ACLA ENTREVISTA
A Academia Cearamirinense de Letras e Artes Pedro Simões Neto dá prosseguimento ao seu projeto literário semanal, harmonizando-se e confraternizando-se, sobretudo agradecendo a receptividade dos conterrâneos e conterrâneas no que diz respeito aos artigos, aulas, contos, poesias, prosas e biografias, através de comentários, curtições e compartilhamentos. A partir de hoje, 19 de Julho de 2015, a cada domingo queremos surpreender a todos os nossos leitores com mais um elemento no processo cotidiano, levados até vocês que curtem a ACLA. Assim sendo, traremos ao “palco” uma série de entrevistas, com intelectuais e artistas, que marcam cenário nacional, regional e local. A primeira entrevista, em rede social, é com o sócio Benemérito desta Academia, é com CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, intelectual que honra o nosso Estado. Questionário 1. Apresente-se ao leitor, quem é você? RESPOSTA: Nasci no clamor da 2ª guerra mundial (setembro de 1939), na Av. Rio Branco nº 710, centro dos xarias, sob as apreensões dos meus pais José Gomes da Costa e D. Maria Ligia de Miranda Gomes pela situação em que Natal se encontrava, com ameaças de ser invadida. Após o término do Conflito fui morar no interior onde papai era Juiz, notadamente Angicos, Penha (Canguaretama) e Macaíba, convivendo com a paisagem bucólica das regiões onde morei. Após perder alguns anos de estudo, mercê das transferências de papai em pleno ano letivo, afinal ao virmos para Natal passei a ter o estudo regular: primário no Instituto Batista do Natal; ginasial no Ginásio Natal, do Professor Severino Joaquim da Silva. Nesse período dos anos 50 fui radialista integrando o cast da Rádio Poti de Natal e da SAE. Concluí o Científico no velho Atheneu. Como fui servir ao Exército Nacional (16º) RI no último ano do Curso Secundário (1959) perdi muitas aulas e decidi pedir exoneração de dois empregos – SENAC e Tribunal de Justiça e fui estudar em Recife, num cursinho na Escola Politécnica, de lá regressando a Natal onde, em 1962 ingressei no Tribunal Regional Eleitoral, depois para o Tribunal de Contas (Auditor e Procurador), de onde me aposentei em 1988. Fiz o Curso de Direito na velha Faculdade da Ribeira (1964-1968). Inscrito como advogado na OAB/RN de onde fui Presidente. Em 1976 fui convidado para ensinar na UFRN onde depois fui efetivado por aprovação em concurso e ensinei como Professor do Departamento de Direito Público até 2006. Conquistei o título de Mestre em Direito Constitucional pela UFC em convênio com a UnP de onde fui professor e responsável pela implantação do Curso de Direito. No período de 1997 a 2002 fui o primeiro Controlador Geral do Estado, após isso fui Diretor da Administração Indireta do TCE e primeiro Diretor da Escola de Contas “Prof. Severino Lopes de Oliveira” até 2004. Daí em diante não mais exerci qualquer cargo público em razão de ter sido acometido de doença grave da qual faço tratamento até hoje, embora ainda mantenha inscrição como advogado. Diante disso, passei a dar o resto das minhas energias às entidades de cultura: Academia Macaibense de Letras, Academia de Letras Jurídicas do RN, UBE-RN, Instituto Norteriograndense de Genealogia, Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, IHGRN e colaboração com a ACLA Pedro Simões Neto. Casado com Therezinha Rosso Gomes há 52 anos, pai de Rosa, Thereza Raquel, Carlos Rosso e Rocco José e avô de Lucas, Carlos Victor, Raphael, Gabriela, Maria Clara, Carlos Neto e Guilherme, feliz como pinto em ... 2. Como se deu conta de que queria ser escritor? RESPOSTA: Desde os anos 50 rabiscava poesias. Nos anos 70 escrevi o primeiro livro, de natureza jurídica, e em seguida várias outras obras técnicas publicadas até 2005. Após esse ano passei a escrever livros de literatura tradicional do que já contabilizo cinco trabalhos. Então, escrever sempre esteve em minhas pretensões como coisa absolutamente natural, a depender da inspiração ou da motivação de temas. 3. Quais são as suas principais influências literárias (autores)? RESPOSTA: Quando morei em Macaíba adquiria revistas em quadrinho que eram trazidas por um gazeteiro todas as tardes no ônibus das 5 horas, em especial a Revista Edição Maravilhosa que trazia as obras dos autores brasileiros: O Seminarista, O rio do Quarto, a Pata da Gazela etc. tomei conhecimento de alguma coisa dos irmãos Souza – Auta, Henrique e Eloi. Nessa época eu recebi de presente o livro – “Anos de Ternura”, de A.J.Cronin e nunca mais parei de ler. Tenho uma boa biblioteca de autores nacionais, estrangeiros e, com carinho e orgulho, de autores potiguares. Já em Natal, fui orientado pelo meu inesquecível professor Raimundo Nonato da Silva, conhecido escritor oestano e passei a frequentar livrarias e adquirir os trabalhos que, precariamente, então eram publicados pela Gráfica Oficial, pela Clima e pelos próprios autores e então não parei mais. Como dizia Camões. “se mais mundo houvera lá chegara”. Assim, não tenho uma específica influência. Leio o que gosto e o que considero bom, independentemente da fama dos autores. 4. Qual a sua maior preocupação ao escrever? RESPOSTA: Ser claro, bem compreendido e com a capacidade de ser lido por qualquer pessoa, independentemente do grau de conhecimento, além de que o meu trabalho tenha alguma serventia na vida do leitor. 5. O que lhe dá mais prazer no seu processo de escrita? RESPOSTA: Verificar a utilidade do que escrevo, sem artifícios, sempre buscando a beleza das narrações e dos personagens. Deploro escrever deixando alguma reticência ou insinuação que agrida alguém. Sou direto e verdadeiro. 6. Quais são os seus principais trabalhos escritos? RESPOSTA: Meu primeiro livro foi publicado em 1975: Da Remuneração dos Vereadores - TCE/RN, 1975 e 2ª ed. Gráfica Manibu. Daí em diante publiquei, praticamente, pelo menos um livro por ano – mais no campo técnico, os quais sempre me deram bom resultado financeiro. Destaco o livro Curso de Direito Tributário, com sete edições, este em parceria com o Prof. Adilson Gurgel e meu último livro técnico – Manual de Direito Financeiro e Finanças, com três edições. Quando resolvi publicar algo fora do ramo técnico, conheci o prejuízo, ainda que vendesse toda a edição, pois dou muitos exemplares de presente e ainda gasto bastante nos lançamentos. A publicação passou a ser uma recompensa apenas no campo intelectual e na satisfação pessoal de deixar registros de fatos e pessoas que se destacaram, como exemplifico com os livros TESTEMUNHOS, em homenagem ao centenário de nascimento do meu pai Des. José Gomes da Costa – Ed. Sebo Vermelho – agosto 2002; TRAÇOS E PERFIS DA OAB/RN – Natal, Sebo Vermelho, 2008; RESGATE DA MEMÓRIA JURÍDICA POTIGUAR – (sobre Edgar Barbosa, em parceria com Jurandyr Navarro que escreveu sobre Nilo Pereira), Natal, 2009. Participação no livro (Coletânea de trabalhos sobre o Professor Raimundo Nonato Fernandes, in Revista da Procuradoria Geral do Estado, Recife, Imprima, 2010; Trabalho DIREITO TRIBUTÁRIO, em homenagem a Hugo de Brito Machado. São Paulo: Ed. Quartier Latin, 2011; RESGATE DA MEMÓRIA JURÍDICA POTIGUAR (Fernando de Miranda Gomes), da ALEJURN, Natal, abril 2012; O VELHO IMIGRANTE (Il Vecchio Immigrante), Natal, Ed. Sebo Vermelho/Nave da Palavra (UBE/RN), julho 2012, em homenagem ao meu sogro Rocco Rosso; plaquete sobre ALBERTO FREDERICO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO, Patrono da Cadeira nº 2, da Academia Macaibense de Letras, Natal, outubro, 2012; UMA PEQUENA HISTÓRIA, Natal, 2013, em homenagem aos 50 anos de casamento com Therezinha Rosso; UM SÉCULO DE VIDA, em homenagem ao meu tio General Francisco Gomes da Costa, Natal, 2013; Participação na Antologia DIREITO CORPORATIVO, Coordenada pelos advogados André Elali, Evandro Zaranza e Kallina Flôr dos Santos. São Paulo: Ed. Quartier Latin, 2013. Participação na Coletânea CONSTRUTORES DA ÁGORA SOBERANA POTIGUAR – múltiplas memórias” (Professores do ATHENEU), Natal: Edições Infinitas Imagens, 2014. O MENINO DO POEMA DE CONCRETO, traços biográficos do meu irmão Moacyr Gomes da Costa e a odisséia do Machadão, Natal, Sebo Vermelho, 2014. Artigos, trabalhos e ensaios em revistas especializadas e em antologias. Concluí a minha primeira experiência no campo da prosa romanceada AMOR DE VERÃO, com gravuras do meu neto Carlos Victor, a ser publicado ainda este ano. Atualmente concluí ensaios VERDADES CRUZADAS e sobre a CASA DO ESTUDANTE DE NATAL, publicados nas Revistas da ANL nº 41, 42 e 43. Estou terminando um livreto sobre o Centenário do América Futebol Clube e sobre Tonheca Dantas, Patrono da Cadeira 33 da ANRL que hoje ocupo. |
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