Jurandyr Navarro
Do Conselho Estadual de Cultura
A instituição mais antiga em atividade
do nosso cenário cultural, completa na presente data, dia vinte e nove, cento e
treze anos de existência. Por feliz coincidência, o aniversário está sendo
comemorado em alto estilo, na fase áurea de sua existência, por todos
evidenciada.
Desde a sua posse, a Diretoria atual
tem contabilizado uma série de empreendimentos no plano administrativo e
cultural. A fisionomia da entidade mudou para melhor, nos seus diversificados
setores de atuação. Tanto a sua imagem física como organizacional,
apresenta-se, hoje, de forma promissora.
Os positivos resultados atestam a
veracidade da afirmação. O modelo de trabalho, em equipe, acolheu exemplar
aprovação.
Cinco colunas humanas sustentam,
presentemente, o pedestal organizacional da veterana entidade: o presidente,
Valério Mesquita, o seu grande maestro, que rege a orquestra, com equilibrada
liderança; Ormuz Simonetti, o vice-presidente, voluntarioso, de conhecido
dinamismo (daria um grande Prefeito Municipal); Carlos Gomes, o
secretário-geral, especialista exímio, responsável pela parte jurídico-legal,
nosso Helly Lopes Meirelles, atualizado; Odúlio Botelho, secretário-adjunto, experiente
causídico, coube-lhe o encargo do acompanhamento dos assuntos lítero-jurídicos,
redação oficial e derivações. Finalmente, Scilla Gabel, encarregada pela Contabilidade,
da vetusta empresa cultural privada, tarefa por demais fatigante, na árida
ciência dos algarismos.
A Diretoria tem outros membros
complementares do seu quadro dirigente, operadores em outras funções, não menos
importantes: Adalberto Targino, orador oficial, de conhecida capacidade
intelectual; Lúcia Helena, conhecida poetisa; Eduardo Gosson, escritor
talentoso, na função de Tesoureiro, substituindo George Veras.
As reuniões diárias, presididas pelo
historiador Valério Mesquita, contam, geralmente, com a presença de
intelectuais, interessados em participar de conversações descontraídas e de
interesse do Instituto.
Tais reuniões têm como figurantes, de
presenças habituais, Vicente Serejo, Edgard Dantas, Tomislav Femenick, Eduardo
Gosson, Jansen Leiros, Antônio Luiz de Medeiros, Gonzaga Cortez, Eduardo Vilar
Cunha, Augusto Leal e outros menos habituais.
A nossa “Casa da Memória” é, no
presente, uma das instituições mais atuantes e das mais prósperas, no
concernente à alcançada produtividade, junto da significativa mudança, para
melhor, em comparação com à realidade existente de anos recentes.
Procedeu-se uma restauração completa
no prédio principal, em suas instalações internas, estendendo-se ao largo
“Vicente de Lemos”, que será utilizado para eventos em geral.
A obtenção de verbas ornamentarias,
municipais e estaduais, conseguidas, têm ajudado, em parte, nessa transformação
dadivosa.
A documentação oficial do Instituto
recebeu completa legalização jurídica.
Houve, também, acréscimo no seu quadro
social, renovando a sua clientela, dentre representações pessoais capacitadas.
Será lançada a Revista do Instituto,
confeccionada, nos últimos dias, pela gráfica da Imprensa Oficial do Estado.
Nessa data festiva haverá comemorações
na sede da entidade, sessão especial, e na Assembleia Legislativa, será
conferido o título de Mérito Legislativo
ao político Almino Álvares Affonso, por Proposta do Deputado Ricardo
Motta.
Nesses dias sombrios, em que a Pátria
Brasileira atravessa, pela atitude indecorosa de muitos de seus representantes
políticos, é agradável para nós, natalenses, termos o prazer de desfrutar desse
feliz momento em que é comemorado o novo aniversário da nossa “Casa da
Memória”, brindando, em uníssono, o seu progresso, e parabenizando os seus
abnegados dirigentes e associados.
Dando continuidade às linhas
anteriores, devo acrescentar que o Instituto promoveu festiva solenidade no
amplo salão do Centro Pastoral “Dom Heitor de Araújo Sales”, comemorando mais
um aniversário de fundação.
A solenidade revestiu-se de atos
significantes. O Presidente Valério Mesquita, abriu a festiva reunião dos
associados e convidados, declarando a sua finalidade e abordou passagens
importantes da trajetória da entidade, assinalando, em destaque, seus vulto
veneráveis, responsáveis pela existência promissora do antigo sodalício,
aludindo, outrossim, aos planos e projetos do seu atual mandato, que conseguiu
avanços consideráveis em prol da sua evolução.
Aproveitou o grato ensejo para fazer
rápida homenagem à pessoa da Senhora Miriam, viúva do conhecido historiador
Enélio Lima Petrovich, de saudosa memória, um dos mais importantes dirigentes
da Instituição.
Em seguida é chegado o ponto alto do
ato comemorativo, qual seja, a Palestra do conhecido político brasileiro,
Almino Álvares Affonso, convidado especialmente para abrilhantar o importante
evento.
Antes, porém, o ilustre convidado foi
homenageado com a entrega à sua pessoa da Medalha “Alberto Maranhão”, a ele
conferida pelo Conselho Estadual de Cultura. Mencionada comenda foi-lhe
entregue, nesse momento solene pelo atual Presidente do Egrégio Conselho,
Acadêmico Iaperi Araújo.
Em seguida, o Jornalista e Acadêmico,
Vicente Serejo, Sócio Efetivo do Instituto, possuidor de eloqüentes dotes
oratórios, faz a saudação de praxe, como a voz representativa daquele
colegiado, saudando o visitante, ilustrado conferencista da noite, tecendo o
seu perfil biográfico.
O palestrante, de elevado conceito na
memória política da Nação, é originário do Amazonas, onde nasceu, porém, tem
suas raízes genealógicas no rincão potiguar, por ser neto do abolicionista e
político famoso, o velho Almino Affonso, brilhante Senador da República.
O neto herdou a fibra cívica e a
vocação política do avô. Herdou-lhe, sobretudo, a eloqüência tribunícia!
A conferência agradou em uníssono aos
que compareceram ao encontro cultural, pelo seu poder persuasivo.
A palavra e a memória do palestrante a
todos enfeitiçou, diante da magia da eloqüente improvização. O verbo alado
magnetiza mentes através imagens da retórica.
Após a solenidade, houve o lançamento
da última Revista do Instituto, contendo material de primeira linha, tratando
aspectos diversos de ordem histórico e cultural. Além disso, agradou, também, o
vistoso perfil gráfico, na sua capa e na encadernação.
Na manhã do dia seguinte, vinte e sete
de março, a Assembleia Legislativa Estadual recebeu no seu Plenário, apreciável
assistência, a fim de prestigiar o inteligente visitante e para ouvi-lo noutra
fala, não menos significativa.
O auditório preparado estava, não
somente para ouvi-lo mais, para aplaudi-lo, em dois momentos divididos por
palestra política, própria para o ambiente e para parabenizá-lo pelo
recebimento do “Mérito Legislativo”, propositura do Deputado Ricardo Motta.
Foi outra ocasião valorizada pela
erudição cultural do conferencista insigne. Deu ele uma espécie de aula magna,
enfatizando sua trajetória política de anos passados em que a sua pessoa
exerceu papel relevante, no tocante á sua vocação, na tumultuada vida
político-partidária nacional.
O categorizado docente a todos agradou
pela oratória repleta de matizes, os mais brilhantes, ao que concerne a palavra
e o gesto, a memória admirável e a convencedora persuasão.
Abstenho-me, aqui, de mencionar a cor
do credo político ou ideológico. O que interessou aos presentes foi a figura
humana do conferencista e a sua capacidade intelectual, abordando fatos históricos,
na Casa da História.
A interpretação fica a cargo da
consciência de cada uma. Ao homem, foi-lhe dado, do Alto, o livre arbítrio. A
sociedade que o julgue.
A saudação protocolar coube ao
desempenho do sócio efetivo, Acadêmico Ticiano Duarte, que o fez de forma
exemplar. Conhecido cientista político, tem acompanhado, desde a juventude, as
porfias políticas partidárias, aperfeiçoando o entendimento nessa área de
idéias polêmicas. O orador de qualificados recursos, soube conduzir-se na
calorosa oração proferida que a todos emocionou pelo entusiasmo que dedica à
causa.
Coroado de êxito pleno, portanto, a
apresentação do ilustre tribuno entre nós e a sua mensagem cultural deixada.
De parabéns, aos que fazem a nossa
“Casa da Memória”, por mais um aniversário auspicioso, por todos festejados.
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