Saiba quem é o escritor de ficção mais lido do Rio Grande do Nor
Pouca
gente sabe que o Rio Grande do Norte é tema de todo um livro de poesia
intitulado “Terra Iluminada”, cujo autor, Homero Homem, nascido no
Engenho Catu, em Canguaretama (1921), teve a sua formação em Natal, mas
ainda jovem transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu até o fim
dos seus dias (1991).
Nosso Homero tornou-se credor da gratidão dos potiguares, mas talvez nem sequer seja nome de Rua em Natal.
Além de poeta, notabilizou-se como contista e novelista, voltado para
o público infantojuvenil. Seu romance “Cabra das Rocas” obteve sucesso
de público em todo o país. Êxito ainda maior, o livro subseqüente,
“Menino de Asas” já está na 22ª edição.
Vários outros trabalhos de sua autoria, no campo da ficção, despertam
interesse, notadamente “O Goleador”, romance (primeiro volume de uma
trilogia do futebol), e “O Moço da Camisa 10”, novela.
Pelo número de edições dos seus livros, constata-se que ele é o mais
lido de todos os ficcionistas norte-rio-grandenses. E outra constatação
não menos importante: é um dos poucos traduzidos (“Gente delle Rocas”,
tradução italiana de “Cabra das Rocas”).
HOMERO HOMEM POETA
Homero Homem tem, no entanto, maior importância como poeta. Entre os
expoentes da geração pós-45, ele se afigura um romântico desgarrado em
pleno Século XX. Toda a sua obra poética está repassada de valores
românticos: subjetivismo, comunhão com a natureza (o mar,
especialmente), exaltação da mulher amada, crítica social e política,
etc.
Isto não quer dizer que ele seja um retardatário. De modo algum. Na
verdade, o seu claro poema, de tanto ritmo, de tanta musicalidade,
trouxe inegável contribuição para a poesia contemporânea, e dúvida não
há quanto à sua modernidade.
Estreou em livro com um poema em prosa, “A Cidade, Suíte de Amor e
Secreta Esperança” (Rio, 1954). Surgiu depois “Calendário Marinheiro”
(1958) e ao longo das décadas, vários outros livros reunidos, em 1981,
num volume sob o título “O Agrimensor da Aurora”. Depois vieram: “O Luar
Potiguar” (Rio, 1983), renovada homenagem à sua terra, e “Eu sem Ego”
(Natal, 1990).
A poesia de HH tem sido estudada por alguns críticos de estatura
nacional, como Wilson Martins, Gilberto Mendonça Teles e Leo Gilson
Ribeiro. Deste último esta definição exata e concisa: “poeta de inquieta
raiz social. (…) lirismo entre a emotividade, a erudição, o tom popular
irônico e a musicalidade rítmica.”
Com toda a relevância, que indiscutivelmente lhe cabe em nível
nacional, o poeta e escritor permanece quase desconhecido na terra que
tanto exaltou. É preciso, com urgência, resgatá-lo desse injusto
ostracismo.
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