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06/03/2014


MÁRIO TAVARES

Jurandyr Navarro

Do Conselho Estadual de Cultura

Nascido em Natal onde iniciou os primeiros passos no estudo da Música, continuando-o no Recife e ultimando-o na então Capital brasileira. Impulsionado pelo ardor febril da aristocrática profissão, conseguiu diplomar-se pela tradicional Escola Nacional de Música. A partir daí, aperfeiçoando continuamente o entendimento musical, percorreu, durante sua existência, trilha luminosa de triunfos os mais animadores, sentindo, final­mente, o êxtase da glória na arte da melodia e da sonoridade musical.

Num período de um decênio -1950-60 - atuou, com rara desenvoltura, na Orques­tra Sinfônica Brasileira. Teve a oportunidade de exercer a docência no Conservatório Pró-arte, em Niterói e na escola Villa-Lobos.

Mário Tavares é considerado o maior intérprete do insigne compositor Villa-Lobos. Prêmios inúmeros recebeu o emérito músico natalense, em concursos nacionais. Foi Regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, assinala Leide Câmara.

Representou o Brasil no V Seminário Internacional de Música de Câmera de Zechron Yaac. Recebeu a Medalha "Gabriela Mistral", no Chile, sendo premiado, tam­bém, em Porto Rico, Bogotá, Romênia e Bulgária pelos seus méritos invulgares como Maestro de nível internacional. Todas essas nacionalidades, por intermédio de dirigen­tes políticos e embaixadores, reconheceram o valor do grande Regente brasileiro, ou-torgando-lhe honras as mais distintas.

"Exaltação a Natal", poema sinfônico-coral é de sua autoria, com letra de Fagundes de Menezes. A sua apresentação pública deu-se, em nossa Capital, por ocasião das festividades do Quarto Centenário, tendo sido interpretado pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, no Teatro "Alberto Maranhão" e na Catedral pela Orquestra do Coral Canto do Povo, sob a Regência de Mário Tavares.

A Música, a arte da sonoridade, enlevou a alma sensível do ilustre Maestro. Para quem estuda e vive a Música deve experimentar o seu sabor todo especial.

Carlos Beauquier, na sua "Fisiologia da Música", tece o seguinte comentário sobre as maravilhosas combinações de ondas e vibrações, comparando às outras artes, nos termos:


"Tais combinações de sons e de movimentos equivalem aproximadamente o que é para a vista a arte pura da decoração, da ornamentação; os caprichosos arabescos, os florões, os de­senhos, os estofos, de tapeçaria, etc. Há, na Música,  ideias filosóficas de sentimentos, de imitação, de propósito literário, quanto no estampado de um rico tecido de damasco ou de brocardo, ou nas pinturas decorativas das velhas catedrais... Estes desenhos, que o decorador tira da imaginação, feitos com linhas e cores, o músico os compõe com os sons. Desenha com o ritmo e pinta com a harmonia. Uma sinfonia não passa, pois, de um vasto painel decorativo, cujas linhas estão em movimento, um quadro que se descobre sucessivamente... A impressão geral da música sobre o ouvido é a mesma do caleidoscópio sobre a vista"


Em relação ao sentimento humano, todas as artes que tocam a vida afetiva dão a mesma sensação de prazer. Todas elas exaltam os sentidos. O poeta, o pintor, o músi­co se comovem com um verso, uma tela, uma melodia...

Mário Tavares experimentou, na alma, a emoção e o perfume embriagador desta arte que envolve uma auréola de Beleza.

O ilustre filho do Rio Grande do Norte foi Membro da Academia Nacional de Músi­ca.

A operosa e brilhante atividade artística do grande Regente conquistou o aplauso dos seus conterrâneos. E a memória cultural guardará, com desvelo, o nome de Mário Tavares, orgulho da nossa arte divina.






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