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31/08/2020
27/08/2020
Usado
Tomislav R. Femenick – Mestre em economia, com extensão em sociologia e história
Um caso que chegou ao TSE, pedindo a cassação
do mandato de uma vereadora goiana, por ter praticado abuso de poder religioso
durante a campanha, trouxe à discussão a não tão estranha relação das religiões
com o poder. Basta lembrar que, desde as mais antigas civilizações, há uma
simbiose entre as partes, da qual ambas tiram proveito. Foi assim na
Mesopotâmia, no Egito, na China, na Índia, na América pré-colombiana e nas
tribos da Terra Brasilis.
Entretanto, foi na Idade
Média e nos anos que lhe seguiram que essa situação aflorou, dando lugar
a inúmeras
Nesse período
histórico, a
O
Os
Martinho
Lutero,
Calvino (Jean
Calvin),
A reforma
inglesa teve várias
Uma das
26/08/2020
SOMBRAS DA CIDADE
Valério Mesquita*
mesquita.valerio@gmail.com
(*) Escritor.
21/08/2020
Caatinga, o nosso bioma
Tomislav
R. Femenick – Mestre em economia
O termo bioma identifica o conjunto das condições ecológicas de uma determinada região, com paisagem e diversidade próprias de flora e fauna. O Brasil tem seis biomas diferentes: o Amazônia (o maior de todos), o Pantanal, o Cerrado, o Pampa, a Mata Atlântica e a Caatinga. Este último é o que nos interessa.
A caatinga (do tupi-guarani: caa, planta + tinga, branco, cinzento claro = planta cinzenta) se faz presente em toda região semiárida (que tem precipitação pluviométrica inferior a 1000 mm/ano) do Nordeste brasileiro; aí incluídos os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, bem como o norte de Minas Gerais. É o único bioma existente somente em nosso país. Em nenhum outro lugar do mundo há o seu conjunto de características.
Em alguns
trabalhos acadêmicos, e outros de agências governamentais, há uma tentativa de
identificar a caatinga brasileira com a “savana-estépica”, um tipo de vegetação existente no Norte do continente africano e, também, na Península Arábica. Esse
termo foi criado pelo naturalista francês J. L. Trochain em seu trabalho “Nomenclature et
classification des milieux vegetaux en Afrique noire française” (Paris: Annés
de Biologie, 1955).
O bioma da caatinga é diferente, tem um tipo peculiar de vegetação, comumente formada por arbustos de pequena altura, espinhosa e com aparência lenhosa, que perde as folhas no curso das estações secas. Quando há, as folhas são pequenas. As arvores têm grande ramificação desde a parte inferior dos troncos, o que lhes dá uma aparência arbustiva, frequentemente espinhenta. Cactos, bromeliáceas e outras xerófilas ocorrem de forma paralela, dando lugar a uma paisagem de grande contraste entre as épocas secas e as chuvosas. Ali se tem o pereiro, o faveleiro, a baraúna, a aroeira, o angico, a quixabeira, a oiticica, o juazeiro, o pau-ferro, o mandacaru, o facheiro, o xiquexique, a coroa-de-frade, a macambira e a palma. No meio dessa aridez, rondando as várzeas do rio, dos riachos, das lagoas ou nas proximidades dos açudes, vez por outra, desponta um ipê, o pau-d’arco, roxo ou amarelo, que vem quebrar a monotonia das cores pálidas.
A Caatinga é a floração característica e natural da maior parte do Rio Grande do Norte que, nesse cenário vegetal, conta com a presença da carnaubeira, uma planta que lhe é natural, e dela falei em artigo recente. Imponente e esbelta, ela faz parte do cenário físico e afetivo dos habitantes da terra. Os carnaubais nativos ocorrem mais acentuadamente nos vales dos rios e riachos que cortam a região da caatinga, pois a planta tem preferência por solos argilosos e aluviais, embora resista a elevado teor de salinidade e a longos períodos não chuvosos. Sua presença na caatinga ribeirinha do rio Mossoró (Lins & Andrade, 1960) cria como que um corredor de folhas verde vivo em um palco de cores tênues.
Segundo um Relatório Técnico do Serviço Florestal Nacional, a Caatinga (no documento chamada de Savana-Estépica) representa cerca de 91% das áreas de florestas do RN (cerca de 20.000 Km2). Para se ter um comparativo da devastação da caatinga potiguar, até bem pouco tempo, o Município de Mossoró possuía 21,10 Km2 de área de catinga, dos quais, 9,5 km2 já foram devastados.
Em algumas regiões do Estado existem variações de tipos vegetais. A Chapada do Apodi, que abriga os Municípios de Felipe Guerra, Apodi, Governador Dix-Sept Rosado e Caraúbas, integra a bacia hidrográfica do rio Apodi-Mossoró. Contraditoriamente, ela apresenta espécies vegetais de baixos, formando uma caatinga arbórea-arbustiva, lenhosa, cujo caule emite ramificações muito próximas do solo, típicos de regiões baixas e abertas,
A vida estéril na caatinga foi magnificamente retratada por Graciliano Ramos, em seu famoso romance “Vidas Secas”. Por sua vez, Euclides da Cunha, em “Os Sertões”, embora a tenha chamada de “terra ignota”, indeterminado, ignorada, reconhece que seu habitante natural, o sertanejo, “é antes de tudo um forte”.
RELEMBRANDO
ANTONIO ANDRADE DE LIMA
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
12/08/2020
ALFREDO
MESQUITA, MAÇOM
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
08/08/2020
O ANIVERSARIANTE DO DIA É O ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
Neste dia 7, o Rio Grande do Norte completa 519 anos. A data oficial foi criada por meio da Lei 7.831 de 30 de maio no ano 2000, em alusão ao Marco de Touros, que foi colocado (chantado) nesse dia, no ano de 1501 e é um dos símbolos da colonização portuguesa. É o monumento mais antigo deixado no litoral brasileiro pelas caravelas comandadas por André Gonçalves e Gaspar de Lemos, trazendo na comitiva o cosmógrafo Américo Vespúcio.
De acordo com dados do acervo do Memorial do Legislativo do RN, foi com base nos estudos e exaustiva pesquisa que o então deputado Valério Mesquita, ao receber correspondência do historiador Marcus César Cavalcanti, propôs o projeto de lei instituindo o dia 7 de agosto como data do aniversário do Rio Grande do Norte. A lei 7.831 foi aprovada no dia 30 de maio de 2000, sancionada no dia seguinte pelo então governador Garibaldi Alves Filho.
Do ponto de vista jurídico, o Brasil nasceu ali, 7 de agosto de 1501. O marco do descobrimento que existe no centro de Porto Seguro, na Bahia, veio de Portugal entre 1503, dois anos depois.
O levantamento realizado por Marcus Cesar inclui pesquisas de Câmara Cascudo, Oswaldo Câmara e Olavo Medeiros. Já não cabiam mais dúvidas sobre a verdade histórica do Marco de Touros. O próprio Cascudo já havia dito que o Marco Colonial de Touros muda a rota do descobrimento. Do ponto de vista jurídico, o Brasil nasceu na costa do RN, no antigo Arraial de Touros, hoje Praia do Marco, município de Pedra Grande.
O ex-deputado Valério Mesquita, que também é escritor e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do RN, aproveitou o III Encontro Regional dos Institutos Históricos do Nordeste Brasileiro, realizado em Natal, em maio de 2000, para divulgar aquela iniciativa parlamentar, na presença de destacadas autoridades, como o ministro da Cultura Francisco Welfort, do ex-ministro Almino Affonso e dos presidentes dos Institutos Históricos do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
FONTE: Memorial da Cultura e do Legislativo Potiguar.