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15/05/2015

O PERIGO ESTÁ NO TOM



Valério Mesquita*

Diante da vida comum de Natal ninguém pode fugir ao hábito da ironia, da tendência ao sarcasmo e a hostilidade contra tudo que é medíocre, vulgar e chato. A primeira futilidade pública e explícita é o escandaloso delírio das torcidas do paupérrimo futebol potiguar, todas endiabradas e ensandecidas pelas ruas, fazendo vítimas inocentes e depredando patrimônios. Antigamente, as paixões populares assumiam o encanto e o canto da luta social, política, cívica, com formas e cores mais puras e emocionais. Agora, não. São meras caricaturas e badernagens para os boletins de ocorrências das delegacias de plantão.
É um tempo trágico e cômico, mais parecido com um castigo divino, recheado de assaltos, insegurança, onde a paz do coração foi substituída pela paz dos túmulos. Sobre todos esses vândalos caberia dizer que “o diabo não os desampare e Deus que nos ajude”.
Sabem que tudo na vida é relativo e passageiro. No futebol, na política, no comércio, na indústria, nas profissões liberais, “tudo o que sobe cai”, já dizia Sandoval Quaresma olhando pra braguilha. O que vai bem, afinal? O trânsito em Natal? No Rio Grande do Norte já ultrapassa a casa de um milhão de veículos. Semana passada desabafei que a maioridade penal deveria descer para os 14 anos. Depois, li que alguns juristas são contrários até a queda para o patamar de dezesseis. Acham que tudo deve ficar como está. O problema é a educação dos jovens. No momento da entrevista esqueceram que essa prenda pedagógica se encontra falida há décadas. Na rede pública escolar aluno enxota professor da sala de aula, quando não depreda, agride ou mata.
O problema é que nesses tempos apocalípticos a humanidade se esqueceu do mais humilde e simples ensinamento: “amai-vos uns aos outros”. Aí, desviaram para outro tipo de amor, estimulados pelo mais poderoso cartel de perdição e transtorno de conduta: as novelas, os filmes, a internet, enfim, tudo para apagar as letras de um livro chamado Bíblia. Porque o que Deus ensinou, a legislação mundana contrariou, profanou, modificou para gáudio de suas ambições, vaidades, corrupção e degenerescência. Droga, impunidade, violência, polícia prende e justiça solta, são coisas do homem que avacalha a cidadania e o gosto pela vida.
Não acredito que o mundo melhore. Até Barack Obama falando da tribuna da Casa Branca elogia um jogador de basquetebol do seu país porque teve a coragem de assumir o seu homossexualismo. Será que os presidentes da Rússia, Alemanha, Brasil, China, ou os primeiros ministros da Inglaterra, Espanha, Portugal, etc., prestariam tal informação sobre qualquer pessoa notável ou não do respectivo país, como apologia ou um exemplo a ser seguido ou compreendido? Com tantos enfrentamentos políticos, terroristas, econômicos, que hora a sua nação atravessa, não precisava, à guisa de colher simpatias, propagar a decisão emblemática do jovem atleta como modelo a ser inserido na rede de ensino infanto-juvenil estadunidense e para todo o planeta. O mundo vai mal. Barack tá melando tudo. O Brasil que dizem não ser um país sério, Barack, o cara, também não parece ser um estadista sério. Que o diabo não o desampare e Deus nos ajude.

(*) Escritor.


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