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25/08/2017

Academia Fluminense de Letras


AFL DIVULGA A "CARTA DE NITERÓI"

Acadêmicos e intelectuais exibem a "Carta de Niterói", divulgada pela Academia Fluminense de Letras

O centenário da Academia Fluminense de Letras, comemorado este ano em uma extensa programação iniciada em janeiro, está deixando como contribuição para a cultura fluminense a "Carta de Niterói", um manifesto redigido durante o Primeiro Congresso Brasileiro de Academias de Letras, realizado no mês passado, no H Hotel Niterói. O documento, elencando uma série de propostas destinadas ao fortalecimento cultural e à reafirmação da identidade do povo brasileiro, foi tornado público nesta terça-feira (15) pelo presidente da AFL, Waldenir de Bragança.

Uma rápida solenidade na sede da academia, em seu prédio histórico, na Praça da República, no Centro de Niterói, marcou simbolicamente o lançamento do manifesto. Entre as propostas estão a valorização da língua portuguesa, através, inclusive, de sua adoção como um dos idiomas oficiais da ONU; a democratização dos meios de comunicação, garantindo a jornais e outras publicações independentes o acesso às verbas de publicidade das esferas governamentais; e o livre acesso da população à leitura.

Para o presidente da Academia Fluminense de Letras, o movimento cultural está ganhando um novo impulso a partir da mobilização desencadeada pelo centenário da AFL. Como exemplo desse processo ele cita a organização pioneira do Congresso Brasileiro de Academias de Letras, lembrando que, em seu pronunciamento durante o evento, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença, afirmou que gostaria de ter feito, pela ABL, um evento desse gênero.

Acompanhe, a seguir, a entrevista concedida por Waldenir de Bragança ao jornal Toda Palavra:
Leia, abaixo, a íntegra da "Carta de Niterói":

I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS

CARTA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ÉTICA DE NITERÓI


Os integrantes do I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS, promovido pela Academia Fluminense de Letras e pela Secretaria de Cultura / Fundação de Arte de Niterói, de 20 a 22 de julho de 2017, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, celebrando o transcurso do Centenário da Academia – 22 de julho – com a parceria da Universidade Federal Fluminense / Pró-Reitoria de Extensão, com a participação de Academias de Letras de várias regiões do Brasil e de municípios do Estado do Rio de Janeiro, além de entidades literárias e culturais congêneres, universidades, autoridades das áreas da Cultura e da Educação, professores, escritores, jornalistas, artistas, estudantes reunidos no Centro de Convenções do H Niterói Hotel para tratar de assuntos relevantes relativos à Cultura, à Educação e à Ética nos territórios fluminense e nacional, com análise e estudos, através de exposições, palestras e mesas redondas sobre os temas: “Educação, Cultura e Ética”, “Contribuição das Academias para Preservação do Patrimônio Cultural”, “Como Melhorar o ENEM e a Base Nacional Comum Curricular”, “Valorização do Idioma Português como Patrimônio Nacional – Campanha para Oficialização na ONU”, “A Relevância da Leitura no Século XXI”, “Entre o Autor e o Leitor – O Editor de Livros na Contemporaneidade”, “O Papel da Imprensa Fluminense”, visando a constante melhoria dos padrões de Educação e de Ética, e o incentivo às iniciativas de preservação da Memória e de difusão da Cultura; DECIDIRAM assinalar neste documento, intitulado CARTA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ÉTICA DE NITERÓI em homenagem à cidade sede do Congresso, pontos fundamentais considerados propostas de equacionamento de alguns problemas debatidos, com sugestões e recomendações a serem levados às instituições públicas e particulares, Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, assim como às pessoas comprometidas em contribuir para um futuro mais ético, justo e responsável, a partir do processo educacional e do movimento
cultural, para melhoria da conduta da sociedade em favor do Bem Comum.

PROPÕEM E RECOMENDAM:

1- Que seja inserido na formação educacional de todos os níveis, desde o fundamental ao superior, o ensino de Ética e Moral, na modalidade mais adequada, para criação de uma consciência ética, essencial na formação da cidadania, nas profissões, negócios e seu desempenho digno na sociedade, como meio de prevenção e combate à corrupção degeneradora do organismo nacional;
2- Que sejam implantadas em todos os estabelecimentos de ensino dos mais variados níveis e modalidades, comissões de Ética, com a participação de professores, alunos, pais, promovendo reuniões periódicas, abertas à comunidade;

3- Que se promovam medidas para aperfeiçoamento da qualidade do Ensino, incluindo no currículo matérias como Educação Moral e Cívica, Educação Artística, Educação Musical e outras;

4- Que o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura seja feito com a visão de que na língua nacional e na sua expressão literária estão as mais altas representatividades da nossa cultura, em permanente contato com as
demais manifestações artísticas;

5- Que seja incluído nas escolas regulares o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais / Libras – reconhecida como Língua Oficial do Brasil pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 – garantindo o aprendizado dos deficientes auditivos, e que as bibliotecas públicas incluam em seus acervos obras em Braille,
destinadas aos deficientes visuais, como forma de disseminação da leitura e Cultura para todos;

6- Que os estabelecimentos de ensino públicos e privados de todos os níveis e as organizações sociais, além das entidades públicas, estimulem o respeito aos símbolos nacionais, contribuindo para levantar os sentimentos de brasilidade e amor à Pátria;
7- Que se elabore e promova estratégia destinada a mais dignificar a figura do Professor – responsável pela Educação e pela Cultura – em sua missão fundamental para o desenvolvimento sociocultural do Brasil, destinando recursos suficientes para condições adequadas de trabalho e uma remuneração condigna valorizadora de suas altas responsabilidades para a comunidade nacional;

8- Que o ENEM, em sua função substitutiva de vestibular, busque constante aperfeiçoamento, levando-se em conta as críticas feitas em razão do conteúdo, tipo de provas e tempo exíguo para ler os textos propostos e interpretados pelos candidatos, e a distorções na formulação das questões, e que sejam incluídos temas sobre Ética nos concursos;

9- Que sejam criados em todos os municípios brasileiros os Conselhos de Educação como instrumento de participação e fiscalização da gestão escolar, respeitando-se em sua composição a paridade de representatividade de órgãos do governo e da sociedade, buscando-se o equilíbrio entre membros da Secretaria de Educação, de entidades particulares, pais e estudantes, com a presidência sendo exercida em forma de rodízio entre os órgãos governamentais e as entidades particulares;

10- Que sejam organizadas bibliotecas nas instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do País, dirigidas por profissionais habilitados em Biblioteconomia, sendo cumprida a meta prevista na
Lei nº 12.244/2010 (2020), por serem as mesmas ferramentas fundamentais para a Educação e a Cultura;

11- Que os livros e a leitura sejam incentivados como instrumento insubstituível para a cultura ética, a educação, o saber transformador de vidas, para melhoria da convivência e integração social, através de subsídios governamentais para a edição de livros, sobretudo os voltados para estimular esta ferramenta básica para o desenvolvimento cognitivo infantil e a futura caminhada nos estudos, facilitando o acesso aos livros;

12- Que seja compromisso dos órgãos públicos nos três níveis de Governo estimular, fomentar, apoiar e manter as Academias de Letras nas capitais dos estados e nas cidades a fim de fortalecer o movimento cultural;

13- Que as Academias de Letras, União de Escritores  e outras entidades congêneres se unam em entidades representativas, em âmbito nacional e nos estados brasileiros, como estratégia destinada a fortalecer suas importantes ações em favor do patrimônio cultural, da Educação e da Ética, vencer obstáculos a fim de defender e mais valorizar os sentimentos e as raízes nacionais;

14- Que seja proporcionada maior relevância, por todos os meios ao alcance das instituições, federais, estaduais e municipais, ao Dia Nacional da Cultura e da Língua Portuguesa no Brasil – o 5 de novembro – como
uma das formas de mais valorizar o idioma nacional e ressaltar a importância da Cultura como patrimônio nacional;

15- Que se intensifique a Campanha para que o Idioma Português se torne oficial na Organização das Nações Unidas, congregando entidades socioculturais, organizações públicas e particulares, a fim de evidenciar
o reconhecimento e o valor do 4º idioma mais falado no mundo, presente em todos os continentes, integrador de etnias, culturas, costumes, religiões e posições políticas e ideológicas, e que o Memorial contendo os
fundamentos da proposta, com as assinaturas dos participantes deste Congresso e de outros interessados nesse esforço consensual, seja levado à sede da ONU em Nova York;

16- Que os meios de comunicação em massa, imprensa escrita, radiofônica, televisiva e redes sociais sejam intérpretes dos anseios de respeito à dignidade humana, à defesa da vida desde a concepção, à verdade, à justiça, à melhoria dos padrões de conduta da cidadania e da sociedade, promovendo a compreensão e a tolerância, a resolução de conflitos e a busca da paz;

17- Que os veículos de comunicação das cidades do interior, de grande importância na capilaridade da difusão cultural em todas as regiões do território nacional, sejam também contemplados na seleção de mídia dos
órgãos públicos para fins de veiculação da publicidade oficial, como forma de valorização da imprensa independente e de contribuição para a democratização dos meios de comunicação.

Este documento resultante do I CONGRESSO BRASILEIRO DE ACADEMIAS DE LETRAS, que celebrou o Centenário da Academia Fluminense de Letras, contém contribuições recolhidas durante sua realização, constitui compromisso solidário em defesa da Cultura, da Educação e da Ética, envolvendo o
propósito de múltiplas profissões, atividades culturais, educacionais, científicas e sociais, e deverá ser encaminhado aos poderes públicos, entidades e órgãos cujas atribuições compreendem os assuntos tratados, bem como aos meios de comunicação e à sociedade em geral, como expressão de respeito à Cultura, à Educação e à Ética.

Sala das Sessões
Niterói, 22 de julho de 2017








23/08/2017


NERUDA: “QUEM JÁ ERA”!

Valério Mesquita*

Recebi da advogada conterrânea Euda Fernandes, com escritório no Rio de Janeiro, um belo texto de Pablo Neruda que me fez refletir, mais do que já faço, sobre a vida. Diz o grande poeta chileno que “morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música ou quem não encontra graça em si mesmo”.  E prossegue: “morre lentamente quem evita uma paixão, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos ou quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos”. Neruda é sábio no aconselhamento. São famosas e universais  as suas cartas e as perguntas que um dia, aqui na província, outro poeta, Diógenes da Cunha Lima, ousou responder em livro com cem respostas às cem indagações do mestre de “Conto Geral” e “Odes Elementares”.
Poeta do social e revolucionário, Neruda sempre instigou quem o lê a interpretá-lo ou recriar as suas vibrações líricas e reflexões existenciais, sem jamais perder a atualidade sentimental de um mundo que se renova e se transforma. Daí, poder dizer com o poeta, sem qualquer despautério a sua criação intelectual: que também morre lentamente quem deixa a vida pra depois ou ingressa em holocausto na carbonizada política partidária do Rio Grande do Norte; morre lentamente quem é funcionário público que desde a instituição do plano real não recebe aumento de salários; morre lentamente quem vive do salário mínimo ou depende do SUS ou da rede pública hospitalar para viver; morre lentamente quem é correntista da rede bancária brasileira, submetido aos traumas das taxas e juros extorsivos; morre lentamente quem adotou como profissão a atividade de produtor rural nesse país, sem crédito, sem proteção e sem nenhum incentivo oficial; morre lentamente quem se julga beneficiado pela enganosa qualidade do ensino universitário hoje praticada no Brasil; morre lentamente quem acreditar na eficiência da segurança pública, caso já não tenha sido ceifado de vez; morre lentamente quem acreditar que o Brasil não é um país das maiorias corruptas, praticante da lei da vantagem; morre lentamente quem crê na recuperação do real perante o dólar estratosférico e inflacionário; morre lentamente quem aposta na eficiência do atual gestor público estadual e na transposição das águas do Rio São Francisco. E, por fim, com o perdão do poeta Pablo Neruda, morrem lentamente, as candidaturas dos que fizeram muito barulho para nada; dos que sonharam ou se iludiram com a mais difícil e cada vez mais enganosa atividade pública: a corrupção política. Com a sua permissão poeta, concluo, à maneira romana: saúdo aqueles que vão sucumbir nas eleições de 2018!


 (*) Escritor.

19/08/2017

MANHÃ DE REENCONTROS


Ivan Lira de Carvalho, Rosa Ligia, Therezinha -  adicionaram:
No lançamento do livro "Moacyr - 90 anos bem vividos", do Prof. Carlos D Miranda Gomes, edição do querido Abimael Silva, do "Sebo Vermelho".





REGISTRO INTEGRAL NO BLOG DO MIRANDA GOMES

18/08/2017

OCUPAÇÃO DO IHGRN POR CEARÁ MIRIM





Foi indiscutivelmente uma grande realização do nosso INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE.
Presentes várias autoridades, o Prefeito de Ceará Mirim e o Presidente da Câmara, o Padre Agnelo Barreto, acadêmicos da ANL e da ACLA Pedro Simões Neto, artistas da Terra dos Canaviais, a Banda de Música do Município.
Em seguida apresentamos fotos e vídeos daquele marcante evento:

A Banda de Música do Município abrilhantou a festa

As bandeiras são hasteadas: a Nacional por Iaperi Araújo, Presidente do Conselho de Cultura; a do IHGRN pelo Presidente Ormuz Barbalho Simonetti e a do Município de Ceará-Mirim, pelo Dr. Marcone Barreto, Prefeito Constitucional.

Discurso de Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do IHGRN

Pronunciamento do Prefeito Marcone Barreto
Fala do Presidente da Câmara Municipal, Vereador Ronaldo Venâncio
 Palavras da Dra. Joventina Simões, Presidente da ACLA Pedro Simões Neto.
 Apresentação do Boi de Reis


 Artesãos e artesãs 

Parte do público presente, com o Sr.. Prefeito



PROGRAMA "PONTO DE VISTA", DO JORNALISTA E CONFRADE NELSON FREIRE




H O J E : OCUPAÇÃO CEARÁ MIRIM - dia 17

No largo Vicente de Lemos do Instituto Histórico e Geográfico do RN, banda de música, artesanato, folclore, exposição de arte. Ceará-Mirim, engenhos, tradição e arte. Não perca!
Quinta-feira, 17 de outubro, às 16h.
IHGRN no facebook

16/08/2017

SABEDORIA


A INTOLERÂNCIA EM NOSSOS DIAS
PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO 


É comum ouvir: “Onde iremos parar com tanta intolerância”? Esta se manifesta principalmente na agressividade e no radicalismo. Não é o conflito de gerações, que ocorre em família e na sociedade. É desrespeito ao pensar, à expressão e ao ser do outro. Atualmente, torna-se cada vez mais difícil conviver. As pessoas estão armadas interiormente e explodem à menor contestação. É preciso controlar esse mal que está levando ao ódio. Nasce da incapacidade de aceitar o próximo, possuidor também dos mesmos direitos. Seu crescimento nos diversos segmentos da sociedade causa perplexidade e desafia os limites do bom senso e da civilidade. Tem levado muitos a cometer arbitrariedades e injustiças. A partir daí, aumentam os atos de violência e barbárie em casa, nas ruas e em vários ambientes. Ela tem causado atritos, inimizades, divisões nos lares, nas escolas, no trabalho, nas religiões etc. Nas passeatas há, inevitavelmente, expressões da intolerância, que grassa na sociedade. Decretou-se o reinado do monólogo. As redes sociais estão contagiadas por palavras e atitudes intransigentes. Em lugar de aproximar, acabam afastando. Hoje, evitam-se certos contatos, pois não é fácil manter uma convivência civilizada. Os investimentos morais e materiais em educação e na formação da cidadania – modeladores da consciência da vida em sociedade – não têm sido suficientes para mitigar a agressividade gerada pelo aumento de radicalismos. Assistimos impotentes ao avanço dos filhos da intolerância: arrogância, tirania, individualismo exacerbado e consciência social deturpada. 
É urgente que especialistas do comportamento humano analisem as causas de sua gênese, assim como neutralizá-las. Por vezes, parece originar-se do simples ato de fixar-se na defesa cega das próprias convicções, rechaçando as perspectivas divergentes. É fruto do egoísmo, que beira à sanha da ditadura. E, como consequência disso, advém o desprezo ou a antipatia pelos demais. Conduz à negação do pensamento e da vontade de outrem. Essa postura aprisiona o ser humano e o incapacita para os diálogos construtivos. Isso compromete o alcance de entendimentos para preservar o bem comum. 
A rigidez na compreensão e no acolhimento do divergente leva à insensibilidade, que contamina. É uma forma de absolutismo, que ataca muitos. Trata-se da exaltação do eu e da anulação do nós. Atualmente, manifesta-se de forma acentuada no debate político, cultural, pedagógico e até religioso. Percebe-se, assim, que a mentalidade inflexível embrutece e destrói o exercício da liberdade, a qual garante a todos a oportunidade de participar dos diferentes processos importantes da vida social. Mas, para isso, exige-se a capacidade de leitura solidária das relações humanas, do inegociável respeito ao pensamento de outrem, incluindo a aceitação dos seus valores e aqueles das instituições. 
Na raiz da intolerância está a rejeição das diferenças, comprometendo o convívio humano e social. Isso tem levado ao desrespeito individual ou coletivo, fonte de loucuras e arbitrariedades, que precipitam a sociedade para o crime. E desse modo, cada um se elege como parâmetro exclusivo das definições, escolhas e opções. O resultado de tudo é um quadro insano, em que ninguém abre mão da sua própria opinião. Essa estreiteza de horizontes desenvolve a estagnação social, gerada essencialmente pela ausência de diálogo. Para alcançar a paz social, o ser humano precisa contribuir significativamente com a cultura do encontro, que pressupõe a convivência harmoniosa entre pessoas que pensam diferentemente. O passo inicial para que isto aconteça é a isenção de preconceitos e julgamentos precipitados ou levianos. Eis um caminho para combater as diversas formas de intolerância e promover o respeito aos direitos e à dignidade humana. Os intolerantes definem como seu lema: “Sou mais eu”. Inspiram-se em Jean Paul Sartre, quando afirmou “L´enfer, c´est les autres” (os outros são o inferno), por isso mesmo devem ser evitados e descartados. Portanto, negam a doutrina cristã que prega a multiplicidade de carismas. “Há diversidades de dons... ministérios... atividades... A cada um é dada uma palavra de sabedoria... em vista do bem de todos” (1Cor 12, 4-7). O apóstolo Paulo aconselha aos cristãos de Éfeso: “Sejam humildes, dóceis, pacientes, tolerando [suportando] uns aos outros no amor” (Ef 4, 2).

PAIS


OS PASSOS JÁ NÃO SÃO TÃO FIRMES,
MAS O CORAÇÃO AINDA PULSA INCESSANTEMENTE,
PORQUE AINDA EXISTEM OS FILHOS PARA ABRAÇAR.
ALGUNS ATÉ JÁ PARTIRAM PARA OUTRA DIMENSÃO DA VIDA
MAS PERSISTEM NA MEMÓRIA DOS QUE LHE AMAM.
FELIZ DIA DOS PAIS

COISAS DE MACAÍBA!



BATERIA, POR QUE CHORAS?



Valério Mesquita*




José Paulino de Brito, magro, moreno, vulgo “Banga”, apelido que o credenciava tanto como ponta esquerda do Cruzeiro F.C. ou - no comando da bateria do regional musical - tocava as festas do Pax Club ou em qualquer lugar. Era o acrobata do tarol. Nos desfiles da banda de música municipal pela cidade, desde os anos cinquenta, não somente tocava, mas, se exibia com jeitos e trejeitos como se buscasse o aplauso fácil, espontâneo, provocando a impaciência do maestro. Nas temporadas dos circos em Macaíba, ver Banga contorcer-se na bateria acompanhando uma caliente rumba olhando fixo - ali bem perto, os quadris carnudos da rumbeira rebolativa - era um espetáculo à parte. Cheio de “pinga” Banga deixava-se hipnotizar pelo bumbum, caprichando na percussão da bateria tal e qual um falo frenético em cada movimento sensual da arte erótica da rumbeira circense. Doente do pulmão, Banga viveu de reminiscências, na rua Rodolfo Maranhão, antigo bas-fond macaibense. Os seus olhos, refletiam as luzes dos bailes e circos de sua vida.

Banga ao falecer, desapareceu um dos últimos expoentes do lirismo humano e musical de Macaíba, onde pontificaram Pereira (piston), Rey (trombone), Neif Nasser (sax), Chicozinho (cavaquinho), Belchior (banjo), Geraldo Paixão (contra-baixo), Tião (surdo), Perequeté (pratos), Paraca, Jessé, Edivan e tantos outros que integravam a banda de música da prefeitura que Cornélio Leite Filho ironizava apelidando de: “a peidona”. José Paulino de Brito foi servidor municipal (porteiro da câmara de vereadores). Aposentado, fazia biscates como garçom e em casas de jogo.

Era filho do casal seu Paulino (barbeiro) e Hilda, fiel eleitora de seu Mesquita. Fui amigo de infância de seus irmãos: Raimundo (Prego), Dione, Canindé e Toinho Chimba. Com a sua morte, a cidade perdeu um pouco a identidade boêmia, na pessoa de um autêntico notívago e pastorador de auroras das ruas antigas de sessenta anos passados. Como ponta esquerda do Cruzeiro, o azul celeste dos gramados do futebol, armava as jogadas simples e complicadas sob a orientação técnica de Nestor Lima. Ao lado dos atletas Bedé, Tota, Passarinho, Loreto, Chico Cobra, Malheiro, Edílson, Magela, Mauro, Aguinaldo (Barbosinha), Galamprão, Caíco e muitos, que formam na minha mente, uma sinfonia provinciana de humanismo e simplicidade de um tempo de ouro, retalhos de cetim.

Os jovens daquela época ainda sobreviventes como eu, testemunhas ou notários públicos, hoje podem relembrar e testemunhar as figuras citadas desse universo semidesaparecido: Cícero Martins de Macedo Filho, Armando Leite de Holanda, Karl Mesquita, Dickson e Nássaro Nasser, Silvan Pessoa, Eudivar Farias, além de tantos que não dá para citar.

A lembrança de José Paulino de Brito, emite sons e sinais de que o tempo apaga lentamente as impressões digitais da antiga Macaíba. Banga, mesmo na sua humildade de nascimento e vida, a sua morte diminui uma fase áurea. Apaga nas ruas e as paredes dos bares da cidade a memória dos simples. Não são somente os notáveis, os ricos ou os ambiciosos de todo o gênero que fazem a história de uma cidade, estado ou país. Lembrem-se que na historiografia da humanidade, somente os pobres se assemelham aos mártires.



(*) Escritor.

11/08/2017


   
Marcelo Alves
11 de agosto às 14:00
 

Bibliotecas espanholas (I)
Na minha última estada na Espanha, em 2015, para participar do 3º Encontro Internacional da Associação Nacional dos Procuradores da República/ANPR (que teria lugar sobretudo em Madrid), aproveitei para chegar uns dias antes e fazer um “tour” pelas regiões de Castela e Leão e Castela-La Mancha, que ficam ao derredor da capital do país. Se a memória não me prega uma peça, antes de aportamos em Madrid, estivemos em Ávila, Salamanca, Zamorra, Leão, Burgos, Predaza, Segóvia, San Lorenzo del Escorial e Toledo, entre outras belezuras.

Nesse giro todo, tivemos a oportunidade de visitar três excelentes bibliotecas espanholas.

Sobre uma delas eu até já escrevi aqui: a “Biblioteca Nacional de España”, cuja sede principal fica no Paseo de Recoletos, 20-22, na “Madrid dos Bourbon” (estações de metrô Colón e Serrano). É uma “biblioteca de trabalho”, ou seja, não é só um lugar para apreciação do ambiente e de belos livros. Tricentenária, gigante, ela é depósito legal de todos os livros publicados na Espanha, além de possuir, claro, uma riquíssima coleção de livros raros, manuscritos, jornais, desenhos, fotografias, partituras, gravações sonoras etc. O museu da Biblioteca Nacional, antigo “Museo del Libro”, à semelhança dos museus de outras grandes bibliotecas (o exemplo que logo me vem à memória é o da British Library), é fantástico. Como já sugeri aqui, vale a pena passear, vagarosamente, por cada uma de suas salas, sobretudo as denominadas (à época em que lá estivemos) “La Biblioteca a través de la historia”, “La escritura y sus soportes” e “La memoria del saber”. A BNE está aberta de segunda a sábado até as 20 horas e também aos domingos pela manhã. E o melhor: a entrada é gratuita.

O segundo “templo” dedicado aos livros que visitamos nessa estada na Espanha foi a “Biblioteca do Monastério Real de San Lorenzo del Escorial”. A noroeste de Madrid, cerca de uma hora de carro, a cidade de San Lorenzo del Escorial em si, que visitamos num dia frio mas ensolarado, é pequenina (menos de 20 mil habitantes) e sem muito atrativos “mundanos”, por assim dizer. O que ali nos atrai, sem dúvida, é o seu palácio/monastério, “El Escorial”, que, para muitos espanhóis, sobretudo os mais antigos, é a oitava maravilha do mundo.

A história do palácio/monastério – que está indissoluvelmente ligada à majesdade de Filipe II de Espanha (1527-1598, e rei a partir de 1556 até a sua morte) – é longa e complicada para ser aqui resumida. Mas é fato que, edificado entre os anos de 1563 e 1584, “El Escorial” foi concebido mais como museu, retiro espiritual e mausoléu do que como residência para a dinastia Habsburgo. A mistura de monastério e palácio não era uma ideia original, é verdade. Mas, no caso do “Escorial”, o sucesso da austeridade pretendida, pela manifesta falta de ornamentação, fez dele um dos edifícios mais belos, importantes e influentes da história da arquitetura europeia, em especial espanhola, e modelo de um novo estilo de edificação. Como registram os autores de “A biblioteca: uma história mundial” (Edições Sesc, 2016, e cujo título original é “The Library: a World History”), James W. P. Campbell (texto) e Will Pryce (fotografias), “'não existe nada parecido com o Escorial, nem Windsor, na Inglaterra, nem Peterhof, na Rússia, nem Versalhes, na França', escreveu Alexandre Dumas, pai, em 1846. 'Sem similares, criado por um homem que dobrou sua própria época a sua vontade, um devaneio moldado em pedra, concebido durante as horas insones de um rei em cujo reino o sol nunca se põe'”.

Na concepção do prédio do “Monastério Real de San Lorenzo del Escorial”, ao lado da Basílica e do Panteão Real, a sua “Biblioteca” tem um papel fundamental. Idealizada pelo próprio rei Filipe II, a concepção da dita cuja (da biblioteca, refiro-me) reflete o espírito renascentista desse grande soberano. Uma das últimas etapas da construção do Monastério, foi efetivamente projetada e construída, entre os anos 1575 e 1583, por Juan de Herrera (1530-1597), arquiteto que substituiu Juan Bautista de Toledo (1515-1567) como inspetor de monumentos da Espanha. Como acrescentam os autores de “A biblioteca: uma história mundial”, o teto da bilbioteca “tem afrescos de Pellegrino Tibaldi [que são um aspecto mais que fundamental para a maravilha do conjunto] e foi finalizado, provavelmente, por volta de 1585. Consiste em um espaço único com abóbada de berço, com 68m de comprimento e janelas da altura das paredes intercaladas de ambos os lados. Trechos compridos de parede entre as janelas dão espaço para grandes estantes bem encaixadas. Embora enormes e construídas contra as paredes, as estantes são, para todos os efeitos, grandes peças de mobília, cada uma formando uma unidade autônoma. No entanto, diferem radicalmente de armários de biblioteca anteriores: os livros agora estão em exposição, tornando-se parte da decoração”. Realmente, harmonizando com os deslumbrantes afrescos do teto, as estantes, finamente trabalhadas, nem claras nem escuras, são belíssimas.

No mais, como apontam Guillaume de Laubier e Jacques Bosser, em “Bibliothèeques du monde” (Éditions de La Martinière, 2014), para o sobredito rei espanhol, “o conhecimento não residia apenas nos livros, mas também nas cartas, nos mapas, nas pinturas, nos instrumentos científicos e nas mil e uma curiosidades e maravilhas que seus navios lhe trouxeram das mais longínquas expedições”. Segundo os mesmos autores, “se o acervo atual da biblioteca real não passa de 45000 obras impressas, ela é enriquecida com 5000 manuscritos. Sua extraordinária qualidade [mais uma vez] reflete as ambições de Filipe II, apaixonado por seus livros e pela escrita em geral”.

Por derradeiro, informo que a terceira biblioteca que visitamos nesse nosso périplo – pela capital e pelas regiões espanholas de Castela e Leão e Castela-La Mancha, relembro – foi a “Biblioteca da Universidade de Salamanca”. Mas sobre ela, por falta de espaço hoje, papearemos somente na semana que vem.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

10/08/2017

11 DE AGOSTO - DIA DO ADVOGADO



A criação dos cursos jurídicos em 11 de agosto de 1827 permitiu o surgimento de ideais corporativistas à imagem da Ordre des Avocats da França, berço cultural dos bacharéis do Brasil, ávidos por uma regulamentação profissional, uma vez já existente em atuação, um certo número de advogados, provisionados e de solicitadores, que não possuíam formação acadêmica oficial, mas para exercerem a advocacia faziam exames teóricos e práticos.
A data de 11 de agosto, por conseguinte, foi escolhida para comemorar essa grande iniciativa, considerada como O Dia do Advogado, consagrando as forças do primitivo ideal do Parlamento do Império – alforriar, além da independência política que fora conquistada, também a liberdade intelectual, através dos Cursos de Direito de Olinda, Recife e São Paulo, como verdadeira Carta Magna, que nos ofereceram os sempre lembrados Bacharéis Teixeira de Freitas, José de Alencar, Castro Alves, Tobias Barreto, Ruy Barbosa, o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Fagundes Varella, dentre tantos outros e que inspirou o Mestre Prado Kelly a dissertar:

“... só há justiça, completemos, onde possa haver o ministério independente, corajoso e probo dos advogados. Tribunais de onde eles desertem, serão menos o templo do que o túmulo da Justiça.”

EM DEFESA DA VIDA E CONTRA A VIOLÊNCIA


COMITÊ EM DEFESA DA VIDA
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, escritor
         Em 1989, quando fui Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil -Seção do Rio Grande do Norte, em sessão memorável, lancei um Manifesto criando o Comitê em Defesa da Vida, num trabalho conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Comissão de Justiça de Paz da Arquidiocese de Natal, tudo com a finalidade de combater todo tipo de violência, logrando algumas vitórias.
Naquela ocasião, tive por inspiração as palavras do grande poeta amazônico Thiago de Mello:

Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

        Pois bem, agora, com o recrudescimento da violência em nosso Estado, com ausência de uma política eficiente por parte do Governo, assistimos diariamente o noticiário das mortes ou agressões aos cidadãos, em episódios absolutamente inusitados e já atingindo pessoas de idade vetusta, como nos recentes exemplos do tenente-coronel, dentista aposentado da Polícia Militar do Estado e do médico Airton Wanderley, dois exemplos de honradez da terra potiguar.
        Estamos numa situação tal que permite indagar: quando chegará a minha vez? Pois ninguém mais escapa da bandidagem, mercê da fragilidade com que é tratado o aparato policial, com contingente defasado e equipamento sucateado.
        O governo atual se elegeu sob a promessa de ser consagrado como o Governador da Segurança, mas a verdade está no outro lado da palavra. Temos que tomar uma providência imediata.
        Conclamo a sociedade civil organizada, em particular os movimentos religiosos, dos Direitos Humanos e a OAB/RN a convocar uma audiência pública para a tomada de posição sobre tão crucial assunto, que vem mantendo reclusas as famílias e libertas as facções criminosas. Não é esse o Estado que sonhamos e escolhemos para viver.

        Chegou o momento de se cobrar somente a verdade, em valorização da vida. Marchemos de mãos dadas na direção de dias melhores.

08/08/2017


O ALECRIM FC QUE CONVIVI 

Berilo de Castro


O Alecrim FC comemora os seus 102 anos no dia 15 de agosto de 2017. Anos de resistência e heroísmo.
No ano de 1961, atleta na categoria juvenil da equipe do Riachuelo Atlético Clube (RAC), fui convidado pelo treinador do  Alecrim FC, Pedro Teixeira – o Pedrinho Quarenta -, para assinar contrato profissional com o Alecrim FC. Um susto! Um coisa nova! Uma supresa agradável e desafiadora.
Com o conhecimento e o aval do meu pai, assinei o meu primeiro contrato como profissional de futebol com apenas dezoito anos de idade.
Iniciava, naquele momento, a minha  curta e memorável trajetória vestindo a camisa esmeraldina.
Encontrei uma geração de veteranos bons de bola, já em fim de carreira – pendurando as chuteiras. Recordo muito bem de: Beú, Petit, Mangueira, Monteiro, Jair, Chiquinho, Petita, o seu irmão Canindé, muito bom jogador.
Os primeiros anos da década de  1960 foram  praticamente de renovação, de muito empenho, com um objetivo único e sonhador: chegar a disputar o título oficial  do campeonato da cidade, uma vez que o América FC estava afastado da competição.
Contava a sua diretoria com um grupo de  abnegados alecrinenses, à  frente um baiano que passou a gostar e amar Natal como poucos: João Bastos Santana –  Seu Bastos, uma grande e inesquecível figura.
No ano de 1962, muda o comando técnico,  sai Pedrinho Quarenta e entra Geraldo (Geleia), um conhecido e experiente treinador de equipes amadoras do bairro do Alecrim; alfaiate de ofício.
Em 1963, a equipe se alinha e parte para o sonho desejado. Reúne e forma uma jovem e  competente equipe.
Faço parte do elenco em uma posição nova, a de quarto-zagueiro, uma vez que comecei no futebol atuando como meio-campista.
A equipe contava com: Manuelzinho, Miltinho, Orlando, Berilo e Miro, Ilo e Caranga; Zezé, Osiel, Galdino ( Paulo) e Ferreira.
Na época, apesar de o futebol ser praticado de forma mais dura, mais ríspida; sem cartões disciplinares; de atuar em um campo sem condições para a prática do bom futebol, com muito desníveis (buracos) sujeitos a contusões fáceis; mesmo assim, a equipe dificilmente sofria baixas na sua formação; fato que muito contribuiu para sua trajetória vitoriosa.
Assim sendo, a mesma formação que iniciou o certame foi  a mesma que concluiu, levantando oficialmente o primeiro título oficial de futebol da cidade. Uma apoteose! E ainda mais: em cima do ABC FC, o papão de títulos do Estado.
No ano seguinte (1964), muda a direção técnica, volta Pedrinho Quarenta. A equipe sofre  poucas mudanças. No meio-de campo, entram João Paulo (João Porquinho) e Hélio Carioca, saindo Caranga e Ilo.
      Foi um campeonato tranquilo. Fizemos excelente campanha e novamente chegamos sem maiores dificuldades ao bicampeonato, novamente diante do nosso maior rival, o ABC FC, com uma vitória por 3X1, com o velho Estádio Juvenal Lamartine, lotado e vibrante.
Em 1965, continuamos como o melhor time da cidade. Aí, chega a soberba. Entra o relaxamento. Disputamos o campeonato em três turnos, ganhamos dois; precisávamos somente de uma simples vitória sobre o nosso maior adversário – o ABC FC – para  levantar o almejado e importante terceiro título consecutivo.
As coisas começaram a dar para trás. Jogos e mais jogos e derrotas e mais derrotas. Nada dava certo. Uma  época de final do ano, período de festas, com longas e cansativas concentrações, sem nenhuma  motivação e estímulo por parte dos dirigentes.
Fizemos uma série interminável de partidas, com derrotas injustificáveis e deprimentes.
Enfim, perdemos o título, aquele que a princípio nos parecia o mais fácil de todos; aquele que nos deixaria em uma condição privilegiada, com a conquista do primeiro tricampeonato da cidade, fato inédito e histórico.
Ano de 1966, encerro a minha curta, aproveitável  e honrosa convivência com o clube Alecrim FC. Time que  me consagrou como atleta e que levarei para sempre na lembrança e no coração, com muita saudade, muito orgulho e muito carinho.
Parabéns,  Alecrim FC, pelos seus 102 anos de existência e heroísmo.
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Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN  – berilodecastro@hotmail.com.br