centro de rituais religiosos. É uma construção feita com pedras de tamanho
quase igual, que se encaixam de maneira precisa e uniforme, em fileiras
contínuas e curvilíneas, sem qualquer argamassa para fixação. Na parte superior
da muralha há várias torres circulares, algumas medindo até quatro metros de
altura, separadas por intervalos iguais, com desenhos decorativos em monólitos de
granito ou de pedra-sabão. No seu interior há outros muros menores.
Ao serem redescobertas, em 1905, alguns estudiosos elaboraram a teoria
de que eram realizações de um povo perdido ou teriam sido os árabes que haviam
projetado as grandes construções de pedra. Hoje não há dúvidas; esta é uma
realização dos chonas.
No princípio do século
XV, eles se tornaram um império, conhecido como Monomotapa (ou Monomopata);
como os portugueses o denominaram. Esse Estado emergiu de um processo de
competição entre pequenos reinos antes existentes e, também, como resultado de
um conjunto de condições econômicas objetivas, que tinham como fim controlar a
produção de ouro.
A atividade econômica
mais comum entre os povos da Grande Zimbábue era a criação de bovinos e a
agricultura. Como as suas terras não eram propícias à formação de pastagens
durante todo o ano, desenvolveram o sistema de transumância,
deslocando o gado da planície para o planalto, na estação de seca, e do
planalto para a planície, nas estações chuvosas. Dedicavam-se, também, à
metalurgia de ouro, à extração de pedras preciosas, à mineração de ferro,
estanho e cobre, bem como ao comércio de marfim e escravos. Seus mercados eram
o Egito, outros países africanos, a China e, possivelmente, a Índia.
Em meados e até perto do final do século XV, o Império atingiu o seu
apogeu. Foi nesse período que Vasco da Gama aportou na ilha de Moçambique,
então um enclave árabe na terra dos chonas. Os relatos de seus diários de bordo
fazem referência à riqueza e cultura desse povo da costa oriental africana.
Antes de partir, o navegador luso mandou bombardear a cidade. Na sua chegada a
Lisboa, recebe “honrarias e mercês”, entre outros motivos por ter localizado as
minas de ouro dos monomotapas.
Em 1501, Pedro Alvares Cabral, de regresso das Índias (para onde foi
após ter descoberto o Brasil), enviou um emissário à “terra do ouro”,
objetivando trocar tecidos de algodão e miçangas pelo metal precioso. No ano
seguinte Vasco da Gama voltou à região e iniciou os estudos para a construção
de uma fortaleza e uma feitoria.
O mito, a verdade, o simbolismo e o fascínio do ouro dos monomotapas,
contagiaram muitos europeus. Até Luís de Camões, em seu grandiloquentíssimo
poema laudatório dos feitos e conquistas portuguesas, baseado em viagem que
Vasco da Gama empreendeu à Índia, caiu pelo encanto desse ouro. Sofala é citada
em pelo menos três vezes. “...as ondas navegamos, de Quíloa, de Mumbaça e Sofala [...], donde a rica Sofala o ouro manda [...]. Olha a casa dos negros [...],
qual bando espesso e negro de estorninhos, combaterá em Sofala a fortaleza
Nhaia com destreza” (Os Lusíadas; Primeiro
Canto, verso 54; Quinto Canto, verso 73, e Décimo Canto, verso 94,
respectivamente).
Tribuna do Norte. Natal, 11 set. 2020.
07/09/2020
NOSTALGIAS
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes(*)
Hoje comemoramos mais um dia de amor ao Brasil, data em que em 07 de Setembro de 1822, D. Pedro I ratifica a decisão de sua esposa, Dona Leopoldina, declarando o Brasil independente de Portugal.
A decisão foi de extrema coragem, haja vista a fragilidade dos apetrechos bélicos existentes e o diminuto contingente de soldados, mas uma imensidão de cidadãos e cidadães amantes deste País amado.
Este ano, por contingências da pandemia, não teremos os desfiles comemorativos, mas em cada casa certamente haverá um momento de respeito e devoção à pátria amada.
O sentido do amor à Pátria, nos dias perniciosos de
hoje, ressoa com a deformação ideológica dos que se opõem ao governo atual,
sendo a sua invocação motivo de chacota pelos que pretendem implantar um estado
totalitário.
Deploro esses sentimentos e repudio a
política que deturpa o sentimento nativo do Brasil, que não respeita nem mesmo
as vítimas da pandemia, tornando-a motivo de exploração em causa própria de
pessoas ou facções.
Renovando o amor à minha Pátria, relembro os dias cívicos dos desfiles dos colégios, grupos, instituições culturais e desportivas na "Parada da Raça", com o garbo natural dos filhos dessa Mãe Gentil. Depois os desfiles dos corpos militares de todas as armas, da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, deixando aos que ali compareciam com o sentimento renovado de patriotismo.
Lamento que não tenhamos aprendido,
ainda, o amor à terra em que nascemos. Contudo, não tenho receio de ser pichado
de retrógrado ou piegas, ou mesmo reacionário. Prefiro manter firme o meu
sentimento de patriotismo, repetindo os grandes poetas do passado:
HINO À BANDEIRA
Olavo Bilac
Salve lindo pendão da
esperança!
Salve símbolo augusto da
paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos
traz.
NAVIO NEGREIROS - VI
Castro Alves
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança.
OU DEIXAR A PÁTRIA LIVRE, OU MORRER PELO BRASIL
(*) Cabo Reservista do
Exército e escritor