04/05/2013

AJUDA E NÃO ESMOLA
Carlos Roberto de Miranda Gomes

Estimados Confrades e Confreiras, POPULAÇÃO POTIGUAR,
    
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, como todos sabem, é uma Instituição com 111 anos de glórias e serviços prestados à sociedade potiguar, na condição de pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos.
É possuidor de um acervo invejável, com mais de 50 mil títulos e muitas relíquias históricas e documentos seculares a servir aos pesquisadores e estudantes do nosso Estado.
Nós da Diretoria assumimos o desafio patriótico de salvar esse patrimônio histórico, numa Cruzada de abnegados colaboradores, quase todos na categoria de anciãos como exemplificam a pessoa deste Presidente da Instituição e dos Professores aposentados Eider Furtado de Mendonça e Menezes, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Edgard Ramalho Dantas, Paulo Pereira dos Santos, Odúlio Botelho Medeiros e Tomislav Femenick e outros um pouco mais jovens como Ormuz Barbalho Simonetti, Eduardo Gosson, Lúcia Helena e George Veras, numa reprodução do que ocorria no tempo do Império Romano, com os velhos senadores, e sem perceberem qualquer retribuição financeira.
     Mesmo assim, nos dispomos a dar expediente diário na sede desgastada e sem conforto do IHGRN, arcando muitas vezes com despesas necessárias ao seu funcionamento, na certeza de que encontraremos, nesse caminhar de três anos, os “cirineus” que aliviarão o peso da cruz na difícil jornada.
Os problemas são tantos e tão graves, que não permitem um escalonamento de prioridades, porquanto temos que atacar vários eixos concomitantemente, entre a recuperação física do prédio, busca de mais espaço, conservação do rico acervo, climatização indispensável para os livros e documentos que carecem desse cuidado especial, segurança do patrimônio, estruturação administrativa e contábil e regularização de funcionários com atraso de pagamento de salários para o que só contamos com boa vontade, haja vista o quadro diminuto de sócios que concorrem com uma anuidade de apenas R$ 120,00 e com uma inadimplência de cerca de 50%.
Temos procurado as entidades públicas e delas recebemos alento para a celebração de convênios de cooperação, como podemos enumerar o Governo do Estado, através da Fundação José Augusto e o Corpo de Bombeiros, a UFRN, o CREA, o IPHAN, a CAERN, a FIERN, a FECOMÉRCIO, o SEBRAE, a Prefeitura do Natal e outros como também algumas empresas privadas, das quais não tivemos a receptividade esperada.
Algumas organizações privadas confundem o pedido de ajuda com “esmola” e, quando não nos atendem, ofertam ajuda ínfima ou equipamentos em desuso,o que nos choca.
Nossa missão é conscientizar todos, entidades e população, de que o IHGRN é um patrimônio do povo e deve ser preservado para que não ampliemos o grande número de frustrações que colocam o Rio Grande do Norte numa posição de lanterna da educação, da cultura, da segurança e da saúde, o que incomoda e envergonha a todos.
Precisamos de apoio para garantir a conservação do nosso rico acervo. Temos que climatizar o Instituto para não perder o que já conquistamos. Para isso precisamos de aparelhos e reparos na rede elétrica, além de receitas permanentes que garantam o funcionamento da Casa da Memória.
Ainda temos obrigações para com os funcionários e com os usuários, pois não conseguimos computadores para garantir pesquisas sem contato direto com os documentos e livros, pois isso aumenta o desgaste.
S.O.S.IHGRN.
ESTAMOS ESPERANDO POR VOCÊS.

 


Francisco Xavier de Sousa, lá do Sertão Central Cabugi (I)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
 
No universo genealógico, alguns nomes se repetem com muita frequência. Entre as mulheres aparecem, entre outras, as Terezas de Jesus e as muitas Marias: da Natividade, do Espírito Santo, da Conceição, do Perpétuo Socorro, além de Delfina Maria da Conceição. Entre os homens temos João Batista, André Corsino, André Avelino, Felipe Santiago e Francisco Xavier.

Em artigos anteriores, vimos que Manoel Varella Barca Jr. casou com Thereza de Jesus Duarte, filha de Francisco Xavier de Sousa Jr, e neta de outro de mesmo nome. Este último era natural da Vila de Cachoeira, na Bahia. Lá, em Gaspar Lopes, Angicos, Afonso Bezerra e Santana do Matos, encontramos muitos registros de descendentes de um Francisco Xavier de Sousa, que não identificamos sua naturalidade, principalmente, por omissão da Igreja, embora haja vários registros onde ele está presente. Em 1859 ele aparece como tenente-coronel, em um desses registros. Desconfio que Josefa Francisca da Costa, esposa de Francisco Xavier de Sousa, seja neta do patriarca João Barbosa da Costa. Veremos que os descendentes de Francisco e Josefa se entrelaçam com muitos dos meus familiares.

Manoel Américo de Carvalho Pita, quando escreveu o livro “Monsenhor José Edson Monteiro – Do pé da serra aos pés da santa”, deu as seguintes informações: José Edson Monteiro nasceu a 28 de Setembro de 1927, na então Vila de São Romão, hoje cidade de Fernando Pedroza, no sertão central do Rio Grande do Norte. Filho do Sr. Zacharias Monteiro e D. Maria da Conceição Monteiro. São seus avós paternos Francisco Monteiro de Sousa, conhecido por Bembem, e D. Ana Amélia Cruz Monteiro, e avós maternos Vicente Verdeixa de Sousa e D. Francisca Verdeixa de Sousa, trabalhadores na agricultura, na fazenda São José, de Miguel Pinheiro, no Município de Angicos. São seus irmãos Vicente Monteiro e Maria Monteiro.

Vamos escrever sobre os descendentes do tenente-coronel Francisco Xavier de Sousa, a partir de Vicente, avô de Monsenhor Monteiro.  Vicente, filho de Francisco Xavier de Sousa e Josefa Francisca da Costa, nasceu aos 17 de junho de 1832, e foi batizado aos 30 de novembro do mesmo ano, e teve como padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra. Estes padrinhos casaram dois anos depois, aos 13 de agosto, na fazenda Carapebas, dispensados do impedimento de segundo grau duplicado de sanguinidade e, atingente ao primeiro, sendo ele filho de Antonio Barbosa da Costa e Claudiana Francisca Bezerra. Não aparecem os pais de Vicência.

O batizado que se assinava, posteriormente, como Vicente Verdeixa Xavier de Souza, casou pelo menos três vezes.

O primeiro casamento de Vicente Verdeixa foi, no Curral dos Padres, em 12 de novembro de 1856, com Elísia Francisca Solino Bezerra, filha dos seus padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra, tendo como testemunhas José Pedro da Silveira e Antonio Valério da Costa Bezerra. Elisia faleceu em 1871 com 34 anos de idade, pouco mais ou menos.
Viúvo de Elísia, Vicente casou, na Fazenda Santa Luzia, em 13 de novembro de 1872, com Rosa Maria da Trindade, filha de João Miguel da Trindade e Maria Rosa da Conceição, na presença de Francisco Xavier de Jesus Maria e de José Bezerra Xavier da Costa. Rosa Maria da Trindade era irmã do meu bisavô, tenente João Felippe da Trindade. Francisco Xavier de Jesus Maria era irmão de Vicente. Rosa Maria faleceu em 1877, com 47 anos de idade.

Novamente viúvo, Vicente casa, em 7 de janeiro de 1883, na Matriz de São José de Angicos, com Francisca Maria Xavier da Costa, filha de José Pedro Xavier da Costa e Maria Ritta de Azevedo, sendo testemunhas João Felippe da Trindade e Manoel Carlos Xavier da Costa. José Pedro, pai de Francisca, era filho de Pedro Francisco da Costa e Joaquina Maria de Santana, esta última irmã de meus trisavós, Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Miguel Francisco da Costa Machado. Ele casou a primeira vez com Anna Xavier de Azevedo. Viúvo de Anna, José Pedro casa em 1860 com Maria Rita de Azevedo, que vem a ser a mãe de Francisca, terceira esposa de Vicente Verdeixa. Maria Rita era filha de José Honório Lopes de Azevedo e Francisca Maria Duarte. Talvez essa segunda esposa de José Pedro fosse irmã da primeira.

Vicente Verdeixa, embora tenha casado três vezes, teve poucos filhos. Somente encontrei, até agora, uma filha de nome Maria, já do terceiro casamento. Ela nasceu aos 25 de março de 1889, e foi batizada aos 12 de maio do mesmo ano, tendo como padrinhos o Barão e a Baronesa de Serra Branca. Talvez essa Maria seja, justamente, a mãe do Monsenhor Monteiro.

No próximo artigo escreveremos sobre outros filhos de Francisco Xavier de Sousa.





 

28/04/2013




"Madame Colette", romance de Caio Fernandes de Oliveira
(Orelha de Eduardo Gosson)

Médico por profissão (dermatologista), Professor Aposentado da UFRN, CAIO FERNANDES DE OLIVEIRA é oriundo de uma linhagem nobre: sobrinho do poeta Jorge Fernandes, introdutor do Modernismo em terras potiguares.
CAIO FERNANDES DE OLIVEIRA fez sua estréia literária com Amnésia Estratégica, em1983, Edições Clima, sendo bem recebido pelos leitores e pela crítica especializada. Com mais de 7 livros publicados na área da ficção e um na pesquisa histórica o IHGRN- História e Acervo (2005) em parceria com a confreira Arisnete Câmara, o que sobressai na sua escrita é a sua filiação aos clássicos da Literatura. As suas estórias tem começo, meio e fim e são bem escritas. Moderação no uso dos adjetivos. Essas breves considerações são para dizer que CAIO FERNANDES DE OLIVEIRA é um Escritor de verdade que, agora, resolve nos brindar com um novo romance - Madame Colette -, ambientado na Ribeira, no período da Segunda Guerra Mundial . Sou testemunha de o seu fazer literário: detalhista, é capaz de escrever e reescrever quantas vezes for necessário para melhor traduzir uma ideia, um sentimento . Um bom Autor nos prende logo quando solta o verbo: A seca que castigava o sertão era implacável e distribuía miséria por todo lado. Com o pasto tórrido e os açudes secos, o rebanho fora quase todo dizimado e as crianças estavam esqueléticas e apáticas.. Foi nessa leva de deserdados, vítimas do rigor climático e do latifúndio, que veio Imaculada, que mais tarde se transformaria em Madame Colette, personagem central deste romance..
Veja como o Autor descreve Natal dos anos 40: A cidade era pequena e bem urbanizada, com largas avenidas cortando o seu traçado longitudinal e pequenas ruas no sentido transversal. As construções eram planas, com pouca verticalização e muita arborização nas ruas e nas residências. O clima era agradável e ameno, com uma brisa fresca e permanente vinda do Atlântico que ultrapassava as dunas e ocupava todo o seu espaço.”
É neste cenário bucólico, transformado pela Segunda Guerra, com a presença de tropas americanas, que se desenvolve a trama deste romance. Da jovem ingênua que veio fugindo da seca não restava mais nada; agora, Imaculada se transformara em Madame Colette: “ observou-os enquanto se dirigiam para o quarto. Pensou nela quando jovem e nas perspectivas que poderia ter tido na vida se alguém tivesse lhe orientado nos momentos difíceis e imaturos da adolescência. A guerra e a presença de tropas americanas na pequena cidade modificaram completamente os hábitos e os costumes provincianos, inoculando a semente inicial da degradação do tecido social motivada pela identificação psíquico-patológica e não social e familiar, como tinha sido até então. A velha cafetina sentia as mudanças promovidas pela ocupação militar e lucrava com isso. Pretendia acumular dinheiro e bens para ter uma velhice tranqüila, longe da tensão e do desgaste da vida mundana.” Madame Colette sabe tudo sobre os habitantes e personagens desta cidade.Para ser cafetina é preciso ter os nervos de aço e vender a alma ao Diabo. A sua prosa não cansa e nos prende até o fim.
De parabéns o Dr. Caio ao trazer mais uma obra ficcional para os leitores, volume 5, da Coleção Bartolomeu Correia de Melo (prosa), selo editorial Nave da Palavra da União Brasileira de Escritores.Eis aqui um grande Escritor.
Eduardo Gosson é presidente da UBE-RN.
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Lançamemento: dia 26 de abril, 18 horas no Iate Clube de Natal, foi um sucesso.
AUTÓGRAFOS POR MAIS DE DUAS HORAS SEGUIDAS
SERENO E CHEIO DE SIMPATIA, O AUTOR DA NOITE AUTOGRAFOU MAIS DE CEM EXEMPLARES.
CAIO E SUA LEGIÃO DE AMIGOS
OS POUCOS EXEMPLARES QUE RESTARAM DE UMA NOITE DE AUTÓGRAFOS DE SUCESSO.
EDUARDO GOSSON, O AUTOR, MARCOS CAVALCANTI E THIAGO GOSSON
JÚLIO BEZERRA, CAIO E MIRIAM PETROVICH
MARCOS CAVALCANTI, CAIO E JANILSON DIAS DE OLIVEIRA
CAIO E SEUS AMIGOS
CAIO E A ESCRITORA ARISNETE CÂMARA
O AUTOR E AS BELAS AMIZADES
RACINE SANTOS
TEREZINHA E CARLOS GOMES
O AUTOR AUTOGRAFANDO PARA OS AFILHADOS
AUTÓGRAFOS E MAIS AUTÓGRAFOS.
LÚCIA HELENA, MARINHO, CARLOS E THEREZINHA

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Fotos: créditos de Lúcia Helena

Morre a escritora Mailde Pinto Galvão



Publicação: 27 de Abril de 2013 às 10:50

http://tribunadonorte.com.br/noticia/morre-a-escritora-mailde-pinto-galvao/248864

Faleceu na noite dessa sexta-feira (26), Mailde Pinto Galvão, escritora e ex-diretora de Documentação e Cultura da Secretaria de Educação na gestão de Djalma Maranhão à época do golpe militar de 1964. Ela faleceu aos 88 anos no Hospital do Coração após complicações em decorrência de uma cirurgia.
Reprodução/FacebookMailde faleceu aos 88 anos de idadeMailde faleceu aos 88 anos de idade

Mailde publicou em 1994 o livro “1964: aconteceu em abril”, no qual conta os momentos de terror que viveu durante a ditadura militar. Ela atuou na criação e implantação das chamadas bibliotecas populares, no Rio Grande do Norte, e importante atuação no processo de leitura e alfabetização de uma parte da população em Natal, na década de 1960, através da campanha "De pé no chão também se aprende a ler".




UMA SIMPLES SUGESTÃO

A Rede Globo está rodando a novela "Flor do Caribe", de Walter Negrão, na praia de Pipa.
Na trama, existe uma questão ideológica que enfatiza a situação ocorrida na 2ª Guerra Mundial, envolvendo um nazista (Dionízio) e um judeu (Samuel). 
 Há um terceiro personagem, que é um professor de história (Quirino) e que poderia percorrer esses sítios históricos ministrando uma aula para os seus alunos,ou mesmo com os dois antagônicos num passeio por Natal,  divulgando os nossos espaços históricos pertinentes, como a Coluna Capitolina, presente de Mussolini, uma passagem pela Rampa, onde o ocorreu o encontro entre Getúlio e Roosevelt, a velha casa na Ribeira, onde o piso foi fabricado com a cruz suástica e vários outros recantos, devidamente catalogado pela Fundação Rampa. Isso seria uma boa propaganda para Natal e, particularmente, para o nosso Instituto Histórico e Geográfico, que está a merecer atenção dos governantes, empresários e da população. Fica a sugestão.

fundacaorampa






25/04/2013


Capitão Manoel Varella Barca, lá de de Assú (III)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Manoel Varella Barca fez seu testamento em 10 de abril de 1844, na Fazenda Sacramento, tendo sido escrito por João Martins de Sá Junior. Nas suas disposições destacou uma sorte de terras, chamada Sítio Caeira ou Mutamba, herdada dos seus pais, para Maria Beatriz e Manoel de Mello Montenegro Pessoa, em atenção a fiel amizade que ambos dedicaram a ele. Fez, também, um destaque especial para a neta e afilhada Lusia Leopoldina, casada com Felis Francisco da Silva, em atenção à pobreza em que se achavam.
O segundo casamento do capitão Manoel Varella Barca foi com Dona Francisca Ferreira Souto, como vimos no primeiro artigo desta série. Vamos, pois, escrever um pouco sobre os filhos desse casal.
Domingos Varella Barca, com a idade de 20 anos, casou, em 9 de abril de 1823, na Fazenda Estreito, com Dona Gertrudes Lins Pimentel, 22 anos, filha de João de Souza Pimentel e Dona Josefa de Mendonça Lins. Houve dispensa pelo parentesco em que estavam ligados. Estavam presentes João Maurício Pimentel e Francisco Varella Barca, ambos casados.
Rosa Francisca Ferreira Souto, outra filha de Manoel e Francisca, com 29 anos de idade, casou, também, na Fazenda Estreito, em 11 de maio de 1833, com José da Fonseca Silva, de 28 anos, filho legítimo de João da Fonseca Silva, falecido, e dona Anna Maria de Jesus. Estavam presentes João Pegado de Sirqueira Cortez, casado, e Gaspar Freire de Carvalho, solteiro.
De Dona Maria Beatriz Paz Barreto não encontrei o registro de casamento. Era casada com Manoel de Mello Montenegro Pessoa, natural de Goianinha. Ovídio, filho desse casal, nasceu aos 16 de novembro de mil oitocentos e trinta e cinco, e foi batizado, pelo Vigário Colado do Seridó, na época visitador, Francisco de Brito Guerra, em 6 de janeiro de 1836, na Matriz de São João Batista do Assú. Teve como padrinhos José Varella Barca, solteiro, e Angela Garcia de Araújo Freire, viúva; Manoel, outro filho de Maria Beatriz e Manoel de Mello, nasceu aos vinte e quatro de outubro de 1836, e foi batizado pelo vigário de Santana do Matos, Padre João Theotonio de Sousa e Silva, na Matriz de Assú, aos trinta do mesmo mês e ano. Foram padrinhos o capitão Manoel Varella Barca, casado, e Maria Hermelinda de Albuquerque Montenegro.
Maria Francisca Silvina Souto tinha 26 anos quando casou, em 22 de Agosto de 1833, no oratório de José Varella Barca, com o português João Rodrigues de Mesquita, 30 anos, filho legítimo de Antonio Rodrigues de Mesquita e Maria Joaquina, ambos falecidos. Estiveram presentes João Pio Lins Pimentel e Francisco Varella Barca, casados.
João Pio Lins Pimentel, citado acima, filho de João de Sousa Pimentel e Josefa de Mendonça Lins, casou, em 30 de janeiro de 1826, na Matriz de Assú, com Francisca Ferreira Souto, outra filha de Manoel e Francisca Ferreira Souto. Foram dispensados por impedimento no terceiro grau de consanguinidade, atingente ao segundo. Estavam presentes José Varella Barca, ainda solteiro, e Francisco de Sousa Caldas, casado. João Pio era irmão de Gertrudes, esposa de Domingos Varella.
Na época do inventário Dona Francisca Ferreira Souto, a esposa de João Pio, já falecida, foi representada pelos filhos João Pio Lins Pimentel Junior, maior de 21 anos, Francisca Victorina casada com Tertuliano de Alustau Lins Caldas, Irene, Maria, Josefa, Manoel, Júlia e Luis, com 11 anos de idade..
Manoel Varella Barca Junior, outro filho do segundo casamento, tinha o mesmo nome do primogênito de Manoel Varella Barca. Era, também, falecido, na época do inventário do pai. Com vinte e dois anos de idade, casou, em 23 de fevereiro de mil oitocentos e trinta, no sítio (ou fazenda) Estreito, com Ignácia Theodósia de Mendonça, de 22 anos de idade, filha de João de Sousa Pimentel e Dona Josefa Lins de Mendonça, dispensados, também, dos impedimentos que estavam ligados. Estavam presentes, o capitão Manoel Varella Barca e João Maurício Pimentel, casados. Ignácia, como se pode ver dos registros anteriores, era irmã de João Pio Lins Pimentel e Gertrudes.
No inventário, Manoel Varella Barca Junior foi representado por sua filha Francisca Theodósia de Mendonça Caldas, viúva. Não encontrei mais informações sobre essa neta do capitão. Foi seu procurador no inventário, Luiz Gonzaga de Brito Guerra.
José Varella de Sousa Barca, foto enviada por descendente Francisco Varela Barca

Livro traz genealogia de potiguares - Tribuna do Norte

Livro traz genealogia de potiguares - Tribuna do Norte

21/04/2013

Sou um genealogista – mas acalmem-se, pois não é contagioso. No fundo, a gente queria que fosse, mas não é. Um genealogista é um sujeito que resolve desenterrar toda a história familiar para descobrir quem eram e o que faziam os seus antepassados mais remotos. Um doido, portanto. Para conseguir isso, ele mexe em todos os papéis velhos da família – aqueles que você acha que não valem nada, mas que ele dará um grito de satisfação quando encontrar. Fará perguntas insistentes a cada membro da família. Quer saber os mínimos detalhes de coisas que você com certeza não se lembra. É capaz de passar horas metido em um cartório, casa paroquial ou arquivo histórico remexendo livros velhos, amarelados e cheio de fungos. Isso porque ele PRECISA esclarecer algum mistério na história da sua família e assim descobrir quem foram realmente as pessoas que o antecederam.
Esta é uma imagem digna de nota: o genealogista, em uma sala silenciosa, absolutamente concentrado em sua pesquisa. Eis que de repente ele vislumbra um registro e pensa: “Será possível?”. Excitado, confere de novo. Sim, ele achou exatamente aquilo que procurava. É nesse momento que todos os genealogistas têm vontade de gritar a plenos pulmões “ACHEI, ACHEI! EUREKA!” – muitos se contém, mas é exatamente isso o que ele murmuram para si mesmos. E se alguém estiver perto e quiser saber o que o sujeito descobriu, provavelmente vai se decepcionar ao ver que foi apenas um registro de casamento super antigo que deu a ele o nome de quatro novos octavós ou coisa do tipo.
Aos poucos, o genealogista vai montando a sua árvore genealógica. Descobre antepassados que ninguém da sua família fazia a menor ideia que tivesse. No começo, ele conta as suas descobertas com entusiasmo. Alguns parentes demonstram certo interesse – e em seguida esquecem absolutamente tudo o que o genealogista disse. Para uma pessoa normal, qualquer coisa acontecida há cem anos foi praticamente na pré-história. E então o genealogista despeja em cima dela informações de 1800, 1700, 1600… É quando vem a famosa frase, que todo genealogista um dia ouve: “Você vai acabar chegando no Adão!”.
Com o tempo, o genealogista percebe que sua paixão é solitária. Não há registro de um casal de genealogistas, por exemplo. E seria até temário pensar em algo assim, pois eles certamente se esqueceriam de viver. Em geral, o genealogista não encontra no dia a dia quem lhe compreenda. Há parentes distantes que acham estranho esse interesse pelo passado da família e insinuam que o genealogista está de olho em alguma herança. Felizmente há a internet, e nela o genealogista encontra outros genealogistas, e eles se juntam em grupos de cooperação mútua, mais ou menos como os alcoólicos. Nessa troca de informações, conseguem verdadeiros prodígios, e se não chegam mesmo até o Adão não é por falta de esforço.
Os nossos Sherlocks ainda precisam lidar com garranchos, registros omissos ou contraditórios entre si, além de dificuldades no acesso a documentos. Parafraseando Einstein: perto do que foi o passado, aquilo que o genealogista consegue descobrir é algo de tosco e primitivo – mas é também aquilo que temos de mais precioso sobre ele.
Eis a primeira parte da minha árvore genealógica:
Henrique Fendrich
João Felipe da Trindade
visite:

 Pesquisando:Trindade, Avelino, Dias Machado, Lopes Viégas, Machado de Miranda, Duarte de Azevedo, Araújo Pereira, Lins Vasconcelos, Sá Barroso, Medeiros, Garcia, Rodrigues da Cruz, Teixeira de Carvalho, Pereira da Silva, Torres, Costa Machado, Ferreira da Cruz, Gomes de Melo, Macedo, Carvalho, Silva, Fernandes, Martins Ferreira.