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05/11/2015


LIÇÕES DE HUMILDADE

Valério Mesquita*

Alguns que se professam príncipes do modismo hodierno consideram as igrejas cristãs empíricas e falidas. Hoje, os maus costumes foram redefinidos como “direitos da minoria”. No mundo erotizado pelo verniz da modernidade acreditam e defendem que ser inteligente ou intelectual significa subverter os valores morais e religiosos. Desconhecem que essa questão é tão antiga quanto o planeta. Trata-se da história da degeneração da raça humana desde quando ela perdeu para o pecado, pela desobediência, a Deus. Partindo-se da premissa de que Deus é o princípio de tudo, criador do céu e da terra, ser Aquele por quem clamamos na hora da dor – por que, atualmente, os que se dizem cristãos estimulam e promovem a dissolução dos valores fundamentais da família a favor do casamento homossexual?
Trata-se de uma modernidade de segunda mão, que remonta aos tempos de Sodoma e Gomorra. É preciso que a geração cética ou agnóstica que defende essas coisas aceite uma reconciliação com a inteligência. Nem Stalin, Hitler, Mão Tsé-Tung ou os fundamentalistas, ao longo da história da civilização, conseguiram destruir os ensinamentos da Bíblia. Não advogo a postura de censurar ou perseguir a prostituição, a impureza, a lascívia, a heresia, o homossexualismo, o lesbianismo etc., nas suas diferentes perfórmances, tanto públicas quanto privadas. Filio-me aos que utilizam para esses temas os remédios espirituais da caridade, da temperança, da assistência, do diálogo, da benignidade, da longanimidade e, principalmente, da fé. Tudo está em Gálatas 5.22, 24 e 25. A doutrina de Jesus Cristo sempre condenou as obras da carne. Os desvios de conduta profissional, política, educacional, religiosa, etc. – tais como as do sexo – podem e devem ser tratados à luz do Evangelho e da ciência humana, porque não há outro caminho.
Todavia, quando o Poder Público e segmentos importantes da sociedade divulgam e estipendiam as nuances e formas da pederastia, há de se convir, que não são um exemplo a ser seguido pela infância e juventude, já tão assoladas pelo perigo da droga e da pornografia. Na crônica escandalosa dos césares de Roma e de outras nações do mundo antigo, ninguém que cultivou e explorou a depravação dos costumes ou a profanação do corpo, teve fama duradoura ou reconhecimento uníssono da história. Foram tiranos, loucos e assassinos. Os erros, a leniência, as cisões, as carências e os cochilos do cristianismo durante o processo de mais de dois mil anos são atribuídos à própria falibilidade humana. Nem todos os seus protagonistas nos cargos diretivos da mensagem eram dotados do Espírito Santo. Muitas vezes o Maligno sobrepuja e domina o fraco. Fraco de fé, de caráter, de formação ou de auto-afirmação. E até de cultura.
Aceitar o casamento de pessoas do mesmo sexo é inadmissível. Significa a destruição da família, que está consagrada na Constituição, nos códigos de Direito e em toda legislação pertinente. É crime contra a humanidade e a natureza. É violação à Bíblia e aos bons costumes. Por outro lado, atirar pedra nos que fizeram opção sexual diferenciada dos padrões éticos não representa o caminho ideal a seguir. A humildade do cristianismo e dos entes públicos em reconhecerem as falhas é o primeiro teste de paciência. Caem o homem e a mulher porque a sociedade, como um todo, não os ampara convenientemente. E, por isso, agora, algo tem que ser feito. Evoluir não significa atropelar postulados e conquistas eternas. A queda moral que o capitalismo moderno impõe à humanidade é ultrajante e desastrosa pela excessiva abertura às aberrações sexuais transformadas em caldo cultural pela mídia em todo o mundo. Tanto os católicos quanto os evangélicos sabem que a carne é podre e só o espírito vivifica.
Está na hora de todos meditarem sobre isso e se lavarem no tanque de Siloé. Que a semana santa seja uma oportunidade de reflexões sobre o Salmo 11.3: “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?”.

(*) Escritor.

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