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09/09/2021

IMAGEM E IMAGINAÇÃO Valério Mesquita mesquita.valerio@gmail.com Não posso morrer de silêncio. Mesmo ante a impotência dos vocábulos. Em ar de conversa vou desfazendo equívocos e revolvendo arquivos desta quadra transitória. No cafezinho habitual do ponto, perguntam-me se Carlos Eduardo Nunes Alves se reelegeria prefeito de Natal? Ora, se Vilma Maria de Faria elegeu Aldo Tinôco avalie ele? Mas, nem só de pergunta vive o homem à hora do café e do crepúsculo. Li certo dia, uma crônica do amigo Rômulo Xavier uma alusão incorreta a meu respeito, a despeito dos seus generosos elogios. Trata-se de uma placa afixada em Natal que contava os dias faltantes para o então governo terminar. Esclareço que não foi de minha “verve”, como imagina o respeitável escritor e jornalista. Conheço a história e as razões que pertencem aos arquivos mplacáveis do Rio Grande do Norte. No ritmo de Zeca Pagodinho, deixando a vida me levar, deparei-me com a nova e violenta refilmagem da Paixão de Cristo. Nos confins dos anos 59, quando assistia em preto e branco aos primeiros filmes sobre o tema, eu chorava com o sofrimento de Jesus. Indagado se assisti a versão do Mel Gibson, respondi que não. Iria realimentar minha paixão antiga contra os responsáveis pelo homicídio universal. Os evangélicos já depuseram no fórum da história, apontando os culpados sobre os quais ainda hoje recai o sangue do inocente. Certa vez, ouvi do saudoso e querido padre Penha afirmar, saindo da exibição do filme, que Jesus fora vítima dos partidos políticos da época. Nível, qualidade de serviço, educação, devem ser questões pontuais das empresas que compraram as estatais brasileiras no setor das comunicações. Por exemplo: quando o usuário desejava passar um telegrama fonado é Recife que atende. Bom, até aí entendo mais ou menos. Mas o despreparo dos atendentes era lamentável e alarmante. Sempre recebia cópias dos telegramas emitidos. A maioria, chegava com erros. O último que enviei, dirigido ao ex-ministro Almino Affonso, o telegrafista (o nome é esse?) pernambucano escreveu “onorário” em vez de honorário. Lembrei-me do ex-prefeito Chico da Bomba de João Câmara: “Dr. Varela, hospício é com “o” ou com “h?”. “É com h, Chico, com h, respondi.” Na verdade o saudoso Chico da Bomba queria escrever um ofício à Sudene e usar a palavra auspício. (*) Escritor

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