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20/05/2015


UMA GRELHA NÃO TÃO DIVINA
Jansen Leiros*
Certo dia, recebi uma ligação de um amigo de longas datas dizendo que, na semana próxima, chegaria a Natal para uma visita à cidade e que, no ensejo, desejaria  visitar um restaurante onde pudesse, com sua família, degustar comidas típicas de nossa terra.
De imediato, pensei na DIVINA GRELHA! Lá, são oferecidos pratos típicos deliciosos, elaborados com muito cuidado e esmero. Como são supinamente cautelosos com a higiene, nada nos levaria a não recomendá-lo, pois que nosso visitante é pessoa de bom gosto e gosta de servir-se bem.
Todos os bons restaurantes têm uma programação semanal.  Nem todos os dias são servidos todos os pratos do cardápio. A sugestão é uma consulta prévia. Luis Paulino estava eufórico! 
fazia algum tempo, que não vinha ao Nordeste.
No sábado, fomos ao Aeroporto  busca-lo. Aquele encontro foi profundamente prazeroso! Luiz Paulino, como sempre muito simpático, sorriso franco, gostou muito do ”city tour” e, então fui fazer o “cheque in” da família no velho e conhecido Hotel Samburá, atendendo ao saudosismo do amigo.
No dia seguinte, fomos à Praia de Pirangi, Luiz Paulino todo munido dos mais sofisticados aparelhos fotográficos, não parou um só momento, tirando fotos de tudo que lhe parecesse novidades. Já cansado, decidiu dar uns mergulhos  e lembrar-se das águas quentes do Rio Pium e Cajupiranga.   

Daí, tentar rever uns amigos  de “ontem”, como o Dr. Ruy Santos, Dr. Carlos Gomes e outros tantos que a memória não lhe acudia, de imediato. Mas, uma figura que não esquecia era o grande amigo Dr. Valério Mesquita e de seus “causos”.  Depois de visitar os primeiros, pediu-me para leva-lo em Cotovelo. Queria ver Valério!  Rir com seu anedotário e seus “causos”. Depois de visitar os primeiros, pediu-me para levá-lo em Cotovelo. Queria ver Valério! Rir com seu anedotário e "causos". Ele se declarava admirador e fã do Jovem Líder.
O encontro foi agradabilíssimo!  Valério, sempre hospitaleiro, desdobrou-se em amabilidades, se bem que não pudesse acompanha-lo na “pinga”, por proibição médica! Conversa longa! Quase duas horas de recordações, onde foram lembradas as figuras de “Dozinho”, Genildo, o velho Romão, o engraçadíssimo Romeu, Raimundo Barros Cavalcanti, “Palocha” e outras figuras daquele que já se foram.  Lembrou as boas de Pe. Chacon, a figura de José Inácio (Zezinho Turco) e trouxe à memória o Bar do Distinto, onde costumava dar “show”, fazendo “caçapadas” da bola um à sete.  O dia foi prazeroso!
Luiz Paulino e a família estavam contentíssimos.
No retorno, Luiz Paulino sempre paurador, só tinha lembranças para as comidas típicas e  as  ia mencionando uma a uma, “salivando no seco”. “Cuscuz com tapioca”, “feijão verde” com carne de sol, “buchada”, “picado de porco”, “galinha à cabidela” e foi tecendo o rosário  de suas memórias.
Chegada a noite, Luiz Paulino e seus familiares, minha mulher e eu, nos dirigimos ao “Shopping” do Mid Way Maal,  à procura do DIVINA GRELHA, com o grupo do Instituto Histórico, Valério, Ormuz, Odúlio, Carlos Gomes, Edgard, Vicente Serejo, e “Guga”.  
No imenso salão – sala de alimentação – do “Shopping” encontramos o restaurante tão esperado e nos sentamos.  Luiz Paulino salivava enquanto podia e, quando estava à frente da moça que nos atenderia, foi recitando o que desejaria comer.
Para sua surpresa, dos sete pratos aos quais se referiu, nenhum deles estava sendo oferecido pelo restaurante, pois não atendia à programação da semana, pois oferecem mais de cinquenta itens, diariamente.
Luiz Paulino, com cara de poucos amigos, pegou no braço da moça e disse: “Diga ao dono dessa coisa chamada de “restaurante” que mande mudar o nome DIVINA GRELHA para DIVINA FRUSTRAÇÃO!
Dirigiu-se para o HOTEL SAMBURÁ, triste e melancólico.

Na segunda-feira, Luis Paulino tomou o vôo das 7:00 e se foi de retorno ao Rio de Janeiro, levando consigo um desgosto irreversível.


Da Academia Macaibense de Letras;

Da Academia Norte Rio-grandense de Trovas;

Da União Brasileira de Escritores;

Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.


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