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13/02/2015








O HINO DE CEARÁ-MIRIM E O SEU COMPOSITOR, JOSÉ LUIZ



O hino de Ceará-Mirim foi instituído como o oficial do município, em 19 de outubro de 1973, pela Câmara Municipal, aprovando uma proposição do então prefeito Ruy Pereira Júnior.


A sua composição é de um cidadão chamado JOSÉ LUIZ, ceará-mirinense nascido no distrito de Ponta do Mato, no ano de 1915.

Exibimos para vocês cópia do manuscrito do HINO DE CEARÁ-MIRIM (que o compositor intitula “Terra dos Verdes Canaviais”), com a letra do próprio José Luiz. O original deste documento, que deveria estar em local de acesso ao público, não se sabe com quem está.

O compositor, fez os primeiros estudos em Natal e, em 1933, com apenas 18 anos de idade, partiu para o Rio de Janeiro, como soldado do Exército, sendo transferido, posteriormente, para São Paulo. 

Quando deixou o Exército, fixou residência no Rio de Janeiro, onde firmou-se como músico, já que era um grande violonista nato.

A partir da sua musicalidade, sempre demonstrada em múltiplas ocasiões, nos grandes centros, passou a conhecer músicos famosos da época, mas foi o velho e grande Luiz Gonzaga – que conhecera ainda quando estava no exército – quem deu o impulso inicial para o seu ingresso no mundo artístico, quando lançou o “Baião no Café Nice”.

Além de violonista, era também um grande compositor. Em 1937 José Luiz uniu-se com o cantor Augusto Calheiros, para quem compôs as músicas que fizeram sucesso na época, denominadas: “Grande Mágoa” e “Vida de Caboclo”. 

Acompanhou o cantor Vicente Celestino, em turnês pelo Brasil e pela América do Sul.

Compôs o samba “Cremilda”, que foi gravado com sucesso por Moreira da Silva. Este samba foi inscrito no Concurso Oficial de Sambas e Marchas de carnaval do Rio de Janeiro, de 1949. José Luiz, malgrado ter concorrido com compositores da categoria de Ary Barroso, Braguinha e Ataulfo Alves, foi sagrado vencedor, obtendo o primeiro lugar. 

Integrou um grupo de músicos, todos nordestinos, formando um grupo regional que acompanhava vários cantores famosos, entre os quais destacamos Ângela Maria.

Teve participação em filmes, entre os quais destacamos: “Fuzileiros do Amor”, de Mazzaropi; O Cangaceiro” de Lima Barreto; “Fazenda do Ingá” e “O grande pintor”, estreladas pelo comediante Ankito.

Apresentou-se em Ceará-Mirim, nos anos cinquenta, acompanhado do cantor Augusto Calheiros que, ao se apresentar disse que iria “cantar o seu maior sucesso, de autoria de um filho de Ceará-Mirim”.

José Luiz tinha pela sua terra um grande amor e, no auge do sucesso, vinha todos os anos pisar o torrão natal. Quando chegava em Ceará-Mirim, se apresentava gratuitamente, no Centro Esportivo e Cultural, como que para dividir com os conterrâneos o sucesso que ele obtivera.

Em 1963 ele retirou-se da vida artística e retornou à Ceará-Mirim, ao distrito de Ponta do mato, em razão de Acidente Vascular Cerebral sofrido, que lhe deixou com paralisia parcial e fragilidade vocal.

Como é comum ocorrer com pessoas do meio artístico, não amealhou o suficiente para suprir as carências da velhice e, sem condições de se manter, a municipalidade, num ato de generosidade e de gratidão, outorgou-lhe uma pensão vitalícia, que lhe permitiu morar num quarto de pensão, já na cidade de Ceará-Mirim, onde ficou até quando não teve mais condições de viver sozinho. Foi então morar com uma irmã em Natal. 

Morreu no Hospital Doutor Luiz Antônio, no dia 27 de dezembro de 1982, com 67 anos de idade e foi sepultado no “túmulo dos desconhecidos” do cemitério do Bom Pastor, o qual não se sabe, sequer, a sua localização.

Como homenagens póstumas, foram dados o nome de “Compositor José Luiz” a um Largo e a uma rua, no distrito de Ponta do Mato, em Ceará-Mirim e a uma rua, no bairro das Quintas em Natal

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