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24/05/2016



M A C A I B A
                                                                                             Por Jansen Leiros

No começo do século XX, o Rio Grande do Norte ainda era uma província que se escrevia com letras minúsculas.
Macaíba, um pouco mais que uma vila, guardava  cinco ou seis casarões coloniais,    aonde haviam morado famílias ilustres, reservas morais daqueles tempos.
Lembro-me de que alcancei o casarão onde nascera Auta de Souza, transformado em Grupo Escolar e aonde fiz meus dois últimos anos do primário.
Lembro-me do casarão dos Albuquerque Maranhão, na esquina fronteiriça ao pátio do Mercado Público, pomposo, nobre. Aristocrático. 
Lembro-me do casarão onde residira o velho Alfredo Mesquita, avô de Valério; no qual se viam traços mais modernos.
Subindo a rua Dr. Pedro Velho, via-se o casarão do Caxangá, da ilustre família do Major Andrade; o casarão da rua do Pernambuquinho, residência do Cel. Manoel Maurício Freire, conhecido como o Solar da Madalena (tombado pelo patrimônio HISTÓRICO), cercado por jabuticabeiras  e dois tipos de mangueiras, a manga Rosa, pesando em média 0,800 gm e a manga espada, menor, mas dulcíssima;
A casa do Dr. Enoque Garcia, próxima da bifurcação do Rio.
E, por fim, o famoso casarão do Ferreiro Torto, tombado pelo patrimônio histórico do RN.

Foi essa a Macaíba que conheci e é a que guardo no meu coração de Macaibense! Que, debruçado nas balaustradas do muro protetor das marés, assistia a partida dos barcos para Natal, bem assim seus retornos com as marés cheias.

São as recordações que batem as portas das lembranças; das matinês do Pax Clube, nos bailes improvisados pelas moçoilas domingueiras, com seus vestidos rodados  e os corações ávidos de emoções, embalados  pelos romances que agasalhavam nos corações de meninas que sonhavam sonhos de domingos na praça.

Macaíba que foi invadida pelos forasteiros, arrogantes, petulantes, desaforados e despreparados, jejunos dos traquejos sociais que se constituíam muros divisórios  da sociedade de Macaíba.

Lembro-me das famílias que fizeram suas malas e arredaram os pés de nossa cidade, antes tão amada, hoje tão temerária e afugentadora.
Jansen Leiros*

Da Academia Macaibense de Letras;
Academia de Letras Municipais do Brasil;
Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras;
Academia Interamericana de Literatura e Jurisprudência;
União Brasileira de Escritores;
Comendador da Soberana Ordem do Mérito Apostólico de Santiago de Jerusalém;
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra;
                                                                                         Do Instituto de Genealogia do RN;

            Advogado, Graduado pela Universidade do Brasil, e pós Graduado em Morfo-sintaxe pela UFRN;

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