09/05/2013

MANHÃ PRODUTIVA E RADIOSA

Nesta manhã do dia 09 de maio de 2012 o IHGRN recebeu a honrosa visita do Dr. ONÉSIMO JERÔNIMO SANTOS, Superintendente do INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, que veio verificar a situação em que se encontra a nossa Casa da Memória.
Percorreu o prédio principal e o anexo, dos quais tirou fotografias de todos os seus recantos e do acervo correspondente, para uma análise pertinente à sua conservação e funcionamento.
(Nesta foto o visitante, ladeado pelo Presidente Valério Mesquita e pelo Vice-Presidente Ormuz Barbalho Simonetti).


Por coincidência, o Instituto estava com várias pessoas fazendo pesquisas, quando chega uma caravana de alunos da Escola Municipal "Lauro Maia", acompanhada de professores, os quais fizeram um explanação sobre a importância daqzuela visita e narrando aspectos relevantes de sua história.
 Além de uma breve palestra no auditório do Instituto, a garotada percorreu, com os seus professores,  as dependências internas da Instituição e em seguida foram até o pátio externo onde tivemos contato com as peças do "Pelourinho" e da "Coluna Capitolina", fornecendo o histórico de cada uma.
 Essa visita caracterisa um dia radioso para a Centenária Casa que deposita em seu íntimo toda a história da terra potiguar.



A vida curta de Francisca de Paula Maria de Carvalho

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Antigamente, por conta da precariedade em que viviam nossos ascendentes, a  morte chegava mais cedo para as mulheres, principalmente, as casadas e as crianças. Os homens que iam sobrevivendo as agruras da vida casavam, sucessivmente, a cada morte de sua sem sorte.

Francisca de Paula Maria de Carvalho era minha bisavó. Natural de Angicos, foi casada com Francisco Martins Ferreira, natural de Macau. Há poucos dias, encontrei o registro de batismo dela, antes desconhecido por mim, que tive notícia, apenas,  do seu casamento, em 1869, e de seu óbito, em 1873.

Minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, filha de Francisco e Francisca, tinha nascido em Cacimbas de Vianna, em 1870. Em, 26 de junho de 1873, Francisca de Paula, com 25 anos de idade,  quando foi ter o seu segundo filho José, nascido nessa mesma data, faleceu de parto. Está sepultada em Macau. José ainda sobreviveu onze meses e 21 dias, tendo falecido de incômodos de dentição aos 17 de junho de 1874. Francisco Martins Ferreira, voltou a casar em 1874, dessa vez com Antônia Lourença Dias da Rosa, prima legítima da primeira esposa. Maria Josefina, ficou órfã de pai aos 7 anos, pois, Francisco Martins Ferreira faleceu em 1877, antes de completar 36 anos.

Vejamos o registro de nascimento de Francisca de Paula:
Francisca, branca, filha legítima de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, nasceu aos 13 de fevereiro de 1848, e foi batizada no Sítio São Romão, aos 30 de março do mesmo ano, pelo Reverendo Felis Alves de Sousa, sendo padrinhos João Luis da Rocha, solteiro, e Izabel Francisca de Sousa, viúva, do que para constar mandei fazer este assento, em que me assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos.

Minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, herdou o nome da avó, Josefina Maria Ferreira. Antigamente, havia o hábito de se nomear as crianças com  o nome invertido de uma avó, ou da mãe. Uma tia bisavó, Rosa Maria, herdou o nome da mãe Maria Rosa; minha trisavó, Maria Joaquina, herdou o nome da mãe  Joaquina Maria. Maria Josefina morava, quando a conheci, em São Romão, hoje Fernando Pedroza.
Casa de meus avós em São Romão

08/05/2013

Francisco Xavier de Sousa, lá do Sertão Central Cabugi (II)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
 
 
Francisco das Chagas Sousa, mais conhecido por Chico Sousa, foi um grande fazendeiro de Afonso Bezerra. Admirado por muitos moradores dessa cidade, há quem defenda a substituição do nome do escritor Afonso Bezerra, que antes já foi Carapebas, pelo dele. Os sites, que tratam de sua vida, ressaltam que teve mais de 50 fazendas e, além disso, possuía dois aviões para pulverização das plantações. Entretanto, não encontrei, até agora, nenhum trabalho maior sobre esse grande fazendeiro.
Quando estive na Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal de Natal, pedi ajuda a uma das bisnetas de Chico Sousa, que trabalhava lá, a fim de descobrir a ascendência dele. Hoje vamos escrever, principalmente, sobre o elo que vai até ao velho Francisco Xavier de Sousa e sua esposa Josefa Francisca da Costa.
Pelos dados que tinha, Chico Sousa era neto de Bibiano Xavier de Sousa e Antonia Eulália de Sousa. Bibiano nasceu aos 2 de dezembro de 1866, filho de João Inocêncio Xavier de Sousa e Maria Martins Ferreira da Costa, tendo como padrinhos Felippe Brasiliano da Costa e Josefa Francisca Xavier da Costa. Esse Felippe Brasiliano era irmão de Maria Martins, portanto tio de Bibiano. Vejamos o batismo de João Inocêncio.
João, filho legitimo de Francisco Xavier de Sousa, e de sua mulher Josefa Francisca da Costa, moradores nesta Freguesia de Santa Ana do Matos, nasceu aos quatro de janeiro de mil oitocentos e trinta e seis, e foi batizado, solenemente, com os santos óleos aos nove de fevereiro do dito ano, na capela de São José de Angicos, filial a esta matriz, pelo padre Manoel Antonio dos Santos Pereira Leitão; foram padrinhos Vicente Ferreira Barbosa, viúvo, e Anna Francisca Xavier, casada.
João Inocêncio Xavier de Sousa, casou em 7 de Janeiro de 1859, no sítio Carapebas, com Maria Martins Ferreira, filha de João Evangelista da Costa e Anna Ferreira de Morais, tendo como testemunhas José Mariano Xavier de Sousa (irmão do nubente) e Antonio Valério da Costa Bezerra (casado com Leonídia Francisca Xavier, irmã do nubente). Leonídia, quando casou, em 1851, no Sítio Curral dos Padres, com Antonio Valério, houve dispensa de 2º e 3º graus de consanguinidade, denunciando forte parentesco entre eles. Os pais de Antonio Valério eram Vicente Ferreira Barbosa e Francisca Xavier da Costa. Observe que Vicente Ferreira foi padrinho de João Inocêncio.
 Os pais de Maria Martins, João Evangelista da Costa e Anna Ferreira de Moraes eram filhos respectivamente de Antonio Barbosa da Costa e sua mulher Claudiana Francisca Bezerra, e Antonio Ferreira de Moraes e sua esposa Antonia Theresa. Dona Maria Martins faleceu jovem, com 32 anos de idade
De João Inocêncio e Maria Martins Ferreira, encontramos registros de  outros filhos: Francisco, nascido aos 30 de novembro de 1859, e batizado no sítio Carapebas, aos 25 de dezembro do mesmo ano, tendo como padrinhos Francisco Xavier de Sousa, e Anna Ferreira de Morais, casados; José, nascido aos 19 de março de 1861, e batizado, no sítio Santa Luzia, aos 25 de agosto de 1861, tendo como padrinhos João Evangelista da Costa e Josefa Francisca da Costa, ambos casados; Vitalino, nascido aos 28 de abril de 1862, teve como padrinhos Antonio Evangelista da Rocha Bezerra e sua esposa Leocádia Francisca Xavier Bezerra; Adriano, nascido ao 1 de março de 1864, teve como padrinhos Vicente Verdeixa, viúvo, e Júlia de Maria Ferreira da Costa; Miguel nascido aos 22 de fevereiro de 1870, teve como padrinhos Francisco Xavier de Jesus Maria e Maria Joaquina da Costa; Theodorico, nascido em 1 de julho de 1874, e batizado aos 26 de dezembro do mesmo ano, teve como padrinhos Onofre José Soares, por seu procurador Francisco Xavier de Sousa, e Maria Francisca Xavier Bezerra.
No próximo artigo vamos tratar dos outros irmãos de Vicente Verdeixa e João Inocêncio, filhos de Francisco Xavier de Sousa e Josefa Francisca da Costa.
Visite o blog http://putegi.blogspot.com e veja outros artigos genealógicos.

06/05/2013

Convite: O Mundo Varzeano de Manoel Rodrigues de Melo

Vem aí o lançamento do Livro escrito por Salete Queiroz da Cunha com fotografias de João Vital Evangelista Souto.

04/05/2013

AJUDA E NÃO ESMOLA
Carlos Roberto de Miranda Gomes

Estimados Confrades e Confreiras, POPULAÇÃO POTIGUAR,
    
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, como todos sabem, é uma Instituição com 111 anos de glórias e serviços prestados à sociedade potiguar, na condição de pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos.
É possuidor de um acervo invejável, com mais de 50 mil títulos e muitas relíquias históricas e documentos seculares a servir aos pesquisadores e estudantes do nosso Estado.
Nós da Diretoria assumimos o desafio patriótico de salvar esse patrimônio histórico, numa Cruzada de abnegados colaboradores, quase todos na categoria de anciãos como exemplificam a pessoa deste Presidente da Instituição e dos Professores aposentados Eider Furtado de Mendonça e Menezes, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Edgard Ramalho Dantas, Paulo Pereira dos Santos, Odúlio Botelho Medeiros e Tomislav Femenick e outros um pouco mais jovens como Ormuz Barbalho Simonetti, Eduardo Gosson, Lúcia Helena e George Veras, numa reprodução do que ocorria no tempo do Império Romano, com os velhos senadores, e sem perceberem qualquer retribuição financeira.
     Mesmo assim, nos dispomos a dar expediente diário na sede desgastada e sem conforto do IHGRN, arcando muitas vezes com despesas necessárias ao seu funcionamento, na certeza de que encontraremos, nesse caminhar de três anos, os “cirineus” que aliviarão o peso da cruz na difícil jornada.
Os problemas são tantos e tão graves, que não permitem um escalonamento de prioridades, porquanto temos que atacar vários eixos concomitantemente, entre a recuperação física do prédio, busca de mais espaço, conservação do rico acervo, climatização indispensável para os livros e documentos que carecem desse cuidado especial, segurança do patrimônio, estruturação administrativa e contábil e regularização de funcionários com atraso de pagamento de salários para o que só contamos com boa vontade, haja vista o quadro diminuto de sócios que concorrem com uma anuidade de apenas R$ 120,00 e com uma inadimplência de cerca de 50%.
Temos procurado as entidades públicas e delas recebemos alento para a celebração de convênios de cooperação, como podemos enumerar o Governo do Estado, através da Fundação José Augusto e o Corpo de Bombeiros, a UFRN, o CREA, o IPHAN, a CAERN, a FIERN, a FECOMÉRCIO, o SEBRAE, a Prefeitura do Natal e outros como também algumas empresas privadas, das quais não tivemos a receptividade esperada.
Algumas organizações privadas confundem o pedido de ajuda com “esmola” e, quando não nos atendem, ofertam ajuda ínfima ou equipamentos em desuso,o que nos choca.
Nossa missão é conscientizar todos, entidades e população, de que o IHGRN é um patrimônio do povo e deve ser preservado para que não ampliemos o grande número de frustrações que colocam o Rio Grande do Norte numa posição de lanterna da educação, da cultura, da segurança e da saúde, o que incomoda e envergonha a todos.
Precisamos de apoio para garantir a conservação do nosso rico acervo. Temos que climatizar o Instituto para não perder o que já conquistamos. Para isso precisamos de aparelhos e reparos na rede elétrica, além de receitas permanentes que garantam o funcionamento da Casa da Memória.
Ainda temos obrigações para com os funcionários e com os usuários, pois não conseguimos computadores para garantir pesquisas sem contato direto com os documentos e livros, pois isso aumenta o desgaste.
S.O.S.IHGRN.
ESTAMOS ESPERANDO POR VOCÊS.

 


Francisco Xavier de Sousa, lá do Sertão Central Cabugi (I)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
 
No universo genealógico, alguns nomes se repetem com muita frequência. Entre as mulheres aparecem, entre outras, as Terezas de Jesus e as muitas Marias: da Natividade, do Espírito Santo, da Conceição, do Perpétuo Socorro, além de Delfina Maria da Conceição. Entre os homens temos João Batista, André Corsino, André Avelino, Felipe Santiago e Francisco Xavier.

Em artigos anteriores, vimos que Manoel Varella Barca Jr. casou com Thereza de Jesus Duarte, filha de Francisco Xavier de Sousa Jr, e neta de outro de mesmo nome. Este último era natural da Vila de Cachoeira, na Bahia. Lá, em Gaspar Lopes, Angicos, Afonso Bezerra e Santana do Matos, encontramos muitos registros de descendentes de um Francisco Xavier de Sousa, que não identificamos sua naturalidade, principalmente, por omissão da Igreja, embora haja vários registros onde ele está presente. Em 1859 ele aparece como tenente-coronel, em um desses registros. Desconfio que Josefa Francisca da Costa, esposa de Francisco Xavier de Sousa, seja neta do patriarca João Barbosa da Costa. Veremos que os descendentes de Francisco e Josefa se entrelaçam com muitos dos meus familiares.

Manoel Américo de Carvalho Pita, quando escreveu o livro “Monsenhor José Edson Monteiro – Do pé da serra aos pés da santa”, deu as seguintes informações: José Edson Monteiro nasceu a 28 de Setembro de 1927, na então Vila de São Romão, hoje cidade de Fernando Pedroza, no sertão central do Rio Grande do Norte. Filho do Sr. Zacharias Monteiro e D. Maria da Conceição Monteiro. São seus avós paternos Francisco Monteiro de Sousa, conhecido por Bembem, e D. Ana Amélia Cruz Monteiro, e avós maternos Vicente Verdeixa de Sousa e D. Francisca Verdeixa de Sousa, trabalhadores na agricultura, na fazenda São José, de Miguel Pinheiro, no Município de Angicos. São seus irmãos Vicente Monteiro e Maria Monteiro.

Vamos escrever sobre os descendentes do tenente-coronel Francisco Xavier de Sousa, a partir de Vicente, avô de Monsenhor Monteiro.  Vicente, filho de Francisco Xavier de Sousa e Josefa Francisca da Costa, nasceu aos 17 de junho de 1832, e foi batizado aos 30 de novembro do mesmo ano, e teve como padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra. Estes padrinhos casaram dois anos depois, aos 13 de agosto, na fazenda Carapebas, dispensados do impedimento de segundo grau duplicado de sanguinidade e, atingente ao primeiro, sendo ele filho de Antonio Barbosa da Costa e Claudiana Francisca Bezerra. Não aparecem os pais de Vicência.

O batizado que se assinava, posteriormente, como Vicente Verdeixa Xavier de Souza, casou pelo menos três vezes.

O primeiro casamento de Vicente Verdeixa foi, no Curral dos Padres, em 12 de novembro de 1856, com Elísia Francisca Solino Bezerra, filha dos seus padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra, tendo como testemunhas José Pedro da Silveira e Antonio Valério da Costa Bezerra. Elisia faleceu em 1871 com 34 anos de idade, pouco mais ou menos.
Viúvo de Elísia, Vicente casou, na Fazenda Santa Luzia, em 13 de novembro de 1872, com Rosa Maria da Trindade, filha de João Miguel da Trindade e Maria Rosa da Conceição, na presença de Francisco Xavier de Jesus Maria e de José Bezerra Xavier da Costa. Rosa Maria da Trindade era irmã do meu bisavô, tenente João Felippe da Trindade. Francisco Xavier de Jesus Maria era irmão de Vicente. Rosa Maria faleceu em 1877, com 47 anos de idade.

Novamente viúvo, Vicente casa, em 7 de janeiro de 1883, na Matriz de São José de Angicos, com Francisca Maria Xavier da Costa, filha de José Pedro Xavier da Costa e Maria Ritta de Azevedo, sendo testemunhas João Felippe da Trindade e Manoel Carlos Xavier da Costa. José Pedro, pai de Francisca, era filho de Pedro Francisco da Costa e Joaquina Maria de Santana, esta última irmã de meus trisavós, Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Miguel Francisco da Costa Machado. Ele casou a primeira vez com Anna Xavier de Azevedo. Viúvo de Anna, José Pedro casa em 1860 com Maria Rita de Azevedo, que vem a ser a mãe de Francisca, terceira esposa de Vicente Verdeixa. Maria Rita era filha de José Honório Lopes de Azevedo e Francisca Maria Duarte. Talvez essa segunda esposa de José Pedro fosse irmã da primeira.

Vicente Verdeixa, embora tenha casado três vezes, teve poucos filhos. Somente encontrei, até agora, uma filha de nome Maria, já do terceiro casamento. Ela nasceu aos 25 de março de 1889, e foi batizada aos 12 de maio do mesmo ano, tendo como padrinhos o Barão e a Baronesa de Serra Branca. Talvez essa Maria seja, justamente, a mãe do Monsenhor Monteiro.

No próximo artigo escreveremos sobre outros filhos de Francisco Xavier de Sousa.