15/09/2013


Eu, personagem.


Clotilde Tavares
Rosenda von Kraken, em 1993.
Rosenda von Kraken, em 1993.
Eu sou atriz. Em cima do palco já fui muita gente. Fui, por exemplo, Estragon. Fui Rosenda von Kraken, Carlota, Antonieta, Sílvia. Fui Gipsy, personagem que inventei e que saiu do palco do teatro para a rua e para os livros. Fui também um cara super-divertido, o Coronel Olegário, Corno e Latifundiário, que atirava de revólver e cantava rock and roll. Fui mais um monte de gente que nem me lembro mais. Mas a experiência de ser um personagem eu mesma, interpretada por outra pessoa, é novidade para mim.
Gipsy, no ar de 1996 até hoje.
Gipsy, no ar de 1996 até hoje.
Pois as professoras da Escola Ulisses de Góis, em Natal-RN, no desfile comemorativo da Semana da Pátria no dia 5 de setembro último, organizaram um “pelotão” representando autores do Rio Grande do Norte, com os alunos caracterizados como o escritor.
E eu estava lá, representada pela linda Rebeca, aluna da escola, que encarnou com graça e simpatia (e uma beleza que não tenho nem nunca tive) a minha desataviada pessoa.
Uma experiência a mais, numa fase da vida em que é difícil acontecer uma novidade.
Eu adorei.
A aluna Sayonara, de preto, cinto dourado e mão na cintura, encarnando esta escriba que vos tecla.
A aluna Rebeca, de preto, cinto dourado e mão na cintura, encarnando esta escriba que vos tecla.
O original!

14/09/2013


CASA DA MEMÓRIA (*)

Por GUSTAVO SOBRAL

   Seu estilo é neocolonial, erguido em 1906, Cidade Alta, Natal/RN, bem vizinho à igreja matriz. Suas janelas desaguam na calçada, que a estrutura elevada da rua ditancia do res do chão. Passa pela casa o vento e a luz que as suas janelas abertas confiam, marca do transitório no perene registro da história que a casa guarda em objetos e livros. Coisa que a gente antiga classificaria cacareco, que a nova implicaria velharia, e que a história marcou como registro do tempo. Numa escrivaninha o primeiro telefone da cidade que não mais liga. Nas paredes do salão retrato de toda gente que fez a história do Rio Grande do Norte e daquela casa estão lá assinalados, Cascudo e toda sucessão de personalidades potiguares. A casa da memória é o depósito do tempo. Casa museu e casa biblioteca, serve aos estudantes para pesquisa, e serve ao turista como reunião de preciosidades.
  O pelourinho da cidade onde açoitavam escravos, a Coluna Capitolina presente do governo italiano, tudo que foi memória tudo que faz história alí está.  Reza que não era lenda Cascudo descer a Junqueira Aires a caminho de casa levando documentos para compor capítulos e mais capítulos com tudo que escreveu; reza que não é lenda que ali se reuniam e se reúnem intelectuais para narrar a história em discursos, palestras, encontros, ou no silêncio do arquivo histórico na pesquisa a documentos da colônia, do império do tempo do não mais para assim contar, dizer e escrever a história da cidade e a história do Rio Grande do Norte. Ao Instituto, a memória do Rio Grande do Norte é tributária. Tudo conta, nada perece. Jornais antigos, fotografias, relíquias, documentos raros. A primeira pia batismal da cidade ali se vê calada na sala, os paramentos do primeiro bispo. A memória está ali guardada.
_________
(*) A casa: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, depósito do tempo.


13/09/2013

O SENHOR BOM JESUS DOS PASSOS





GILENO GUANABARA                                          

A “Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos”, sociedade que congrega os católicos ainda atuante, foi fundada em 31 de dezembro de 1825, com a assinatura do “Compromisso” pelas “Dignidades”. Funcionou inicialmente no Consistório da Catedral da Praça André de Albuquerque. Em dezembro do ano de 1920, o irmão provedor “por sorte” e depois eleito Provedor, Theodorico Guilherme Coelho Caldas, foi autorizado a formular o projeto de um “Compromisso”, substitutivo ao de 1825, o qual foi aprovado em janeiro de 1921, vigindo até hoje.
A Irmandade, no ano de 1918, contava com 61 associados. No ano de 1925, passara para 362 irmãos, sendo 94 mulheres. A joia que, no ato de admissão, era de 10$000 (dez mil reis), passou para 60$000 (sessenta mil reis) e anuidade de 5$000 (cinco mil reis) para 10$000 (dez mil reis).
De acordo com o novo “Compromisso”, em votação secreta, deu-se a eleição anual das “Dignidades” com mandato de 1 de janeiro a dezembro de 1925, para os cargos de Provedor (Theodorico Guilherme C. Caldas); Secretário (Áureo Paiva); Orador (Dr. José Ferreira de Souza); Tesoureiro (Odorico Pelinca de Oliveira); Adjunto de Secretário (Paulo Pinheiro de Viveiros); e Vice-Orador (Alberto Roselli). Eleitos também foram os ”Juízes”, encabeçados pelo 1 Juiz, Monsenhor Alfredo Pegado de Castro Cortez. “Por sorte” foram escolhidos os “Escrivães” (Alberto Galvão Bezerra da Trindade, Pedro Freire, Pe. Paulo Herôncio de Mello e outros) e os “Irmãos de Mesa” (Manoel Fasanaro, Sandoval Wanderley, Aureliano Clementino de Medeiros, Luiz Correia Soares de Araújo, dentre  outros), segundo a Certidão firmada pelo Cônego Osvaldo da Silva Brasileiro.
Por proposta dos provedores Theodorico Guilherme e José Hemetério Raposo de Melo, em dezembro de 1923, foi aprovada em Assembleia Geral a “Previdente”, sociedade de seguro, para auxílio das famílias dos sócios da irmandade, tendo em vista, em caso de óbito, as despesas de funeral. O primeiro óbito pago pela “Previdente” foi o de D. Carmen dos Reis. Ao tempo da comemoração do 1 Centenário da Irmandade, no ano de 1925, a “Previdente” havia pago cerca de 7.050$000 (sete mil e cinquenta reis) de pecúlios, relativo a 11 óbitos.
A Irmandade custeou a construção do altar principal da Catedral, iniciada em 21 de julho de 1921. A direção dos trabalhos coube ao artista Francisco Firmino. A despesa com a edificação orçou em 3.026$250, conforme balancete publicado no jornal “A República”. A festa de benção da Capela, onde é venerada a imagem do Senhor Bom Jesus, teve missa cantada pelo monsenhor Alfredo Pegado, às 9,00 horas do dia 13 de novembro daquele ano, sermão do Reverendo Bispo Diocesano, D. Antônio dos Santos Cabral e, por fim, a distribuição de efígie do Santo Patrono.
Para a comemoração do 1 Centenário de fundação da Irmandade foi divulgada a programação festiva, levada a efeito do dia 1 ao dia 8 de novembro de 1925. Constava da programação, no primeiro dia, a doação à Igreja da “Benedictio Loci”, seguida da trasladação do Santíssimo Sacramento do Convento do Santo Antônio dos Militares para a Catedral. Missa pontifical do Revmo. Mon. Alfredo Pegado. À tardinha, discurso do Prefeito, José Ferreira de Souza, em frente da Catedral e entoação do hino ao Senhor dos Passos, com letra da poetisa Carolina Wanderley e música do prof. Eduardo Medeiros. À noite, encerramento do dia, cinema campal e kermesse na Praça André de Albuquerque. Nos dias seguintes, missa na capela dos Passos, no Cemitério do Alecrim, pelo Pe. José de Calazans Pinheiro. À tarde, romaria dos irmãos ao cemitério do Alecrim, com visita às catacumbas, e cerimônia do “Memento”. Nos dias seguintes de comemoração, benção das imagens de Nossa Senhora, seguindo-se os atos religiosos até o encerramento, com a Procissão do Santíssimo Sacramento, pelas ruas do centro da cidade.
Naquela comemoração centenária, a Irmandade levou a termo a restauração dos altares das capelas do Santíssimo e a do Senhor Bom Jesus dos Passos, bem como a iluminação interior da Catedral. Foram adquiridos na Alemanha, para efeito das solenidades litúrgicas candelabros, arandelas, anjos decorativos e alfaias. Da reforma constou ainda a aquisição das imagens de Santa Teresinha, do Menino Jesus, de São Francisco das Chagas, de Nosso Senhor no Horto, Ecce Homo e Mater Dolorosa. A restauração serviu ainda para a recuperação da antiga Gruta de Lourdes, à entrada da Catedral, a fim de abrigar a imagem da santa, com um metro e meio de altura.
 A irmandade está localizada na esquina da Praça Pe. João Maria, desde o ano de 1930, onde residiu o Cel. Joaquim Guilherme. A Irmandade mantém suas tradições litúrgicas, através da Congregação Mariana, e paga os benefícios pecuniários de seus associados até o dia de hoje.

12/09/2013

Uma noite na Praça Augusto Severo



Elísio Augusto de Medeiros e Silva

Empresário, escritor e membro da AEILIJ
elisio@mercomix.com.br


Ao lado da Praça Augusto Severo, arborizada e deserta àquela hora da noite, o relógio da estação de passageiros Great Western está em sua atividade constante. Na parede frontal do prédio, os ponteiros do relógio correm, marcando os minutos, e as horas avançam na noite.
O silêncio favorece a propagação de qualquer som, mesmo distante. Na tranquilidade da cidade adormecida, três badaladas atravessam a praça, em direção ao Teatro Carlos Gomes.
Naquelas horas noturnas, as lâmpadas sozinhas iluminavam as ruas com sua claridade tênue. As moitas das vegetações baixas produzem sombras que, às vezes, assustam os notívagos.
O relógio da estação é o vigilante do tempo, na sua tarefa solitária e constante, enquanto a maioria dos homens dormem, esperando por mais um dia em que o sol os despertará.
No centro da praça, a estátua de bronze de Augusto Severo. No lado oriental, o Teatro Carlos Gomes, o Grupo Escolar Augusto Severo e a Escola Doméstica de Natal.
Atrás dos trilhos luzidios, o Rio Potengi, que parece não ter pressa em sua jornada de encontro ao mar. As estrelas vagam no céu, enquanto o vento proveniente da Redinha se atreve a chegar até a praça e ruas próximas. No ar, o perfume da noite na Cidade Baixa é inebriante.
O silêncio é total – nenhum barulho de máquina ou de voz humana. Apenas o latido ocasional de um cão vadio quebra aquele silêncio. Vez por outra, os apitos estridentes dos guardas-noturnos se fazem ouvir.
Nem sinal do “Lobisomem” ou do “Batatão” que, segundo a tradição oral, corriam pela Ladeira da Cruz, assustando as pessoas nas quintas-feiras. De vez em quando, uma lufada mais forte de vento traz até Rodolfo o cheiro do mangue, ali próximo, depois da Rua Chile.
Em meio às árvores altas, o coreto permanece em silêncio, talvez, recordando a última retreta ali realizada pela Orquestra Militar. Os morcegos que fizeram das árvores a sua morada diurna começam a retornar.
De repente, uma algazarra chama atenção de Rodolfo. É um grupo de marinheiros barulhentos, que quebram o silêncio da praça, com seus gritos e prosas em voz alta. Provavelmente, dirigem-se ao Porto, no final da Rua Chile, onde um navio argentino se prepara para partir.
A lua, no alto, clareia as águas do rio que se tornam pratas. Rodolfo apressa-se, logo mais os vendedores ambulantes, leiteiros, entregadores de pão, jornaleiros, estarão nas ruas do centro comercial e portuário apregoando seus produtos. Então, senta-se no Tabuleiro da Baiana e pede uma cerveja “Teutonia” gelada, antes de voltar ao Grande Hotel. Tabuleiro da Baiana homônimo do ponto circular de bondes, que existiu no encontro da Rua Senador Dantas com o Largo da Carioca, no Rio de Janeiro.
Na época, a Praça Augusto Severo era o elo que ligava fisicamente os dois mais antigos bairros da Cidade, separados por uma “campina alagada”.



11/09/2013

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES: UMA INSTITUIÇÃO.

Odúlio Botelho Medeiros, OAB/RN, ALEJURN, IHGRN, ASPERN.

                           Meus amigos, e de Carlos Gomes, que neste dia 10 de setembro de 2013 está a completar 74 anos de idade, terei o prazer de relembrar uma homenagem que lhe foi prestada anteriormente.
                            “Mais uma vez Deus me contempla e premia por ter sido designado pelo Professor Joanilson de Paula Rêgo, Presidente da OAB/RN para saudar, neste dia 10 de agosto de 2005, no âmbito da programação comemorativa à Semana do Advogado, uma das figuras mais significativas deste Estado, o Dr. Carlos Roberto de Miranda Gomes.
                           Carlos é uma personalidade múltipla, consegue ser com muito gabarito, ao mesmo tempo, jurista de nomeada, professor universitário, advogado, pesquisador, historiador, escritor, conferencista e bom orador.
                           Homem público que, para minha glória e honra pessoal, é meu dileto e querido amigo desde os idos de 1950. Crescemos no após-guerra, advindos de uma geração sofrida, mas, sobretudo, dinâmica e esperançosa. Nesse quadro, nasceu Carlos Gomes em 1939, filho do Desembargador José Gomes da Costa e D. Lígia de Miranda Gomes, ambos de tradicionais famílias desta terra.
                           Com o passar do tempo, o homenageado tornou-se um menino-cantor de voz belíssima, clara, entoada como o cantar dos passarinhos. E fez escola: eu, que era apenas seu fã de carteirinha, passei a ser seu concorrente (no bom sentido) na difícil arte de cantar. Cantamos juntos com Edmilson Avelino, José Filho, Salete Dias, Maria Cerize (possivelmente a primeira namorada) Selma Rayol, Agnaldo e tantos outros, pois que a memória, às vezes, falha.
                           Lembro-me, também, Carlos, que o Dr. João Juvanklim nessa época, com os seus irmãos, demonstrava o grande músico que seria no futuro, a tocar bandolim, cavaquinho e violão. Estas reminiscências fazem-me visualizar tantos outros que já se foram, como Luiz Cordeiro, Genar Wanderley, Duca Nunes, Ferreira Filho, Chiquinha da Sanfona, Zico Borborema, Gil Barbosa, Jaime Queiroz, Gilberto Wanderley, para não citar todos. Parafraseando o cantor e compositor Roberto Carlos: “velhos tempos, belos dias”.
                           Entretanto, minhas senhoras, meus senhores, advogados, magistrados, promotores de justiça, professores, pessoas convidadas e familiares do Dr. Carlos Gomes, não estou aqui para falar coisas de antanho e, sim, para falar da carreira múltipla deste valioso colega que vem trilhando pelos caminhos da verdade, da decência, da honradez, da ética e do amor à profissão de advogado. Se Carlos Gomes é brilhante professor de Direito Tributário de nossa Universidade Federal, com diversos livros publicados sobre tão difícil ramo do Direito, foi como advogado que estabeleceu sua marca, sua patente. Dá exemplo de cultura e de conhecimentos aos novos e aos mais velhos advogados, mercê do domínio que tem das coisas da advocacia, como também por manejar o Direito com fórmulas simples e objetivas, sem alardes, sem culto à personalidade e sem soberba.
                           Não é à toa que em PROVÉRBIOS – 3:13, está consignado: “Feliz o homem que acha sabedoria e o homem que adquire conhecimento”. Parece, até, que este provérbio foi destinado ao advogado de 66 anos, que está na plenitude de sua eficiência, porque não lhes faltam os dotes do conhecimento e da sabedoria. Sabedoria no trato da profissão, com a coisa pública, com a família, ele que é exemplo de filho, marido, pai e avô.
                           Sou testemunha ocular da trajetória de uma vida útil à sociedade e ao seu tempo. Por ser parte integrante de um discurso, mesmo que dentro da informalidade deste, é bom discorrer um pouco sobre a produção do homenageado: Carlos Gomes foi menino cantor da Rádio Poti de Natal na década de 50; soldado e cabo do Exército Brasileiro, sendo lá condecorado com a Medalha de Bronze, por ter sido o Praça mais distinto entre os conscritos e incorporados ao 16º RI, em 1959; recebeu a Medalha do Mérito Universitário, como o Melhor Concluinte de 1968, do Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da UFRN; advogado militante; auxiliar de enfermeiro do Desembargador José Gomes da Costa, seu pai; auditor do Tribunal de Contas do Estado por concurso público de provas e títulos, tendo obtido o 1º lugar; diretor de diversos cursos de Direito em Natal; professor universitário; presidente e auxiliar de serviços gerais da OAB/RN; Controlador Geral do Estado; Diretor da Escola do Tribunal de Contas do Estado, além de pesquisador emérito e historiador.
                           Atualmente debruça-se numa pesquisa de fôlego, que se transformará na “História da OAB/RN”, que está em fase de conclusão, quase no prelo, portanto. Sim, meus amigos: ia esquecendo. Carlos também é metido à prendas domésticas e sabe construir boas casas. Talvez esse detalhe não seja lá tão difícil, pois quem soube construir a família que tem, soube trilhar niveladamente pelos caminhos da vida, soube construir as amizades e a liderança que tem, o fazer casas passou a ser uma diversão trabalhosa e ao mesmo tempo – agradável.
                           Meus senhores, minhas senhoras, é dentro deste contexto que enxergo Carlos Gomes. Como sou parte integrante de uma sociedade politicamente organizada, acredito que todas as pessoas aqui presentes pensam da mesma forma, pois que:

‘os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?’ - Provérbios -  20:24.

                           Tenho me inspirado sempre, em momentos como estes, no magistral Ortega e Gasset, que prelecionou:

‘os indivíduos, à semelhança das gerações têm destino preestabelecido, do qual se não podem afastar, sob pena de censura da sociedade’

                           Com toda certeza, Carlos não se afastou do seu destino. Ao contrário: é força atuante e ativa no perpassar da sua vida; no conviver com o tempo presente, com a sua geração e com as futuras.
                           Rui Barbosa, ensina: “Três amores deixou Deus aos homens – o amor da pátria, o amor da liberdade e o amor da verdade” e explicava que dos três o maior deles é o amor da verdade. Porque, os outros dois – o amor da pátria e o da liberdade, são da terra e do tempo, passam. Mas, o amor da verdade, pertence ao céu, e vai à eternidade.”
                           Destarte, sabemos todos nós que Carlos Roberto de Miranda Gomes respeita esses três amores de que fala o “Águia de Háia” e, de tanto praticar a verdade, o seu nome permanecerá reconhecido.
                           Sobre Carlos Gomes já se manifestaram João Medeiros Filho, no seu livro Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte – fls. 111/2 e, mais recentemente, o Prof. Jurandyr Navarro em trabalho que será lançado brevemente em Natal “Rio Grande do Norte – Conferencistas”, além de tantos outros autores contemporâneos.
                           Jamais se torna enfadonho encerrar um discurso relembrando o saudoso tribuno potiguar Dr. Djalma Marinho, cujo pensamento se encaixa como uma luva a esta homenagem:
‘Vim testemunhar, nesta solenidade a vitória da minha geração. Ela não se frustrou como num barco que, singrando para uma grande viagem, desistisse à primeira tormenta e voltasse sem glória e sem rumo (...)’
                          
                                   Digo eu, vim testemunhar, na presença deste seleto e culto auditório, que Carlos Gomes é a vitória da classe dos advogados inscritos na Seccional do Rio Grande do Norte. Deus o proteja.”

                                   Amigo Carlos Gomes, complemento tudo o que foi dito acima, nesta oportunidade, para ratificar o que todos os seus amigos sentem de sua marcante personalidade. Basta que você olhe para cada uma das pessoas aqui presentes, para que possa sentir o brilho da felicidade que resplandece do olhar de cada um. O povo na sua sacrossanta sabedoria nos ensina: “o coração alegre, embeleza o rosto (...)” E vamos sair desta festa mais bonitos e mais alegres, porque os nossos olhos estão mais cintilantes. Como falo em nome dos seus amigos, ouso invocar a grande Cecília Meireles, com a seguinte manifestação:


         ‘Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam; mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre. “
Equipe da Secretário de Estado da Tributação do Rio Grande do Norte, sob o comando do Secretário José Airton da Silva, visita o IHGRN

EM 09-09-2013, REALIZADA REUNIÃO DA DIRETORIA DO IHG/RN, COM A PRESENÇA DOS RESPECTIVOS SÓCIOS E DO DR. JOSÉ AIRTON E SUA EQUIPE, SECRETÁRIO DE TRIBUTAÇÃO DO RN, OCASIÃO EM QUE O IHG/RN, CADASTROU-DE NO PROGRAMA CIDADÃO NOTA DEZ.
TAMBÉM CELEBRADO E PUBLICADO ENTRE A PREFEITURA DE NATAL E O IHG/RN A DESTINAÇÃO DE UMA VERBA ANUAL, PARA AS NECESSIDADES PRIORITÁRIAS DO INSTITUTO. 

 Anexo fotos visita da SET:








Escritores potiguares participam de Encontro de Poetas na Espanha


Universidade de Salamanca sediará 16ª edição do eventoUniversidade de Salamanca sediará 16ª edição do evento
A literatura potiguar ultrapassa as fronteiras do Brasil e ganha o mundo. Nos próximos dias 2 e 3 de outubro, os escritores Paulo de Tarso Correia e Rizolete Fernandes estarão representando o Rio Grande do Norte no XVI Encontro de Poetas Iberoamericanos, evento realizado na Espanha e coordenado pelo professor da Universidade de Salamanca, Alfredo Perez Alencart.
Nessa edição, o Encontro reunirá 50 poetas de 12 países, entre eles México, Portugal, Chile, Colômbia, Nicarágua e Honduras. Além de Paulo de Tarso e Rizolete Fernandes, representam o Brasil no evento os escritores Cyro de Mattos, da Bahia, e Álvaro Alves de Faria, São Paulo.
“Esse é o terceiro ano que participo do Encontro, que é sempre muito agradável e oportuno para manter contato com novas ideais, autores. É uma experiência incrível, em que você faz amizades e expõe o seu trabalho para autores de diversos países”, afirma Paulo de Tarso Correia.
Em sua 16ª edição, o Encontro destaca um dos maiores nomes da poesia espanhola Fray Luis de León, que será homenageado em antologia publicada durante o evento, com poemas escritos por autores convidados, entre eles Paulo de Tarso e Rizolete Fernandes. “Minha poesia intitula-se ‘Posteridade’. A antologia será publicada em 50 línguas. Essa é uma oportunidade ímpar para a cultura do nosso Estado, que ultrapassa as fronteiras”, diz Rizolete Fernandes, escritora natural de Caraúbas.
Além de poemas desenvolvidos em homenagem a Fray Luis de León, os autores potiguares também lançarão obras na Espanha. Paulo de Tarso apresenta seu mais recente título, “Diário de Natal”, conjunto de poemas escritos a partir do periódico que lhe dá o nome, recordando pessoas, visitantes, personalidades, artistas e lugares perdidos, como: cinema, restaurante, bares, entre outros.
Já Rizolete Fernandes lança, em formato bilíngue (português e espanhol) “Vento da Tarde”, o quinto livro de sua carreira literária, iniciada, como a própria costuma afirmar, tardiamente. “Meu primeiro livro, que retrata a história do movimento feminista no RN, foi lançado em 2004. Gosto de escrever sobre a natureza, também sobre a dor e o sofrimento do ser humano, sem pressa. ‘Vento da Tarde’ foi adiantado justamente para ser lançado também em Salamanca. Com esse intercâmbio a nossa obra passa a ser conhecida por outros nomes da poesia, isso é muito gratificante”, relata.
A presença dos poetas potiguares no XVI Encontro de Poetas Iberoamericanos foi intermediado pela editora mossoroense Sarau das Letras, ao qual Paulo de Tarso e Rizolete confiam seus trabalhos. "O convite para participar do evento surgiu a partir da Sarau das Letras, que estabeleceu esse contato com a Espanha, e apresentou meus textos ao organizador do Encontro", lembra Paulo de Tarso, tendo seu pensamento complementado por Rizolete Fernandes. "Através da Sarau das Letras surgiu essa oportunidade, sendo que foi o próprio Alfredo Perez, de Salamanca, que traduziu meu livro".
Para David de Medeiros Leite, diretor da Sarau das Letras, a troca de experiências proporcionada com o Encontro é enriquecedora. "Já participei, como espectador, do evento em Salamanca, e posso afirmar o quão importante ele é para a nossa formação enquanto escritor. Para a Sarau das Letras é um orgulho poder fazer parte desse processo", diz.
David explica que durante a programação do Encontro, cada autor convidado recitará seus poemas em português, traduzidos na sequência por um escritor espanhol. "Haverá ainda apresentação do autor, destacando a sua trajetória literária", conclui.