31/08/2016


30/08/2016


ORLANDO GADELHA SIMAS



Valério Mesquita*




Neste 25 de agosto, celebra-se o centenário de nascimento de um importante líder da indústria do Rio Grande do Norte: Orlando Gadelha Simas. Nasceu em 1916, em São José do Campestre. Na infância, já revelava pendores para o comércio, sob a liderança do seu pai Antonio Thiago e ao lado dos seus irmãos, em Nova Cruz e cidades da Paraíba. Veio para Natal em 1931, com 15 anos. E foi no Alecrim que começou suas atividades na feira pois era o bairro mais habitado e comercial da capital. Concluiu os estudos na Escola Técnica de Comércio Ulisses de Góis. A partir daí, com talento para conquistar as pessoas, jocoso e carismático, Orlando planejou e ampliou a sua vocação vitoriosa para o comércio.

Foi casado com dona Maria de Lourdes Araújo Gadelha Simas e dessa união nasceram os filhos Thiago, Naelza, Eduardo, Ana Lourdes, Maria de Lourdes, Washington e Maria Aparecida.

Em 2006, Wagner do Nascimento Rodrigues traçou com êxito o perfil e todas as impressões sobre o inesquecível empreendedor industrial no livro “Doce Semeador, a História de Orlando Gadelha Simas”. Nele foram colhidos apreciáveis depoimentos das figuras mais representativas do estado. Depuseram Dom Nivaldo Monte, Diógenes da Cunha Lima, Luiz G. M. Bezerra, Alcides Araújo, Eider Furtado, Genibaldo Barros, Noilde Ramalho, entre outros, todos realçando o líder nato, o homem espirituoso, leal, inteligente e trabalhador incansável.

Ao me regozijar com a família Gadelha Simas, desejo destacar o lado do bom humor de seu Orlando, a sua bonomia, o jeito agradável e arguto de ser e definir os fatos e as pessoas. Eis algumas histórias:

01) Doutor Heriberto Bezerra, pediatra, conhecido de Orlando do Rotary, era o médico da família. Foi um profissional muito competente, mas famoso por ser rigoroso e cobrar sempre os honorários de seus pacientes. Um dia, ele se encontra com Orlando e pergunta: “Orlando, como vãos seus meninos?”. Ele logo responde: “Não vou responder, porque se não você manda a conta!”.

02) Em certa ocasião, Thiago Gadelha Simas foi com seu pai na Companhia Siderúrgica Nacional, pois precisavam de uma cota maior de folha de flandres para abastecer a Metalgráfica. O fornecedor oferece obstáculos: “O porte de sua empresa é muito pequeno, não temos como aumentar a cota. Compre isso no mercado local, com certeza nós temos distribuidor lá!”. Thiago argumenta, tentando mostrar que a indústria tinha perspectivas de crescer, e que era mais interessante a negociação direta. Então o fornecedor pergunta: “Mas onde fica a fábrica de vocês?”. Orlando responde: “Fica aqui no Brasil mesmo!”.

03) Assim Orlando lembra de um de seus primeiros patrões no comércio: “Pedro Pinto mandava cobrar até de quem já tinha pago”.

04) Certa vez a família Simas estava numa reunião discutindo uma situação financeira bastante difícil na década de 80. Eduardo então comenta: “Papai, Washington está engordando demais, está precisando perder peso!”. Orlando responde: “Meu filho, na situação em que estamos não podemos nem perder peso!”.

05) Noutra ocasião, seu Orlando quis chamar a atenção de um vendedor muito competente, mas completamente desleixado ao vestir-se. Antes de sair para trabalhar ele ordenou: “Passe em casa, troque essa roupa de marchante de porco e vá para o serviço decentemente!”.

06) Orlando vai para a praia com os familiares e resolve tomar banho de mar. Seu genro Cláudio alerta à ele do perigo: “Seu Orlando! Não vá tomar no fundo!”. Ele responde: “Pode deixar que eu não vou fazer como você!”.

Este foi um homem simples, modesto, de veia espirituosa, divertido, com graça e simpatia, mas que soube construir um legado perene, um exemplo de vida e uma história. Tudo nascido de um sonho lá em Campestre quando a rapadura fazia parte da sobrevivência, ele dizia “que o açúcar iria fazer parte de sua vida”. Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo Metropolitano de Natal, assim se expressou: “De Orlando Gadelha Simas guardo sempre a recordação de sua referência como chefe de família, como homem de negócios bem sucedido, como bom cristão e de espírito contagiante e otimista”.
(*) Escritor   

   
Marcelo Alves

 

A biblioteca jurídica

Na semana passada, escrevi aqui sobre a Maughan Library, a belíssima biblioteca do King’s College London – KCL (uma das nove bibliotecas desse “university college”), que está convenientemente localizada na Chancery Lane, afamada rua da “Legal London”. 

Hoje vou tratar da maior e mais importante biblioteca de direito do Reino Unido: a Biblioteca do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados (“Institute of Advanced Legal Studies Library”, é o nome oficial) da Universidade de Londres (http://ials.sas.ac.uk/library/library.asp), que também se acha convenientemente situada, tanto para quem dela faz uso constante (o pesquisador, o estudante ou o “prático” do direito) como para o turista interessado nesse tido de “atração”, no número 17 da Russell Square (Charles Clore House), no charmoso bairro de Bloomsbury, no centro de Londres. 

Mas, antes de tratar da biblioteca propriamente dita, vão duas observações sobre a Universidade de Londres e o seu Instituto de Estudos Jurídicos Avançados. Em primeiro lugar, ao contrário do que muitos pensam, a denominada “University of London”, fundada em 1836, não é uma universidade nos mesmos moldes das que temos no Brasil, mas, sim, uma “federação de universidades”, composta por dezessete “colleges” autogovernados e mais nove institutos de pesquisa especializados, que se “uniram”, para determinados fins, no afã de melhor desempenhar seus misteres. Dentre as “universidades/colleges” que compõem a Universidade de Londres estão, por exemplo, gigantes do ensino acadêmico como o University College London – UCL e o King’s College London – KCL, que são as universidades fundadoras da “University of London”, e a respeitadíssima London School of Economics and Political Science – LSE. Já o Instituto de Estudos Jurídicos Avançados (“Institute of Advanced Legal Studies”), fundado em 1947, é um dos institutos da “School of Advanced Study” da Universidade de Londres (também, por sua vez, uma “federação” de institutos de pesquisa fundada, dentro da Universidade, em 1994), todos vocacionados às ciências humanas, que têm como objetivo promover, nacional e internacionalmente, em apoio a diversas outras instituições (por exemplo, os “colleges” da Universidade de Londres, as demais universidades do Reino Unido e por aí vai), com fundos especialmente designados para tanto, o estudo e a pesquisa (com mestrados e doutorados de reconhecida qualidade) nas suas respectivas áreas de concentração. 

A Biblioteca do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados da Universidade de Londres é – e isso é muito importante – depósito legal para livros jurídicos no Reino Unido. Segundo o seu próprio site informa, ela tem em acervo bem mais de 300 mil volumes autônomos, relacionados aos inúmeros ramos do direito e às ciências afins (transdisciplinarmente), que se juntam a alguns milhares de títulos de revistas e periódicos dos mais diversos tipos. Em muitos ramos do direito, notadamente em direito internacional e em direito comparado, suas coleções são as maiores do Reino Unido, com obras que, nas terras da Rainha, apenas ali são encontradas. Some-se a isso o acesso (com cursos especialmente designados para tanto) que os membros/usuários da Biblioteca do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados têm, gratuitamente, às mais badaladas ferramentas de informática da atualidade, como é o caso do Westlaw e do LexisNexis, que em regra são pagos e bem caros, para consulta do “case law” e da legislação do Reino Unido e de outros países, de revistas jurídicas com artigos e comentários, de notícias do mundo jurídico, entre outras coisitas mais. 

Para dar cabo dessa empresa, o prédio da Biblioteca do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados, de concreto aparente, mais largo do que alto, é enorme. Se não estou enganado, além dos (andares) destinados à administração e às demais funções do Instituto, são pelo menos cinco andares, em forma retangular, cada qual com muitíssimos metros quadrados de área, tomados quase exclusivamente por estantes e mais estantes, com livros e periódicos nas mais diversas línguas, além, claro, do inglês, ao mesmo tempo idioma oficial e língua franca por ali. E tudo é muito amplo, funcional e agradável. Em alguns andares (os que não estão no subsolo, evidentemente), chamam a atenção as janelas de vidro, enormes, que dão uma sensação gostosa de liberdade e, sobretudo, de comunhão com a vida que passa, sem nos dar muita trela, pela cidade. Auditórios, grandes e pequenos, assim como salas de aulas, não faltam por ali. Também há laboratórios com computadores para atividades específicas. As salas de estudo estão espalhadas pelo prédio, assim com há, em meio às estantes dos livros, vários nichos, alguns com computadores, para pesquisa e elaboração imediata dos textos desenvolvidos. Os melhores nichos, claro, são os que ficam bem próximos as janelas, já que iluminados pela luz colorida de Londres. 

Toda essa estrutura, voltada para a pesquisa de alta qualidade, tem servido preferencialmente à comunidade acadêmica, sobretudo a do Reino Unido e dos países de língua inglesa. Mas está aberta também a outros setores da inteligência jurídica, incluindo aqueles que lidam com o dia a dia do direito, como é o caso de juízes, promotores e advogados praticantes. Que tal, caro leitor, tornar-se membro do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados para uma temporada de estudos? Os formulários de aplicação estão disponíveis no sítio do Instituto. É ir lá, preencher e pleitear. 

Mas se, como turista de ocasião em Londres, não for esse o seu objetivo, também vale a pena dar só uma espiadela na “Biblioteca Jurídica” da Russell Square, já que aquela região londrina é interessantíssima. Ora, a Russell Square, em si, é uma praça belíssima. Os principais prédios da Universidade de Londres, como a Senate House e o campus do University College London – UCL, ficam por ali. Há inúmeras livrarias/sebos nas redondezas, como London Review of Books (charmosíssima), a Waterstones da Gower Street (uma gigante servindo aos professores e estudantes da Universidade de Londres) e o Scoob Books (pelo que sei, o maior sebo de Londres). A British Library fica a algumas quadras ao norte; o British Museum, a poucas quadras ao sul. Então, vale ou não vale pena? 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

28/08/2016

NÃO CUSTA NADA FAZER POESIA!

  

E AGORA ?
 
E agora, coleguinha?
Tu que cantou tanta marra
           Dizendo que era o tal                                               
           Fez uso do meu quintal
Deslumbrou-se e foi pra farra
 
Cadê a festa do povo?
Onde está a esperança?
Como ficam as lembranças?
Pra onde foi nosso sonho?
O que dizer pras crianças?
 
Eu quero a minha camisa
A bandeira,
Nossa voz,
Falar de amores possíveis
E desatar esses nós!
 
E vencendo essa tristeza
Que se apossou de nós
Buscar o amor perfeito,
Rosas vermelhas, jasmins
           Plantados dentro do peito!                       
 
                             Francisco Alves C. Sobrinho (Chico Alves)

26/08/2016

Foto da capa

25/08/2016


25 de Agosto – Dia do Soldado


O Dia do Soldado é comemorado, no Brasil, em 25 de agosto porque foi nesse dia que nasceu o patrono do exército brasileiro, Duque de Caxias.


No Brasil, aos 25 dias do mês de agosto, comemora-se o Dia do Soldado. Essa comemoração faz referência à data de nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nascido em 1803. O renomado oficial foi considerado o patrono do Exército Brasileiro e, pela honra desse título, o Dia do Soldado constitui-se como uma homenagem ao seu nascimento.
Luís Alves nasceu em uma fazenda da então Capitania do Rio de Janeiro. Era herdeiro de uma família da aristocracia militar portuguesa. Seu pai serviu ao exército português no Brasil, que, à época do nascimento do futuro duque, em 1803, estava na iminência de um choque contra as forças napoleônicas na Europa, o que resultaria na mudança da família real portuguesa para o Brasil. A vinda da família real para o Brasil, a elevação do país à categoria de Reino Unido e a futura independência, em 1822, transformaram a vida de Luís Alves.
Quando o Brasil tornou-se independente e adotou o modelo imperial de governo, sob a liderança de D. Pedro I, as forças militares também começaram a passar por uma transformação e associaram-se à figura do imperador brasileiro e às novas instituições criadas sob a égide da Constituição Imperial de 1824. Anos mais tarde, sobretudo no Período Regencial, quando, a partir do ano de 1838, começaram a estourar várias revoltas de teor separatista no Brasil, o Duque de Caxias já era um oficial respeitado e conseguiu uma enorme projeção por comandar exitosamente a dissipação de várias dessas revoltas.
Nesse período, especificamente no ano de 1841, Caxias recebeu seu primeiro título nobiliárquico, o de Barão de Caxias, que faz referência à cidade maranhense de Caxias, onde o exército imperial conseguiu uma de suas mais célebres vitórias. Ao longo do Segundo Reinado, Caxias teve a sua posição de nobre elevada para conde, marquês e, por fim, duque.
Além disso, Caxias foi senador do Império pelo Rio Grande do Sul, província para a qual também foi nomeado por Dom Pedro II comandante-em-chefe do Exército em operações. Nas fronteiras do Sul do país, a partir de 1852, Caxias esteve à frente das represálias contra as investidas de Argentina e Uruguai ao Brasil. Ao lado de outros comandantes célebres, como o general Osório, o Duque conseguiu grandes vitórias sobre as tropas do ditador paraguaio Solano Lopez entre os anos de 1866 e 1868, naquela que foi a maior guerra já vista na América do Sul, a Guerra do Paraguai.
Caxias faleceu em 1878 e até hoje sua memória é lembrada não apenas no Dia do Soldado, mas também em vários rituais e cerimônias do Exército Brasileiro, com o uso de uma réplica do seu espadim pelos oficiais formados na Academia Militar das Agulhas Negras.


*Créditos da imagem: Shutterstock e Georgios Kollidas


FONTE: Brasil ESCOLA

Aluísio Azevedo Júnior convidou você para o evento de Quinta literária

Quinta Literária sobre o Folclore Brasileiro
Quinta, 25 de agosto às 19:00
Livraria Nobel Salgado Filho em Natal (Rio Grande do Norte)
Agosto é o mês em que se comemora o Folclore, e suas manifestações. A Quinta Literária aproveita para tratar do assunto com Daliana Cascudo e Gutenberg Costa.