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30/05/2017

UMA TRAJETÓRIA DES-VIÁVEL
O PERCURSO PROFISSIONAL DE ARIALDO PINHO
ENTRE NATAL E FORTALEZA
Frederico Augusto Luna Tavares
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE/
CENTRO DE TECNOLOGIA/PPGAU
NATAL/RN
2017

RESUMO
Parte significativa da produção arquitetônica das décadas de 1950 e 1960 está sendo destruída
em Natal, atingindo não somente o acervo edilício, mas levando consigo testemunhos de
reminiscências dessa época, incluindo-se os autores desses projetos, que muitas vezes sequer
foram devidamente mencionados ou reconhecidos pelos estudos acadêmicos. Entre esses
profissionais com distintas formações e procedências, veio à tona, na busca irrequieta pelo
registro do ainda existente, Arialdo Pinho. Nascido no Rio de Janeiro, com o domínio da
técnica laboral e o significativo aporte cultural, à margem da instrução formal, chega a Natal
em 1951 e torna-se importante referência da escola modernista residencial. Em 1958, já em
Fortaleza-CE, dá continuidade ao potencial conquistado à luz de suas funções intelectuais e às
estreitas relações sociais. Ao custear as fendas atinentes a estas circunstâncias, pergunta-se:
como os decursos pessoal, intelectual e profissional de Arialdo Pinho materializado nos
empreendimentos nas duas cidades podem ser apreendidos na construção historiográfica dos
bens culturais edificados? Acredita-se, assim, que o momento fazia-se favorável para a
execução de seus projetos nestas capitais, que vivenciavam a insuficiência de profissionais
com formação de nível superior, e cuja clientela composta pela elite, passava a exigir,
entretanto, uma arquitetura diferenciada. Nesse delinear perceptivo, configura-se como ponto
de partida as trajetórias e as vicissitudes profissionais e o conhecimento e registro da prática
da arquitetura. Pretende-se, então, compreender a distinção dos caminhos traçados pelo
profissional Arialdo Pinho na sua atuação entre Natal e Fortaleza, contribuindo para a
construção de uma ferramenta que condense as informações e ao mesmo tempo estimule e
publicize novas reflexões acerca da história da arquitetura e da cidade. Para abranger essas
nuanças, os aportes teóricos basearam-se nas contribuições concernentes à memória, ao
patrimônio e ao audiovisual. Os acervos estáticos experienciados pelo uso dos dispositivos na
vivência de campo resultaram no encontro com Arialdo Pinho e no desfolhar de sua trajetória.
A experiência empírica manifestou o documentário “Arialdo Pinho: Uma trajetória desviável”
como produto material, em livre criação argumentativa, da tese. Desses caminhos
particulares esquecidos, muitas vezes alijados pela literatura especializada, evidenciou-se um
retrato pouco compreendido e explorado das incursões da prática da arquitetura e, portanto, da
história das cidades..

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