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07/11/2019


DOIS HOMENS DIGNOS QUE PARTIRAM



No último dia 4 de novembro de 2019, faleceu em Natal uma das figuras mais dignas da terra potiguar LUIZ GONZAGA MEIRA BEZERRA, Jornalista, desportista, comerciante e servidor público com uma trajetória de honra, deixou muita saudade a todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

Nasceu em Acari/RN em 21 de junho de 1923 e era filho de Silvino Bezerra Neto e Maria Meira e Sá Bezerra. Foi sobrinho do ex-governador José Augusto Bezerra de Medeiros.

Das diversas atividades de Luizinho, foi ao esporte do Rio Grande do Norte que prestou grandes serviços como desportista e pesquisador. É considerado uma lenda da crônica esportiva do estado. Homem digno e íntegro. Deixa a esposa Zilda Bezerra, além dos 5 filhos, 11 netos e 7 bisnetos.
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    Na data de ontem, 06 de novembro de 2019, partiu para a eternidade o exemplar cidadão EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, membros das AcademIia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte e também do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, aos 96 anos, deixando comovida as entidades e a população potiguar a quem tanto serviço prestou e particularmente a sua alentada família. Sobre ele apresento esta singela homenagem.. 

Breve biografia do Doutor Eider Furtado de Mendonça e Menezes


Nascido aos 23 de abril de 1924, em Natal, é filho de Gil Furtado de Mendonça e Menezes e D. Maria Emília Furtado. Esses são os seus primeiros homenageados no seu livro de memórias “Audiência de um Tempo vivido” (2004): “Eles me fizeram vir ao mundo e, na sua simplicidade, com os seus cuidados e o seu carinho, me mostraram os caminhos da vida. Por isso cheguei até aqui”. 
Primeiras letras com a Professora Águeda de Oliveira Sucupira (Naná), sobre quem dedicou um capítulo especial no seu livro de memórias. Ela era Diretora de uma escola municipal postada na Av. Rio Branco (local onde o BB construiu sua sede da cidade alta), nos idos de 1931 onde estudou até 1934. Não esqueceu as suas auxiliares  D. Helena, Preta e Auta, sobre as quais derrama suas emoções mais caras, aliada a um amor quase filial, incluídas também em suas permanentes orações, acrescentando “Por isso, eu também tenho saudades da minha primeira professorinha. Foi ela quem me ensinou o bê-á-bá e eu sequer soube por alguém quando o Senhor do Universo a chamou para perto de si, para “desarnar” as criancinhas que, certamente, chegaram ao céu sem conhecer as primeiras letras nem os primeiros números. Que saudades Naná”. Em 1935 foi para o Colégio Pedro Segundo, do Prof. Severino Bezerra de Melo, daí para a escola particular do Prof. Antônio Fagundes, posteriormente o tradicional Atheneu Norte-rio-grandense, em 1937, aos 13 anos de idade, tendo concluído o Colegial em 1944 e, somente em 1955, com 30 anos de idade, submete-se ao vestibular da Faculdade de Direito de Natal.
Bacharel em Direito pela UFRN, 1ª Turma, em 9 de outubro de 1959, denominada “Turma Clóvis Beviláqua”, paraninfo Edgar Barbosa Aula da saudade Paulo Viveiros.
Em 1968 iniciou o seu magistério universitário, levado pelas mãos do colega de turma Reginaldo Teófilo, a pedido de João Wilson Mendes de Melo, que comandava a Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais, começando nas lides do Direito Financeiro e Tributário, depois Direito Comercial, Direito do Trabalho e Mercado de Capitais, tendo ainda demonstrado os seus conhecimentos em outras searas do Direito, quando transferido para o Curso de Direito, lotado no Departamento de Direito Privado, até a sua aposentadoria em março de 1991. Recebeu a láurea de “Professor Emérito da UFRN” em 17 de dezembro de 1997.
Sua vida é pontilhada de atividades diversificadas, pois teve papel de relevo na radiofonia potiguar (Diretor da Rádio Poti, ao tempo em que, ainda, Rádio Educadora de Natal), não sem antes, nos idos dos anos 40, integrar, como músico, a Orquestra de Salão daquela rádio e o Quinteto “Alberto Maranhão”. Depois, como jornalista. Passagem pelo teatro amador. Mas não vou tirar dos leitores o prazer de ler, por inteiro o seu livro, recheado de lições do bom viver e também de pedaços da história da nossa cidade. Tentações para a vida militar (Colégio Militar de Fortaleza) ao ver passar o filho do Major Antunes, com sua farda: calça vermelha com uma túnica azul e até a religiosa, sobre o que revela, na condição de coroinha respondendo a liturgia celebrada em latim, conduzindo o turíbulo no séquito após a catequese das Professoras Beatriz Cortez e Maria Citaro da Costa, que o levou à Primeira Eucaristia, tornando-se sineiro de missa de 7º dia pelo que, confessa, recebeu a primeira remuneração de sua vida. A vocação não foi longe, embora continue fervoroso cristão. Ao relatar esse fato, conclui que “essa não era a minha vocação, e assim Deus não me convocou para o seu ministério. Certa vez, quando falava a alunos concluintes do Pré, no Colégio Marista, sobre as vocações, fiz referência a esse fato para concluir: a Igreja deve ter perdido um grande padre, mas minha mulher ganhou um grande marido. Sem a menor dúvida, responderiam os anjos!”
A propósito de D. Helenita, a sua presença é uma constante em todos os momentos de sua vida e a ela dedica incontáveis registros da sua história e a sua primeira composição “Sozinho neste mundo” a quem dedica com a afirmação de ter sido a primeira e única namorada.
Nas lides advocatícias, estagiou com o famoso causídico Hélio Mamede de Freitas Galvão e chegou a chefiar a Ordem dos Advogados, Seção do Rio Grande do Norte, num pleito memorável, que marcou a transição da velha Instituição para os novos tempos, substituindo o Dr. Claudionor Telógio de Andrade após 20 anos de presidência. Sua gestão foi marcante em todos os sentidos, inclusive o da transferência do prédio acanhado da Rua da Conceição para a sede do antigo Tribunal de Justiça, onde ainda permanece nos dias atuais. Ali permaneceu por 8 anos consecutivos (01/02/69 a 01/02/77).
(texto do Professor Carlos Roberto de Miranda Gomes, baseado em saudação oficial em nome da Universidade Potiguar, por ocasião da Semana Jurídica de 2005)

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